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ARTIGO DE REVISÃO

Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo
2009; 54(2):62-5

Medo e ansiedade: Aspectos comportamentais e


neuroanatômicos
Fear and anxiety: behavior and neuroanatomical aspects

Eduardo Ferreira de Carvalho-Netto1

Resumo specific defensive behaviors can be anatomically


differentiated. In fact, it was initially proposed two
O medo e a ansiedade são emoções que apresentam claro va- conceptual theories, the brain aversive system and the
lor adaptativo, e que tem suas origens nas reações de defesa behavioral inhibition system seeking to define a specific set
que os animais exibem em resposta a situações de ameaça à of brain structures responsible for both fear and anxiety
sobrevivência. A presente revisão descreveu evidências related defensive behaviors. After that, Gray and
neuroanatômicas dos circuitos neurais que comandam as McNaughton incorporated in a single defensive system, the
reações de defesa relacionadas ao medo e ansiedade. Dentre two above propositions, and recently, McNaughton and Corr
elas, o sistema cerebral aversivo (SCA), sistema inibitório added other neural structures on this theoretician
comportamental (SIC), a integração de ambos, realizada ini- conception. In addition, current evidence suggests that
cialmente por Gray e McNaugton, posteriormente por neural network, including specific amygdalar, septo-
McNaughton e Corr, seguido pelo circuito hipotalâmico de hippocampal and periaqueductal gray sites, putatively
defesa. O último mencionado, proposto pelo grupo de pes- involved in organizing fear and anxiety related defensive
quisa liderado pelo professor Newton Canteras, sugere um responses is centered around the medial hypothalamic
sistema de defesa único e integrado, envolvendo setores es- defensive system. We present here a review of the behavioral
pecíficos do hipotálamo medial, da amídala, do tálamo, da and anatomical characteristics of the fear and anxiety states.
Matéria Cinzenta periaquedutal e do sistema septo-
hipocampal, responsável pelos comportamentos defensivos Keywords: Fear, Anxiety, Behavior, Escape reaction,
relacionados ao medo (congelamento e fuga) e aqueles rela- Neural pathways
tivos à ansiedade (avaliação de risco).
Introdução
Descritores: Medo, Ansiedade, Comportamento, Reação de
fuga, Vias neurais O medo e a ansiedade são estados emocionais
correlacionados, qualificados subjetivamente como não
Abstract prazerosos e desagradáveis acompanhados por senti-
mentos de apreensão e insegurança e um conjunto de
Fear and anxiety are emotional states with high adaptive alterações comportamentais e psicofisiológicas (Nutt,
value that arise from defensive reactions displayed by 1990). Lader (1981) atribui como causa principal da an-
animals in situation of threat or danger. Systematic analyses siedade, a expectativa de um perigo iminente e indefi-
of the behavioral strategies displayed by laboratory rodents nido, porém sem que uma ameaça real seja identificada
in different level of threat have been related to the fear and ou, quando existente, é considerada pelos demais como
anxiety states. Neural systems research also indicates that desproporcional à intensidade da emoção. Graeff (1990)
cita como uma das raízes principais da ansiedade o sen-
timento de medo, por ser encontrado praticamente em
1. Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas todas as espécies e que tem como função sinalizar e
da Universidade de São Paulo preparar o organismo para situações de ameaça ou pe-
Trabalho apresentado: III Jornada de Psicologia – Neurociências rigo. A diferença entre os dois estados emocionais pode
do Comportamento – promovida pelo Setor de Psicologia do ser caracterizada em relação aos estímulos e/ou situa-
CAISM/ISCMSP ções que os desencadeiam, de forma que o medo surgi-
Fontes de Auxílio: Apoio Financeiro:FAPESP(06/05122-3)
ria diante de situações claras e evidentes de ameaça e
Endereço para correspondência: Eduardo Ferreira de Carvalho-
Netto. Departamento de Anatomia – ICB/USP. Rua Prof. Lineu perigo, enquanto a ansiedade seria desencadeada por
Prestes, 2415 – Cidade Universitária - 05508-900 – São Paulo – situações onde o perigo é apenas potencial, vago e in-
SP – Brasil - fone: 3091-8464 – efcnetto@usp.br certo (Blanchard et al, 1990).

