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Orçamento e

Planejamento
Empresarial

Luis Neco
Disciplina: ORÇAMENTO E PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
Profº. Luis Neco

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

EMENTA
A função do orçamento. Programação orçamentária. Tipos de orçamento. Orçamento empresarial
integrado. Demonstrações contábeis projetadas. Análise e variações orçamentárias. Abordagem
comportamental do orçamento.

OBJETIVO DA DISCIPLINA
Esta disciplina complementa e estende os tópicos apresentados em Administração Financeira,
enfatizando o uso gerencial das informações geradas pelo orçamento. A disciplina terá como
abordagem principal o uso do orçamento enquanto ferramenta auxiliar para o planejamento e
controle das atividades empresariais.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CARDOSO, Ruy Lopes. Orçamento empresarial: aprender fazendo. 2 ed. São Paulo: Ed. Atlas,
2014.
HOJI, Masakazu. Administração financeira e Orçamentária. São Paulo: Atlas, 2014.

OBRAS CONSULTADAS
ANTHONY, Robert N. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Brasiliense, 1977.
ATKINSON, Anthony A.; KAPLAN, Robert S.; MATSUMURA, Ella Mae; YOUNG, S. Mary.
Contabilidade gerencial: informação para tomada de decisão e execução da estratégia.
São Paulo: Atlas, 2015.
BETHLEM, Agricola. Estratégia empresarial. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2004.
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços. 7ª Ed. São
Paulo: Atlas, 2019.
CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico: da intenção aos resultados.
4ª ed. São Paulo: Atlas, 2020.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 6ª Ed. São Paulo: Atlas,
2010.
FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo Cesar. Controladoria: teoria e prática. 5 ed. São
Paulo: Atlas, 2017.
FREZATTI, Fabio. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 5 ed. São Paulo:
Atlas, 2009.
GARRISON, Ray H; NOREEN, Eric W.; BREWER, Peter C Contabilidade gerencial. 14ª ed. São
Paulo: AMGH, 2013
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12ª ed. São Paulo: Pearson Addison
Wesley, 2010.
HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de Custos,
volume 1. 11ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

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HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de Custos,
volume 2. 11ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
HORNGREN, Charles T.; SANDEM, Gary L.; STRATTON, Willian O. Contabilidade Gerencial.
12ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
LEONE, George Guerra. Custos: um enforque gerencial. 14ª Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001.
MOREIRA, José Carlos. Orçamento empresarial. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
OLIVEIRA, Luís M.; PEREZ JR., José H.; SILVA, Carlos Alberto dos S. Controladoria
estratégica: textos e casos práticos com solução. São Paulo: Atlas, 2017.
PADOVEZE, Clovis Luís; TARANTO, Fernando Cesar. Orçamento empresarial. São Paulo:
Pearson, 2009.
SANVICENTE, Antonio Zoratto; SANTOS, Celso da Costa. Orçamento na administração de
empresas: planejamento e controle. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1995.
WELSCH, Glen A. Orçamento empresarial. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1983.

SUMÁRIO

I. PRINCÍPIOS DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

II. SOBRE O ORÇAMENTO EMPRESARIAL

III. PLANEJAMENTO E CONTROLE POR MEIO DO ORÇAMENTO

IV. PENSANDO UM PLANO ORÇAMENTÁRIO

V. PROJETANDO AS VENDAS

VI. PLANEJANDO A PRODUÇÃO

VII. MENSURANDO O APOIO OPERACIONAL

VIII. AVALIANDO OS PROJETOS FUTUROS

IX. ESTIMANDO OS RECURSOS IMEDIATOS

X. VERTENTES DO ORÇAMENTO

XI. A VERTENTE CLÁSSICA E ALGUMAS TIPOLOGIAS DE ORÇAMENTO

XII. A VERTENTE FLEXÍVEL E ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O ORÇAMENTO

XIII. ACOMPANHAMENTO E ANÁLISE DAS VARIAÇÕES ORÇAMENTÁRIA

XIV. ORÇAMENTO EMPRESARIAL INTEGRADO

XV. O ORÇAMENTO EMPRESARIAL E AS MÉTRICAS DE ACOMPANHAMENTO

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TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

Quando a cabeça não pensa, o corpo padece


ditado popular

Esse tópico visa apresentar as principais abordagens sobre planejamento, execução e controle e
sua estreita relação com o orçamento empresarial.

