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O que sobrou de nós?

Obra poética de Luanderson Teixeira.

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Dedico esse livro a todos que acreditaram no meu potencial desde o
início, e me motivaram a escrever essa obra.
A poesia por ter me ajudado a crescer como pessoa.
Ao poeta que admiro muito Guilherme Victor.
Paulo Matheus.
Juliana Kardielle.
Geovana Gomes.
Andressa Ingrid.
Nagila Karine.

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Prefácio.
Esse é meu primeiro livro, então não esperem muito de mim. Eu não
soube muito bem sobre o que escrever, então juntei algumas coisas que
considero interessantes e joguei nesse livro.
O livro “O que sobrou de nós?” não vai falar só sobre tristezas do fim
de um relacionamento, decidi falar de várias outras coisas que
abordam o amor e a destruição que ele causa, nessa obra vou
compartilhar com vocês um pouco da minha visão sobre as formas de
amar, julgamentos, desejos proibidos, meu renascimento na poesia,
entre outros assuntos secretos que vocês irão descobrir a medida que
irão ler. Eu me dei a liberdade de me abrir nesse livro e escrever coisas
que nunca pensei em escrever. Então, espero que gostem.
Leiam com carinho, pois vocês estão prestes a descobrir o pior lado de
mim.

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Oque sobrou de nós?

É complicado te dizer em palavras,

Mas não sobrou nada.

Talvez tu tenhas levado tudo

Com aquelas birras desnecessárias,

Ou com o fato de ter que

Me fazer ser obrigado a suportar

Brigas fatigantes,

por motivos estressantes.

Foi triste ter que aceitar

Pra mim mesmo

Que tudo tinha acabado,

Bem antes de ter tido o fim.

Talvez eu tenha sido

Precoce demais

Por ter jogado tudo no lixo

E apertar o “reset”,

Sem ter te ouvido

A última vez,

Como sempre fiz.

Ou talvez,

Só tenha sido humano

O suficiente,

Pra entender que aquilo

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Não fazia mais tão bem

Pra mim,

Como deveria,

A ponto de deletar

A chance de te ferir

Diversas outras vezes.

Foi decadente entender

Que o amor,

Na maioria das vezes,

É um casulo da destruição.

E nós o criamos,

Acreditando que depois

Da metamorfose,

Nós dois poderíamos voar juntos.

Mas esquecemos que duas pessoas

Não podem voar com um só par de asas,

E eu,

Com todo meu egoísmo,

Voei sozinho.

Obrigado pelo par de asas.

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Julguem-me a mim.

Juízes,

Advogados,

E eu,

Um réu

Respondendo por

Dilacerar um coração

Já machucado.

Permaneço no meio do tribunal

E todas as pessoas

Me condenam

À morte mental.

Fui injustiçado

Por pensar em mim

Na maioria das vezes

O júri inteiro

Me aponta o dedo

E me ameaça

Por ter escolhido

Minha própria felicidade.

Estarei eu, errado?

Deveria iludir a mim mesmo

Com promessas que já tiveram

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Validade comprometida?

Deveria continuar

Me auto condenando

Adiando um fim

Que sempre esteve

Marcado a chegar?

Não sei,

Mas de repente

Todo o júri se cala,

E o juiz me condena,

Alegando que eu estava errado

Ao me explicar,

Por que a vida

Sempre foi mais fácil

Pra mim,

E que eu não teria

Motivos óbvios

Para terminar.

Parabéns,

Vocês conseguiram

Me matar.

Agora vivo dias terríveis

Que parecem que nunca

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Irão acabar.

E tudo por culpa

Da minha maldita

Felicidade.

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.- -.. -. .-. ... . ... .-

Prazer,

Foi a palavra que você

Me disse ao te conhecer

E foi a mesma palavra

Que me fez sentir

Quando nossos corpos

Se encostaram pela primeira vez.

Foi o que eu senti

Ao perceber que Guilherme Victor

Me invejaria ao saber

Que eu tinha uma diaba

Rebolando em cima de mim,

Exatamente

Naquela sexta-feira

Que nem lembro

A data direito,

E nem tenho intenção

De lembrar

Só lembro de quando

“Slow mo” largou de ser uma track

E virou um sentimento,

Mutuo por um momento

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Só lembro de todas as mordidas

Nos lábios

Que transbordavam

O quanto você estava disposta

A se entregar pra mim.