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Contudo, quando nos referimos à ansiedade e ao ciado aos comportamentos de fuga e congelamento,
medo, podemos considerá-los como estados emocio- onde o animal tenta escapar da situação de confronto
nais essenciais dentro do repertório afetivo humano, com o predador, caso exista uma rota de saída no
uma vez que até determinado grau estas emoções ambiente, ou permanece imóvel, no chamado estado
podem favorecer o desempenho em tarefas de natu- de congelamento, caso a fuga não seja viável e/ou o
reza motora e cognitiva. Dentro deste contexto, esses predador mantenha ainda certa distância. Finalmen-
processos emocionais são vistos como fenômenos que te, no caso em que o predador está muito próximo ou
apresentam claro valor adaptativo. Todavia, quando em contato direto com o animal, os comportamentos
essas emoções superam níveis considerados de nor- observados são tentativas descontroladas e não
malidade, comprometendo o desempenho individu- direcionadas de fuga ou luta defensiva (postura de
al nas atividades cotidianas, passam a ser considera- ameaça e mordidas no predador).
das patologias do sistema de defesa humano, sendo Na tentativa de diferenciar os comportamentos
classificadas como transtornos de ansiedade relacionados com ansiedade e medo, esses pesquisa-
(American Psychiatry Association, 1994). dores sugerem que quando o estímulo ou a situação
ameaçadora é real, como a presença do predador, os
Comportamento Defensivo comportamentos desencadeados (fuga e congelamen-
to) seriam representativos de medo ou pânico, enquan-
A investigação do comportamento defensivo em to os representativos de ansiedade (avaliação de ris-
vários mamíferos (principalmente em roedores de la- co) seriam desencadeados por estímulos ou situações
boratório: ratos e camundongos) tem contribuído de apenas potencialmente ameaçadoras como o odor do
forma significativa para o entendimento das bases predador (Blanchard et al, 1993). A essa análise
neurais relacionadas aos transtornos de ansiedade etoexperimental, Gray e McNaughton (2000) adicio-
(Marks, 1987; Blanchard, Blanchard, 1988). A correla- naram componentes da teoria da aprendizagem, in-
ção das emoções humanas com as respostas comporta- cluindo estímulos condicionados que sinalizam puni-
mentais emitidas pelos animais tem sido feita com ção ou perda de recompensa (frustração) como
base na proposta evolutiva de Charles Darwin, eliciadores de ansiedade. Esses autores também real-
publicada originalmente em 1872 em seu livro The çam a importância da existência do conflito esquiva-
expression of the Emotions in Man and Animals. Segundo aproximação e da direção da resposta para a distin-
Darwin, 1872 apud (Graeff, 1990; Panksepp, 1990; ção entre medo e ansiedade. Assim, quando a situa-
Graeff, Zangrossi, 2002), o homem, tendo os animais ção permite aproximação ao estímulo aversivo, carac-
como seus ancestrais, compartilha com eles não só terizando um conflito entre aproximação e evitação,
características físicas, mas também suas emoções bá- os comportamentos observados (inibição comporta-
sicas. De acordo com esta perspectiva, o medo e ansi- mental e avaliação de risco) estariam relacionados à
edade são emoções que apresentam claro valor ansiedade. Por outro lado, quando a situação oferece
adaptativo, e que tem suas origens nas reações de de- somente as estratégias de defesa do tipo esquiva ati-
fesa que os animais exibem em resposta a situações va e fuga, os comportamentos estariam relacionados
de ameaça que podem comprometer sua integridade com o medo. Ainda, é importante ressaltar os efeitos
física ou sobrevivência. farmacológicos na diferenciação do medo e da ansie-
As estratégias defensivas utilizadas por animais dade. Em outras palavras, comportamentos relacio-
de laboratório em diferentes níveis de ameaça têm sido nados ao estado de medo, tais como fuga e luta, são
relacionadas a diferentes estados emocionais sensíveis a compostos panicolíticos clinicamente tes-
(Blanchard, Blanchard, 1988; Gray, McNaughton, 2000; tados (ex: imipramina), enquanto aqueles relaciona-
Graeff, Zangrossi, 2002). Exemplificando, os pesqui- dos à ansiedade (comportamentos de avaliação risco)
sadores Robert e Caroline Blanchard da Universida- são sensíveis aos ansiolíticos clássicos, como os
de do Havaí, estudando as respostas defensivas de benzodiazepínicos (Gray, McNaughton, 2000;
roedores em confronto com predadores (Blanchard, Blanchard et al, 2001).
Blanchard, 1988; Blanchard et al, 1997), classificaram
o tipo de estratégia defensiva adotada de acordo com Circuito Neural
o nível de ameaça, a saber: potencial, distal e proximal.
No primeiro nível, as estratégias observadas são com- Nas últimas décadas, vem ocorrendo um progres-
portamentos exploratórios cautelosos e hesitantes, so significativo no conhecimento das estruturas e sis-
usando posturas e movimentos do corpo que possibi- temas neuroanatômicos relacionados com os estados
litam a aproximação e a investigação da possível ame- de medo e ansiedade. Grande parte desse conhecimen-
aça, denominados de comportamentos de avaliação to provém dos estudos clássicos da neurofisiologia -
de risco. O segundo nível de defesa (distal) está asso- ablação, estimulação elétrica e estimulação química de

