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O planeamento por parte do Estado teve início quando a sociedade encontrava-se com a
necessidade de se reconstruir. Após o fim da Primeira Guerra Mundial, com a crise de
1929, a antiga União Soviética tornou-se a primeira nação a aplicar o planeamento
como ferramenta de reconstrução.
Após a Segunda Guerra Mundial foi estendida a sua prática aos países do bloco
comunista e iniciada em países de economias mais abertas chegando, segundo Dias
(2003), à França e ao Japão tendo a sua aplicação em países "subdesenvolvidos" apenas
na década de 1950 a 1960.
Algumas acções necessitam de planeamento, mas muitas não. Nas actividades diárias,
estamos sempre agindo, e antecipamos os resultados de nossas acções, mesmo que não
estejamos completamente cientes dessa antecipação. Mas agimos com muito mais
frequência do que planeamos, explicitamente, nossas acções: poucas vezes temos
consciência de estarmos executando um processo de deliberação antes da acção. Assim
que tomamos conhecimento de uma acção, ou quando executamos comportamentos
bem treinados para os quais possuímos planos previamente armazenados, ou quando o
curso de uma acção pode ser livremente adaptado enquanto ela estiver sendo executada,
então, geralmente agimos e adaptamos nossas acções sem planeá-las explicitamente.
Uma actividade premeditada exige deliberação quando se volta para novas situações ou
tarefas e objectivos complexos ou quando conta com acções menos familiares. O
planeamento também é necessário quando a adaptação das acções é coagida, por
exemplo, por um ambiente crítico envolvendo alto risco ou alto custo, por uma
actividade em parceria com mais alguém, ou por uma actividade que necessite estar
sincronizada com um sistema dinâmico. Uma vez que o planeamento é um processo
muito complicado, que consome muito tempo e dinheiro, recorremos ao planeamento
apenas quando é realmente necessário ou quando a relação custo-benefício nos obriga a
planear. Além disso, geralmente, procuramos somente planos bons e viáveis ao invés de
planos óptimos.
É importante que o planeamento seja entendido como um processo cíclico e prático das
determinações do plano, o que lhe garante continuidade, havendo uma constante
realimentação de situações, propostas, resultados e soluções, lhe conferindo assim
dinamismo, baseado na multidisciplinaridade, interactividade, num processo contínuo
de tomada de decisão.
1.3 Estratégia
A estratégia é uma palavra com origem no termo grego strategia, que significa plano,
método, manobras ou estratagemas usados para alcançar um objectivo ou
resultado específico.
Na sua origem, a palavra estratégia estava estritamente relacionada com a arte de fazer
guerra de um líder militar, como um general, por exemplo. Mais tarde, passou a ser
mais abrangente, sendo que actualmente a estratégia está relacionada com a vertente
militar, económica, psicológica e política da preparação para a defesa de um país contra
uma determinada ameaça. Pode significar planeamento bélico, ou seja, a combinação e
aplicação dos recursos bélicos no comando de grandes forças militares.
Referências
Ghallab, M., Nau, D. S., and Traverso, P. (2004). Automated Planning: Theory and
Practice. ISBN 1-55860-856-7
Dos Reis, Felipa. SILVA, Maria. 2012. Princípios de Gestão. 1ª Edição. Lisboa pág.59.
GESTÃO FISCAL II
2.1 Introdução
Esta diminuição dos impostos pode fazer-se, no entanto, por diversas vias, se bem que
as fronteiras entre eles sejam, por vezes, difíceis de traçar, a que se adiciona uma velha
querela terminológica e conceptual sobre as figuras em presença.
Uma dela que se designará aqui por gestão fiscal (“tax planning”) e outros denominam
planeamento fiscal, optimização fiscal ou engenharia fiscal, consiste em minimizar os
impostos a pagar (traduzindo-se em aumento do rendimento depois de impostos) por
uma via totalmente legítima e lícita, querida até pelo legislador ou deixada por este
como opção ao contribuinte. Trata-se de escolher a via fiscalmente menos onerosa
consistente com a gestão normal dos negócios pessoal ou empresariais. É o caso das
exclusões tributárias, dos benefícios fiscais e das alternativas fiscais. Trata-se de
situações em que a economia fiscal “é, expressa ou implicitamente, querida, desejada,
ou, ao menos, sugerida pelo próprio legislador fiscal”. Os actos e negócios que lhes são
próprios situar-se-iam, neste caso, intra legem.
