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Isaías Valzim Pascoal

Classificação de Solos

Faculdade de Geociências e Ambiente


Curso de Licenciatura em GADEC

Universidade Púnguè
Tete
2022
Isaías Valzim Pascoal

Classificação de Solos

Faculdade de Geociências e Ambiente


Curso de Licenciatura em GADEC

Trabalho de pesquisa apresentado na cadeira de


Estudos dos Recursos Pedológicos, curso de
Licenciatura em Gestão Ambiental e
Desenvolvimento Comunitário, como requisito
parcial de avaliação.

PhD: Ringo Benjamim Victor

Universidade Púnguè
Tete
2022
Índice

1.1. Introdução ........................................................................................................................ 4


1.2. Objectivos do Trabalho ................................................................................................... 4
1.2.1. Objectivo Geral ............................................................................................................ 4
1.2.2. Objectivo Específicos .................................................................................................. 4
1.3. Metodologia do Trabalho ................................................................................................ 4
2. Classificação dos Solos ...................................................................................................... 5
2.2. Conceitos ......................................................................................................................... 5
2.3. Critérios de Classificação dos solos segundo o Sistema FAO – UNESCO .................... 5
2.3.1. Classes dos Solos ......................................................................................................... 5
2.4. Classificação dos solos segundo o Sistema WRB 2014 .................................................. 9
3.1. Conclusão ...................................................................................................................... 12
3.2. Referências Bibliográficas ............................................................................................. 13
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1.1.Introdução

No presente trabalho abordar-se-á sobre a Classificação dos Solos. Esta classificação focar-se-
á segundo o sistema da FAO e WRB.

O solo corresponde à decomposição de rochas que ocorre por meio de ações ligadas à
temperatura, como o calor, além de processos erosivos provenientes da ação dos ventos, chuva
e seres vivos, tais como bactérias e fungos. Contudo, pode ser visto sobre diferentes óticas. Para
um engenheiro agrônomo o solo é a camada na qual pode-se desenvolver vida (vegetal e
animal). Para um engenheiro civil, sob o ponto de vista da mecânica dos solos, solo é um corpo
possível de ser escavado, sendo utilizado dessa forma como suporte para construções ou
material de construção. Para um biólogo, através da ecologia e da pedologia, o solo infere sobre
a ciclagem biogeoquímica dos nutrientes minerais e determina os diferentes ecossistemas e
habitats dos seres vivos.

Existem vários sistemas de classificação dos solos, de carácter nacional e internacional, o que
torna complexo a comparação dos solos de diferentes Países.

1.2.Objectivos do Trabalho

1.2.1. Objectivo Geral

➢ Abordar sobre o a Classificação dos Solos

1.2.2. Objectivo Específicos

➢ Definir o conceito;

➢ Classificar e caracterizar os tipos de solos.

1.3.Metodologia do Trabalho

Para a realização do presente trabalho, foi desenvolvido na base do método de pesquisa


bibliográfica que consistiu na consulta de artigos, teses e obras literárias que abordam sobre o
tema em alusão.
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2. Classificação dos Solos


2.1.Classificação dos solos segundo o Sistema FAO
2.2.Conceitos
2.2.1. Solo

É a superfície inconsolidada que recobre as rochas e matem a vida animal e vegetal da Terra. É
constituído de camadas que rem pela natureza física, mineralógica e biológica, que se
desenvolvem com o tempo sob a influência do clima e da própria actividade biológica.

2.3.Critérios de Classificação dos solos segundo o Sistema FAO – UNESCO

Classificação dos solos é o arranjo sistemático de solos em grupos ou categorias com base nas
suas características. O agrupamento geral é feito com base nas características gerais e as
subdivisões com base em características específicas. Por serem muito numerosos, os solos
necessitam de um sistema hierárquico de categorias múltiplas para serem classificados.

Dada a multiplicidade de combinação possíveis quanto a natureza de clima, organismos do solo,


característica da rocha mãe, formas de relevo e tempo de acção dos primeiros factores, o solo
pode apresentar características e propriedades variadas.

