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OPEN ACCESS

PSICO
Psico, Porto Alegre, v. 54, n. 1, p. 1-10, jan.-dez. 2023
e-ISSN: 1980-8623 | ISSN-L: 0103-5371

http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2023.1.37366

SEÇÃO: ARTIGO

A relação entre fobias específicas com ansiedade,


impulsividade e depressão: um estudo exploratório
The relation of specific phobias with anxiety, impulsivity and depression: an exploratory
study
La relación entre fobias específicas con ansiedad, impulsividad y depresión: um
estudio exploratorio

Silvio José Lemos Resumo: Uma fobia específica é um medo irreal ou extremo de uma situação,
objeto ou ambiente específico. Teorias iniciais sobre aquisição de fobias espe-
Vasconcellos1
orcid.org/0000-0001-6415-7494 cíficas favoreceram uma explicação no condicionamento do medo. Este artigo
silviojlvasco@hotmail.com
quantificou medos com um potencial ofensivo maior e menor para as espécies
em uma amostra de 148 estudantes com média de idade de 21,5 anos (DP = 2,6).
Além das diferenças estatisticamente significantes entre as duas categorias de
medo, houve uma correlação de medos de uma menor ofensa potencial para
Andressa Rocha da Cas1 humanos com ansiedade e depressão, estresse e impulsividade. Este trabalho
orcid.org/0000-0002-3463-7064
andressa.rdacas@gmail.com
pode ajudar a elucidar problemas relacionados a incidência de certas fobias.
Palavras-chave: fobias, ansiedade, depressão, impulsividade, psicologia
evolucionista
Stephane Mossmann
Abstract: A specific phobiais an unrealistic or extreme fear of a specific situation,
Ferreira1 object, or setting. Initial theories regarding the acquisition of specific phobias
orcid.org/0000-0002-4529-3113 favored a fear conditioning-based explanation. The present article quantified
stephanemosmann@gmail.com fears with higher and lower offensive potential for the human species in a sam-
ple of 148 students with an average age of 21,5 years (DP = 2,6). It In addition to
statistically significant differences between the two categories of fear, there was
Juliana Thais a correlation of fears of lower offensive potential for humans with anxiety and
Schneider1 depression, stress and impulsivity. This work may help to elucidate issues related
orcid.org/0000-0001-8519-3355 to the incidence of certain phobias.
julianatschneider@gmail.com Keywords: phobias, anxiety, depression, impulsiveness, evolutionary psychology
Resumen: Una fobia específica es un miedo poco realista o extremo a una situ-
Carolina Bevilacqua ación, objeto o entorno específico. Teorías iniciales sobre la adquisición de fobias
específicas favoreció una explicación basada en el condicionamiento del miedo.
Vedoin1 El presente artículo cuantificó los temores con un potencial ofensivo mayor y
orcid.org/0000-0002-7979-6990
carolinavedoin@gmail.com menor para la espécie en una muestra de 148 estudiantes comum a edad media
de 21, 5 años (DP= 2,6). Además de las diferencias estadísticamente significativas
entre las dos categorías de miedo, hubo una correlación de los temores de un
menor potencial ofensivo para los humanos con ansiedad y depresión, estrés e
Thamires Pereira impulsividad. Estetrabajo puede ayudar a dilucidar problemas relacionados con
Barbosa1 la incidencia de ciertas fobias.
orcid.org/0000-0002-7292-9148
thami.pereira@gmail.com
Palabras clave: fobias, ansiedade, depresión, impulsividade, psicología evo-
lucionista
Recebido em: 16 mar.2020.
Aprovado em: 26 maio2021. Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
Recebido em: 18 abr. 2023. em sua quinta edição – DSM-V, as fobias específicas inserem-se na cate-
goria denominada transtornos de ansiedade, sendo definidas pelo medo
Artigo está licenciado sob forma de uma licença ou ansiedade evocados pela presença de uma situação ou objeto fóbi-
Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