Com essa meta traçada, esperamos que, ao final dessa aula, você seja capaz de:
1) Apropriar-se dos conceitos e definições de planejamento, execução e controle;
2) Perceber o planejamento, a execução e o controle como elementos imprescindíveis e
indissociáveis do processo orçamentário.
3) Obter uma visão geral sobre organizações empresariais e seus impactos na sociedade.

O ditado popular, acima, enfatiza que agir sem antes pensar nas consequências pode gerar
resultados surpreendentemente desfavoráveis. Essa máxima aplica-se tanto à vida pessoal quanto
às organizações empresariais e revela a importância e a necessidade de existir um plano
(pensamento sistematizado, lógico e coerente) antecedente ao ato de agir com alguma finalidade
(ação voltada a atingir um ou mais objetivos desejados).
Contudo, para que esse planejamento seja observado na fase da operação (atuar de acordo com o
plano), um terceiro elemento deve ser incorporado. Esse terceiro elemento costuma ser denominado
pela literatura como controle, que nada mais é do que acompanhar cada etapa da operação e
comparar o resultado com o que foi planejado.
Resumindo, a abordagem aqui procura apresentar as fases relacionadas ao processo de gestão
das organizações (planejamento; execução ou operação e controle), bem como suas conexões com
o processo orçamentário.

1 – PLANEJAMENTO

1.1 – Alguns conceitos e definições (Dicionário Houaiss da língua portuguesa)


Estimar Avaliar, calcular aproximadamente.
Estimativa Avaliação ou cálculo aproximado.
Ter ideia antecipada, presumir, antever um resultado. Analisar, examinar com
Prever
antecedência as consequências de uma ação.
Previsão Antecipação, por suposição, do que ainda não aconteceu, conjectura.
Projeção Ato ou efeito de projetar.
Projetar Organizar, planejar.
Projeto Descrição escrita e detalhada de tarefa a ser feita.
Plano Método para atingir um fim. Projeto com objetivo de realizar algo específico.
Planejar Elaborar o plano, projetar, organizar plano ou roteiro, programar.
Planejamento Elaboração de plano, programação, organização prévia

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“A maioria das pessoas não planeja fracassar, fracassa por não planejar”
John L. Beckley

https://c.pxhere.com/images/ce/

Planejamento pode ser definido como o processo de reflexão, precedente à necessária ação que
será executada com a finalidade de atingir um objetivo desejado. O ato de planejar visa minimizar
efeitos adversos aos objetivos esperados, por meio da organização racional prévia das operações
futuras e dos recursos necessários para que a organização atinja os objetivos esperados.

“Planejamento é o processo de se decidir qual ação deverá ser tomada no futuro.


Planejamento deve ser diferenciado de previsão. Uma previsão e uma estimativa do que
irá suceder no futuro, porém, aquele quem a faz, não procura influir no futuro através de
suas próprias decisões e ações” (ANTHONY, 1977)

Longe de ser estático, o planejamento é um processo vivo que busca a contínua melhoria da gestão
das organizações por meio do sistemático e ininterrupto aprimoramento das operações. Esse
aprimoramento, que vai se refletir na contínua melhoria da gestão, decorre do ininterrupto processo
de acompanhamento das operações balizado pelo direcionamento da organização, quando do
planejamento das ações necessárias para se alcançar os objetivos desejados.
Outro ponto a ser destacado é que o processo de planejamento não é uma atitude de adivinhação
ou achismo, mas de pressupostos e hipóteses mais prováveis. Para isso, processo de planejamento
deve ser suportado por dados, os mais robustos possíveis, que sejam representativos das
expectativas da organização em relação às expectativas de evolução do cenário externo e mais
desejável para o ambiente interno. Com base nesses dados a organização, elaborará seus planos
e suas estratégias de ação delimitadas pelos pressupostos e pelas hipóteses mais prováveis para,
assim, limitar ao máximo o grau de incerteza. Mesmo sabendo que certo nível de incerteza sempre
existirá, o objetivo do planejamento é delimitá-la a níveis aceitáveis.
Esse grau de modelagem do processo decisório do planejamento é encontrado em Hoji (2009), ao
afirmar que “O planejamento consiste em estabelecer com antecedência as ações a serem
executadas dentro de cenários e condições preestabelecidos, estimando os recursos a serem
utilizados e atribuindo as responsabilidades, para atingir os objetivos fixados.”
Enquanto processo de gestão da organização, o planejamento transita por estágios que procuram
estabelecer cenários como resultado de três perguntas básicas:

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◼ Onde estamos?

◼ Para onde queremos ir?

◼ Como chegaremos lá?

https://br.depositphotos.com

Para ter condições de dar uma resposta satisfatórias esses três questionamentos básicos, o
processo de planejamento deve cumprir cinco etapas, segundo Figueiredo e Caggiano (2019)

https://pixabay.com/pt/photos/planejamento-plano-ajustando

i) Estabelecer quais são os objetivos desejados, pautados nos propósitos, na missão e na


visão da estabelecidos pela a organização.

ii) Avaliar o cenário no qual a organização irá operar para que se possa identificar e analisar
os fatores externos que possam vir a interferir (positiva e negativamente) nas operações,
considerando que todo planejamento empresarial tem como propósito minimizar os efeitos
negativos e potencializar os positivos.

iii) Avaliar a disponibilidade dos recursos existentes, os acessíveis e os de posse da


organização para que se possa identificar o nível de escassez* e de possibilidades de
utilização para que se possa estabelecer um plano de otimização de utilização.

iv) Determinar a melhor estratégia, assumindo que as informações para a elaboração do


modelo possuem um aceitável nível de qualidade e completude.

v) Desenhar um programa de operação visando atingir as metas estratégicas estabelecidas


para curto e longo prazo.

*O grau de escassez dos recursos existentes, bem como aqueles que estão
acessíveis ou de posse da organização, depende fatores decorrentes do tipo de
organização, seus propósitos e objetivos. Esses fatores são determinantes para
que a organização possa estabelecer os níveis de demanda por recursos, tais
como: financeiros (próprios ou de terceiros), humanos nível de qualificação exigido
e necessidade de treinamento) e de infraestrutura (instalações, maquinário e
logística adequadas aos objetivos).

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1.2 – NÍVEIS DE PLANEJAMENTO


Segundo Hoji (2014), “O planejamento pode ser classificado em três níveis: estratégico, tático e
operacional.”

1.2.1 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

https://pixabay.com/pt/photos/xadrez-pe%C3%A7as-de-xadrez-

Planeja a direção a ser dada a uma organização e todos os seus componentes. Direciona a missão
da organização em termos de sua principal atividade. Resultados do planejamento estratégico
incluem diretrizes amplas e gerais para a seleção de áreas de atividade ou mercados nas quais a
organização deve iniciar, continuar ou descontinuar as atividades.
Segundo Hoji e Silva (2014), trata-se de planejamento de longo prazo, sob a responsabilidade dos
níveis mais altos da administração, que procura identificar os fatores endógenos e exógenos que
possam afetar a organização, implicando em tomada de decisões de difícil reversibilidade e que
envolve grande volume de recursos.
A etapa do planejamento estratégico é fundamental para continuidade da organização, vistos que é
o momento em que a administração e a equipe envolvida devem fazer questionamentos sobre quais
caminhos devem ser adotados e perseguidos para que se alcancem os objetivos demarcados.
É neste nível do planejamento que se materializa o fórum adequado, composto pelos gestores da
alta administração, de debate sobre as bases da organização e de seu modelo de negócios. Nesse
ambiente de debates são abordadas questões fundamentais sobre o posicionamento atual da
organização no mercado em que atua (onde estamos?), o novo posicionamento a ser perseguido
(para onde queremos ir?) e as estratégias de negócio a serem sistematizadas, implementadas e
aplicadas para que se possa alcançar o objetivo pretendido (como chegaremos lá?), sempre com
foco em como minimizar fatores adversos e potencializar os favoráveis.
Segundo Oliveira, Perez Jr. e Silva (2017), a modelagem e a formalização da metodologia com a
definição dos objetivos a serem perseguidos, bem como as ações necessárias para se obter o
sucesso almejado, sob a competência e responsabilidade da alta administração, denomina-se
planejamento estratégico. O esquema seguinte apresenta os questionamentos e seus respectivos
critérios norteadores e os produtos decorrentes das respostas encontradas.