E se entregou,

Você fez aquele beijo

Virar um gol decisivo

De Copa do Mundo

Nos acréscimos

Do segundo tempo,

Tu fizeste todo aquele

Papo de amor eterno

Virar uma bobagem

Por que eu consegui

Sentir amor naqueles

Quarenta minutos.

Você foi a única Eva

Que mordeu a maldita maça

De uma maneira diferente,

Você gostava do perigo,

E me fez gostar também.

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Caixa.

20 cm de altura,

Largura

E profundidade

Era perfeitamente simétrica,

Vermelha,

Tinha um coração bordado

E carregava sentimentos

Inexplicáveis,

Como tudo acabou tão rápido?

Peço perdão

A todos que irão ler

Esse texto,

Mas ele será muito profundo

Por isso tão enigmático.

Era uma caixa perfeita,

Com um forrado dourado,

Carregava momentos

E me fazia acreditar que

Tudo permaneceria por

Muito e muito tempo

Era uma caixa vermelha

Não tinha muito segredo,

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Simples,

Robusta,

E bonita.

Só não consigo lembrar

Por que eu amava

Tanto aquilo.

Minha memória

Ainda recorda de tudo,

Mas meu coração não.

Toda a esperança

Que ela carregava

Foi sumindo,

E o vermelho vibrante

Que ela tinha,

Se foi também.

Com o tempo,

Ela sumiu por completo.

Não a vi mais ali,

Onde sempre esteve.

Mas era a caixa mais linda

Que alguém já fez pra mim.

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Amor de fim de noite.

Você devia parar

de foder meu psicológico,

E vir foder comigo

Até a noite acabar,

Se é que acaba.

Você devia parar

De tentar encontrar romances clichês

Em caras monótonos

E aceitar que o edredom com a gente

É mais quente.

Nossa foda seria tão inesquecível

Quanto todos os álbuns do Baco juntos

Seria tão indecifrável quanto

As letras do Djonga

Em “Heresia”

Seria perfeita,

De um jeito que só você é.

Tua língua,

Traça estradas na minha boca

Que ninguém foi capaz de encontrar

Teu gemido
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Faz qualquer música

Parecer uma simples composição

Com dois acordes.

Tu é a mais pura representação

De prazer que eu já vi.

Você é uma poção de morte

Disfarçada de vida eterna

E eu te beberei,

Até que morra.

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Sua volta.

Você só veio pra tirar

Toda a certeza que eu

Tinha dentro de mim

Só chegou pra bagunçar

O que eu tinha demorado

Anos para conseguir arrumar

Se aproximou

Pra contrariar

Tudo que eu pensava

Saber sobre amor

E agora vai embora

Dias depois,

Como se a porra do meu

Sentimento não

Existisse

Mas ele existe,

Não sei te explicar como

Ou de que maneira

Mas existe.

Agora volto a arrumar

Tudo de novo

Na esperança
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De que você não bagunce novamente

Da próxima vez que passar

Por aqui

Mesmo que meu consciente

Saiba,

que no fundo,

Você sempre gostou

Das coisas bagunçadas.

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Renascimento.

Eu estava cansado,

Fadigado,

Desacreditado de tudo

Que o amor dizia

Proporcionar.

Eu não acreditava

Mais em destino,

Em conexões

E muito menos

Em almas destinadas

A viver um amor eterno.

Isso não existe,

Nunca vai existir.

Vocês ainda acreditam

Por que acham que

Os amores romantizados

Em filmes da Netflix,

São iguais ao que vivemos

Nesse mundo de merda.

Acreditam que irão encontrar

Amores eternos

Em um mundo efêmero

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Ainda acham

Que o amor só existe

Quando dura pra sempre.

E enquanto

Vocês viverem em cima

Dessa tese vazia,

Nunca irão conhecer

O amor de verdade,

E nem o quão horrível

E belo,

Ele pode ser

Ao mesmo tempo.

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P.s: eu não amo você.

Eu até gosto da tua companhia,

Do teu abraço,

Do teu toque,

Do teu cheiro

Mas eu não amo você

Não como eu acho que deveria

E se não é como deveria,

Não é amor

Eu gosto de falar contigo

Aos sábados,

Aos domingos,

As segundas

E em todos os outros dias

Que terminam com “-feira”

Mas eu não amo você

Acho que amor é uma palavra complexa,

Que eu ainda não sei decifrar

E por isso não posso entender

E nem sentir.

