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Ensaios Teológicos - N? 02
1980
EDITOR
Leopoldo Heimann
Departamento de Comunicacão
da
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
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BATISMO
U[
ERIANGAS
Johannes H. Rottmann
BATISMO DE CRIANÇAS
1980
Ano do 450? aniversário da
CONFISSAO DE AUGSBURGO
e
Ano do 4000 aniversário do
LIVRO DE CONCÓRDIA
ENCOMENDAS
São Leopoldolsetembro/l980
Leopoldo Heimann
Secret. Execut. Depto. de Comunicação
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Adultos vêm ao conhecimento do seu Senhor e
Salvador Jesils Cristo e, eventualmente, experimen-
tam sua conversão pessoal pela pregação da fé:
"Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espí-
rifo pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?" (GI
3.2). A fonte da fé é a palavra de Cristo, como o a-
póstolo escreve: "E assim, a fé vem pela pregacão e
a pregacão pela palavra de Cristo" (Rm 10.17).
Tais adultos, desde o primeiro pentecoste cris-
tão, foram batizados depois de haverem aceito Je-
sus como seu Salvador, mediante a fé. A Escritura
apresenta vários exemplos.
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Lucas nos relata no fim da gloriosa história do
primeiro pentecoste: "Então os que lhe aceitaram a
palavra foram batizados; havendo um acréscimo na-
quele dia de quase três mil pessoas" (At 2.41).
A história da conversão dos primeiros pagãos
(~ornélioe sua gente em Cesaréia) teve o desfecho
seguinte: "Ainda Pedro falava estas coisas quando
caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a
palavra . . . Então perguntou Pedro: Porventura po-
de alguém recusar a água, para que não sejam bati-
zados (não devemos esquecer que antes disso era
absolutamente inconcebível um judeu ou um pagão
ser aceito no meio do povo de Deus sem ser circun-
cidado) estes que, assim como nós, receberam o Es-
pírito Santo? E ordenou que fossem batizados em
nome de Jesus Cristo" (At 10.44-48).
Dos primeiros cristãos da Europa, ganhos para
Cristo pela obra missionária de Paulo, é dito o se-
guinte (Lucas relata) : "Certa mulher chamada L í-
dia, da cidade de Tiatira . . . nos escutava (a Paulo,
Silas, Lucas e possivelmente também Timóteo, At
16.1~s.);o Senhor lhe abriu o coracão para atender
às coisas que Paulo dizia. Depois de ser batizada,
ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: "Se jul-
gais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha ca-
sa, e a i ficai" (At 16.14,15).
O mesmo aconteceu com o carcereiro de Fili-
.
pos, conforme nos conta Lucas:" . . o carcereiro
. . . depois, trazendo-os (Pauloe Silas) parafora,dis:
se: Senhores, que devo fazer para que seja salvo?
Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus, e serás sal-
vo, tu e tua casa. E lhe pregaram a palavra de Deus,
e a todos os de sua casa. Naquela mesma hora da
1o
noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos
açoites. A seguir foi ele batizado, e todos os seus"
( A t 16.17-33).
Foi também o que ocorreu em Corinto com
Crispo, o principal da sinagoga, e com outros, co-
mo Lucas relata: "Mas Crispo, o principal da sina%
goga, creu no Senhor, com toda a sua casa; tam-
bém muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram
batizados" ( A t 18.8).
Neste sentido devemos ler e compreender aque-
la história maravilhosa que nos é relatada do Minis-
tro da Fazenda da rainha Candace de Etiópia, um
eunuco, a quem o evangelista Filipe encontrou no
deserto, lendo no livro do profeta Isaías as profe-
cias a respeito do Cordeiro. Tendo sido rogado pelo
eunuco, que não entendia de quem e de que o pro-
feta falava: "Peço-te que me expliques a quem se
refere o profeta? Filipe (o) explicou e, começando
por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Je-
sus" ( A t 8.34,35). Evidentemente Filipe, em suas
interpretações dos textos bíblicos, também falou
do batismo, explicando seu sentido, seu provei-
to, seu valor, pois quando os dois chegaram "a certo
lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui á-
gua, que impede que seja eu batizado?" (v. 36). ln-
felizmente não sabemos qual foi a resposta de Fili-
pe, pois o que em nossas versões está relatado no v.