Noutros casos, a diminuição dos impostos a pagar efectua-se através do que se designa
por evasão fiscal (“tax avoidance”) e que outros apelidam de elisão fiscal, que se
traduz na prática de actos ou negócios lícitos mas que a lei fiscal qualifica como não
sendo conformes com a substância da realidade económica que lhes está subjacente ou
serem anómalos, anormais ou abusivos. Nesta qualificação detecta-se, ao contrário do
que sucede na gestão fiscal, a intenção do legislador de abranger tais actos ou situações
pela tributação e de acordo com os padrões ditos normais para a realização de tais actos
ou operações. Estar-se-ia, assim, perante uma poupança fiscal realizada através de
factos ou situações que o legislador tem a intenção de cobrir mas que, por esta ou aquela
razão, não se encontram expressamente previstos pela lei fiscal ou, se nela previstos, são
realizados em condições diferentes das normais, e que a lei fiscal, através de normais
gerais ou especiais anti-abuso, combate, promovendo as correcções de impostos a que
haja lugar tomando por referência os factos, situações ou condições que são escolhidos
como referência.
Qualquer destas modalidades de economia fiscal tem grande importância para a gestão
das empresas e para o gestor, constituindo até uma obrigação deste a tomada de
decisões que, sendo lícitas, conduzam à minimização dos impostos a pagar e
consequente maximização da rendibilidade após impostos, ou seja, fazer gestão fiscal.
A gestão fiscal nos tempos modernos caracteriza-se por uma postura activa da parte do
contribuinte, que procura inserir variável fiscal nas suas decisões e, assim,
normalmente, minimizar a factura fiscal que sobre ele recai, desde que isso se reflicta
em aumento do rendimento após impostos. O uso de “normalmente” pretende significar
que, embora o que grande parte das vezes aconteça na gestão fiscal seja a prossecução
de um objectivo de minimização dos impostos a suportar, podem hipostasiar-se
situações em que tal não é o objectivo prioritário dentro da estratégia prosseguida pela
empresa, o que não impede que a variável fiscal seja objecto de atenção de modo a que
possa ser colocada ao serviço dessa mesma estratégia. É que, por exemplo, uma
empresa pode ter no seu horizonte um aumento de lucro distribuível e, por isso, não
poder usar certas alternativas de minimização de impostos a pagar que afectam esse
lucro. Por outro lado, às vezes não se trata de minimizar os impostos a pagar pela
empresa, já que eles são suportados por terceiros, do que se trata é de gerir a liquidação
e o pagamento desses impostos da forma mais vantajosa para a empresa,
designadamente do ponto de vista financeiro ou sob uma perspectiva comercial.
Importa ainda que a gestão fiscal se deve inserir numa abordagem global da estratégia
da empresa, o que significa que a minimização dos impostos a pagar não pode, sem
riscos, ser considerada como um fim em si mesma. Com efeito, essa perspectiva global
implica três ordens de considerações:
A consideração quer dos chamados impostos explícitos (os que são pagos às autoridades
fiscais) querem dos impostos implícitos ou cultos (os que estão associados às condições
em que se efectivam as opções favorecidas fiscalmente, que podem implicar uma
eventual menor rendibilidade antes de impostos dessas opções);
A importância dos custos não fiscais já que certas opções podem minimizar os impostos
a pagar mas acarretar o aumento de outros custos.
Por outro lado, resulta desta abordagem a necessidade de integrar o factor fiscal como
um dos múltiplos aspectos a considerar nas decisões de gestão, não podendo estas
resultar apenas de uma ponderação dos aspectos fiscais.
Em qualquer caso, a gestão fiscal recorre sempre, como já se referiu, a práticas lícitas,
queridas ou admitidas pelo legislador como formas legítimas de diminuição desses
impostos.
As duas primeiras já foram abordadas noutros capítulos deste Manual pelo que importa
agora ver de forma especial a questão das alternativas fiscais.
Através da gestão fiscal, as empresas tentam encontrar forma de pagar menos impostos,
fazendo uso das medidas mais adequadas à sua real situação fiscal, mas disponíveis no
quadro jurídico existente.
