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ANA LUIZA LUCAS

ISABELE SANCHES
JAQUELIANE BEZERRA
THALIA GONÇALVES

ANSIEDADE NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Telêmaco Borba - PR
2023
ANA LUIZA LUCAS
ISABELE SANCHES
JAQUELIANE BEZERRA
THALIA GONÇALVES

ANSIEDADE NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Trabalho apresentado ao Centro


Universitário UNIFATEB como requisito
parcial à obtenção de nota na disciplina
de Psicoterapia em Análise do
Comportamento.

Professora: Esp. Ellen Caroline Z. Vicente

Telêmaco Borba - PR
2023
INTRODUÇÃO

A ansiedade por ser uma emoção derivada do medo, está presente no nosso dia a
dia, é um complexo mecanismo de sobrevivência e autoproteção da humanidade, é
algo normal e necessário para a existência humana. No entanto, existe um tipo de
ansiedade que não é ligada a nossos instintos e se torna uma barreira para o
desenvolvimento humano.
Essa barreira é uma psicopatologia, é conhecida como transtorno de ansiedade,
atualmente ela vem afetando uma grande porcentagem das populações mundiais
como um todo. Esses transtornos de ansiedade têm e compartilham características
de medo e ansiedade excessivos e distúrbios comportamentais relacionados.
Este trabalho tem como seu objetivo entender o que é a ansiedade como uma
definição, compreender esse transtorno com enfoque na análise do comportamento,
e como é feita uma intervenção desse transtorno sob a análise do comportamento,
para se construir este trabalho, utilizou-se de revisões bibliográficas já existentes
sobre o assunto abordado.

1 TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS SOB O ENFOQUE DA ANÁLISE DO


COMPORTAMENTO

1.1 DEFINIÇÃO DE ANSIEDADE


A ansiedade, como componente de um comportamento emocional, é um conjunto de
estados corporais eliciados por estímulos aversivos, que "perturba" ou "desintegra" o
desempenho operante, no sentido de mudar a probabilidade do operante diante da
"situação de perigo" que indica a ocasião para um "dano iminente ao organismo
(Skinner, 1991, p. 18). Assim, na definição da emoção ansiedade é necessário
considerá-la como "um estado particular de alta ou baixa frequência de uma ou mais
respostas induzidas por qualquer uma dentre uma classe de operações
(motivacionais, envolvendo controle aversivo]" (Skinner, 2000 p. 182).
Segundo o DSM-5 (2022.pág-215) os transtornos de ansiedade incluem transtornos
que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e distúrbios
comportamentais relacionados. O medo é a resposta emocional a uma ameaça
iminente real ou percebida, enquanto a ansiedade é a antecipação de uma ameaça
futura. Obviamente, esses dois estados se sobrepõem, mas também diferem, com o
medo mais frequentemente associado a surtos de excitação autonômica necessários
para lutar ou fugir, pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga, e
ansiedade mais frequentemente associada à tensão muscular e vigilância em
preparação para perigo futuro e comportamentos cautelosos ou evitativos.
De acordo com o DSM-5, os transtornos de ansiedade diferem do medo ou
ansiedade normativos do desenvolvimento por serem excessivos ou persistirem
além dos períodos apropriados ao desenvolvimento. Eles diferem do medo ou
ansiedade transitórios, muitas vezes induzidos pelo estresse, por serem persistentes
(por exemplo, geralmente com duração de 6 meses ou mais), embora o critério de
duração pretenda ser um guia geral com permissão para algum grau de flexibilidade
e, às vezes, de menor duração. duração em crianças (como no transtorno de
ansiedade de separação e mutismo seletivo). Como os indivíduos com transtornos
de ansiedade geralmente superestimam o perigo em situações que temem ou
evitam, a determinação primária se o medo ou a ansiedade é excessivo ou
desproporcional é feita pelo clínico, levando em consideração fatores contextuais
culturais. Muitos dos transtornos de ansiedade se desenvolvem na infância e tendem
a persistir se não forem tratados. DSM-5 (2022.pág-215).
Os transtornos da ansiedade afetam a população geral com maior frequência do que
qualquer outro transtorno psicológico. Segundo Lepine (2002), só nos Estados
Unidos, o número de pessoas que sofre ou sofreu com transtornos de ansiedade
chega a 15,7 milhões. No Brasil, os dados não são muito diferentes: as fobias e a
ansiedade são os principais problemas de saúde mental da população urbana, com
prevalência global de distúrbios psiquiátricos (EPG) variando de 8 a 18% (Almeida
Filho et al., 1992).

