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CONVIVÊNCIA E TOLERÂNCIA

Uma antiga parábola conta-nos sobre a convivência; cada vez mais


necessária e a tolerância tão rara nos dias atuais. É a parábola dos
Porcos-Espinhos. É muito conhecida, mas...

“Durante a era glacial muitos animais morriam por causa do frio. Os


porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos,
assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de
cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que
ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer
congelados, então precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da
Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com
uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o
calor do outro.”

Embora a era não seja glacial, porém muito fria, vivemos em constante
dificuldade de relacionamentos.
Muitas vezes somos compelidos a conviver e nos deparamos com
idiossincrasias, manias, posturas e pontos de vista que são muito
diferentes dos nossos, e assim temos dificuldades na convivência e nos
falta a necessária tolerância para aceitarmos as diferenças dos outros
convivas, além nos lembrar que somos para eles iguais ou quem sabe até
piores que eles em seus conceitos.
Em um grupamento humano, associações, temos que conviver e aceitar
sob pena de não nos ajustarmos.
Muitas vezes as associações são formadas por líderes, e todos têm
razão. Isso dificulta muito a convivência se não houver tolerância e
educação.
Precisamos respeitar os pontos de vista de cada um para que sejamos
respeitados nos nossos.
Todavia, tolerância tem limites...
A TOLERÂNCIA muitas vezes é confundida com outros “comportamentos”
ou “atitudes” que acabam por desmerecer o nobilíssimo gesto de relevar
os desacertos, por conta da incapacidade ou da ignorância, dos seus
autores. Surgem em ordem, isoladamente, ou em conjunto.
Em princípio, têm-se a CONDESCENDÊNCIA , que é o “gesto” de relevar,
frequentemente com sentimento de superioridade, muitas vezes
descabido.
Em seguida pode surgir a CONVENIÊNCIA, ou seja, o deixar acontecer
para não se incomodar.
Finalmente, vem a CONIVÊNCIA, ou a participação com interesses nos
erros cometidos, muitas vezes com vantagens.
Devemos sempre ser tolerantes, porém alertas para que não sejamos
partidários de posturas equivocadas.
Se não concordarmos com alguma atitude, postura ou posicionamento,
deixemos que o tempo (senhor da razão) amenize a nossa repulsa, e nos
faça refletir melhor sobre nossa discordância.
Se for realmente necessário, pensemos em conversar particularmente e
esclarecer nossas dúvidas.
Apenas, se não for possível um entendimento, daí manifestarmos nosso
ponto de vista lembrando sempre que todos são passíveis de diferentes
opiniões.
Respeita-las é nossa missão no constante desbaste de nossas arestas
sociais e comportamentais.
Os espinhos mais difíceis de serem dobrados, são os da cabeça.

Ivan Viveiros – 31 de março de 2016

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