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Fernando Gazzoni
Santa Maria, RS
2021
Fernando Gazzoni
Santa Maria, RS
2021
Fernando Gazzoni
Santa Maria, RS
2021
AGRADECIMENTOS
Aos meus colegas de DEMAPA. Em especial aos meus chefes Alessandra e Jayme por
todo auxílio, palavras de incentivo, suporte e flexibilidade. Sou extremamente grato a vocês.
Por fim, agradeço a todos aqueles que dispuseram de um tempo para participar da
pesquisa e ajudar na conclusão desse trabalho.
Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de capina
com sol quente, que às vezes custa muito a passar, mas sempre passa.
E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria...
Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há de ter a sua
O processo de internacionalização do ensino superior não é mais uma dúvida ou possibilidade, é uma
certeza e uma necessidade em um mundo globalizado. No entanto, é possível estar envolvido nesse
processo de diferentes formas e níveis. A partir disso, diversos países e instituições passaram a investir
no desenvolvimento de políticas de internacionalização do ensino superior, passando a ser considerado
fator estratégico, por ser o principal meio de geração de conhecimento. No Brasil a internacionalização
do ensino superior não é mais uma situação incipiente, mas ainda apresenta números relativamente
baixos se comparados a outros países. Para que a internacionalização avance no ensino superior
brasileiro, é necessário que as estratégias de internacionalização estejam inseridas no planejamento
estratégico das instituições e que a cultura institucional avance para um processo de
internacionalização. Nesse sentido surge a comprehensive internationalization (internacionalização
abrangente) que tem por iniciativa uma integração das diferentes estratégias institucionais de
internacionalização abrangendo toda a instituição, buscando alterar o ethos institucional e os
resultados de aprendizagem. Diante do exposto, este estudo busca fornecer um panorama do estágio
atual de internacionalização abrangente de seis universidades federais do estado do Rio Grande do Sul.
Por meio de uma abordagem multimétodos foram analisadas diferentes fontes que interferem
diretamente no desenvolvimento das políticas de internacionalização das instituições. As fontes
examinadas são os planos estratégicos institucionais relacionados ao processo de internacionalização,
a percepção dos atores institucionais e a legislação utilizada para embasamento dos planos de
internacionalização. Entre as fontes analisadas há um foco em políticas e ações relacionadas ao
trânsito de pessoas e a consecução de acordos de cooperação com foco em ações de mobilidade.
Percebe-se uma priorização de ações do tipo abroad (no exterior), já ações do tipo at home (em casa)
são pouco desenvolvidas. A internacionalização do ensino superior brasileiro ainda é caracterizada
pela ausência de políticas públicas que norteiem o desenvolvimento do processo de
internacionalização das instituições. Entre os atores institucionais a importância da internacionalização
é percebida, no entanto existe o sentimento de que ainda é uma atividade desenvolvida por poucas
pessoas e mais intrínseca à pós-graduação. Como barreiras para o desenvolvimento do processo de
internacionalização abrangente é possível citar ainda a ausência de uma política de formação
continuada de docentes, dificuldade em estabelecer um processo de avaliação, a oferta de cursos
internacionalizados nas disciplinas e a ausência de variáveis que permitam a mensuração dos
resultados de aprendizagem. Diante do exposto os resultados do estudo apontaram que, mesmo de
forma tímida, a internacionalização tem avançado nas instituições pesquisadas, no entanto ainda há um
longo caminho a ser percorrido até o desenvolvimento de um processo de internacionalização
abrangente. O desenvolvimento da presente tese buscou elucidar o panorama atual da
internacionalização abrangente no cenário nacional, permitindo a ampliação da análise com estudos
futuros sobre a análise individual dos eixos da internacionalização abrangente, a consecução de formas
de avaliação da internacionalização abrangente e de resultados de aprendizagem, entre outros tópicos.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 23
1.1 TEMA E PROBLEMA ................................................................................................. 26
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 31
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 31
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 31
1.3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 31
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................. 33
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 37
2.1 ESTRATÉGIA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ................................ 37
2.2 INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR ............................................ 41
2.2.1 Internacionalização abrangente (Comprehensive Internationalization) ................. 61
2.3 O ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO ....................................................................... 68
2.3.1 Internacionalização do ensino superior brasileiro ................................................... 72
3 MODELO CONCEITUAL ........................................................................................ 79
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 85
4.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA ......................................................................................... 87
4.2 COLETA DE DADOS ................................................................................................. 91
4.3 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................. 94
5 RESULTADOS ........................................................................................................... 99
5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES ANALISADAS .................................. 99
5.1.1 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) ........... 100
5.1.2 Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)............................................................. 102
5.1.3 Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ..................................................... 104
5.1.4 Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) .................................................... 107
5.1.5 Universidade Federal do Rio Grande (FURG) ...................................................... 108
5.1.6 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ........................................ 111
5.2 OS PLANEJAMENTOS INSTITUCIONAIS E A INTERNACIONALIZAÇÃO
ABRANGENTE ........................................................................................................ 112
5.2.1 O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) .................................................. 113
5.2.2 O Plano Estratégico ou Institucional de Internacionalização (PI) ....................... 121
5.3 A PERSPECTIVA DOS ATORES INSTITUCIONAIS ............................................ 131
5.3.1 Perfil dos respondentes............................................................................................. 132
5.3.2 Panorama da internacionalização nas instituições ................................................ 136
5.3.3 Os pilares da internacionalização abrangente ....................................................... 141
5.4 LEGISLAÇÃO APLICADA A INTERNACIONALIZAÇÃO ................................. 169
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................. 173
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 179
7.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO..................................................................................... 181
7.2 SUGESTÕES DE ESTUDOS FUTUROS ................................................................. 181
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 183
APÊNDICE A – Questionário Subfase IIa ............................................................. 195
APÊNDICE B – Questionário Subfase IIb ............................................................. 201
23
1 INTRODUÇÃO
apontado por Veiga (2011) e Borges et al. (2018) a ausência de estudos que abordem a
temática da IES de forma empírica é uma lacuna a ser preenchida.
No contexto brasileiro os números de internacionalização ainda são pouco expressivos
se comparado a outros países do eixo sul. Países como Argentina e África do Sul, por
exemplo, apresentam maior proporção de estudantes estrangeiros matriculados em suas
instituições (UNESCO, 2020). O estudo da internacionalização do ensino busca, além de
melhorar os índices de mobilidade, proporcionar mais oportunidades para estudantes e
instituições nacionais no cenário internacional, melhorar a qualidade do aprendizado e a
formação de alunos cada vez mais globalizados, prontos para o mercado e para os desafios
que uma sociedade global impõe.
