O documento descreve a prática do batismo infantil no período patrístico (100-451 d.C.), citando que nove dos doze Pais da Igreja dos dois primeiros séculos mencionaram a prática. Líderes como Policarpo, Ireneu, Cipriano e Agostinho defendiam claramente o batismo de crianças como símbolo da graça divina e rito de iniciação na igreja, enquanto que outros como Tertuliano preferiam adiar o batismo por motivos de conveniência. O documento não encontra nenhuma evid
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Parte 5 - A História Do Batismo Infantil No Período Patrístico.pdf
O documento descreve a prática do batismo infantil no período patrístico (100-451 d.C.), citando que nove dos doze Pais da Igreja dos dois primeiros séculos mencionaram a prática. Líderes como Policarpo, Ireneu, Cipriano e Agostinho defendiam claramente o batismo de crianças como símbolo da graça divina e rito de iniciação na igreja, enquanto que outros como Tertuliano preferiam adiar o batismo por motivos de conveniência. O documento não encontra nenhuma evid
O documento descreve a prática do batismo infantil no período patrístico (100-451 d.C.), citando que nove dos doze Pais da Igreja dos dois primeiros séculos mencionaram a prática. Líderes como Policarpo, Ireneu, Cipriano e Agostinho defendiam claramente o batismo de crianças como símbolo da graça divina e rito de iniciação na igreja, enquanto que outros como Tertuliano preferiam adiar o batismo por motivos de conveniência. O documento não encontra nenhuma evid
1 A Histria do Batismo Infantil no Perodo Patrstico:
O que estes primeiros lderes receberam do perodo apostlico e como se comportaram? Como a igreja entendeu sua relao com as crianas crists? Elas recebiam o rito do batismo para a iniciao na Igreja? O que diz a histria da Igreja? Compreende-se por Perodo Patrstico, os primeiros sculos da Igreja a partir do trmino dos documentos do Novo Testamento (c. 100 d. C.) at o decisivo Conclio de Calcednia (451 d. C). A histria importante como registro do como este assunto foi entendido pela Igreja nascente, e atravs das pocas. O escritor Paulo Anglada em seu livro O Batismo Infantil observa que os primeiros lderes da Igreja de um modo geral, reconheceram e mencionaram a prtica do batismo de crianas, como era de se esperar: Nove, dentre doze dos Pais que viveram nos dois primeiros sculos, referem-se prtica do batismo infantil 1 . Evidentemente alguns destes lderes jamais sero considerados por suas posies teolgicas quanto a outros temas, mas sim como testemunhas de que as crianas eram batizadas. Um contemporneo dos Apstolos, o Bispo de Esmirna, Policarpo (c. 69 d. C. Esmirna 155 d. C.), afirma em seu martrio que tinha vivido em servio de Cristo por oitenta e seis anos. Considerando que outra data recordada fora a sua idade de nascido, o estudioso Joachim Jeremias, em seu livro The Origins of Infant Baptism concluiu o seguinte: "Isto mostra, de certa forma, que seus pais ou foram cristos, ou foram, no mnimo, convertidos muito cedo, antes de seu nascimento. Se seus pais foram pagos em seu nascimento, ele deveria ter sido batizado com sua casa em sua converso. Mas, se seus pais foram cristos, a palavra SERVO de Cristo por oitenta e seis anos compreende-se um batismo cedo, aps seu nascimento, antes do que um batismo como uma criana de idade madura.... 2
1 ANGLADA, Paulo R. B. O Batismo Infantil. So Paulo: Os Puritanos, 2000, p. 44. 2 BAJIS, Jordan. Infant Baptism. Disponvel em: URL < http://goarch.org/ourfaith/ourfaith7067>. Acesso em: 17 de nov. 2009 Outro importante nome deste perodo o de Irineu, Bispo de Lion (sia Menor, c. 130 d. C. Lion, c. 208 d. C.). Conforme o cita Philippe Lanes em o Estudo Sobre o Batismo de Crianas, ler-se de Irineu que Cristo veio para salvar todas as pessoas por si mesmo; todas que por Cristo renascem em Deus; infantes, crianas, jovens e pessoas idosas. E a expresso latina Renascuntur in Deum renascer em Deus a expresso especfica empregada por todos os Pais da Igreja em referncia ao batismo com gua. 3