1
  Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil.
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co (Associação Americana de Psicologia [APA], ção em geral. Esses números tendem a ser mais
2013).O referido manual não apresenta, entretanto, elevados para mulheres (9,8%) em comparação
uma lista completa de todas as fobias possíveis, a homens (4,9%). Além disso, a comorbidade
considerando o próprio fato de que algumas po- com outros quadros clínicos ao longo da vida
dem ser exclusivamente direcionadas para um atingiu 72,6% dos casos, conforme indicou essa
objeto ou situação desencadeante. É o caso de mesma pesquisa (Wardenaar et al., 2017). Estu-
quadros patológicos como a cnidofobia (medo de dos anteriores indicavam percentuais mais altos,
cordas) ou ciberfobia (medo de computadores). alcançando 81% dos casos (Magee et al., 1996).
O Atlas da Saúde (2019) apresenta, em sua Ao revisarem 25 estudos em diferentes países
versão on-line, um catálogo onde são expostos e contextos, Eaton et al. (2018) sugeriram que as
482 tipos de fobias específicas. A denominação taxas de prevalência ao longo da vida podem
desses quadros costuma valer-se de uma pala- variar de 2 até 7% na população em geral. Esses
vra latina referente ao conteúdo da ansiedade, mesmos autores indicam ainda uma incidência
juntamente com o sufixo “fobia”, que representa maior em indivíduos do sexo feminino, prin-
o medo em suas diferentes formas de manifes- cipalmente no final da infância e ao longo da
tação. Cita-se como exemplo a palavra aracno- adolescência. Já no que se refere à associação
fobia, cujo prefixo “aracno” refere-se a aranhas, de fobias específicas em geral com doenças
sendo, portanto, uma fobia de aranhas (Santana físicas ou alterações fisiológicas, Witthauer et al.
et al., 2018). (2016) destacaram uma relação mais direta com a
As pesquisas epidemiológicas sobre a pre- incidência de problemas gastrointestinais, porém
valência das fobias específicas costumam ser não cardíacos na amostra investigada.
onerosas, considerando a própria pluralidade das Algumas explicações evolutivas para o fenô-
fobias existentes e as especificidades culturais meno das fobias específicas têm sido frequen-
para transtornos desse tipo. Um estudo com 200 temente aludidas na literatura especializada.
indivíduos realizado em uma província do Pa- Aventa-se, por exemplo, uma preparação estru-
quistão, identificou, por exemplo, taxas bastante tural do organismo para responder com maior
elevadas de fobia específica, alcançando quase prontidão aos estímulos que se mostram mais
a metade da população. Em contrapartida, uma ameaçadores. Essa perspectiva desafia uma das
pesquisa realizada em vinte localidades distintas explicações mais recorrentes envolvendo a teoria
na Itália identificou apenas 2,3% de ocorrência de do condicionamento que preconiza a equipoten-
fobias específicas na amostra investigada. Nes- cialidade dos estímulos desencadeantes (Coelho
se mesmo estudo, a comorbidade com outros & Purkis, 2009; Zsidó, 2018). Em outras palavras,
quadros clínicos mostrou-se presente em apro- determinados seres vivos, situação ou objeto
ximadamente metade dos casos em indivíduos tendem a mobilizar mais intensamente o medo
com idade superior a trinta anos (Sancassiani e, além disso, de um modo que independe de
et al., 2019). Um trabalho similar identificou que ocasiões prévias de pareamento.
a comorbidade, persistência e gravidade dos Uma sinalização seletiva correspondente ao
transtornos internalizantes, incluindo depressão, tipo de estímulo, sem descartar o processo de
aumentaram com o número de subtipos de fobias condicionamento em termos mais amplos, tem
específicas na infância, gerando uma taxa muito sido observada em estudos empíricos nesse
maior de tentativas de suicídio ao longo da vida campo (Lipp et al., 2014; Zsidó, 2018). Entretanto,
(Vries et al., 2019). uma revisão sistemática relacionada à resistência
Recentemente, um amplo estudo que alcan- à extinção envolvendo o medo de animais com
çou 22 países, totalizando uma amostra de 124.902 ou sem potencial ofensivo evidenciou que essa
indivíduos indicou a ocorrência de alguma fobia diferença foi encontrada em apenas 31% dos
específica ao longo da vida em 7,4% da popula- experimentos realizados (Ahs et al., 2018). Cabe
Silvio José Lemos Vasconcellos • et al.
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destacar ainda que um estudo de meta-análise trar-se-iam mais correlacionados a sintomas de