Compreender a internacionalização e o envolvimento institucional dentro de um
cenário abrangente, no qual o compromisso de um processo de internacionalização não se
resume à consecução de um plano formal, requer analisar a existência de ações dos diversos
eixos de internacionalização e a compreensão e comprometimento dessas ações pelos diversos
atores institucionais, proporcionando um real compromisso institucional com o processo de
internacionalização institucional.
Desta maneira, torna-se imprescindível desenvolver estudos empíricos que abordem
estratégias institucionais, proporcionando uma ampliação do conhecimento estratégico,
suprindo carências existentes na convergência de pensamentos, necessidades e estratégias dos
diversos atores institucionais. Entende-se que, ao desenvolver estratégias que permitem uma
aproximação entre os atores, possibilita-se, entre outras coisas, melhorar a consciência e
comprometimento deles, o desenvolvimento de uma política de internacionalização mais
eficaz, permitindo mapear o progresso do processo de internacionalização, e o
desenvolvimento de uma internacionalização articulada e racional.
Estas práticas estão inseridas em um conjunto de políticas que permitem o
desenvolvimento e articulação de um compromisso institucional com a internacionalização.
Não é possível o desenvolvimento da internacionalização sem um engajamento dos atores
institucionais. Diante dessa constatação chegou-se ao seguinte problema de pesquisa: De que
forma a internacionalização tem sido articulada dentro das instituições, proporcionando
um compromisso institucional com um processo abrangente de internacionalização?
31
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
o estágio atual da internacionalização das IES brasileiras torna-se de grande valia para definir
rumos e atingir os objetivos propostos.
Sob uma perspectiva estratégica, a internacionalização do ensino superior tem se
desenvolvido mais por meio de políticas ad hoc, fragmentadas e marginais do que por
questões estratégicas, abrangentes e centrais (DE WIT, 2020). Essa posição já havia sido
referenciada pela CAPES que, em pesquisa realizada com programas de pós-graduação,
verificou a necessidade de estabelecimento de um plano estratégico para o desenvolvimento
da internacionalização (CAPES, 2017).
Apesar dos avanços na temática, desenvolver estratégias de internacionalização em
âmbito institucional é uma tarefa difícil e complexa. A internacionalização em instituições de
ensino ainda é um processo desenvolvido por poucos estudantes e professores, e pouco focado
em resultados globais (DE WIT, 2020). Ao ponto que o estudo busca analisar e integrar os
diferentes atores institucionais ao processo, justifica-se na tentativa de trazer luz a
abrangência da internacionalização na instituição e a percepção de diferentes atores
envolvidos no processo. Nos últimos anos houve uma mudança no processo de
internacionalização, antes o foco era centrado no indivíduo, agora o foco deve ser na
instituição.
Outro ponto que justifica o desenvolvimento do estudo é o foco excessivo em ações de
internacionalização desenvolvidas no exterior e a ausência de ações de internacionalização em
casa (DE WIT, 2020). Desenvolver estudos que permitam congregar as ações realizadas no
exterior e em casa, permite avançar no cenário da internacionalização, tanto em questões
conceituais, quanto em uma perspectiva prática institucional. É necessário que as ações
desenvolvidas pelas instituições vão além da movimentação de pessoas, no Brasil há um
predomínio de uma mobilidade passiva com o envio de estudantes e docentes para o exterior
(CAPES, 2017), essa situação compromete uma percepção mais ampla do processo de
internacionalização.
Ao utilizar os conceitos preconizados pela internacionalização abrangente e o
reconhecimento das diferentes ações de internacionalização, o estudo busca congregar tanto
as ações realizadas no exterior, extremamente importantes para o desenvolvimento da
internacionalização, com ações desenvolvidas dentro do campus das instituições.
Deve-se ressaltar que a internacionalização abrangente tem se inserido nos estudos de
internacionalização ampliando conceitos como abrangência, transversalidade,
interculturalidade e integração dos atores e ações institucionais de internacionalização,
33
Este trabalho está estruturado em capítulos sequenciais e que buscam sustentar uma
ordem lógica no desenvolvimento da presente tese. A estrutura da tese é esquematizada na
Figura 1.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
É inegável que nos últimos anos as instituições de ensino superior passaram por
grandes transformações, seja de ordem econômica, social, política ou tecnológica (MEYER
JR, 2005). Passaram a enfrentar novos desafios relacionados a diversos temas, tais como:
gestão, governança, administração acadêmica, oferta educacional, serviços aos estudantes,
gerenciamento de pesquisas, gerenciamento de instalações de infraestrutura, assuntos
financeiros e questões legais (BARBOSA; NEVES, 2020).
As IES são instituições conhecidas por seus objetivos ambíguos e difusos
(BALDRIDGE, 1983), com poderes fragmentados (VIEIRA; VIEIRA, 2004). Os novos
desafios postos às IES, a partir de uma expansão e massificação do ensino, ocasionaram uma
multiplicação de suas funções e tornando-se organizações complexas (GALLI, 2019;
BARBOSA; NEVES, 2020).
Assim como diversas organizações, as instituições de ensino superior são sensíveis aos
fatores do ambiente externo (BALDRIDGE, 1983), com necessidade de estabelecer
prioridades e objetivos e as estratégias para seguir determinada direção (MEYER JR, 2005).
Frente a essa situação, não somente na iniciativa privada, mas também em organizações
públicas, a adoção de um planejamento estratégico torna-se necessário e eficaz para a gestão
da instituição (FALQUETO et al., 2019) e, não existindo uma forma única de abordagem
estratégica que englobe todas as instituições, são utilizadas diversas abordagens de
planejamento para desenvolvimento estratégico (MEYER JR, 2005).
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Com seus objetivos ambíguos, por vezes, existem nas IES grupos que apoiam as ações
dos gestores, comprometendo-se com o planejamento, seus objetivos, prioridades e ações.
Existe também os insatisfeitos com o processo de planejamento que deixam de apoiar e se
comprometer, criando uma resistência ao processo de planejamento das instituições (MEYER
JR, 2005). Para o desenvolvimento do planejamento estratégico das IES, torna-se necessária
uma habilidade dos gestores para tratar dos diferentes interesses envolvidos na gestão das IES
(FALQUETO et al., 2019).
Focando em IES o planejamento estratégico é visto sob diferentes perspectivas dentro
da instituição, a respeito do que Meyer e Lopes (2005) desenvolveram estudo no qual
verificaram a necessidade de se analisar o planejamento de IES sob três dimensões, racional,
política e simbólica. A primeira dimensão, a racional, está relacionada ao mapeamento dos
problemas e a definição de objetivos de acordo com os recursos disponíveis. A dimensão
política está relacionada à necessidade de articulação entre os diferentes interesses existentes
dentro das instituições, pois, para se atingir os objetivos pretendidos, é necessário o apoio de
todos na instituição. A terceira dimensão, a simbólica, é relacionada ao ato de se planejar e
demonstrar para todos a sistematização das atividades desenvolvidas pela instituição,
repassando a ideia de uma organização ordenada.