Por se verificar que a gestão fiscal é cada vez mais importante e indispensável no
mundo empresarial de hoje, foram disponibilizados diversos planos de estudos a nível
académico sobre esta temática, com vista a preparar profissionais de qualidade.
De acordo com um plano de estudo da INDEG Business School Borges (2011) afirma.
Acrescenta também que são diversos os pontos que exigem uma atenção redobrada ao
planeamento e gestão fiscal das empresas, citando como relevante o peso de cada vez
maior da carga fiscal, as medidas governamentais para reforço do combate à evasão e
fugas fiscais, a crescente integração das economias europeias e mundiais e consequente
contradição entre, por um lado, a tendência para a progressiva harmonização fiscal
internacional e, por outro, a necessidade de cada país ser fiscalmente competitivo.
De acordo com Mallard, Mazas e Selles (1994) a fiscalidade tem uma função social. Os
investigadores são da opinião que essa função representa o mais recente papel
desempenhado pela fiscalidade nessa óptica da fiscalidade, assegurando que “Gerir a
fiscalidade, é intervir nas escolhas fiscais que se oferecem à empresa, mas é igualmente
um estado de espírito.” (Mallard et al.,1994, p. 17). Referem que o gestor tem um papel
a desempenhar que consiste em procurar as soluções fiscais mais vantajosas para a
empresa. Os autores mencionam como indispensável para o desempenho, com eficácia,
do papel do gestor, este deve ser conhecedor e tomar em consideração a situação fiscal
actual da empresa, assim como integrar o contexto económico da empresa e as
desvantagens da operação na decisão fiscal. Apontam igualmente como importante o
saber antecipar ou atrasar uma decisão com vista à obtenção da máxima vantagem
fiscal, o saber avaliar as escolhas entre vantagens económicas e inconvenientes fiscais
em certas situações.
Quando se alude às alternativas fiscais como forma de levar a cabo a gestão fiscal não
se pretende fazer referência à forma mais radical de alternativas que é a de não levar a
cabo a actividade ou realizar o facto que por uma lei ter definido como pressuposto do
imposto faz nascer a obrigação fiscal. Ou seja, por exemplo, sendo os rendimentos do
trabalho tributados, há sempre uma forma de escapar à tributação que é a de não
trabalhar, optando pelo lazer.
Uma grande parte do tecido empresarial existente em Angola é constituída por micro,
pequenas e médias empresas, ficando a gestão das mesmas ao cargo dos próprios
empresários.
A concomitante falta de sensibilidade para o tema determina, por vezes, que as suas
tomadas de decisões não sejam baseadas num planeamento fiscal, tendo especialmente
como principal função a manutenção e continuidade do negócio.
É nesse sentido que profissionais como consultores fiscais, entre outros, têm um papel
importante a desempenhar neste âmbito, usando a sua competência profissional. Estes
devem intervir, prestando esclarecimento sobre a legislação fiscal em vigor e alertando
os empresários para as medidas fiscais susceptíveis de reduzir os impostos a pagar,
podendo provocar uma poupança fiscal, criando assim uma fonte de geração de valor
para a empresa.
Referências:
“O planeamento fiscal consiste numa técnica de redução da carga fiscal pela qual o
sujeito passivo renuncia a um certo comportamento por este estar ligado a uma
obrigação tributária ou escolhe, entre as várias soluções que lhe são proporcionadas pelo
ordenamento jurídico, aquela que, por acção intencional ou omissão do legislador, está
acompanhada de menos encargos fiscais.”
O autor (Sanches, 2006, p.9) acrescenta também que “O planeamento fiscal como
actividade lícita e juridicamente tutelada constitui não só um direito subjectivo do
sujeito passivo das obrigações fiscais, mas também uma condição necessária para a
segurança jurídica das relações tributárias.”
Segundo Fabretti (2006, p.32; citado por Lima, 2010),“O estudo feito preventivamente,
ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos
e económicos e as alternativas legais menos onerosas, denomina-se Planeamento
Tributário, que exige antes de tudo, bom senso do planeador”.
Domingues (2000, p. 112; citado por Silva, 2012) define o Planeamento Tributário
como:
Nogueira (1980, p.202; citado por Ferreira e Duarte, 2005) argumenta que:
“Ninguém é obrigado a escolher, entre várias formas possíveis, aquela que seja sujeita a
impostos mais altos (...), pois a possibilidade de uma estruturação, que em face da
legislação tributária seja mais favorável, corresponde ao interesse justo do contribuinte,
reconhecido pela ordem jurídica.”