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ONDE ESTAMOS? PARA ONDE QUEREMOS IR? COMO IREMOS?

Diagnóstico da Missão Estratégias de


situação atual Visão solução
Objetivos de longo prazo
Planos
Estratégias
Fonte: Frezatti, 2009; Oliveira, Perez Jr. e Silva (2017)

https://cdn.pixabay.com/photo/.

Alguns conceitos importantes


Corresponde à formalização de uma reflexão sobre um propósito para a
Visão organização que se deseja alcançar no futuro, a longo prazo. Exemplo: Ser
referência no ramo da cadeia de suprimentos de produtos orgânicos.

Delimita a visão ao inserir um viés pragmático do que se espera do negócio. A


missão estabelece um objetivo geral que norteará os planos e as estratégias da
Missão organização. Exemplo: Desenvolver, produzir, distribuir e comercializar linhas de
produtos alimentícios orgânicos para o mercado brasileiro.

Estratégia pode ser definida planos sistematizados e estruturados de utilização


Estratégias dos recursos disponíveis para atingir determinado objetivo em um prazo
de solução estipulado. Estratégia de solução refere-se à elaboração de planos para possíveis
cenários, desenvolvimento de novos produtos, entradas em novos mercados etc.

1.2.2 – PLANEJAMENTO TÁTICO


Analisa as alternativas à realização da missão; os resultados normalmente são alvos de
oportunidade dentro da indústria ou do mercado. Trata-se do planejamento realizado, normalmente
em nível departamental. Segundo Hoji e Silva (2010), o planejamento tático tem por finalidade
maximizar determinadas áreas, e não a empresa como um todo, razão pela qual seu alcance
temporal e inferior ao do planejamento estratégico e envolve decisões de níveis intermediários
(gerências).

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Segundo Sanvicente e Santos (2008), que denomina este tipo de planejamento em administrativo
ou integrativo, esta fase preocupa-se em maximizar, estruturando ou reestruturando os recursos
postos à disposição da organização (humanos, físicos e financeiros), com vista a se alcançar os
objetivos propostos pelo planejamento estratégico. São exemplos de planejamento tático a
organização ou reorganização de divisões e departamentos.

1.2.3 – PLANEJAMENTO OPERACIONAL


Refere-se ao planejamento que busca meios para maximizar a utilização dos recursos disponíveis,
considerando as atividades previstas. Trata-se do planejamento das atividades da organização. É o
planejamento feito para cada tarefa ou atividade. Segundo Hoji e Silva (2010), o planejamento
operacional preocupa-se com a alocação racional dos recursos por áreas e no tempo, de modo que
os resultados sejam os melhores possíveis, dada as condições. Segundo Hoji (2014), por se tratar
de um tipo de planejamento das atividades seu ciclo, geralmente, é de curto e médio prazo (seis
meses a três anos).

2 – O PLANEJAMENTO E SUAS DIMENSÕES DE ANÁLISE.

Durante o processo de planejamento, as organizações precisam coletar, analisar e interpretar os


dados disponíveis sobre tudo que possa afetar os objetivos desejados pela organização, sejam eles
positivos (que deve ser reforçados) ou negativos (que devem ser minimizados e, se possível,
eliminados). Esses dados são coletados de duas dimensões distintas, mas que interagem para o
sucesso ou insucesso da organização, que são o ambiente externo e o ambiente interno.