Entre as instituições de ensino superior brasileiras, o Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI) é concebido como uma das principais ferramentas de gestão estratégica
das instituições, pois neste documento são sintetizadas as ações de cunho estratégico das
instituições (FALQUETO et al., 2019). O PDI ganha em importância e relevância quando
passa a ser considerado documento obrigatório para avaliação e credenciamento das
instituições.
Com o advento da Lei nº 10.861 de 14 de abril de 2004, a qual instituiu o Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), seu Art. 3º, inciso I torna a missão e
o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) como instrumentos obrigatórios para a
avaliação das instituições. Já o Decreto 9.235 de 15 de dezembro de 2017 trouxe o PDI como
documento obrigatório para o credenciamento das instituições de ensino superior. Desta
40
forma, por meio de imposições legais, o desenvolvimento do PDI constitui-se como uma
obrigatoriedade para as instituições de ensino superior.
Ademais, o Decreto 9.235 trouxe em seu Art. 21 os elementos mínimos a serem
observados na elaboração do PDI.
A descrição de elementos mínimos na legislação tem por iniciativa conferir certo grau
de autonomia para as instituições na elaboração de seu planejamento, sem deixar de obedecer
aos requisitos mínimos estipulados em lei (FALQUETO et al., 2019).
O desenvolvimento do planejamento estratégico ainda encontra diversas barreiras,
entre as quais comunicação distorcida entre as unidades internas, diferenças entre o que é
planejado e o executado (FALQUETO et al., 2019). Em estudo com instituições privadas,
Araújo et al. (2018) apontam ainda a falta de comprometimento e a resistência a mudança
como barreiras ao processo.
Não é de hoje que se sabe que, apesar de resistentes às mudanças, as universidades
estão inseridas em um ambiente em constante alteração que exige mudanças estratégicas,
dentre as quais a globalização e os aspectos relacionadas a ela é uma das razões para a
mudança (BODINI, 1998).
Certo é que a internacionalização pode ser analisada e posta conforme a visão daquele
que analisa, portanto diferentes contextos e ambientes geram diferentes análises (KNIGHT,
2005). Apesar da dificuldade e complexidade para se buscar um conceito que englobe todas as
características do processo, percebe-se um avanço nos conceitos desenvolvidos. A
internacionalização deixou de ser conceituada com um conjunto de atividades internacionais
ocasionais e fragmentadas, para se tornar um processo estratégico e intencional (BARBOSA,
NEVES, 2020).
Apesar da grande quantidade de termos e conceitos utilizados para denominar a
internacionalização, certo é que o isolamento da instituição deixou de ser uma opção
(OLSON; GREEN; HILL, 2005). As necessidades impostas pelo avanço da globalização, de
preparar estudantes e professores para trabalhar em diferentes ambientes e com culturas
diversificadas (KNIGHT, 2004) fazem com as instituições busquem desenvolver uma
consciência global e intercultural (STALLIVIEIRI, 2017), tornou-se um dever oferecer
experiências internacionais aos cidadãos (CARVALHO; ARAÚJO, 2020).
A internacionalização passou a integrar o cerne do ente universitário e tornou-se fator
de legitimação da circulação do conhecimento e da formação de recursos humanos
(MOROSINI et al., 2016), constituindo-se em uma das principais forças, impactando e
definindo os rumos da educação superior (MIRANDA; STALLIVIERI, 2017).
A centralidade e a importância da internacionalização são percebidas pela utilização da
internacionalização como um dos indicadores para ranqueamento das instituições acadêmicas
(LEAL; STALLIVIERI; MORAES, 2018). Rankings internacionais como o Times Higher
Education e o QS World University, no cenário internacional, e o Ranking Universitário
Folha, no cenário nacional, que tem como objetivo ranquear as principais instituições de
ensino superior, atribuem peso à internacionalização de cada instituição.
No entanto, a internacionalização não está mais restrita às instituições, os níveis
setoriais e nacional também estão, e devem estar envolvidos no processo de
internacionalização, sendo necessária a adoção de estratégias nos três níveis (KNIGHT,
2004).
No nível institucional, Knight (2004) desdobra as ações estratégicas em estratégias
programáticas, aquelas que são ligadas a eixos acadêmicos, e as estratégias organizacionais,
consideradas pela autora como estratégias que dão suporte ao processo de internacionalização
da instituição. O Quadro 1 apresenta alguns exemplos de ambas as estratégias consideradas
pela autora no nível institucional.
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Transfronteiriço:
Relações externas: doméstica
• Projetos de assistência ao desenvolvimento internacional
e transfronteiriça
• Entrega transfronteiriça de programas educacionais (comerciais e não
comerciais)
• Vínculos, parcerias e redes internacionais
• Treinamento baseado em contrato e programas e serviços de pesquisa
• Programas de ex-alunos no exterior
• Clubes e associações estudantis
• Eventos internacionais e interculturais no campus
Extracurricular
• Ligação com grupos culturais e étnicos baseados na comunidade
• Grupos de apoio de pares e programas
Estratégias Organizacionais
• Compromisso expresso por líderes seniores
• Envolvimento ativo do corpo docente e funcionários
Governança • Justificativa e metas articuladas para a internacionalização
• Reconhecimento da dimensão internacional em declarações de missão
institucional, planejamento e documentos de política
• Integrado em sistemas de planejamento, orçamento e revisão de qualidade
em toda a instituição e em nível de departamento / faculdade
• Sistemas de estruturas organizacionais adequadas (formais e informais)
Operações para comunicação, ligação e coordenação
• Equilíbrio entre promoção centralizada e descentralizada e gestão da
internacionalização
• Suporte financeiro adequado e sistemas de alocação de recursos
• Apoio de unidades de serviço em toda a instituição, ou seja, alojamento
Serviços estudantil, registraria, arrecadação de fundos, ex-alunos, tecnologia da
informação
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(conclusão)
Estratégias Organizacionais
• Envolvimento de unidades de apoio acadêmico, ou seja, biblioteca, ensino e
aprendizagem, desenvolvimento de currículo, treinamento de professores e
funcionários
Serviços
• Serviços de apoio ao aluno para alunos que entram e saem, ou seja,
programas de orientação, aconselhamento, treinamento intercultural,
aconselhamento sobre vistos
• Procedimentos de recrutamento e seleção que reconhecem experiência
internacional
• Políticas de recompensa e promoção para reforçar as contribuições do corpo
Recursos Humanos
docente e da equipe
• Atividades de desenvolvimento profissional de professores e funcionários
• Suporte para missões internacionais e licenças sabáticas
Abordagem Descrição
A internacionalização do ensino superior é vista como o fornecimento de programas
Programas financiados que facilitam às instituições e aos indivíduos a oportunidade de se
envolver em atividades internacionais, como mobilidade, pesquisa e vínculos.