Para Batista Júnior (2002, p.42; citado por Ferreira e Duarte, 2005)
Borges (1998, p.56; citado por Ferreira e Duarte, 2005) considera o Planeamento Fiscal
Neste sentido podemos dizer que o planeamento fiscal se baseia no uso das alternativas
e lacunas autorizadas nas leis, visando tomadas de decisões que optimizem a fiscalidade
das empresas.
Resume-se então a eleger entre as opções lícitas disponíveis as que se apresentam mais
vantajosa para a empresa, de forma a obter, através de meios legais, uma redução na
factura fiscal.
Dada essa realidade, revela-se imprescindível ter um conhecimento adequado acerca do
planeamento e gestão fiscal nas empresas, para que possam ser usadas as alternativas
fiscais com vista à criação de valor para a empresa.
O uso dessas alternativas consiste em, através de um bom planeamento fiscal, obter
vantagens competitivas derivadas da redução da carga fiscal.
Antunes (2006) refere que a evasão e fraude fiscal não se assemelham aos actos de
poupança fiscal, de planeamento fiscal ou de gestão fiscal.
Existem diferentes vias de actuação que permitem ao contribuinte obter uma diminuição
da sua carga fiscal.
Poder-se-ia dizer que a fuga do fisco é determinada pela própria existência do imposto e
pelo natural desejo por parte do contribuinte de minimizar os seus custos.
Causas Políticas: Tem a ver, em 1º lugar com a falta de uma política que assegure uma
efectiva igualdade de todo contribuintes perante o Fisco. Surge a questão:
Há quem tem mais capacidade contributiva, paga menos ou até nem paga, por que razão
devo eu pagar?
Um Sistema Fiscal que não permite ao contribuinte saber com alguma precisão s sua
situação tributária.
Ao adoptar uma conduta intra legem, o contribuinte está a fazer uso dos meios legais ao
seu dispor, neste caso com o objectivo de um menor esforço tributário, isto é, utilizando
regras expressas nas próprias leis tributárias que determinam normas negativas de
tributação.
Tal direito ao benefício decorre expressamente de uma norma, logo a sua aplicação
traduz um comportamento intra legem.
A elisão fiscal, que configura uma actuação extra legem, conduz a uma poupança fiscal
através da utilização de negócios jurídicos que não estão expressos nas normas
tributárias.
No entanto, não significa por isso que estejamos perante a prática de actos ilícitos ou
anómalos.
De acordo com Shingaki (2010; citado por Silva, 2012), “ A elisão fiscal é definida
como a economia lícita, mediante toda e qualquer operação anterior à concorrência do
facto gerador que, sem violar a lei, evita, reduz ou posterga o imposto.”
Também subscreve o autor Koch (2003, p.116, citado por Silva, 2012) que declara, “A
elisão fiscal hodiernamente tratada como planeamento tributário consiste em praticar
actos legais, sem dissimulação, sem fraude, visando minimizar o imposto a recolher.”
Este tipo de procedimento resulta de um estudo prévio realizado mediante uma análise
cuidada a possíveis omissões na lei, aproveitando essas ocorrências para alcançar
vantagens tributárias, contudo, sem qualquer transgressão à lei, já que esses factos não
surgem referidos nas normas tributárias como proibidos.
O empresário decide-se pelo regime que lhe será fiscalmente e economicamente mais
favorável.
Sem infringir a lei, o contribuinte procura as soluções que melhor se adequam à sua
vontade em pagar menos, obter mais benefícios e cumprir os seus deveres fiscais.
Evidentemente que estas lesões ao sistema fiscal põem em causa a eficiência económica
e a equidade fiscal e conduzem a uma concorrência desleal, provocando igualmente na
esfera psicológica um sentimento de injustiça por parte de quem é cumpridor e não vê
devidamente punidos os que praticam esses actos, sendo certo que estes estão sujeitos a
sanções criminais e não criminais, de acordo com a gravidade do ato que se encontra
expressas na Legislação.
Evasão e/ou Sonegação Fiscal: É um comportamento contra legem que ocorre quando o
contribuinte se utiliza de meios ilícitos visando eliminar, reduzir em retardar o
reconhecimento de um tributo já devido pela ocorrência do facto gerador.