2.1 – Ambiente Externo

A análise do ambiente externo é o processo pelo qual os gestores procuram observar, coletar o
maior volume de dados possível, analisar esses dados e, a partir disso, convertê-los em informações
úteis para a elaboração dos planos, das estratégias e das ações necessárias para que a organização
consiga atingir com sucesso seus objetivos. Segundo Frezatti (2009), a análise externa “Serve para
os gestores entenderem, coletivamente, o que esperar do ambiente futuro e, a partir daí, definirem
como se comportar.”
Ao analisar o ambiente externo, algumas variáveis são observadas com o objetivo de coletar o
máximo de dados possível. A hierarquia de importância com que essas variáveis são mais, ou
menos, observadas, depende dos objetivos da organização, dos cenários político, econômico e
social, do mercado em que atua e da base legal sobre a qual a entidade está submetida.

Algumas variáveis a serem consideradas na análise do ambiente externo

Variáveis O regime político do país tem influência sobre a organização dos fatores
Políticas econômicos.

A organização dos fatores de produção e as variações estruturais e cíclicas


Variáveis
da economia exercem influência significativa no desempenho esperado das
Econômicas
empresas.

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Algumas variáveis a serem consideradas na análise do ambiente externo (continuação)

A regulação do setor em que a organização atua exerce influência


Marco legal e
significativa nas operações. O mesmo ocorre quando se observa os
fiscal
impactos tributários sobre as operações de lucro das empresas.

A forma de organização social e a variável cultural influenciam o


Variáveis Sociais comportamento do mercado no qual a empresa está inserida, afetando o
comportamento e, consequentemente o resultado desta.

Variáveis Avanços tecnológicos modificam a estrutura de mercado e, às vezes, toda


Tecnológicas a economia.

O risco inerente ao ambiente externo cresceu muito com a globalização,


Ambiente
onde as barreiras a novos entrantes foram reduzidas, com a abertura da
Internacional
economia.

Fazem parte do ambiente e influenciam significativamente a atuação da


Stakeholders
empresa.

O stakeholders é alguém que arrisca parte ou todo um valor ou bem de sua propriedade,
apostando no resultado da atuação de uma empresa, e que ao fazer esta aposta vai provocar
reflexos nos resultados da empresa. São acionistas, fornecedores, clientes, governos, grupos
de interesse especiais, sindicatos de trabalhadores e patronais, instituições financeiras,
competidores e a mídia. (BETHLEM, 2004, pag. 147).

As variáveis ambientais externas, anteriormente relacionadas, não esgotam as possibilidades de


observação, análise e intepretação de dados, uma vez que podem existir especificidades quanto ao
planejamento, por exemplo: Se a estratégia é de crescimento, pode ser necessário verificar a
demografia e a renda per capta do mercado na região em que se pretende entrar ou aumentar a
participação. Pode ser necessário identificar potenciais novos entrantes no mercado e quais suas
condições de competir ou ameaçar a estratégia de crescimento, exigindo a elaboração de uma
estratégia de solução específica. Como se pode ver, as possibilidades de análise dependem do que
a organização deseja.

2.1 – Ambiente Interno

A análise interna, como o próprio nome diz, refere-se a um olhar para dentro da organização com o
objetivo de realizar um mapeamento das operações e dos recursos necessários para dar bom termo
aos objetivos pretendidos. Essa análise requer um olhar mais acurado sobre e organização, seus
processos e procedimentos, em busca de pontos que precisam ser potencializados, melhorados,
corrigidos ou, até mesmo, eliminados. Trata-se de uma etapa do planejamento de olhar para dentro
e repensar a organização quanto a tecnologia empregada, os recursos humanos necessários e qual
qualificação requerida, a infraestrutura necessária, maquinários etc.

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Conceitos importantes

Segundo a Norma ISSO 9001:2015, processo é definido como um conjunto de


Processo atividades relacionadas ou conectadas que transformam insumos em
resultados.

A mesma norma diz que procedimento é a maneira específica para realizar


Procedimento uma atividade ou processo. Não se deve confundir procedimentos com
instruções.

Correspondem a uma descrição clara e precisa sobre a maneira correta de


Instrução
executar uma tarefa. Instrução se confunde com protocolos operacionais.