Abordagens Descrição
A internacionalização é descrita em termos de atividades como estudo no exterior,
Atividade currículo e programas acadêmicos, vínculos e redes institucionais, projetos de
desenvolvimento e campi filiais.
A internacionalização é apresentada na forma de resultados desejados, como
Resultados competências do aluno, maior perfil, mais acordos internacionais e parceiros ou
projetos.
A internacionalização é descrita com relação às principais motivações ou razões
Rationales que a motivam. Isso pode incluir padrões acadêmicos, geração de renda,
diversidade cultural e desenvolvimento de alunos e funcionários.
A internacionalização é considerada um processo em que uma dimensão
Processo internacional é integrada às funções de ensino, aprendizagem e serviço da
instituição.
A internacionalização é interpretada como a criação de uma cultura ou clima no
Em casa (at home) campus que promove e apoia a compreensão internacional / intercultural e se
concentra nas atividades no campus.
chave para formação de uma lógica de internacionalização na instituição, sendo a base para
formação de metas e objetivos (HUDZIK, 2011).
A amplitude de motivações, abordagens e estratégias oportuniza o desenvolvimento de
diferentes modelos teóricos de internacionalização, com diferentes características e variáveis.
Analisar esses modelos permite uma melhor compreensão, apresentando diferentes visões
sobre o tema e possibilitando o desenvolvimento de uma lógica da internacionalização do
ensino superior. Ao explanar sobre o Modelo de Ciclo de Internacionalização, Knight e De
Wit (1995) realizam uma análise sobre quatro modelos de internacionalização existentes, que
podem ser considerados os principais modelos na literatura: os modelos de Neave (1992),
Davies (1992), Van Dijk e Meyer (1997) e Rudzki (1998). Desta forma entende-se pertinente
discorrer sobre os quatro modelos, além do modelo do Ciclo de Internacionalização,
abordando os principais aspectos de cada um. Compreender os modelos de
internacionalização permite ampliar a percepção do processo de internacionalização e as
diversas variáveis inseridas no processo.
O primeiro modelo apresentado é o Modelo Paradigmático de Neave (1992)
desenvolvido a partir de pesquisa de diversos casos em relatório desenvolvido para UNESCO.
O autor apresenta um modelo basicamente descritivo e estático, apontando mudanças nas
estruturas de gestão das unidades responsáveis pelos acordos de cooperação. Conforme a
Figura 3 o autor define dois eixos de análise onde as instituições se apresentam dentro de um
espectro. O primeiro eixo refere-se à orientação administrativa, que vai de uma orientação
para liderança, em que a administração central é responsável pela partida no processo, e a
orientação unidades básicas, cujo papel da administração é de suporte ao processo iniciado
pelas unidades inferiores. O segundo eixo refere-se ao escopo da estratégia institucional,
possuindo um caráter de definição ou de elaboração.
No entanto, o modelo de Neave é bastante criticado por apresentar pouca
aplicabilidade prática (RUDZIK, 1998).
52
De posse dessas duas abordagens Davies (1992) desenvolveu uma matriz 4x4 que
estabelece um posicionamento das instituições em determinado quadrante, conforme o
comportamento organizacional de cada instituição. A matriz é demonstrada na Figura 5.
54
Neste tópico estão alocadas a relação da instituição com outras organizações, tanto
nacionais, quanto internacionais. O fomento a parcerias com órgãos governamentais e a
consecução de acordos de cooperação, seja de pesquisa ou de mobilidade, representa uma das
tendências do ensino superior brasileiro (GOROVITZ; UNTERNABÄUMEN, 2021).
É importante que o processo de internacionalização esteja conectado com a realidade
local do seu ambiente, para tanto torna-se importante firmar parcerias e acordos com
instituições locais (HUDZIK, 2011). Dentro desse eixo são analisadas questões relacionadas
às (1) parcerias com instituições e organizações no exterior; (2) colaborações da comunidade
e (3) redes no campus.
68
programa foi criado no ano de 1981 e atualizado no ano de 2006 e atualmente possui 60
países participantes, sendo 25 das Américas, 25 da África e 9 da Ásia. Durante o período de
2000 a 2019 foram selecionados mais de 3000 estudantes.
Diferentemente do PEC-G, cuja maior participação é de estudantes africanos, o PEC-
PG possui em sua maioria estudantes oriundos das Américas, sendo 2.060 estudantes entre os
anos de 2000 e 2019, da África foram 870 participantes e da Ásia 97 participantes. O país
com maior destaque nas Américas é a Colômbia com 724 estudantes selecionados ao longo do
período e o Peru com 344. Na África a maior parte dos estudantes são oriundos de
Moçambique, esse país representa aproximadamente 55% do total de alunos selecionados da
África. Na Ásia foram selecionados 97 estudantes, dos quais 72 oriundos de Timor-Leste.
Em 2011, pelo Decreto nº 7.642 foi criado Programa Ciência sem Fronteiras (CsF),
provavelmente o programa de maior repercussão e abrangência para internacionalização das
instituições de ensino superior brasileiras, instituições com pouca tradição em
internacionalização tiveram que se adaptar rapidamente às diretrizes do programa (FINARDI,
GUIMARÃES, 2017).
O CsF tinha entre seus objetivos, a promoção da formação de estudantes brasileiros,
desenvolver oportunidades de cooperação entre grupos de pesquisa brasileiros e estrangeiros,
contribuir para o processo de internacionalização das instituições de ensino superior e
contribuir para o aumento da competitividade das empresas brasileiras. Foram contempladas
diversas áreas, entre as quais: Engenharias e demais áreas tecnológicas; Ciências Exatas e da
Terra; Produção Agrícola Sustentável; Tecnologia Aeroespacial; Nanotecnologia e Novos
Materiais. No ano de 2013 o programa estipulou como meta a oferta de 101.000 bolsas até o
ano de 2015, divididas entre as diversas modalidades do programa.
O programa foi encerrado no ano de 2017 e implementou um total de 92.880 bolsas,
sendo que a maior parte delas para a modalidade de graduação sanduíche no exterior
(78,97%), seguido da modalidade de doutorado sanduíche no exterior com 10,42% do total de
bolsas implementadas. As outras modalidades, doutorado no exterior, atração de jovens
talentos, pós-doutorado no exterior, pesquisador visitante especial e mestrado no exterior, em
conjunto somaram 10,61% do total de bolsas implementadas.