com gêmeos indicou uma herdabilidade de 45% ansiedade, depressão e impulsividade. A opção
para fobias específicas (Van Houtem et al., 2013). por elaborar um questionário para esses fins
Esses dados sugerem que a perspectiva evolutiva foi decorrente do fato de que os instrumentos
relacionada a uma preparação biológica diante pesquisados e existentes no contexto interna-
de determinados estímulos revela-se uma expli- cional para avaliar medos ou fobias específicas a
cação plausível, ainda que parcial para a etiologia exemplo do Situated Fear Questionnaire (SFQ) ou
dessas fobias. do Specific Phobia Questionaire (SPQ) não seriam
No que se refere aos circuitos cerebrais corres- adequados para testar a hipótese mencionada.
pondentes às manifestações das fobias específi- Ou seja, não foram elaborados com o intuito de
cas, cabe ressaltar que a reatividade emocional propiciar escores específicos para as modalidades
nesses quadros diz respeito à manifestação do de medo anteriormente aludidas.
medo em um sentido mais amplo. Achados atuais
sugerem, nesse sentido, a existência de duas Método
redes independentes capazes de promover o
condicionamento do medo e a sua respecti-
Participantes
va extinção. De um lado, um circuito capaz de
Participaram deste estudo 148 estudantes
abarcar estruturas como a ínsula, a amígdala,
universitários de diferentes cursos de uma uni-
o tálamo e o córtex ventromedial que, por sua
versidade pública na região sul do Brasil, sendo
vez, tendem a funcionar de forma não correlata
48 mulheres e 100 homens. A idade variou de 18
ao circuito que inclui córtex órbitofrontal, es-
até 32 anos, sendo que a média dos participantes
triado, cerebelo e outras (Marstaller et al., 2016).
foi de 21,5 anos e DP = 2,6.
A amígdala tem sido aludida como uma estru-
tura fundamental para esse tipo de reatividade
emocional. A especificidade no que se refere à Instrumentos
ativação dos núcleos basolaterais da amígdala O questionário para avaliar fobias específicas
também sugere que pode existir algum tipo de foi elaborado pelos pesquisadores a partir de
seletividade quanto a uma reação preparada 30fobias específicas, sendo 15delas relacionadas
para determinados estímulos (Mendez-Bertólo a organismos, objetos ou situações com maior
et al., 2016; Ahs et al., 2018). potencial ofensivo para a espécie. A expressão
Considerando a relação direta e dimensional de maior potencial ofensivo para a espécie fun-
da manifestação do medo com a ocorrência de damenta-se nos pressupostos da Psicologia
fobias específicas propriamente ditas, o presente Evolucionista que consideram situações, objetos
estudo buscou investigar em que medida a inten- ou organismos existentes há milhões de anos e
sidade de determinados tipos de medo apresen- que se mostram, desde o Pleistoceno, capazes de
tou relação com sintomas de depressão, ansie- colocar em risco um grande grupo de indivíduos
dade ou tendências comportamentais ligadas à (Vasconcellos, 2005). Citam-se como exemplo
impulsividade. Para tanto, os autores elaboraram acrofobia (medo de altura); brontofobia (medo de
um questionário pelo qual foi possível inserir raios e trovões); escotofobia (medo do escuro).
itens relativos ao medo de situações, organismos Além de outros 15 itens relacionados a fobias com
ou objetos com maior potencial ofensivo para baixo potencial ofensivo para a espécie, ou seja,
a espécie, bem como outros, indicando menor não condizentes com os princípios anteriormente
potencial ofensivo. A hipótese principal para este destacados. Citam-se como exemplo couloro-
trabalho relacionou-se à possibilidade de que os fobia (medo de palhaços); grafofobia (medo da
níveis de medo relativo a situações, organismos escrita); gerontofobia (medo de pessoas idosas).
e objetos com menor potencial ofensivo mos- Essa lista passou por três juízes, todos pesqui-
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sadores de temáticas relacionadas a transtornos autorrelato composta por 30 itens relacionados