1.2 ANÁLISE DA ANSIEDADE PARA A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Para Skinner (1991) a ansiedade, é como um componente de comportamento


emocional, é um conjunto de estados corporais eliciados por estímulos aversivos,
que "perturba" ou "desintegra" o desempenho operante, no sentido de mudar a
probabilidade do operante diante da "situação de perigo" que indica a ocasião para
um "dano iminente ao organismo.
Com base na visão comportamental da ansiedade como "um conjunto de
predisposições emocionais atribuídas a um tipo especial de circunstâncias" (Skinner,
2000 p. 198). Assim, na definição da emoção ansiedade é necessário considerá-la
como "um estado particular de alta ou baixa frequência de uma ou mais respostas
induzidas por qualquer uma dentre uma classe de operações (motivacionais,
envolvendo controle aversivo). (Skinner, 2000 p. 182).
É necessário compreender todas as circunstâncias envolvidas na emoção e não
apenas se limitar ao nome dado à condição sentida ou ao estado corporal. "Medo" e
"ansiedade", por exemplo, ilustram a limitação dos nomes e, com frequência, são
bastante confundidos: a ansiedade descreve a condição sentida diante do aumento
da probabilidade do estímulo aversivo ocorrer de novo, e o medo descreve a
condição sentida diante da diminuição da probabilidade de emissão de uma resposta
operante que, se fosse emitida, poderia produzir o estimulo aversivo (Skinner, 1991).
Ao se considerar a existência de uma condição externa com função na eliciação de
uma emoção, compreende-se que, para lidar com essa emoção, deve-se alterar
essa condição externa alterando o condicionamento respondente que foi produzido
na interação com essa condição externa, pois foi a partir do emparelhamento de
estímulos incondicionais com estímulos neutros que foi condicionada uma condição
corporal de ansiedade e, portanto, o corpo "ficou respondente" ao controle desses
estímulos, que se tornaram condicionais. Um exemplo é a condição de prova para a
obtenção da carteira nacional de habilitação (CNH): uma única reprovação pode ser
suficiente para que a prova se torne eliciadora de ansiedade. O comportamento
operante de esquiva pode ser previsto não apenas porque evita outra possível
reprovação, que é um reforçador negativo, mas porque surge uma condição
emocional complexa chamada ansiedade que também é aversiva e que, portanto, é
ocasião para a esquiva. Ou seja, o indivíduo pode emitir o comportamento de
esquiva não apenas da situação de prova, mas também de suas próprias reações de
ansiedade (Skinner, 2000).

1.3 TÉCNICA DE INTERVENÇÃO


O aspecto principal abordado diz respeito à presença de contingências aversivas,
tanto na instalação quanto na manutenção da ansiedade. Desde os modelos
experimentais, passando pela definição de supressão condicionada, ou pela
importância das respostas de fuga e esquiva da estimulação aversiva, a sinalização
do estímulo aversivo pelo estímulo pré-aversivo é tida como uma contingência
importante na conceituação da ansiedade.
Embora a literatura enfatize contingências em que um evento sinaliza previamente
um estímulo aversivo, há circunstâncias na vida cotidiana em que um evento sinaliza
previamente um estímulo reforçador positivo e um tipo de ansiedade parece emergir.
A sinalização de uma viagem muita esperada, ou de um presente desejado
constituem exemplos dessas circunstâncias, quando tal sinalização acaba por
adquirir funções aversivas, relacionadas à espera. Segundo Zamignani e Banaco
(2005), esse tipo de contingência não é o que dá origem à ansiedade como
problema clínico. Mas, nesse caso, estamos diante de uma situação em que a
literatura (teórica, experimental e clínica) tende a enfatizar um aspecto (a função
aversiva do evento sinalizado) por sua relevância clínica, ignorando uma variação
relevante no fenômeno simplesmente porque ela não dá (pelo menos com a mesma
frequência) origem a demandas terapêuticas. Por outro lado, ainda é necessário
explicar por que a sinalização de um reforçador positivo, mesmo assumindo uma
função aversiva (a sinalização), não dá origem aos mesmos problemas.
Se um evento sinaliza um estímulo atrasado, mas não elicia a chamada resposta
fisiológica de ansiedade, nem o indivíduo para de responder sob controle de outras
contingências, isso provavelmente significa que "aprendeu a esperar". Na nossa
cultura, essa aprendizagem se realiza frequentemente sob a forma de uma espera
por reforços positivos, e no contexto de contingências de autocontrole. Nesse caso,
possivelmente a ansiedade guarda relação com repertórios de autocontrole, em
particular, a "ansiedade clínica" (que envolve a espera por estímulos aversivos). Se
o indivíduo, em sua história de vida, já aprendeu a responder sob controle de
reforços atrasados de maior magnitude (autocontrole), em contextos de esquemas
concorrentes, pode ser menos provável que a sinalização do estímulo atrasado
assuma funções aversivas. Entretanto, para um indivíduo que responde
predominantemente sob controle de contingências imediatas (impulsividade) será
mais provável que sinalização do reforço atrasado se torne um evento com funções
aversivas, capaz de gerar ansiedade. Se entendermos que problemas com o
autocontrole podem estar relacionados com a ansiedade como queixa clínica,
mesmo que em menor medida, a análise dessas variáveis se torna ainda mais
importante.