A figura seguinte apresenta um esquema em que são identificadas variáveis ambientais, tanto
externas quanto internas. Nessa esquematização, é realizada uma distinção entre o ambiente
externo remoto e próximo. No ambiente remoto estão situadas a relações mais amplas que se
estabelece entre o ambiente e a organização, com sociedade, cultura, educação, demografia etc.
Já no ambiente externo próximo, estão relacionados os agentes que podem impactar mais
diretamente as operações da organização, como fornecedores, sindicatos, clientes, entre outros.
Por último, verifica-se, nos três quadrantes interiores, as variáveis encontradas quando da análise
interna da organização.

Padoveze; Taranto (2009)

3 – CONTROLE

O planejamento e o consequente controle dos resultados são justificados somente se facilitarem


desempenho da organização. Portando, o consumo de recursos em um programa de planejamento
e controle é justificado se produzir resultado superiores aos custos e se benefícios relacionados
forem relevantes para o desempenho da administração.

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Sobre essa questão dos custos VS resultados e benefícios esperados pelos programas de
planejamento e controle a administração, frequentemente, se vê frente a decisões sobre quais níveis
e aprofundamento nos processos de planejamento e controle devem ser suportados pela
organização.
Decorrente desse dilema, algumas divergências conceituais, quanto ao papel da administração nas
organizações, produziram extremos opostos. Um dos extremos recebeu o nome de teoria do
mercado, enquanto o oposto denominou-se de teoria do planejamento e controle.

“As abordagens relacionadas ao planejamento e controle ganharam forças no início do século


XX, que foi o período em que se começou a enxergar a administração como ciência e o ato de
administrar submetido ao modelo racional.” (ANDRADE; ROSSETTI, 2009).

No quadro seguinte é feito um resumo comparativo entre a Teoria do Mercado e a Teoria do


Planejamento e Controle, cuja exposição conceitual encontra-se nas obras: Neil W. Chamberlain,
The Firm; Micro-Economic Planning and Action (New York: McGraw-Hill Book Co., Inc., 1962) e
Enterprise and Environment: The Firm and Place (1968).

Teoria do Mercado Teoria do Planejamento e Controle

1. A administração está totalmente sujeita 1. O futuro da empresa pode ser manipulado,


às políticas vigentes (meio ambiente). portanto pode ser planejado e controlado.

2. Em consequência, a administração
2. Bons administradores podem conceber meios
desempenha um papel de um adivinho,
realistas para executar planos.
“lendo” o meio ambiente.

3. Quando o meio ambiente é interpretado 3. A administração pode manipular as variáveis e


corretamente, a decisão administrativa a ser tirar proveito integral dos acontecimentos
tomada é evidente. externos.

4. A qualidade das decisões de planejamento e


4. Portanto, a competência (sucesso) da
controle pela administração (incluindo o seu
administração depende da capacidade para
julgamento) determina a competência da
interpretar o meio ambiente – bons vs.
administração e, portanto, o sucesso da
maus intérpretes.
empresa.
Fonte: Welsch, G. Albert, 1996

O Controle é uma fase concomitante às operações da organização (execução) e tem como


propósito, monitorar, identificar variações, relatar e auxiliar no processo de tomada de decisão de
correção do rumo. Segundo Peleia (2002) “O controle é a coordenação de meios e recursos para
atingir os objetivos ou metas, monitorando o que foi planejado.”
Segundo Hoji e Silva (2010), controle corresponde à fase de gestão que avalia o grau de aderência
entre a execução e o que foi planejado, em um processo contínuo e recorrente. O processo de
controle identifica e analisa as causas de possíveis desvios, ocorridos na fase de execução em

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relação ao que foi planejamento (falta de aderência ao planejamento), com a finalidade de propor
ações corretivas tempestivas que preservem o alcance dos objetivos propostos.
Segundo Figueiredo e Caggiano (2006, pag. 46) “Efetivamente, controle é um sistema de feedback
de informações que possibilita aos desempenhos serem comparados com os objetivos
planejados...” Nesse aspecto, o orçamento desempenha papel predominante no que diz respeito ao
acompanhamento e a análise de aderência da fase de execução em relação aos objetivos definidos
nos planos estratégicos, táticos e operacionais.
Segundo Hoji (2014), “Controlar significa acompanhar a execução de atividades e comparar
periodicamente o desempenho efetivo com o planejado.” A atividade de controlar envolve também
a geração de informações que auxiliam os gestores na tomada de decisões sobre correção de
desvios em relação ao originalmente planejado. Assim como no planejamento, o orçamento
desempenha papel de importante, uma vez que é o sistema responsável por mensurar e evidenciar
os desvios entre o planejado e o executado, que venham ocorrer.