2.3.1. Classes dos Solos

Varennes (2003) classifica os solos da seguinte maneira:

i) Acrissolos: Solos de regiões tropicais e subtropicais, ácidos com horizonte B


enriquecidos com argila com baixo teor, normalmente apresentam a cor vermelha;
ii) Alissolos: Solos de regiões tropicais e subtropicais húmidas, ácidos com elevado
teor de alumínio solúvel;
iii) Andossolos: Solos de regiões vulcânicas, ricos em vidros vulcânicos, com
superfície escura, baixa densidade aparente e argila dominada por alofana e
imogolite. São solos recentes, ricos em matéria orgânica, com estrutura granulosa e
baixa densidade aparente, alta capacidade de retenção de água e fáceis de mobilizar.
São muito férteis, embora absorvam grandes quantidades de fosforo devido à
presença de argilas amorfas.
iv) Antrossolos: Solos modificados pela acção do homem, são derivados de vários tipos
de rocha mãe, mas modificados pela mobilização profunda ou adição de
fertilizantes.
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v) Arenossolos: Solos arenosos, de cor clara formadas a partir do material rico em


quartzo ou de áreas em dunas e praias, são muito pobres em matéria orgânica e
pouco férteis. São os solos dos desertos do Sahara, Médio Oriente e grande parte de
Austrália. Tem estrutura grosseira, são muito pobres em matéria orgânica e pouco
férteis.
vi) Calcissolos: Solos de regiões áridas e semi-áridas com elevado teor de carbonato de
cálcio.
vii) Cambissolos: Solos recentes, derivados de matérias transportados de outros locais
pela aigua, vento, ou gravidade, caracterizado terem sofrido pouca eluviação.
Ocupam praticamente toda a região do Alto Douro e Beira Alta, e ainda parte da
estremadura e Alto Alentejo.
viii) Castanozemes: Solos de estepe (pradaria) com superfície castanha escura, ricos em
matéria orgânica, muitas vezes formado a partir de loess.
ix) Chermozenes: Solos de estepes (pradaria) com superfície escura e alto teor de
húmus.
x) Faeozemes: Solos de estepe (pradaria) com superfície escura, ricos em matéria
orgânica derivado de material básico.
xi) Ferralsolos: Solos amarelados ou avermelhados de regiões tropicais e subtropicais
húmidas, muito meteorizados e ricos em hidróxido de alumínio e óxidos e oxi-
hidroxidos de ferro. Estes frequentemente são designados de solos ferralíticos. A
vegetação natural é de floresta tropical, sendo frequentemente sujeitos a agricultura
itinerante. São resistentes à compactação e erosão, facilmente mobilizados e com
boa drenagem.
xii) Fluvissolos: solos recentes de aluvião.
xiii) Gipsissolos: solos de regiões áridas e semi-áridas, ricos em sulfato de cálcio.
xiv) Gleissolos: Solos com horizontes reduzidos (glei) devido ao alargamento. São
caracterizados por terem em excesso da água pelo menos durante alguns períodos
do ano, a falta do oxigénio leva à redução do Magnésio (Mg) e Ferro (Fe) por
microrganismos aneioróbios, que originam a cor acinzentada característica dos
horizontes glei.
xv) Greizemes: solos de estepes (pradaria) com superfície escura e acinzentada, ricos
em quartzo e matéria orgânica, com horizonte “E” e horizonte “B” ricos em argila.
xvi) Histossolos: Solos orgânicos formados sob condições de alargamento prolongado.
A maior parte de Histossolos está localizada nas regiões boreais. Formam-se em
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regiões pantanosas, são escuros, com densidades aparentes muito baixas. Estes solos
são muito férteis quando drenados, sendo usados para a produção de hortícolas e
flores, contudo, as condições de aerobiose resultantes da drenagem levam a perda
gradual da matéria orgânica que contêm, uma taxa que chega a atingir 5 cm de
profundidade por ano, não sendo um sistema de agricultura sustentável.
xvii) Leptossolos: Solos delgados sob rochas, materiais altamente calcários ou impermes.
Em geral, são solos muito intemperizados, profundos e de boa drenagem.
Caracterizam-se por grande homogeneidade de características ao longo do perfil,
mineralogia da fracção argila predominantemente caulinítica ou caulinítica-oxídica.
xviii) Lixissolos: Solos de regiões tropicais húmidas, sujeitos à intensa eluviação e
acumulação de argilas em horizontes profundos.