As práticas Evasivas têm muitas vezes o seu núcleo na facturação (ou documento
equivalente) ou na falta desta. Isto é, Venda ou P. Serv. S/ Factura ou ainda facturação
sem Venda ou P. S.
- Fraude carrossel
- Faturas falsas
Trata-se de um facto designado por emissão de factura falsa que representa uma fraude
fiscal.
Num plano estritamente fiscal, mas com grande incidência económica e social, a
principal consequência é a não concretização do princípio da igualdade.
Quando o pagamento do Imposto não é assumido como um dever, todo ambiente social
se degrada.
Referências:
AZEVEDO, Patrícia Anjos, Breves notas sobre o planeamento fiscal, as suas fronteiras e as
medidas anti-abuso, Vida Económica, Porto, 2011;
Não é necessário ser advogado, mas é imprescindível ter noções de Direito Tributário,
Legislação Tributária, Contabilidade Tributária e Planeamento Tributário. Há livros e
artigos óptimos a respeito. Uma boa pesquisada será de grande auxílio.
Após a pesquisa sobre a teoria, verifique através de exemplos e exercício como funciona
o apuramento do Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e Simples Nacional. A
composição da base de cálculo faz toda a diferença na apuramento, desta forma é
preciso compreender cada uma da forma mais completa possível.
Apesar do regime de tributação poder ser alterado todos os anos, as empresas, em geral,
não o fazem, pois não é apenas os regimes tributários que mudam, mas os processos que
envolvem a apuramento dos tributos também. Por isso, é interessante conhecer as
expectativas da empresa para os próximos anos, se há uma estratégia de expansão e uma
projecção de orçamento e fluxo de caixa.
O planeamento tributário será iniciado com uma revisão fiscal com os seguintes
procedimentos:
• Maior controlo;
• Ética;
• Responsabilidade;
• Transparência;
• Eficiência.
4.3.1 Gestão empresarial bem-sucedida, implica:
Referências:
AZEVEDO, Patrícia Anjos, Breves notas sobre o planeamento fiscal, as suas fronteiras e as
medidas anti-abuso, Vida Económica, Porto, 2011;
5.1 Introdução
Um paraíso fiscal, também conhecido por refúgio fiscal, é uma jurisdição (estado
nacional ou região autónoma) onde a lei facilita a aplicação de capitais estrangeiros,
com alíquotas de tributação muito baixas ou nulas.
Actualmente, na prática, ocorre a facilidade para aplicação dos capitais que são de
origem desconhecida, protegendo a identidade dos proprietários desse dinheiro, ao
garantirem o sigilo bancário absoluto. São territórios marcados por grandes facilidades
na atribuição de licenças para a abertura de empresas, além de os impostos serem baixos
ou inexistentes. São geralmente avessos à aplicação das normas de direito internacional
que tentam controlar o fenômeno da lavagem de dinheiro.
O termo "paraíso fiscal" vem de um erro de tradução do inglês, "tax haven", que na
verdade significa "refúgio fiscal". Devido à semelhança entre as
palavras haven (refúgio) e heaven (paraíso), surgiu daí o "paraíso fiscal". [1]
5.2 Definição
A legislação dos refúgios fiscais faz de tudo para proteger a identidade dos investidores
e mantê-los no anonimato.
Além do âmbito territorial diferente das contas bancárias comuns, são consideradas
contas offshores aquelas que são criadas em paraísos fiscais, normalmente com o
objetivo de serem sujeitas a um sistema tributário mais vantajoso. Nuns casos, com
redução do imposto. Noutros, até com isenção.
Confira a lista de paraísos fiscais, incluindo a lista negra de paraísos fiscais (países que
não colaboram no combate à evasão fiscal).
A ilegalidade em torno das contas offshore prende-se apenas com situações em que os
seus depositários não declarem esses rendimentos no país de origem ou abram as
contas sob anonimato ou utilizando nomes de sociedades fictícias. Em situações
limite, e sem dúvida ilegais, podem ser usadas para a evasão fiscal ou para
branqueamento de capitais.
A Comissão Europeia possui uma lista negra de praças offshore que não aceitam
divulgar informação sobre clientes bancários tendo em vista o combate à fraude e à
evasão fiscal. Fazem dela parte:
Os paraísos fiscais são geralmente vistos com preconceito pelas pessoas e até mesmo pelos
governos de outros países que lhes aplicam rigorosos controlos e repressão. Os paraísos
fiscais surgiram por um conjunto de factores, atrelados à globalização, a escassez de fontes
de renda alternativas de tais países e a excessiva tributação e regulação nos países-sede das
empresas que buscam os paraísos para a abertura de offshores.