Importante destacar que o movimento de mobilidade ativa, cujo fluxo é de chegada de
estudantes e docentes do exterior para o Brasil, resultou na implantação, nas modalidades de
jovem talento e pesquisador visitante especial, somente 1.279 bolsas, representando pouco
mais de 1% do total de bolsas implementadas. Desta forma o programa representou uma
75
45000
40000
35000
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Outros Níveis 0 0 0 79 204 184 926 1797 932 1109 705 444 439 794 887
Pós Doutorado 757 829 922 841 729 853 921 1092 1382 1246 639 451 495 331 146
Doutorado Sanduíche 1526 1489 1548 1677 1890 2308 3217 3949 5111 5236 2251 4980 4182 4545 2463
Doutorado Pleno 925 905 715 654 577 514 630 1301 2243 2492 2219 1975 1322 479 208
Mestrado Profissional 571 569 460
Mestrado Sanduíche 6 5 17 26 56 94 81 29 23 15 9
Mestrado Pleno
Graduação Sanduíche 648 676 787 891 1473 2446 6190 17972339912957910593 1667 1685 1479 766
3 MODELO CONCEITUAL
políticas. Importante evidenciar que este papel possibilita ao governo exercer influência, no
entanto o processo de internacionalização das instituições não influencia as políticas adotadas
pelo governo.
Docentes, pesquisadores, alunos, reitores e escritórios de internacionalização, ou seus
responsáveis, possuem influência para dar direção ao processo de internacionalização, mas ao
mesmo tempo que influenciam, são por ele influenciados e são importantes por razões
acadêmicas e institucionais. Membros do conselho de administração e o pessoal
administrativo são importantes para auxiliar em questões operacionais e influenciam o
processo, entretanto, em menor grau do que são por ele influenciados. Ou seja, o processo de
internacionalização é um grande influenciador das ações das pessoas dentro da instituição.
Para que se analise as estratégias de desenvolvimento de um compromisso
institucional com a internacionalização, entende-se como elemento-chave o desenvolvimento
de um diagnóstico do processo de internacionalização e a análise individualizada de cada
stakeholder apontado, assim como a relação de influência entre as partes, buscando
estratégias que permitam, cada vez mais, convergir as necessidades, pensamentos e
desenvolver estratégias duradouras rumo à internacionalização abrangente.
A convergência de pensamentos das partes reguladora (governo), direcional
(docentes, pesquisadores, alunos, reitores e escritórios de internacionalização) e operacional
(membros do conselho de administração e o pessoal administrativo), permite que a instituição
tenha uma sinergia em direção ao desenvolvimento de uma articulação entre as partes,
assumindo um compromisso institucional com o processo de internacionalização,
desenvolvendo ações nas diversas áreas-alvo da internacionalização abrangente, difundindo
os aspectos da internacionalização na instituição.
Ao abordar os pontos críticos no processo de influências entre os stakeholders que
possuem um alto ou médio grau de importância, conforme apontado por Castro, Rosa e Pinho
(2014), será possível analisar se as estratégias de internacionalização postas até o momento,
têm absorvido os impactos gerados pelas lacunas na relação de mutualidade entre os
interessados no processo. A internacionalização deve ser reconhecida como tópico central por
todos na instituição.
Ao propor avançar nos estudos de internacionalização abrangente, a tese utiliza o
modelo de Comprehensive Internationalization proposto pelo American Council on
Education (ACE), como pressuposto para análise das estratégias desenvolvidas, o impacto das
ações existentes e a relação entre os stakeholders. Utilizando o modelo proposto pela ACE
será possível verificar como, e de que forma, a internacionalização está abarcada em cada área
82
O modelo conceitual da pesquisa apresenta, por meio das setas utilizadas e baseando-
se nos pressupostos de Castro, Rosa e Pinho (2014), as relações de influência exercida sobre
os planos estratégicos de internacionalização pelos principais stakeholders. Os planos
estratégicos de internacionalização representam o principal mecanismo de formalização e
evidenciação da centralidade da internacionalização para a instituição e onde é fornecido um
roteiro para implementação da internacionalização (ACE, 2020).
Entende-se que os planos estratégicos de internacionalização devem refletir a
importância da internacionalização para a instituição, os aspectos regulatórios apontados pelo
governo, caso existam, e ainda refletir as prioridades, preocupações e necessidades dos atores
institucionais (reitor, escritórios de internacionalização, discentes, docentes e técnicos).
83
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Na amostra estabelecida para subfase IIb, os membros que atualmente estejam exercendo
papel de gestor da internacionalização na instituição, tanto no cargo máximo da instituição ou
em escritórios de internacionalização, foram excluídos da amostra da subfase IIb, compondo
somente a amostra da subfase IIa.
Membros que participaram simultaneamente da comissão de elaboração do PDI e do
PI foram desconsiderados da elaboração do PI para que não ocorresse a duplicidade de
respostas, sendo considerados somente como membros da comissão do PDI.
Optou-se por inserir na amostra de membros das comissões, IIb, pessoas que
participaram de forma voluntária ou colaborativa na elaboração do plano, mesmo que não
tenham participado diretamente do processo de elaboração. Estes membros constam nos
documentos oficiais e estão citados como participantes da elaboração do plano. Desta forma
buscou-se a ampliação da amostra do estudo e do número de respondentes.
Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) a comissão de elaboração do PDI é
constituída de uma comissão central, uma comissão executiva e comissões temáticas divididas
por áreas: planejamento e desenvolvimento institucional; políticas acadêmicas; políticas de
gestão; infraestrutura; inovação, empreendedorismo e transferência de tecnologia;
sustentabilidade e responsabilidade ambiental; comunicação; acessibilidade. Alguns membros
se repetiam entre as comissões e foram considerados somente em uma oportunidade, também
foram retirados da lista de membros das comissões os atuais reitor e vice-reitor da instituição.
Foram considerados ainda como parte da amostra, as pessoas que constam na relação do
documento oficial e participaram de forma colaborativa, substituta ou em atividades que não
estejam ligados diretamente ao desenvolvimento das ações do plano. Foram totalizados 80
membros, dos quais fazem parte os atuais reitor e vice-reitor, excluindo esses dois membros
foram totalizados 78 membros como potenciais respondentes.