Você me deixa leve,

Me faz flutuar em bons pensamentos

O mundo perde a gravidade

E o coração me pesa dentro


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Mas não,

Não deve ser amor

Devo estar confuso

Louco,

Psicótico,

Devo estar tentando

Acreditar que o amor

Não acabou.

Mas a carta de despedida dele

Está bem aqui,

Naquela caixa vermelha,

Naquele beijo de sexta

E em muitas outras coisas

Que insistem em me lembrar

De que isso é tudo uma farsa.

Mas por que ainda tento

Acreditar em um sentimento

Que está enterrado?

Eu mesmo o enterrei,

E ele continuará lá

Pra sempre,

Ou até que se prove o contrário

Igual você está tentando fazer.

Mas não conseguirá,

Por que eu estou feliz assim

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Não tenho mais dias tão ruins

E nem preocupações bestas,

Eu estou bem.

Mas tu insiste em me fazer pensar

Que tudo seria melhor com você

Mas infelizmente não é,

Eu sempre sei o fim disso tudo

E nunca é bom pra mim.

P.S: talvez eu ame você.

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Obrigado poesia.

Parte de mim

Sempre viverá

No que eu escrevo

Independente do meu querer.

É no bloco de notas

Que dou vida a todos

Meus pensamentos impuros

Sobre o mundo

E reflito sobre o

Meu futuro eu

Me pergunto o que

Seria de mim sem

Todas essas escritas falhas.

Nada, eu não seria nada

Nada além de uma alma

Sem opinião própria

Que espera dos outros

Uma resposta pra vida

Mas graças ao que escrevo

Eu consegui ter a minha.


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Escrever me faz acreditar

Que o êxtase da vida

Pode estar em um

Bloco de nota e três cigarros.

E no dia em que eu morrer,

Saibam que deixei cada

Pedaço meu,

Em cada pedaço do que escrevo

Prometam não enterrar minha

Poesia junto a mim,

Deixem que ela viva.

Obrigado poesia,

Por sempre me dar

Um motivo pra viver.

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Carta aos fantasmas que me assombram.

E quando tudo o que restar

For saudade,

Não se culpem

Vocês foram todos ótimos.

Obrigado por me deixarem

Viver momentos incríveis com vocês.

Quando acharem fotos

Do meu sorriso

Na galeria

Não se culpem,

Pois foram vocês

Que proporcionaram eles.

Quando comprarem

Aquela cerveja barata

Que eu adorava beber

Com vocês

E lembrarem de mim,

Não parem de beber,

Eu estarei sempre com vocês

Naquela velha cadeira amarela.

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Infelizmente

Não posso mais reviver

Tudo isso com vocês

Eu tenho que ir,

Mas lembrem-se

De mim

É isso que fará

Com que eu viva

Em cada um de vocês,

Assim que eu partir.

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A libertação.

Todo romance é composto

Por linhas,

Capaz de escrever histórias

de amores maravilhosas

Com fins cruéis,

Assim como foi a nossa.

Nosso amor foi como uma passagem

Pro jardim do Éden,

Pena que tomamos um pé na bunda

Depois que eu comi o fruto proibido

Mas mal sabia eu

Que depois disso

O meu desejo por liberdade aumentaria

E nem você

Com todo seu amor.

Pôde me segurar,

Desculpa por não poder ficar.

Agora eu percebo nitidamente

Que não quero um cárcere

De um relacionamento.

Eu amo a sensação

De ser liberto,
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Amo o vento das noites,

Amo as experiências

Que só uma mesa de bar

É capaz de proporcionar.

Amo tudo que você queria

Que eu não amasse

Você é uma obra incompleta

E eu sou um pintor

Que não teve pincéis

Pra te continuar

Me desculpe.

Só peço que continue vivendo

Com todo esse brilho

Que sempre teve,

Você encontrará

Coisas melhores na frente

E quanto a mim,

Acho que morri,

Há tempos.

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Amor.mp3

O amor é melodia,

É uma sincronia de passos

Perfeitamente encaixados

Por um só casal.

O amor é calmo

E agitado ao mesmo tempo,

Igual as ruas de sexta à noite.

Ele é confuso,

Indecifrável,

Não tem sentido,

Por isso é tão bonito.

O amor é uma dança

Com uma coreografia

Criada ao decorrer do tempo,

E cada passo

Corresponde à um sentimento,

O amor é pra quem quer viver

Pra quem quer se arriscar

Pra quem quer sentir

É um tiro no escuro

Que pode te acertar

Em pontos fatais
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Ou só atingir seu coração

E te fazer sorrir

Ele não tem lógica

Nem explicação,

Por isso é tão surpreendente

A ponto de te fazer cair de boca

Em relacionamentos mórbidos

Sem que você nem saiba.