Os ordenamentos fiscais que isentam certos factos que deveriam normalmente tributar, de
harmonia com os princípios gerais comumente aceites, ou os tributam a taxa anormalmente
baixa, via de regra para atrair capitais estrangeiros, são considerados refúgios, oásis ou
paraísos fiscais. Todos têm em comum legislação para constituição de sociedades,
financeiramente flexíveis, sigilo bancário e profissional quase sempre muito rígido,
liberdade câmbial absoluta, além de eficientes sistemas financeiros e de comunicações e
estabilidade política e social.
O empresário deve pagar os impostos e dívidas, porém caso haja crise, os bens adquiridos
até o momento não serão perdidos. No mais, a protecção patrimonial impede que uma
empresa, sujeita a um mercado acirrado e ao fisco, não dê ao sócio prejuízos incalculáveis
somente pela ousadia de empreender.
A blindagem patrimonial feita por uma limitada no exterior pode ser realizada em menos de
um mês, diferente de blindagem feita nalguns países. Por exemplo, no Brasil, a blindagem
patrimonial é sujeita às leis locais, sendo apenas blindagem parcial.
Planeamento tributário é a forma de reduzir os impostos pagos por uma empresa para que
ela possa auferir resultados positivos. Constitui-se em uma ferramenta essencial para obter a
economia de impostos e visa facilitar, de forma lícita a redução e impostos, no intuito de
melhorar os negócios, de maneira inteligente e eficaz visando à continuidade dos
empreendimentos, manutenção de empregos e a dignidade humana.
Sendo assim, temos o planeamento tributário como uma ferramenta importante para a
tomada de decisões de uma sociedade, pois este tem como objectivo a economia de tributos
buscando, reduzir, eliminar ou até mesmo retardar licitamente o pagamento de tributos.
Tal que a busca pela economia financeira não é novidade, e as offshore representam
mecanismo para isso de maneira internacional, motivo pela qual as offshore vêm adquirindo
notoriedade e garantindo o êxito económico de organizações, sem que distâncias territoriais
tornem-se obstáculos para o comércio internacional.
Assim, é possível observar em SILVA (1998, pág. 23)[2] a viabilidade do uso de offshores:
Tais zonas privilegiadas são conhecidas como paraísos fiscais, e para as empresas
constituídas nelas convencionou-se o nome em inglês de offshore. São empresas
constituídas em paraísos fiscais com o objectivo de pagar menores impostos ou isentar-se
deles. São constituídas de acordo com uma jurisdição e apenas podem desenvolver suas
actividades em outra jurisdição.
Algumas pessoas físicas e jurídicas usam empresas offshore como instrumento a fim de
administrar suas carteiras de investimento, incluindo aplicações em valores mobiliários,
títulos governamentais, depósitos em pecúnia e outros produtos. Depósitos bancários de
empresas offshore podem oferecer juros maiores, por vezes sem imposto retido na fonte, ou
ainda podem ser aplicados em fundos de investimento coletivos.
“A opção por uma estratégia de inserção em mercados internacionais deve levar em conta
os objectivos das empresas, além de dimensões estratégicas em relação a recursos e
capacidades das mesmas, mas o fato é que actuar em vários mercados aumenta a
capacidade de sobrevivência em face das dificuldades impostas pelo ambiente altamente
competitivo da actualidade.” (p. 15).
Apesar das diversas vantagens nas operações envolvendo a actividade de offshore como o
melhor aproveitamento da oferta mundial de mão de obra e as melhores alternativas de
reestruturação das empresas, as offshores também possuem desvantagens.
Não obstante, os custos relativos à instalação de uma unidade offshore são bastante elevados
e, no que se refere aos postos de trabalho, podem ser consideradas em certa medida como
ameaças aos postos de trabalhos dos países em que a empresa estava instalada antes do
processo de internacionalização.