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estruturas encefálicas. Os trabalhos pioneiros de Hess ambas as tendências (aproximação e esquiva) e os


e seus seguidores (Hess, Brugger, 1943; Fernandez de comportamentos por ele ativados (inibição comporta-
Molina, Hunsperger, 1959) demonstraram que a mental e avaliação de risco) seriam relacionados ao
estimulação elétrica de um contínuo formado pela estado de ansiedade. Por outro lado, quando a fonte
matéria cinzenta que margeia o terceiro ventrículo, no de ameaça não induz aproximação e pode ser evita-
nível do hipotálamo, e se estende caudalmente à área da, as respostas comportamentais (ex. fuga e esquiva
que circunda o aqueduto do mesencéfalo (matéria cin- ativa) expressas para afastar o animal do estímulo
zenta periaquedutal - MCP), desencadeia reações de aversivo, seriam relacionadas ao estado de medo.
defesa bem estruturadas em gatos, tais como de ame- Recentemente, McNaughton e Corr (2004) revisa-
aça, luta e fuga, acompanhadas de manifestações ram e expandiram os conceitos da teoria de Gray e
neurovegetativas. Verificaram ainda, que a estimu- McNaughton (2000) incluídos no livro Neuropsychology
lação da amígdala (AM), estrutura situada sob o córtex of Anxiety. Esses pesquisadores propõem que o con-
temporal e ligada ao hipotálamo por densas vias ner- junto de estruturas encefálicas envolvidas nos siste-
vosas, produzia reações de defesa afetiva, perduran- mas de defesa que modulam comportamentos relaci-
do após a cessação do estímulo. onados ao medo e a ansiedade são entidades catego-
Diante dessas evidências experimentais, junta- ricamente distintas inter e intra-conectadas. Basean-
mente com estudos adicionais, o grupo de pesquisa do-se no conceito de distância defensiva (Blanchard,
liderado pelo professor Frederico Graeff (1981) pro- Blanchard, 1988; Blanchard et al, 1993), postularam que
pôs que o hipotálamo medial, a AM e a MCP, um con- as estruturas que comandam essas reações de defesa
junto de estruturas longitudinalmente organizadas e estão igualmente organizadas numa hierarquia fun-
reciprocamente interconectadas, representariam o cional (do córtex pré-frontal a MCP), atuando de acor-
principal substrato neural para expressão de altera- do com a distância em que se encontra a fonte de peri-
ções comportamentais e neurovegetativas em resposta go, de modo que todas as estruturas envolvidas parti-
a estímulos aversivos. Esse conjunto foi denominado cipam da modulação de todos os comportamentos.
de sistema cerebral aversivo (SCA). Exemplificando, os comportamentos defensivos rela-
Quase simultaneamente, os dados experimentais tivos à ansiedade (ex. avaliação de risco) seriam orga-
oriundos do laboratório de pesquisa do psicólogo in- nizados e expressos principalmente por estruturas
glês Jeffrey Gray, que apontavam a participação do prosencefálicas (ex. córtex pré-frontal, sistema septo-