de ansiedade e, a partir da avaliação qualitativa às manifestações da impulsividade e respondi-
desses mesmos itens quanto à possibilidade dos de acordo com uma escala do tipo Likert de
de inseri-los em uma ou outra categoria, uma quatro pontos, sendo: 1 = raramente ou nunca;
versão final do instrumento foi elaborada. Res- 2 = de vez em quando; 3 = com frequência; 4 =
tou, a partir disso, um protocolo com 16 itens, quase sempre/sempre. A pontuação da escala
sendo oito relacionados a fobias com menor varia de 30 a 120 pontos, e altos escores indicam
potencial ofensivo para a espécie (pnigerofobia; a presença de comportamentos impulsivos. Além
cremnofobia; aerofobia; anginofobia; astrafo- de um escore total, a BIS-11 permite o cálculo
bia; astrapofobia; aracnofobia; acluofobia) e oito de escores parciais referentes a três dimensões
itens com fobias mais raras e com um potencial da impulsividade, sendo eles a impulsividade
ofensivo supostamente menor para a espécie motora, a atencional e por não planejamento.
(gerontofobia; decidofobia; coulrofobia; cacor-
rafiofobia; alodoxafobia; afefobia; amnesifobia; Procedimentos para a coleta dos dados
aeronausiofobia). O cabeçalho deste instrumento
Após a autorização dos cursos nos quais a
solicitava que o participante indicasse o seu nível
pesquisa ocorreu, bem como a aprovação do pro-
de medo em uma escala Likert variando de 1 para
jeto pelo Comitê de Ética da universidade à qual
total ausência de medo e 7 para medo extremo.
está vinculado (Certificado de Apresentação para
Além disso, foi explicado aos participantes que
Apreciação Ética – CAAE: 95117418.1.0000.5346
o instrumento não objetivava identificar a exis-
e parecer consubstanciado número 2.821.393),
tência de determinadas fobias, mas tão somente
a pesquisa foi realizada em diferentes salas de
quantificar o medo relacionado aos estímulos
aula da universidade. Inicialmente, os partici-
desencadeantes.
pantes assinavam os termos de consentimento.
Foi utilizada a Escala de Depressão, Ansiedade
Na sequência, aplicavam-se os instrumentos
e Estresse (DASS-21), em sua versão reduzida,
DAS-21, BIS11 e, logo depois, o questionário sobre
desenvolvida por Lovibond e Lovibond (1995).
medos relacionados a fobias específicas. A coleta
Adaptada e validada para o Brasil por Vignola e
dos dados durou, em média, 25 minutos e, ao
Tucci (2014), a DASS-21 é uma escala de autorrela-
término da mesma, foi ratificado que os dados
to e possui 21 itens, onde cada fator corresponde a
seriam usados apenas para fins de pesquisa sem
uma subescala de sete itens. Os itens referem-se
a identificação dos participantes.
a sintomas experimentados pelo indivíduo na
semana anterior e usa uma escala do tipo Likert
Análise dos dados
de quatro pontos, sendo: 0 = não se aplicou de
Os dados foram analisados por meio do softwa-
maneira alguma; 1 = aplicou-se em algum grau,
re Statistical Package for Social Sciences (SPSS)
ou por pouco tempo; 2 = aplicou-se em um grau
– versão 20.0. As análises descritivas foram utiliza-
considerável, ou por uma boa parte do tempo; 3
das para melhor caracterizar a amostra avaliada.
= aplicou-se muito, ou na maioria do tempo. Para
A análise de normalidade dos dados foi feita por
obter o escore total da DASS-21, as pontuações
intermédio do teste de Klomogorov-Smirnov,
de cada subescala devem ser multiplicadas por
sendo verificados os valores de curtose e assi-
dois e as variações de escores correspondem a
metria das variáveis a serem analisadas, que se
níveis de sintomas, que variam entre “normal” e
situaram em torno de 0 (Field, 2009).
“muito grave”.
Também foi utilizada a Escala de Impulsividade
de Barratt (BIS-11) desenvolvida por Ernst Barratt Resultados
(1959), traduzida e adaptada para o Brasil por Na sequência, é apresentada a Tabela 1 con-
Malloy-Diniz et al. (2010). A BIS-11 é uma escala de tendo as correlações obtidas entre os fatores
Silvio José Lemos Vasconcellos • et al.
A relação entre fobias específicas com ansiedade, impulsividade e depressão: um estudo exploratório 5/10