Já o plano institucional de internacionalização da UFSM foi desenvolvido por oito
membros, dos quais cinco são coordenadores de área, o pró-reitor de pós-graduação e
pesquisa, vice-reitor e o responsável pela Secretaria de Assuntos Internacionais (SAI). A
comissão composta por 8 membros, conta com 3 membros que participaram da elaboração do
PDI. Desta forma a amostra é totalizada em 5 membros respondentes.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) a comissão de elaboração do
PDI é formada por um coordenador, uma comissão de formulação e homologação, um corpo
técnico e uma consultora, totalizam 21 membros, sendo que o coordenador é o atual reitor da
instituição e foi excluído da amostra. Desta forma totalizam 20 membros respondentes. Em
90
pesquisa realizada ao portal da instituição não foi encontrado nenhum documento que remete
a um plano estratégico de internacionalização
Na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) a comissão de elaboração consta
diversos pró-reitores e diretores de centros, faculdades e institutos e diversas equipes
temáticas: ensino; pesquisa; extensão; assistência estudantil; gestão de pessoas; infraestrutura;
gestão institucional, planejamento e avaliação; equipe de revisão e compatibilização; e equipe
de organização da consulta pública. A equipe de elaboração contou com um total de 48
membros, para composição da amostra foi retirado um membro que atualmente é vice-reitor
da instituição, totalizando 47 membros respondentes. Referente ao plano de
internacionalização publicado pela instituição, não foi identificada a formação de uma
comissão para o desenvolvimento do plano.
Na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) para desenvolvimento do PDI foi
constituído um Comitê Assessor de Planejamento, contou ainda com colaboradores e um
responsável pela diagramação e organização do documento, totalizando 62 membros. Destes
membros um foi excluído da amostra por ser atualmente o vice-reitor da instituição,
totalizando 61 membros respondentes.
De acordo com o plano de internacionalização da FURG, o plano foi desenvolvido por
uma comissão temporária de internacionalização, que contava com 9 membros, dos quais 4
participaram da comissão de desenvolvimento do PDI. Desta forma 5 membros se habilitaram
como respondentes da subfase IIb.
A comissão de elaboração do PDI da Universidade Federal de Ciências da Saúde de
Porto Alegre (UFCSPA) é formada por membros titulares indicados pelo conselho
universitário, membros titulares indicados pelas pró-reitorias, membros titulares indicados
pela representação estudantil, membros suplentes indicados pelas pró-reitorias, e
coordenadores. A comissão tem um total de 23 membros, todos eles integram a amostra de
respondentes da subfase IIb. Já o plano de internacionalização contou com membros dos três
segmentos da instituição: docentes, técnicos-administrativos e discentes. A comissão totalizou
26 membros, 2 foram excluídos da amostra por terem participado da elaboração do PDI da
instituição e outro membro por, atualmente, ser vice-reitora da instituição. Desta forma a
amostra foi composta por 23 membros.
A Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) constitui a organização do PDI por
meio de uma equipe de coordenação, revisão e uma equipe técnica. No total a comissão de
elaboração do PDI conta com 19 membros e todos eles compõem a amostra de respondentes.
91
abrangente, neste bloco foram utilizadas perguntas de múltipla escolha e ainda afirmações
para verificar a concordância do respondente, dispostas em Escala Likert, apresentando
afirmações que buscam mapear a reação do respondente (MARTINS; THEÓPHILO, 2016). O
terceiro bloco é o bloco de conclusão, que é composto por duas questões abertas que
possibilitam ao respondente abordar questões que não tenham sido abordadas anteriormente.
A mesma técnica de coleta de dados foi utilizada na subfase IIb, no entanto o
questionário está estruturado em quatro blocos. Diferentemente do instrumento da subfase
anterior, o primeiro bloco é constituído somente de perguntas fechadas de múltipla escolha. A
este instrumento foi acrescentado um bloco com afirmações para verificar o grau de
concordância e estão relacionados ao mapeamento de questões diversas de
internacionalização que buscam captar o entendimento do respondente em relação ao
pensamento institucional sobre a internacionalização da instituição.
Após o desenvolvimento dos instrumentos da Fase II, foi realizado um pré-teste com
um número reduzido de respondentes, a fim de evidenciar possíveis falhas, inconsistências,
complexidade das questões formuladas, ambiguidades, perguntas embaraçosas, linguagem
inacessível etc. (MARTINS; THEÓPHILO, 2016), aumentando a confiabilidade dos
instrumentos utilizados.
Após o desenvolvimento das fases I e II, foi desenvolvida a coleta de dados da fase III
que objetivava analisar a influência regulatória do governo no desenvolvimento do processo
de internacionalização institucional. Para tanto, foram analisadas todas as legislações que
emergiram na análise das fases anteriores e foram utilizadas para regular e embasar os planos
estratégicos desenvolvidos ou que emergiram durante o levantamento de dados das duas fases
anteriores.
A análise foi sistematizada levando em considerações as mesmas palavras-chave
utilizadas na fase I, ou seja, as áreas-alvo utilizadas no modelo da ACE para
internacionalização abrangente.
De posse de todos os dados coletados procedeu-se a análise dos dados obtidos nas três
fases do estudo.
dos dados coletados, fez-se necessário que, em um primeiro momento, os diferentes dados
fossem analisados de forma individualizada, utilizando diferentes metodologias de análise,
para que, posteriormente, desenvolvesse uma triangulação entre as fontes analisadas.
Desta forma, inicialmente, procedeu-se a análise individual de cada fonte pesquisada.
Para as fases I e III, que utilizaram a pesquisa documental como técnica de coleta de dados,
foi utilizada a análise de conteúdo para tratar as informações obtidas. Esta mesma abordagem
foi utilizada para analisar os dados coletados nas questões abertas da fase II.
A análise de conteúdo é uma técnica que busca analisar textos escritos a partir da
frequência de certas palavras, expressões, frases etc. (LAKATOS; MARCONI, 2017). Com o
uso dessa técnica, busca-se garantir a imparcialidade objetiva, socorrendo-se da quantificação
das unidades do texto claramente definida (CHIZZOTTI, 2014b, p. 140).
De acordo com Bardin (2016), a análise de conteúdo é dividida em três fases: pré-
análise, exploração do material e o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.
A pré-análise corresponde à organização da análise, com a escolha dos documentos, a
formulação de hipóteses e de objetivos e a construção de indicadores que possam fundamentar
a interpretação dos resultados. É importante ressaltar que esses pontos estão ligados, mas não
são obrigados a se sucederem de forma cronológica.
Diversas atividades não estruturadas são realizadas dentro da fase de pré-análise:
• Leitura flutuante: Primeiro contato com o material a ser analisado, quando é realizada
a leitura e se tem as primeiras impressões e orientações;
• Escolha dos documentos: Determinar quais documentos serão analisados;
• Formulação das hipóteses e objetivos: Estabelecer suposições e a finalidade da análise
que buscam orientar em que direção se dará a análise;
• Referenciação dos índices e a elaboração dos indicadores: definir quais serão os
índices escolhidos para determinação de indicadores, por meio da categorização e
codificação dos dados;
• Preparação do material: reunir o material e deixar de modo que seja possível realizar a
análise do material.