sistema septo-hipocampal no comportamento defen- hipocampal e amígdala). No entanto, estruturas
sivo, foram publicados no livro intitulado anatomicamente mais caudais e que conhecidamente
Neuropsychology of Anxiety (1982). De acordo com Gray estão envolvidas com as respostas de medo, como a
(1982), o sistema septo-hipocampal seria o principal MCP e o hipotálamo medial, também participariam
substrato do sistema de inibição comportamental sutilmente do controle comportamentos mais elabo-
(SIC). Este sistema responderia a sinais condiciona- rados relacionados à ansiedade.
dos de punição, estímulos de perigos inatos ou situa- Adicionalmente, estudos conduzidos em nosso
ções novas e sinais de frustração condicionada atra- laboratório, utilizando técnicas de lesões neurais bem
vés da inibição de qualquer comportamento que esti- como mapeamento funcional, revelaram uma série de
vesse sendo realizado pelo animal juntamente com outros sítios neurais responsáveis pelas respostas de
aumento do nível de vigilância e da atenção. Posteri- medo (Canteras et al, 1997; Martinez et al, 2008;
ormente, Gray e McNaughton (2000) publicaram a Cezário et al, 2008). De fato, esses estudos delinearam
segunda edição do livro Neuropsychology of Anxiety, a participação de setores específicos do hipotálamo
procurando integrar o construto do SIC com o do SCA. medial (núcleo hipotalâmico anterior, núcleo ventro-
Algumas importantes mudanças conceituais foram medial, parte dorsomedial e núcleo pré-mamilar
incluídas nesta última formulação. Dentre elas, a fun- dorsal), da amígdala (núcleo medial, basomedial e
ção principal do sistema septo-hipocampal passou a núcleo lateral), do tálamo (núcleo anteromedial ven-
ser detectar os conflitos entre tendências de aproxi- tral) e da matéria cinzenta periaquedutal (região
mação e afastamento da fonte de perigo. Em outras dorsolateral) na integração e expressão de respostas
palavras, dois sistemas em paralelo seriam ativados, de defesa em roedores expostos ao predador natural
o “sistema cerebral de aproximação” (representado bem como ao contexto associado à ameaça predatória
principalmente pelo estriado ventral e núcleo (Canteras et al, 1997; Martinez et al, 2008; Cezário et
accumbens), incentivando a busca de satisfação das al, 2008). Em conjunto, esses dados experimentais
necessidades biológicas, como alimento e sexo, e o sis- apontam para um circuito neural comum responsá-
tema cerebral aversivo, gerando tendências de esqui- vel pela integração e expressão tanto das respostas
va ou fuga de fontes de perigo inatas ou aprendidas. defensivas exibidas diante do predador (fuga e con-
Nesse caso, o sistema septo-hipocampal detectaria gelamento) como aquelas relacionadas ao contexto

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Blanchard RJ, Griebel G, Henrie JA, Blanchard DC. Differentiation Trabalho aprovado: 09/04/2009

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