Neurociências e suas contribuições na inclusão escolar
Grandes teóricos da educação já discorriam sobre a relação entre neurociência
e aprendizagem, como Jean Piaget, Lev Vygotsky, Henri Wallon, e David Ausubel. Os mesmos observavam o impacto das emoções na retenção de informação, a importância da motivação e da atenção para estudar e a capacidade do cérebro de se modificar de acordo com experiências e o contato com o meio. Sabemos que muitas escolas hoje, tem encontrado dificuldades com relação a inclusão escolar, e isso faz uma grande diferença tanto na vida dos alunos com deficiência, como nas que estão interagindo com elas. Nesse contexto a neurociência tem uma grande contribuição para nos ajudar a entender como a criança desenvolve capacidades de assimilação, linguagem, criatividade e raciocínio.
Existem alguns princípios da neurociencia que norteiam a prática da inclusão
escolar, sendo assim, é relevante que o professor venha conhecer a neurociência de forma a poder pensar em cada aluno com suas particularidades e singularidades tendo em vista que, os mecanismos neurobiológicos envolvidos no autismo, podem ser diferentes no TOD e no TDAH, mas ao mesmo tempo podem estar interligados devido as comorbidades.
Estudos pontuam que os estímulos trabalhados pelos professores propiciam a
ativação do processo da neuroplasticidade, que está intimamente ligada ao desenvolvido das funções cognitivas. Nesse contexto, este é moldável aos estímulos do ambiente escolar, que levam os neurônios a formarem novas sinapses, dessa forma, a criança com necessidades especiais amplia o repertório desenvolvendo sua aprendizagem. Explicando de forma esquemática, os neurônios são as células que formam o cérebro. Eles são capazes de fazer sinapses, que são os canais de comunicação entre dois ou mais neurônios. A comunicação se dá por meio de sinais elétricos, que formam circuitos de processamento de informação. Os estímulos que a criança recebe dentro da escola pelos professores e demais alunos, fortalecem os circuitos, que se multiplicam e formam conexões cada vez mais rápidas. Eles acabam por formar uma rede, ligando diferentes regiões do cérebro propiciando o desenvolvimento da aprendizagem. Assim, da perspectiva da neurociência, a aprendizagem é um processo desencadeado pelo cérebro ao reagir aos estímulos do professor. As sinapses geradas formam circuitos que processam as informações e com capacidade de armazenamento na memória de longo prazo.