Outros pontos a serem considerados dentre às desvantagens de uma offshore partem ainda
do próprio processo de internacionalização. Considerando a distância entre os parceiros
comerciais, a organização dos procedimentos, o elevado risco à propriedade intelectual, as
diferenças culturais, sistemas jurídicos ou mesmo valores diferentes do país de origem e do
país da offshore, devem ser ponderados minuciosamente por aqueles que se interessam por
esta forma de actividade económica.
Por fim, é importante destacar que alguns governos (como é o caso do governo do Reino
Unido, da Alemanha e da Rússia) têm optado por colocar na mira de sua fiscalização as
empresas offshores a fim de atribuir-lhes penalidades relativas à prática de evasão fiscal. As
medidas são justificadas em parte pela falta de transparência nos lucros obtidos pelas
empresas, na dificuldade em determinar quem são seus proprietários e a prática de fraudes
que tais condições podem viabilizar.
Além de uma ínfima incidência de tributação nos países situados em paraísos fiscais,
oferecem sigilo fiscal e bancário, criação de sociedades com titularidade garantida por meio
de acções ao portador, liberdade cambial e outras facilidades. Esses atractivos levam outros
países a criar mecanismos para inibição da fuga de recursos e controlar a elisão fiscal.
Não existe um conceito fechado e objectivo, hábil para caracterizar um paraíso fiscal. As
doutrinas nacional e internacional divergem e os critérios são imprecisos. Paraísos fiscais são
utilizados por pessoas físicas e jurídicas com interesses particulares.
Entre as principais razões da demanda pelos paraísos fiscais está a garantia de segredo ao
depositante em instituições financeiras e a criação de sociedades de acções ao portador com o
fim de ocultar patrimónios ou movimentações financeiras.
Critica-se o ordenamento jurídico desses países de baixa tributação por haver proibições à
troca de informações relativas à movimentação de recursos financeiros. Não é elogiável a
estreita relação com a evasão fiscal. Falece o planeamento tributário (elisão fiscal) no exacto
momento em que o contribuinte, directa ou indirectamente, desrespeita as regras tributárias.
Referências
PENTEADO, C. C. Empresas offshore: Uruguai, Cayman, Ilhas Virgens Britânicas. São Paulo:
Pillares, 2007.
“O ramo da Contabilidade que tem por objectivo aplicar na prática conceitos, princípios e
normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada.”
A contabilidade tributária tem como objectivo apurar com exactidão o resultado económico
do exercício social, demonstrar de forma clara e sintética os resultados económicos, conforme
a legislação tributária vigente, obedecendo aos prazos estabelecidos.
Partindo do pressuposto que a contabilidade é uma ciência que estuda e interpreta os registos
dos fenómenos que afectam o património da empresa tem-se a sua importância na gestão da
empresa e em especial a tributária.
Tendo em vista uma carga tributária elevada, ao emaranhado e o volume de normas legais que
tratam da questão fiscal e tributária, o profissional da contabilidade tem fundamental
importância em sua gestão. Daí a necessidade de o contabilista estar constantemente
actualizado e ser conhecedor profundo da legislação vigente. Inclusive, porque eventuais
falhas por ele cometidas resultam, invariavelmente, em ónus para as entidades por ele
atendidas.
• Deve conhecer os vários tributos que incidem sobre as actividades da empresa para a
qual trabalha.
• Deve sempre verificar quais os dispositivos da legislação tributária são pertinentes a
essas actividades.
• Deve ter muito cuidado na interpretação das leis que contribuem para uma boa gestão
tributária.
• Suprir as necessidades da empresa, baseando-se na lei.
• É necessário que o contabilista faça uma constante actualização, reciclando-se em
cursos que ofereçam as actualizações do mercado e a legislação, contribuindo para a
elaboração do planeamento tributário.
• O contabilista para auxiliar a empresa no planeamento deve manter os registos
contabilísticos actualizados e conhecer as leis tributárias, realizando o estudo dos
encargos e obrigações que a empresa possui, auxiliando o gestor da empresa a planear
com responsabilidade.
• A actuação do planeamento é para economizar evitando a evasão fiscal, que além de
ser considerado um acto ilícito, lesa o fisco de forma deliberada ou por negligência,
por isso, cabe ao contador a devida correcção de escrituração fiscal, evitando a
ocultação do facto gerador.
6.5 Actividades e Funções
Referência:
Oliveira, Gustavo Pedro de. 2013. Contabilidade Tributária - 4ª Ed. (Cód: 4914214)-Editora Saraiva.