xix) Luvissolos: Solos de florestas húmidas e prados, com eluviação de argila, com teor
de bases médio ou alto para o horizonte “B”, mas sem horizonte “E”. Geralmente,
apresentam razoável diferenciação entre os horizontes superficiais e os
subsuperficiais. A mineralogia das argilas condiciona certo fendilhamento em
alguns perfis nos períodos secos. São, moderadamente, ácidos a ligeiramente
alcalinos e presença expressiva de argilominerais do tipo 2:1.
xx) Nitissolos: Solos de regiões tropicais e subtropicais húmidas, vermelhos e escuros
com argila de baixa capacidade de troca catiónica nos horizontes “B” que são muitos
espessos. Trata-se de uma ordem recém-criada, caracterizada pela presença de um
horizonte B nítico, que é um horizonte subsuperficial com moderado ou forte
desenvolvimento estrutural do tipo prismas ou blocos e com a superfície dos
agregados reluzentes, relacionadas à cerosidade ou superfícies de compressão.
xxi) Planossolos: Solos de florestas húmidas e prados, com contacto abrupto entre
horizontes A e B. Horizonte B de baixa permeabilidade e com alagamento periódico.
São solos minerais, imperfeitamente ou mal drenados, com horizonte superficial ou
subsuperficial eluvial, de textura mais leve (arenosa) que contrasta abruptamente
com o horizonte B, imediatamente subjacente, adensado e geralmente com
acentuada concentração de argila.
xxii) Plintossolos: Solos de regiões tropicais e subtropicais, ricos em argila que
endurecem quando expostas ao ar. São solos minerais, formados sob condição de
restrição à percolação de água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de
humidade.
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xxiii) Podzois: Solo de florestas húmidas e prados arenosos e ácidos, com horizontes de
eluviação claro e acumulação de ferro, alumínio ou húmus no horizonte B. São
resíduos pobres em Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg), ácidos, e de lenta decomposição.
A elevada precipitação causa a lixiviação das bases e a eluviação do húmus, minerais
argilosos e hidróxidos de alumínio e óxidos e oxi-hidroxidos de ferro, que se vão
acumular no horizonte B.
xxiv) Pedzoluvissolos: Solos de florestas húmidas e prados, com horizontes eluviação
penetrando no horizonte B em forma de “línguas”. O horizonte B tem maior
acumulação de argila.
xxv) Regossolos: Solos pouco desenvolvidos de material fino não consolidados. Se
caracterizam por ser solos profundos, ainda que em início de formação arenosa, e,
portanto, com drenagem excessiva.
xxvi) Solonchaques: Solos de regiões áridas e semiáridas com acumulação de sais
solúveis. Se encontram em regiões áridas ou semiáridas, permanentemente ou
estacionalmente inundadas. A vegetação é herbácea com frequente domínio de
plantas halófilas em ocasiões aparece em zonas de regadio com um manejo
inadequado.
xxvii) Solonétz: Solos de regiões áridas e semiáridas, com muito sólido no horizonte B.
xxviii) Vertissolos: Solos escuros, ricos em esmectites, com tendência de abrir fendas nas
épocas secas. São normalmente escuros, mas não são usualmente muito ricos em
matéria orgânica. Formam se de rocha-mãe, ricas em Cálcio e Magnésio. São solos
difíceis de cultivar, porque são adesivos e plásticos quando húmidos e muito duros
quando secos, são susceptíveis de degradação física e erosão tendo de ser geridos
com práticas que conduzam a conservação dos solos, são designados barros na
classificação portuguesa.
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2.4.Classificação dos solos segundo o Sistema WRB 2014

Descrição muito simplificada de cada um dos grupos de solos de referência do WRB 2014.

Codificado Tipo de solo Descrição breve

Solo de cor vermelha, marrom ou amarela, prospera em áreas de


AC Acrisols
intemperismo intenso, tem um horizonte B de argila rico.

AL Alisols

Solos desenvolvidos a partir de material vulcânico, são solos


ANO Andosols jovens e imaturos, as características dependem do tipo de
material vulcânico.

Solos que foram profundamente modificados pelas atividades


NO Anthrosols humanas, como adição de matéria orgânica ou mineral, carvão
vegetal ou lixo doméstico, ou irrigação e cultivo.