Muito cuidado,

Por que o amor

Sabe ser horrendo também,

Igual nós somos,

Igual você é,

Igual eu sou.

O amor pode te iludir

Com palavras bonitas

Disfarçadas de prisão

Ele pode te censurar,

Te impedir de ser feliz.

Pode vir camuflado

De uma felicidade momentânea

Enquanto devora toda sua vontade de viver

De ser independente,

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O amor te prende a alguém.

Talvez o amor

Seja na verdade,

A maior arma psicológica

Criada pelo homem.

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Você.

Te ter foi como gozar

De toda a felicidade

Do mundo

Por um tempo,

Te olhar foi como

Apreciar a obra

De um artista perfeccionista,

Transar contigo foi como

Desbravar de todo o prazer

Que pode ser oferecido por alguém,

Mas te perder.

Te perder foi libertador,

E eu não sei explicar o porquê,

Te perder foi voltar ao meu controle,

Te perder foi assumir novamente

O posto que eu tinha perdido.

Te perder foi surpreender

Todo o meu achismo sobre sofrimento

Após um perca,

Te perder,

Foi reencontrar
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Meu verdadeiro eu,

Que eu pensei ter perdido

Durante todo esse tempo.

E eu o abracei,

Como nunca tinha abraçado antes,

Eu aprendi a me orgulhar dele

Mesmo com todos os defeitos,

E faltas de qualidades.

Eu prometi

Nunca mais solta-lo novamente,

Mesmo que ele não fosse aceito

Como eu sempre quis

Por outro alguém.

Eu te amava,

Mas me amo muito mais.

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Palavras.

Eu nunca fui bom com palavras,

Por isso não pude fazer nada

Te vendo passar por aquela porta

Não pude fazer nada

Pra não te fazer ir embora

Eu falhei,

Como sempre.

Eu nunca fui bom com palavras,

Por isso não pude te relembrar

De todas nossas lembranças boas

Quando estávamos à beira do término.

Eu te deixei ir,

Por causa da minha insegurança.

Acho que foi o melhor a se fazer,

Uma hora ou outra

Você iria,

Por quê me faltariam palavras

Pra te mostrar o quão você é importante pra mim.

Eu nunca fui bom com palavras,

Se eu fosse,

Não faltariam palavras

Pra esse livro


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Que estou a escrever,

Eu sei que você queria ficar

Eu vi no seu olhar,

No seu jeito de me falar

Que estava indo embora,

Mas eu te deixei ir.

A verdade é que eu nunca fui bom em nada,

Nem como poeta.

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Roupa amarela.

Não tão queimado,

Nem tão claro,

Era suficiente pra dar brilho

Naquela noite agonizante,

Ficava perfeito em você.

Era forte e vibrante,

Combinava com todo

O fogo que vinha de ti.

Te deixava radiante,

Me fazia desejar você.

Até eu,

Que nunca gostei tanto desse tom,

Não sabia explicar

O porquê me via tão fascinado

Por uma roupa amarelo vibrante.

Você conseguiu desviar toda a atenção

Que eu tinha em outras coisas,

Me deixou em segundo plano,

E por algumas horas,

Eu me vi fissurado

Por uma roupa amarela

Que nem sequer cabia em mim.

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Você pintou a noite de amarelo,

E eu não conseguia enxergar outra coisa.

A não ser você,

Andando sem direção,

Me deixando pra trás,

Com aquela maldita

Roupa amarela.

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Automático.

Eu não quero acordar

Quero continuar dormindo,

O mundo é cruel

E dedetiza todas as pessoas

Que não pensam igual a ele

Vocês são estranhos,

Vivem no automático

Aceitam qualquer baboseira

Que passa na TV

E digerem tudo

Que o apresentador fala

Vocês são automáticos,

Parecem várias radiolas

Tocando uma música só

Todos falam a mesma coisa,

São programados.

Robôs,

Hipócritas,

Falsos.

Até a verdade parece mentira,

Quando falada por vocês

Se escondem atrás do politicamente correto


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Escondendo a própria ganância.

Até eu,

Serei um falso escritor

Por escrever esse livro

Em estado automático.

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Mar de esperança.