constituintes da BIS11 e DAS 21 e os medos que para os organismos pertencentes à espécie a qual
integram as duas modalidades de fobias, consi- o ser humano pertence. Apresenta-se, ainda, a
derando, para tanto, o nível de potencial ofensivo média dos escores verificados na amostra.

Tabela 1 – Correlação entre fobias específicas, ansiedade, depressão e impulsividade

Fatores DAS 21 e BIS 11 Média Correlação com medos Correlação com medos
relacionados a estímulos com relacionados a estímulos com
maior potencial ofensivo para menor potencial ofensivo para
espécie espécie
Depressão 6,13 0,05 0,30**
Estresse 9,24 0,19** 0,33**
Ansiedade 4,77 0,02 0,26*
Impulsividade motora 24,05 0,09 0,24**
Impulsividade atencional 18,92 0,17 0,30**
Não planejamento 24,95 0,04 0,13
Nota. * p <0,05; ** p <0,001

A Tabela 1 é sugestiva quanto a uma possível A Tabela 2 estabelece uma comparação rela-
relação entre as principais variáveis investigadas. cionada aos escores dos medos anteriormente
Faz-se necessário considerar que as duas mo- mencionados e integram duas modalidades de
dalidades das fobias que fundamentaram esta fobias, considerando, para tanto, o nível de po-
pesquisa podem, portanto, apresentar relação tencial ofensivo para os organismos pertencentes
distintas com manifestações ligadas à ansiedade à espécie a qual o ser humano pertence.
e à impulsividade por exemplo.

Tabela 2 – Comparação quanto a ocorrência de medos relacionado a estímulos com maior potencial
ofensivo para a espécie (Maior POE) e medos relacionados a estímulos com menor potencial ofensivo
para a espécie (Menor POE)

Escolha envolvendo Maior POE Escolha envolvendo Menor POE Significância Tamanho do Efeito

Média DP* Média DP* t p d


23,99 9,9 17,57 5,9 35,7 <001 0,81
Nota. *Desvio-Padrão

A Tabela 2 compara as modalidades de fobia mite ainda avaliar os níveis de correlação desses
postuladas neste trabalho. Corrobora a distinção medos com sintomas de ansiedade, depressão e
destacada anteriormente e sugere, portanto, que impulsividade. Os níveis de estresse mensurados
essas modalidades de fobias podem envolver pela DAS 21 são aluídos neste artigo, porém ape-
mecanismos cognitivos diferenciados. nas de forma complementar, considerando que
tal avaliação acabou não perfazendo a hipótese
Discussão norteadora do estudo.