37, não existe no original (por isso o texto na Al-
meida Revisada foi posto em colchetes e a "Bíblia
na Linguagem de Hoje" elimiria, com razão, o ver-
sículo inteiro) (1). Lucas, porém, nos conta o que
aconteceu naquele oásis no meio do deserto: "En-
tão (o eunuco) mandou parar o carro, ambos des-
ceram à água, e Filipe batizou o eunuco" (v. 38).
Temos, portanto, evidência bíblica de que, no
caso do batismo de adultos, estes foram instruídos
antes de serem batizados e que eles, de uma ou ou-
tra maneira, confessaram sua fé em Jesus como seu
Salvador antes do ato batismal.
A maneira de criancas se tornarem filhos de
Deus era e é diferente. Todas as igrejas tradicionais
levam crianças a Cristo por meio do batismo. So-
mente aquelas igrejas e seitas que têm suas origens
no movimento anabatista do século XVI, ou movi-
mentos posteriores semelhantes, negam às crian-
ças este meio da graça.
As confissões da igreja luterana são bem claras
e explícitas neste sentido, e convém nos lembrar-
mos destas declarações, especialmente quando há
incertezas a respeito do batismo de crianças:
A Confissão de Augsburgo, confissão funda-
mental da igreja luterana, ensina: "Do batismo se
.
ensina . . que também se devem batizar as crian-
Cas, as quais, pelo batismo, são entregues a Deus e a
ele se tornam agradáveis. Por esta razão se rejeitam
os anabatistas, os quais ensinam que o batismo in-
fantil não é verdadeiro" (CA IX, 1-3).
A Apologia da Confissão de Augsburgo é igual-
mente clara ao afirmar: "Em segundo lugar, é ma-
nifesto que Deus aprova o batismo dos pequeninos.
Logo, julgam impiamente os anabatistas, que con-
denam o batismo dos pequeninos. Que Deus, en-
tretanto, aprova o batismo dos pequeninos, de-
monstra-se com o fato de ele dar o Espírito Santo
aos assim batizados. Fosse nulo esse batismo, e a
nenhum seria dado o Espírito Santo, nenhum se
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salvaria, não haveria, enfim, igreja. Esta só razão já
pode confirmar suficientemente corações bons e
piedosos contra as opiniões ímpias e fanáticas dos
anabatistas" (Apol. IX, 3). (2)
Para o batismo de criancas as igrejas tradicio-
nais têm provas claras e suficientemente fortes, tan-
to da própria Bíblia como da história. As principais
razões que podemos. enumerar para a nossa praxe
do batismo infantil, são as seguintes:
A NECESSIDADE
D O BATISMO
Introdução ............................ 9
1. A Necessidade do Batismo . . . . . . . . . . . . . . . 15
2. A Ordem de Fazer Discípulos . . . . . . . . . . . . . 21
3. A Promessa da Salvação Pelo Batismo . . . . . . . . 29
4. Batismo e Circuncisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5. Batismo Como Meio de Santificação de Toda a
Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
6. Batismo Não é Invenção do Novo Testamento . . 37
7. Batismo de Prosélitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
8. O Tipo de Batismo no Antigo Testamento . . . . 43
9. Não Existe Texto na Bíblia que Exclui Crian-
ças do Batismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
10. A Denominada "Dedicação de Crianças" Não
Tem Fundamento i3 íblico . . . . . . . . . . . . . . 47
11. Batismo de Famílias Inteiras . . . . . . . . . . . . . . 49
12. O Argumento Negativo a Respeito do Batismo:
Jesus e Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
13. Testemunho da Igreja Antiga a Respeito do Ba-
tismo Infantil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
14. As Crianças Podem Crer? . . . . . . . . . . . . . . . . 63
15. "Deixai vir a mim os Pequeninos" . . . . . . . . . . 71
16. Batismo é Necessário? . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
17. No e Pelo Batismo o Espírito Santo Opera o Re-
nascimento ou Conversão . . . . . . . . . . . . . . . . 75
18. Questões e considerações Suplementares . . . . . . 81
Anotações ............................. 85