Tambm Tertuliano, grande apologeta cristo do segundo sculo (Cartago, c. 155 d. C id., c. 220 d. C ) afirmou: De acordo com a condio e a posio de cada um, e de acordo com a idade, mais proveitoso adiar o batismo, especialmente no caso das criancinhas. 4 Tertuliano pensava ser mais proveitoso adiar o batismo... no por contrariedade, mas por preveno. Ele acreditava que o batismo podia salvar por si mesmo, no poder regenerador do rito (ex opere operato da operao est operado). Tertuliano temendo que o pecado pudesse anular o efeito regenerador do batismo na vida do batizado, pensava que a melhor poca para o rito seria o fim da vida, como observou Louis Berkhof: O batismo de crianas j era corrente nos dias de Orgenes e Tertuliano, embora este ltimo o desestimulasse, com base em questes de convenincia. 5
De Orgenes (Alexandria, entre 183 e 186 Tiro entre 252 e 254) se l: A Igreja recebeu dos Apstolos a Tradio de dar o batismo tambm aos recm-nascidos". 6 E de Gregrio Nazianzeno, Dr. da Igreja (c. 330 id. C. 390) se percebe uma defesa racional do batismo infantil 7 , no obstante preferisse
3 IRINEU apud LANDES, Philippe. Estudo Sobre o Batismo de Crianas. So Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1952, p. 83. 4 TERTULIANO apud ROBERTS, Alexander, D. D. Et Al. The Writing of the Father - Tertulian Part Third. Massachusetts: Hendrickson Publishers, 1995, p. 178. 5 BERKHOF, Louis. Teologia Sistemtica. Campinas: Luz Para o Caminho Publicaes. 1999, p. 627. 6 AQUINO, Felipe. Escola da F. Disponvel em: URL <http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc= DOUTRINA&id=dou0337>. Loc. Cit. Ep. Ad. Rom. LV, 5,9. Acesso em: 17 de nov. 2009. 7 FRIEDRICH. The Theological Dictionary of The New Testamente. Michigan: WM. B. Eerdmans Publishing Company, 1967, Vol. V, p. 652. administra-lo, onde no houvesse perigo de morte, ao terceiro ano de vida do infante. 8
J Cipriano, Bispo de Cartago (c. 210 c. 258) afirma: "Do batismo e da graa no devemos afastar as crianas". 9 E em resposta a um bispo que lhe escreveu sobre o batismo de crianas se devemos esperar at o oitavo dia como fizeram os judeus a circunciso? Ele respondeu: No, a criana deve ser batizada logo que nasce." 10
Deste perodo, um dos mais importantes nomes o de Agostinho, Bispo de Hipona (Tasga, 354 m. 430). Nome de grande destaque entre os Pais da Igreja e considerado o telogo dos sacramentos por ter desenvolvido importantes conceitos sobre a Santa Ceia e o Batismo. E sobre o batismo infantil como sinal de graa e rito de iniciao afirma o seguinte: As crianas so apresentadas para receber a graa espiritual [o batismo], no tanto por aquelas que as levam nos braos,... Mas, sobretudo pela sociedade universal dos santos e dos fiis... 11 . Outro tambm importante nome desta poca o do controvertido Pelgio (Gr-Bretanha, c. 360 Egito, c. 422), que por desvios em importantes questes doutrinrias fora frontalmente combatido por Agostinho. Entretanto quanto ao batismo infantil afirma: O batismo deve ser administrado s crianas; com as mesmas palavras batismais com que administrado aos adultos 12 . E tece para si a seguinte defesa: Caluniam-me como se eu negasse o batismo de crianas. Nunca tive conhecimento de algum, nem mesmo o mais mpio hertico, que negasse o batismo s crianas; porque quem pode ser to mpio que impea as crianas de serem batizadas, de nascerem de novo em Cristo, fazendo que assim perca o direito do reino de Deus? 13
8 SCHAFF, Philip. History of the Christian Church. Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc. 1997.
9 Ibid., Loc. Cit. Carta a Fido. 10 LUTHERAN, The Church - Missouri Synod. Infant Baptism History. Disponvel em: URL <www.lcms. org/pages/internal.asp?NavID=4411>.Acesso em: 17 de nov. 2009 11 SCHAFF ,Philip. Pais Niceno e Ps-Niceno. NY: Christian Literature Publishing Co., 1887. Primeira Srie, Vol. I. Loc. Cit. Epstola 98,5 de Agostinho. Disponvel em: URL <http://www.newa dvent.org/fathers/1102098.htm>. Acesso em: 17 de nov. 2009. 12 PELGIO apud LANDES, Op. Cit., p. 89. 13 Ibid., p. 89. Como se observou, muitos so os documentos histricos que nitidamente confirmam a prtica do batismo infantil nos primeiros sculos da Igreja. E digna de grande nota e sumria importncia destacar que no existe qualquer documento oficial da Igreja negando o batismo s crianas crists.