O presente estudo não objetivou examinar a A correlação entre os fatores que integram a

prevalência ou a incidência de fobias específicas. escala de impulsividade com as manifestações

Os dados permitem apenas inferir o quanto as de determinados medos revelou-se significativa

manifestações do medo relacionado a determi- apenas para a impulsividade atencional e os me-

nadas fobias específicas diferem-se quando o dos de menor potencial ofensivo para a espécie (r

potencial ofensivo para a espécie a qual perten- = .30; p < 0,01). A impulsividade atencional tem sido

cemos é considerado. Além disso, o trabalho per- descrita como uma inabilidade para prestar aten-
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ção e concentrar-se em determinados estímulos transtornos de ansiedade em geral. O citado


(Cservenka & Ray, 2017). O estudo de Wardenaar estudo não avaliou, no entanto, em que medida
et al. (2017) demonstrou uma comorbidade de algumas fobias específicas podem apresentar
fobias específicas com transtornos relacionados maior associação do que outras com base em
ao controle dos impulsos em 17,4% dos casos. critérios de periculosidade para a espécie.
Pode-se aventar que algum nível de dificulda- O estudo de Sancassiani et al. (2019) desen-
de em perceber e avaliar determinadas carac- volvido na Itália indicou uma comorbidade 16,6%
terísticas do estímulo, inclusive aquelas que se entre fobias específicas e depressão maior, bem
mostram capazes de indicar o potencial ofensivo como de 18,5% entre fobias específicas e ansie-
pode estar presente. O estudo de Hur et al. (2016) dade generalizada. Esses dados sugerem que
sugere que os processos atencionais do cérebro a hipótese de uma correlação alta e significa-
e a ação do substrato neural que viabiliza as tiva entre os sintomas ansiosos ou depressivos
funções executivas de um modo geral podem mensurados pela DAS 21 e determinados tipos
interferir diretamente na expressão do medo de fobia específica poderia estar em desacordo
conforme o estímulo apresentado. Essa relação com pesquisas recentes. Além disso, também é
ainda demanda, entretanto, novas testagens preciso considerar que o presente trabalho optou
com base em certos paradigmas experimentais por compor categorias de fobias específicas dis-
e que não foram, por certo, empregados neste tintas, sendo algumas delas bastante raras. Isso
trabalho, cuja proposta relaciona-se essencial- significa dizer que os achados anteriores podem
mente à Psicometria. ser tomados como parâmetros para nortear a
Sintomas de depressão e ansiedade apresen- discussão proposta, porém necessitam, ao mes-
taram uma correlação positiva e baixa, porém mo tempo, de uma relativização, considerando
significativa com medos relacionados a fobias o ineditismo da proposta descrita neste artigo.
de menor potencial ofensivo para a espécie. O O estudo de Hur et al. (2016) avaliou o fator neu-
estudo de Eaton et al. (2018) indicou que fobias roticismo e a sua relação com o foco atencional
relacionadas a fenômenos da natureza, animais, para determinados estímulos desencadeantes
além de serem mais prevalentes, mostram-se da emoção de medo. Os autores verificaram
mais persistentes quanto à manutenção do qua- que as características ligadas a esse grande
dro. O mesmo não ocorre com fobias mais raras fator da personalidade ampliam a efetividade do
e, portanto, menos associadas a organismos ou condicionamento, interferindo nos mecanismos
fenômenos de maior potencial ofensivo para o atencionais subjacentes. Considerando o próprio
Homo sapiens. Nesse sentido, é plausível con- fato de que o neuroticismo abarca manifestações
siderar o fato de que sintomas de ansiedade, também ligadas à ansiedade e à depressão, tal
estresse e depressão podem ter alguma relação verificação é igualmente capaz de subsidiar a
com um medo mais acentuado para situações discussão proposta no presente estudo.
menos perigosas. Considerando que a ansiedade Em termos gerais, destaca-se como o principal
se manifesta através de um sentimento vago achado da investigação realizada o fato de que
e desagradável de medo, apreensão, caracte- os sintomas de ansiedade e depressão não esti-
rizado por tensão ou desconforto derivado da veram correlacionados de forma estatisticamente
antecipação de perigo, a associação indicada significativa às duas modalidades de medos
neste trabalho, ainda que fraca, demonstra ser relacionadas, por sua vez, ao tipo de estímulo
explicável (Craske & Stein, 2016). desencadeante. Dito de outro modo, observou-se
O trabalho de Wardenaar et al. (2017) indicou, que esses mesmos sintomas se correlacionaram
nesses termos, que fobias específicas apresentam de forma estatisticamente significativa, ainda que
uma comorbidade com transtornos de humor branda, com medos atrelados a fobias conside-
em 34,3% dos casos e em 41,2% dos casos para radas pelos juízes/avaliadores do questionário
Silvio José Lemos Vasconcellos • et al.
A relação entre fobias específicas com ansiedade, impulsividade e depressão: um estudo exploratório 7/10