Coletados e analisados os dados das fases I e III e as questões abertas da fase II, foi
desenvolvida a análise dos dados quantitativos da fase II. Esta subfase utilizou técnicas e
procedimentos quantitativos para coleta de dados e as informações obtidas foram analisadas
utilizando ferramentas estatísticas, como o SPSS Statistics, para tratamento das informações.
Na fase II foi inicialmente desenvolvida uma análise univariada dos dados obtidos,
posteriormente foi desenvolvida uma análise bivariada cruzando as medidas de tendência
97
5 RESULTADOS
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) remete sua criação ao ano de 1960. A
instituição está sediada na cidade de Santa Maria e possui três campi fora de sede: um em
Frederico Westphalen, um em Palmeira das Missões e outro em Cachoeira do Sul. Possui
atualmente 266 cursos, dos quais 129 em nível de graduação, 108 de pós-graduação, 5 de
nível médio e outros 24 de pós-médio. A maior parte dos cursos está localizado na cidade de
Santa Maria (234), a UFSM ainda possui cursos no Campus Cachoeira do Sul (5), Campus
Frederico Westphalen (8), Campus Palmeiras das Missões (8) e possui 11 ofertados na forma
de ensino à distância (EAD).
De acordo com dados publicados pela instituição no dia 01 de março de 2022, A
UFSM possuía um total de 27.707 alunos, dos quais 20.777 em cursos de graduação, sendo
que aproximadamente 95% na modalidade presencial e outros 5% na modalidade EAD, a pós-
graduação possui 4.926 alunos, 176 em nível médio, 1771 em pós-médio e outros 57 em
educação infantil. Importante salientar que na pós-graduação, 181 alunos cursam
especialização à distância. No pós-médio 61 alunos estudam de forma EAD. Nos cursos de
nível médio e infantil todos os alunos estão na modalidade presencial.
105
mil alunos de graduação presencial e outros 300 alunos e graduação à distância, na pós-
graduação são aproximadamente 2.500 alunos. O corpo técnico é formado por
aproximadamente 900 servidores docentes e mais de 1200 servidores técnico-administrativos
em educação.
Na FURG os assuntos referentes ao processo de internacionalização da instituição
ficam a cargo da Secretaria de Relações Internacionais (REINTER). De acordo com o
organograma institucional (Figura 16) a REINTER está diretamente à reitoria da instituição.
De acordo com o regimento interno da reitoria da instituição, à REINTER compete:
Em uma análise dos rankings internacionais, verificou-se que a FURG não está
ranqueada no Ranking da Times Higher Education de 2021. Enquanto no Ranking
111
Universitário Folha (RUF) de 2019 a FURG aparece como a 54ª melhor universidade
brasileira, com 63,39 pontos, e a 41ª em internacionalização com 2,95 pontos.
Esta seção analisa de que forma os planos estratégicos institucionais estão inseridos
dentro de um processo de internacionalização abrangente. Foram analisados os Planos de
Desenvolvimento Institucional (PDI) e os Planos de Internacionalização (PI) das seis
institucionais pesquisadas. Para análise foram utilizados os planos disponibilizados pelas
instituições em seus sites institucionais.
Optou-se por não analisar os Projetos Institucionais de Internacionalização (PII) das
instituições, desenvolvidos para o fomento junto ao Programa CAPES/PRInt. Um dos
motivos é o entendimento do pesquisador de que os PII foram desenvolvidos especificamente
para o atendimento ao disposto no Programa CAPES/PRInt e estão inseridos dentro da
política macro da instituição, estabelecida pelo PDI e PI das instituições, que tem como
finalidade definir os rumos da internacionalização da instituição de forma ampla. Outro
motivo é a abordagem dos PII com foco para internacionalização da pós-graduação das
instituições. Além disso nem todas as instituições analisadas estão inseridas dentro do
Programa CAPES/PRInt e possuem projetos desenvolvidos.
Para o desenvolvimento da internacionalização abrangente é necessário que os
documentos estratégicos institucionais traduzam a importância da internacionalização para os
membros da instituição e para o ambiente onde está inserida, se ela não for vista como parte
integrante das metas e prioridades institucionais, ela será posta em segundo plano (HUDZIK,
2011).
Para Hudzik (2011) a identificação de motivações para a internacionalização
abrangente e as expectativas associadas são determinantes vitais para os parâmetros e
contribuem para a construção de uma lógica convincente para a alocação de recursos finitos e
113
Em uma primeira análise dos PDIs volta-se para a missão e visão declaradas pelas
instituições, pois, de acordo com Hudzik (2011), esses componentes são essenciais para
demonstrar a importância dada pelas instituições ao processo de internacionalização,
necessitando essa importância ser claramente exposta nos planos estratégicos institucionais.
Na Instituição D, no seu PDI não constava a declaração da missão e visão, desta forma
recorreu-se ao site institucional para verificação das informações. O Quadro 9 apresenta a
missão e visão de cada uma das instituições pesquisadas no estudo.
Eixo da internacionalização
Principais resultados encontrados na análise do PDI
abrangente
• Os PDI´s analisados fazem referência à internacionalização, no entanto
não é possível verificar uma centralidade da internacionalização para o
desenvolvimento das estratégias institucionais;
• Os PDI´s apresentam diferentes formatações e consequentemente a
Compromisso institucional internacionalização é abordada de diferentes formas;
articulado
• A maioria das instituições analisadas não faz referência a existência de
comissões de internacionalização;
• Dificuldade de avaliação da internacionalização pela ausência de metas e
indicadores, com prevalência de medidas de entrada e saída.
Importante apontar que a Instituição A cita no seu plano a existência de uma comissão
de internacionalização composta por docentes para discussão de questões relacionadas a
internacionalização da instituição.
A existência do plano por si só não representa necessariamente um compromisso
institucional articulado para a internacionalização. Percebe-se, em grande parte das
instituições analisadas, que os planos de internacionalização são mais uma construção de
gestores do que necessariamente uma ferramenta coletiva, com o atendimento de necessidades
de diferentes pontos da instit. uição, diferentemente do que ocorre na construção do PDI, onde
são concedidos espaços para participação de diferentes atores institucionais.
Referente ao pilar direcionado para liderança administrativa, estrutura e pessoal, é
avaliado de que forma a estrutura organizacional da instituição está montada para auxiliar em
aspectos relacionados a internacionalização. São analisadas questões como o envolvimento da
liderança institucional e o escritório internacional da instituição.
Todas as instituições pesquisadas possuem unidade que trata dos assuntos de
internacionalização da instituição. No entanto, somente a Instituição C discorre em seu plano
de internacionalização de forma mais abrangente sobre a sua unidade de internacionalização,
expondo o organograma e atribuições dessa unidade. De acordo com o organograma da
Instituição C posto no plano, a unidade de internacionalização está ligada diretamente à
liderança institucional.