O PLANEJAMENTO, O CONTROLE E O PAPEL DO ORÇAMENTO

As famílias, mesmo que de forma rudimentar, costumam fazer um plano onde são relacionados
todos os “desejos” de cada membro. Esses planos podem ir desde estratégias de investimento como
fazer uma pós-graduação, um curso de idiomas, passando por gastos com infraestrutura, como
reformar o apartamento ou comprar mais um carro, indo até as despesas correntes como gasolina,
compras de supermercados, açougue, padaria, o barzinho do final de semana etc.
Com os planos da família estabelecidos, parte-se para uma segunda fase que é a de verificar se os
recursos à disposição (normalmente salários) são suficientes, ou insuficientes, para suportar o
plano. Nesse caso e de modo geral, as famílias elaboram um plano financeiro, mesmo que
simplificado, considerando as entradas de recursos, normalmente salários, e os gastos requeridos
para que cada item do planejamento.
Esse plano financeiro, mesmo que rudimentar, é composto por uma lista (ou planilha) relacionando
as entradas e cada despesa, podendo alcançar o detalhe de gastos por membro da família. Esse
plano, por mais simples que seja, é o que chamamos de orçamento e sua complexidade aumenta à
medida que as exigências de detalhamento são requeridas ou os recursos ficam escassos, como
por exemplo, a perda de renda de um membro da família vai exigir reformulação e maior
detalhamento sobre o que deve ser cortado.
Já dá para perceber que esse plano financeiro é peça fundamental para identificar como os recursos
devem ser movimentados (execução) e para verificar como foi efetivamente utilizado. Em tal estágio,
o orçamento dessa família realiza a conexão entre o que foi planejado, a movimentação dos
recursos para operar o plano (execução) e qual o nível de comprometimento de cada membro da
família face que foi planejado, considerando os recursos disponíveis (controle).
Tal processo ocorre nas empresas, obviamente, em maior grau de complexidade, comprometimento
dos colaboradores e com controles aprimorados. O esquema seguinte apresenta um esquema
simplificados das conexões entre planejamento, execução e controle.

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Em relação à complexidade do processo orçamentários nas organizações e sua conexão com outras
áreas do conhecimento, Hoji (2013) diz que “O sistema orçamentário deve possibilitar o controle das
atividades projetadas, por meio do sistema contábil, pois o planejamento orçamentário é elaborado
com base em conceitos contábeis.”

TÓPICO 1 – ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1) Segundo classificação feita por Hoji (2014), quais são os três níveis de planejamento?

______________________________________________________________________________

2) Quais perguntas norteadoras sobre a organização devem ser respondidas no planejamento?

______________________________________________________________________________

3) Dentre as variáveis ambientais consideradas no Planejamento Estratégico, cite três.

______________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

4) Dentre as funções do orçamento, aquela que avalia o grau de aderência entre planejamento e
execução é denominada de:

______________________________________________________________________________

5) Segundo Welsch (1996), pode-se afirmar que a Teoria do Planejamento e Controle defende
que:
( a ) A administração está totalmente sujeita às políticas vigentes.
( b ) Quando o meio ambiente é interpretado corretamente, a decisão administrativa a ser
tomada é evidente.
( c ) A competência (sucesso) da administração depende da capacidade para interpretar o
meio ambiente – bons vs. maus intérpretes.
( d ) O futuro da empresa pode ser manipulado, portanto pode ser planejado e controlado.
( e ) A administração desempenha um papel de um adivinho, “lendo” o meio ambiente.

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