como não apresentando maior potencial ofensivo não possuíam controle inibitório quando compa-
para a espécie. São exemplos desses temores, rados ao grupo controle, e demonstraram níveis
a reação diante de estímulos como coulrofobia de medo diferentes em relação ao estímulo. O
(medo de palhaços) e alodoxafobia (medo de subgrupo de fobia dentária por exemplo, apresen-
opiniões diferentes). Infere-se, portanto, que a tou maior medo quanto a estímulos auditivos em
própria abrangência quanto às diferentes fobias relação ao grupo de fobia de aranha (Stefanescu
específicas que podem ser catalogadas e cuja et al., 2018). Tais achados mostram que os diferen-
vastidão dificulta a própria inserção dessas de- tes tipos de fobias específicas, embora estejam
nominações no DSM-V constitui-se como um relacionadas aos níveis de medo, podem diferir
campo de investigação que ainda demanda em relação aos estímulos específicos de cada
inúmeros trabalhos. Isso significa dizer que as elemento fóbico e no que concerne à ansiedade
especificidades que podem contribuir para o encontradas em outros transtornos.
medo de diferentes estímulos sugerem relações As características dos estímulos apresenta-
distintas com outros transtornos descritos no dos em diferentes tipos de fobias interferem na
citado manual. sensibilidade à detecção de ameaças. O estudo
Uma hipótese evolutiva para a etiologia de de Weierich e Treat (2015) revelou que pessoas
alguns transtornos de ansiedade não foi, en- que apresentavam fobia de aranha mostraram
tretanto, refutada pela presente pesquisa. Essa maior inclinação à detecção visual de ameaças
asserção deve-se ao próprio fato de que houve em relação a estímulos não ameaçadores. Tais
diferença estatisticamente significativa quando resultados demonstram que o processamento
comparados os escores de medo para as duas em relação a ameaças pode ser um facilitador
categorias de estímulos (t= 35,7; gl = 147, p < 0,01 para o aparecimento e a manutenção de certas
e d = 0,81). Em outras palavras, os escores rela- fobias. Em consonância, o estudo de Klan et al.
cionados a situações, organismos ou objetos de (2016) buscou investigar os substratos neurais
maior potencial ofensivo para a espécie foram em relação à previsibilidade de ameaças nos
verdadeiramente superiores. Esse achado, coa- transtornos de pânico e fobia específica, e os
duna-se com outros estudos que identificaram resultados demonstraram diferenças em rela-
maior retenção e aquisição de medo em casos ção à generalização do medo e da atividade
que possuem maior potencial de perigo (Lange neural reduzida nas áreas parietais dominantes
et al., 2019). Além disso, um estudo desenvolvido no hemisfério direito, que é associada à atenção
sobre fobia de aranha e de cobra revelou que emocional e à alocação de atenção. Dessa forma,
estas podem ser caracterizadas por uma retenção pode-se compreender as correlações encontra-
diferencial aprimorada e padrões de ativação das entre a impulsividade atencional e os medos
cerebral alterados durante a aquisição do medo. específicos de baixo perigo ofensivo a partir da
Essas descobertas fornecem informações sobre relação descrita no estudo.
as alterações da aprendizagem do medo em Nesse sentido, a literatura indica que o tra-