Solo arenoso sem desenvolvimento no perfil a mais do que um


AR Arenosols
horizonte

Solo com acúmulo secundário significativo de carbonato de


CL Calcisols
cálcio

Transformação da matéria do solo (particular Fe) in situ sem se


CM Cambissolos
mover no perfil. Cor Parcialmente acastanhada.

Solo negro fértil contendo uma alta porcentagem de húmus ,


CH Chernozem
ácidos fosfóricos, fósforo e amônia.

O solo em áreas de permafrost apresenta crioturbações ,


CR Criosóis
geralmente ricas em matéria orgânica.

Solo de alguns ambientes áridos e semi-áridos, contém sílica


DE Durisols
secundária cimentada
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Solo vermelho a amarelo rico em ferro e alumínio, comum em


FR Ferralsols
trópicos temperados a úmidos

Solo desenvolvido sobre planícies de sedimentos, um horizonte


FL Fluvisols
geralmente está diretamente acima do horizonte C

GL Gleysols

GY Gipsisols

Solo constituído principalmente de matéria orgânica , comum


HS Histossolos
em zonas úmidas

KS Kastanozem

solo raso em rocha, material calcário ou solo mais profundo que


LP Leptosols
é pedregoso ou pedregoso, comum em montanhas

LX Lixisols

LV Luvisols

NT Nitisols

PH Phaeozem Grama orgânica acumulativa

PL Planosols

PT Plintossolos

Solo que exibe podzolização significativa, comum em florestas


PZ Podzols
de coníferas

RG Regosols

Solos tendo uma iluviação de argila horizontal (semelhante aos


RT Retisols
Luvisols), mas com um solo de material grosso de interdigitação
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- solo de textura branqueada no horizonte de iluviação formando


um padrão em rede.

SC Solonchaks

SN Solonetz

Solos cujas propriedades e pedogênese são dominadas por sua


TC Techosols
origem técnica.

Solo com camada superficial escura e no qual a matéria orgânica


UM Umbrisols
se acumulou significativamente na superfície mineral do solo.

Mostra intumescimento de água significativo e recorrente, alto


VR Vertisols
teor de argila de intumescimento.
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3.1.Conclusão

Após feito e terminado o trabalho, chega-se a conclusão que:

A diversidade e a enorme diferença de comportamento apresentada pelos diversos solos perante


as solicitações de interesse de engenharia levaram ao seu natural agrupamento em conjuntos
destintos, aos quais podem ser atribuídas algumas propriedades. Desta tendência racional de
organização de experiências acumuladas surgiram os sistemas de classificação dos solos. Os
objectivos da classificação dos solos sob ponto de vista de engenharia é o de poder estimar o
provável comportamento do solo ou pelo menos de orientar o programa de investigação
necessário para permitir adequada análise de um problema.

Não deixando de fora também que o outro objectivo da classificação dos solos é estabelecer
grupos ou subdivisões de objectos sobre estudo, de maneira útil para propósitos práticos
aplicados em predizer o comportamento, identificar os melhores usos, estimar a produtividade
e possibilitar a extrapolação dos resultados de pesquisa.

Existem diversas formas de classificar os solos como pela sua origem, evolução, presença ou
não de matéria orgânica, estrutura pelo preenchimento de vazios.
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3.2.Referências Bibliográficas

BARROS, Omar neto Fernandes. Pequena história pedológica. 1979

Centro Nacional de Pesquisa de solos, Rio de Janeiro, RJ. Sistema brasileiro de classificação
de solos. Brasília:https://consejonutricion.wordpress.com/2014/09/28/hambre/mapa-fao
cessado no dia 24 de Outubro de 2017 as 08:43

CERQUEIRA, Joaquim M. C. Solos e clima em Portugal 2ª edição, Lisboa clássica Editora


2001EMBRAPA.

IUSS Grupo de Trabalho WRB , Base de Dados Mundial de Referência da Soil Resources 2014,
Atualização 2015. sistema de classificação de solos Internacional para nomear solos e criar
lendas para mapas de solo , Roma,

PMOMBE, Zacarias Alexandre, et. Al. Geografia dos solos: Dicionários dos principais
Conceitos. Maputo, Diname, Editora da UP, 2007

VARENNES, Amarilles. Produtividade dos solos e ambiente. Lisboa Editora Escolar, 2003.

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