Quando se trata dos tipos de intervenção pode-se perceber que elas enfatizam
aspectos diferentes dessas relações. Algumas intervenções enfatizam aspectos
relacionados à condição corporal, visando principalmente uma redução nos sintomas
fisiológicos, a fim de garantir uma diminuição da ansiedade. Outras propostas de
intervenção são realizadas enfocando as relações operantes não verbais envolvidas
na definição de ansiedade. São intervenções realizadas objetivando, principalmente,
modificações ambientais e/ou comportamentais relacionadas com a contingência
aversiva. Por último, há as intervenções que visam também uma modificação nas
relações operantes verbais envolvidas na ansiedade. Neste caso, as intervenções
têm como objetivo principal alterar a função dos eventos verbais como eliciadores da
condição corporal característica de ansiedade.
À luz do modelo proposto por Tourinho (2006), pode-se interpretar esses diferentes
tipos de intervenção como possibilidades de alcance da terapia analítico-
comportamental. Dessa maneira, se entendemos a ansiedade como um fenômeno
comportamental com diferentes níveis de complexidade, as intervenções propostas
deveriam visar as diferentes relações que se apresentam na definição do fenômeno.
Nesse sentido, não se trata de afirmar que uma intervenção é mais eficaz do que
outra, mas sim de elucidar que se deve intervir sobre as relações que estão
envolvidas, sendo elas dos níveis filogenético, ontogenético ou cultural.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização do trabalho foi possível identificar que a ansiedade está presente
em nosso dia a dia, sendo normal para a humanidade, porém a ansiedade que não é
ligada ao instinto humano conhecida como transtorno de ansiedade acaba afetando
uma grande parte da população, algumas com maior frequência do que outras,
pessoas com transtorno de ansiedade podem ter com frequência pensamentos e
comportamentos que as impedem muitas vezes de ter uma vida mais tranquila,
causando danos iminentes ao organismo, podendo acontecer muitas vezes um
comportamento operante de esquiva, evitando de fazer algumas coisas que lhe
causam essa ansiedade.
A psicoterapia em análise do comportamento pode ajudar o indivíduo com
intervenções para a redução de sintomas fisiológicos, garantindo a diminuição dessa
ansiedade, tendo como objetivo a alteração da função dos eventos verbais que elicia
a condição corporal característica de ansiedade.
Principais conclusões sobre o tema.

REFERÊNCIAS
American Psychiatric Association: Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition, Text Revision. Washington, DC, Associação Psiquiátrica
Americana, 2022.
Tourinho, E. Z. (2006). Relações comportamentais como objeto da Psicologia:
Algumas implicações.
Skinner. B. F. (1957). Verbal Behavior. Englewood Cliffs, N. J.: Prentice-Hall.
(1968). The Technology of Teaching. Nova York: Appleton-Century-Crofts.
(1974). About Behaviorism. Nova York: Alfred A. Knopf.
(1981). Selection by Consequences. Science, 213, 501-504.
(1991), Questões Recentes na Análise Comportamental. Tradução Anita
Liberalesso.
American Psychological Association: Coêlho, N. L., & Tourinho, E. Z.. (2008). O
conceito de ansiedade na análise do comportamento. Psicologia: Reflexão E Crítica,
21(Psicol. Reflex. Crit., 2008 21(2)), 171–178. https://doi.org/10.1590/S0102-
79722008000200002
Vancouver: Coêlho NL, Tourinho EZ. O conceito de ansiedade na análise do
comportamento. Psicol Reflex Crit [Internet]. 2008;21(Psicol. Reflex. Crit., 2008
21(2)):171–8. Available from: https://doi.org/10.1590/S0102-79722008000200002

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