Tudo vai passar,

O amanha sempre será mais belo

Se você permitir observar

Não esqueça que por mais difícil

Que esteja sendo,

Um labirinto sempre

É projetado com uma saída,

Igual à seus problemas.

Você é forte

Não deixe ninguém

Dizer o contrário,

Nem mesmo seu consciente

É foda acordar

Todos os dias lutando

Contra os mesmos demônios cotidianos,

Mas pense

Quão lindo será

Quando os anjos estatuarem

Sua vitória

E decretarem

Que você será liberto

De todo mal que te cerca

Será finalmente,
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Livre outra vez.

Por isso

Não desista agora,

Ainda há muito o que viver pela frente

Tem pessoas novas

Esperando para serem conhecidas

Por você

Lugares fantásticos

Esperando pessoas fantásticas

Situações inimagináveis

Que só alguém especial

Como você,

Pode saber onde se situam

O mundo não é um mar de rosas,

Mas você é um mar de esperança,

Estamos todos juntos nisso

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Eu não penso em você.

Eu virei a página,

Me libertei,

Eu não penso mais em você.

Não tenho mais noites mal dormidas

Nem despedidas doloridas,

Eu me curei.

E a mesma metamorfose

Que se iniciou no nosso fim

Terminou no meu começo

Eu consegui voar

Eu consegui

Finalmente

Ver um novo caminho

Comigo

Somente comigo

Eu consegui amar a minha companhia,

A mesma que eu odiava

À uns meses atrás

Eu não penso mais tanto em você

E isso é bom.

Obrigado por ser a ponte


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Da minha evolução,

E escrevendo isso

Eu posso afirmar,

Que não penso mais tanto em você.

Mas estou pensando agora,

Pra escrever isso.

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Insatisfação.

Esse não era o livro

Que eu queria mostrar pra vocês.

Esse não é o eu

Que eu quero que vocês vejam

Mas é o único que tenho.

O mesmo que já escreveu

Bebendo,

Fumando,

Chorando,

Desgastado,

Magoado

Tudo,

Em um parágrafo só.

Cada texto meu

É composto de momentos

Cada palavra nesse livro

Tem voz,

Cabe a vocês,

Escutar ou não.

Esse livro,

Apenas ele,

É mais meu

Do que vocês imaginam.

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Talvez vocês

Consigam escutar

Até as músicas que ouvi

Escrevendo.

Dance with me

Nunca me pareceu

Tão melódica

Em um fone de ouvido,

Igual está agora.

Esse não é o eu

Que eu quero que vocês conheçam

Mas esse sou eu,

Quando escrevo pra vocês.

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Desculpas.

Eu vim aqui pedir desculpas,

Desculpa por ser um péssimo amigo,

Desculpa por nunca ser presente,

Desculpa por não te ensinar a dançar novamente

Quando nossa música parou.

Desculpa não ter cuidado daquela

Caixa vermelha.

Desculpas.

É a única coisa que sei falar

Acho que acostumei

Com a ideia

De que palavras curam.

Acostumei com o ato

De desculpas,

E tornei ele

Um costume

Mas caso eu não volte,

Nesse mesmo horário

Para escrever outro texto,

Quero que aceitem elas

É o que sobrará de mim

Quando eu sucumbir.

A droga de um cigarro
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Já não é mais o suficiente,

Pra queimar tanta merda

Acontecendo aqui dentro

É um apocalipse,

E eu nem precisei

De um diabo

Para que isso acontecesse

Eu me autodestruí

Escrevendo esse maldito livro

Para vocês.

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Fim.

E mais uma vez,

O fim,

Nunca pareceu tanto

Um recomeço.

Parte de mim agora

Se fragmenta,

Viro pedaços

Em cada página

Que vocês leram

E por mais que

Eu tenha escrito

Sobre libertação,

Esse livro não passou

De um gatilho

Que caminha

Sobre meu eu prisioneiro.

Eu vivi durante 48 páginas

Mas morri na 49.

Poderia dizer a vocês

Que esse será o último,

E que pararei de escrever

Amanhã mesmo

E talvez eu pare
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Talvez eu pare de me atormentar tanto

Talvez eu pare de me cobrar,

A escrita é algo belo

Mas ao mesmo tempo é uma maldição.

As palavras de Paulo Matheus

Nunca me soaram tão claras,

Escrever é realmente ótimo,

Mas parar de escrever é libertador.

Eu vivi durante 48 páginas

Mas morri na 49.

49

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