casos de fobias específicas e a sua relação com tamento de exposição voltados ao aumento de
fatores evolutivos (Zsido et al., 2018). extinção e nova consolidação da memória do
Em relação às emoções, o medo fóbico pode medo tem se mostrado eficaz na medida em que
estar associado a conectividades do processa- produzem os mesmos efeitos que o tratamento
mento de emoções. O estudo de Stefanescu et farmacológico, quando comparado com esse
al. (2018) investigou as redes de medo fóbico e (Meyerbröker et al., 2018). Além disso, outro es-
as mudanças de conectividade funcional em dois tudo identificou que características positivas de
tipos de fobias específicas, os achados mostraram saúde mental, compreendidas como fatores de
que os participantes que possuíam fobia de cobra bem-estar psicológicos agem como preditores
e fobia dentária (subtipo fobia lesão de sangue) de remissão de sintomas de pacientes que estão
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em terapia de exposição para fobias (Teismann Eaton, W. W., Bienvenu, O. J., & Miloyan, B. (2018). Specific
phobias. The lancet. Psychiatry, 5(8), 678-686. https://
et al., 2018). Portanto, infere-se que os resultados doi.org/10.1016/S2215-0366(18)30169-X
encontrados neste estudo podem ter relação
Field, A. (2009). Descobrindo a estatística usando o
em algum grau com as qualidades referentes à SPSS. Artmed.
saúde mental dos participantes.
Hur, J., Iordan, A. D., Berenbaum, H., & Dolcos, F. (2016).
No que se refere às limitações desta Emotion–attention interactions in fear conditioning:
pesquisa, embora configure-se como um es- Moderation by executive load, neuroticism, and awa-
reness. Biological Psychology, 121, 213-220. https://doi.
tudo exploratório, destaca-se o fato de que a org/10.1016/j.biopsycho.2015.10.007
amostra poderia ser ampliada, reservando ainda Klan T., Persike M., & Hiller W. Therapeut enbeglei-
a possibilidade da participação de um número tete und patientengeleitete Exposition bei Paniks-
törungmit Agoraphobie. Zeitschrift Fur Klinische Psy-
maior de mulheres. Além disso, o questionário chologie Und Psychotherapi, 45(1), 36-48. https://doi.
usado valeu-se de uma validação de conteú- org/10.1026/1616-3443/a000348
do apenas. Em grande parte, essa opção de- Lange, I., Goossens, L., Bakker, J., Michielse, S., Marcelis,
ve-se ao fato de que a diversidade de fobias M., Wichers, M., Os, J., Amelsvoort, T., & Schruers, K.
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of negative emotional states: Comparison of the De-
determinadas fobias menos frequentes poderia
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os autores consideram que um estudo posterior
rbp.2012.05.003
mais abrangente e capaz de viabilizar a análise
Magee, W. J., Eaton, W. W., Wittchen, H. U., McGonagle,
fatorial aludida é desejável no contexto nacional. K. A., & Kessler, R. C. (1996). Agoraphobia, simplephobia,
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10/10 Psico, Porto Alegre, v. 54, n. 1, p. 1-10, jan.-dez. 2023 | e-37366

Endereço para correspondência


Silvio José Lemos Vasconcellos
Av. Roraima, 1000
97105-900
Santa Maria, RS, Brasil

Os textos deste artigo foram revisados pela Poá


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