Na instituição A há uma breve menção sobre a unidade de internacionalização, sem
qualquer detalhamento sobre as suas atribuições ou sua posição dentro do organograma
institucional. As demais instituições analisadas, não fazem menção à sua unidade de
internacionalização nos planos desenvolvidos.
No pilar relacionado ao currículo, atividades extracurriculares e resultados de
aprendizagem, são analisados aspectos relacionados ao ensino e a aprendizagem dos alunos,
um dos principais objetivos da internacionalização abrangente.
Como atividades predominantes, todas as instituições examinadas apontam nos seus
planos a oferta de cursos de língua estrangeira, a oferta de disciplinas em outros idiomas,
oportunidade de regime de cotutela com dupla-titulação e a flexibilização curricular. Os
planos não avançam muito além dessas atividades, sendo pouco utilizada a referência à
inserção de variáveis interculturais, globais e internacionais nas atividades de ensino. Não
foram encontradas situações que pontuem os resultados obtidos na aprendizagem dos alunos.
Ao se analisar a internacionalização dos currículos, ofertando cursos e disciplinas
internacionalizados, é importante salientar que essa atividade vai além da oferta de disciplinas
126
(conclusão)
Eixo da internacionalização
Principais resultados encontrados na análise do PI
abrangente
• Menção à disponibilização de ambiente virtual de ensino, no entanto não
Currículo, atividades
foram encontradas estratégias e ações que preveem de forma organizada e
extracurriculares e resultados
detalhada a incorporação da tecnologia no processo de internacionalização
de aprendizagem
das instituições.
Políticas e práticas do corpo • Em uma das instituições foi criado programa de certificação pelo trabalho
docente em atividades de internacionalização;
• Não foram encontradas políticas ou ações que visem a formação
continuada de docentes para o desenvolvimento de competências
internacionais, globais ou interculturais;
• Formação restrita ao ensino de língua estrangeira.
Após a exclusão dos três questionários, foi realizada nova rodada para detecção de
outliers, neste ponto não foram detectados casos de outliers extremos e os dados atípicos
encontrados foram analisados individualmente e optou-se por manter os questionários na base
de dados.
Após a análise dos dados atípicos, como forma de preparação para análise dos dados,
desenvolveu-se o teste de Shapiro-Wilks com a finalidade de verificar a forma de distribuição
dos dados coletados. Após a análise os dados apresentaram uma significância inferior a 0,05,
conforme posto por Field (2020) se o teste apresentar p>0,05 a distribuição não é
significativamente diferente de uma distribuição normal, enquanto se p<0,05 a distribuição é
significativamente diferente de uma distribuição normal, sendo assim os dados apresentados
foram considerados como uma distribuição não-normal. Portanto devem ser utilizados testes
não-paramétricos para o desenvolvimento da pesquisa.
Nesta seção são apresentados os dados referentes ao perfil da amostra que compôs a
análise. A instituição com maior número de questionários respondidos foi a Universidade
133
UFRGS
7% UFCSPA
18%
FURG
19%
UFPEL
16%
UNIPAMPA
14%
UFSM
26%
5
Número de respondentes
4
3
2
1
0
20 30 40 50 60 70
Idade dos respondentes
7
Número de Respondentes
6
5
4
3
2
1
0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
Tempo de Serviço
Tabela 2 – Distribuição dos respondentes por grupo conforme idade e tempo de serviço
seus nomes estarem citados nos documentos institucionais, as pessoas nessas condições foram
mantidas na amostra do estudo.
Aproximadamente metade da amostra é composta por membros da comissão do PDI,
representando 50% dos respondentes, aproximadamente 10% dos respondentes afirmaram que
participaram do processo de elaboração do PI e outros 29,8% afirmaram que participaram da
elaboração de ambos os planos, PDI e PI.
Desta forma a amostra da pesquisa apresenta um perfil de alto grau de instrução,
basicamente formada por docentes, em que grande parte participou da elaboração dos Planos
de Desenvolvimento Institucional (PDI) das suas instituições.
60,0%
50,0%
40,0%
30,0% 57,9%
20,0%
10,0% 19,3% 17,5%
1,8% 1,8% 1,8%
0,0%
Muito Alto Alto Moderado Baixo Muito Baixo Não sei
responder
Gráfico 6 – Percepção dos respondentes de acordo com o exercício de cargo de chefia sobre o
grau de internacionalização da instituição
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3 4 5 6
Sim Não
Dos respondentes que possuem cargo de chefia, 24% apontaram que a sua instituição
possui um alto nível de internacionalização, frente aos 72% que apontaram um nível
moderado e outros 4% apontaram um baixo nível de internacionalização. Entre os que não
possuem cargo de chefia a situação inverte-se, 16% apontaram um nível alto de
internacionalização contra 48% para o nível moderado e 32% para um baixo nível de
internacionalização.
Apesar da maioria dos respondentes informarem que as instituições apresentam um
nível moderado de internacionalização, os respondentes afirmam que o processo tem
avançado nos últimos anos, para 86% dos respondentes o processo de internacionalização tem
avançado nas instituições, sendo que para 31,6% dos entrevistados avançado em um grau
significativo e para outros 54,4% a internacionalização tem avançado, mas em um ritmo um
pouco mais lento. O Gráfico 7 permite visualizar a perspectiva dos respondentes referente ao
avanço, as colunas representam as respostas em cada uma das situações, enquanto a linha
138
traçada permite acompanhar o total acumulado centrado nas perspectivas mais elevadas de
avanço do processo.
60,0% 120,0%
50,0% 100,0%
40,0% 80,0%
30,0% 60,0%
20,0% 40,0%
10,0% 20,0%
0,0% 0,0%
Sim, em um grau Sim, um pouco Sem mudança Não tem Não sei
significativo avançado responder
composto de seis eixos, nos quais a internacionalização deve permear e estar integrada aos
diversos eixos propostos. Os eixos propostos no modelo são: Compromisso institucional
articulado; liderança administrativa, estrutura e pessoal; currículo, co-currículo e resultados de
aprendizagem; políticas e práticas do corpo docente; mobilidade estudantil; e colaboração e
parcerias.
Considera-se que a ideia do presente estudo não é desenvolver um modelo de análise
dos eixos do modelo de internacionalização da ACE, tampouco um modelo que busque
analisar a internacionalização abrangente nas instituições. O objetivo central do estudo é
fornecer uma visão sob diferentes pontos de análise, sobre como a internacionalização tem
sido articulada dentro das instituições, proporcionando um compromisso da instituição com
um processo abrangente de internacionalização. Segundo essa perspectiva, a visão dos atores
institucionais para algumas questões relacionadas aos eixos da internacionalização abrangente
torna-se fundamental.
Inicialmente foram desenvolvidas perguntas referentes ao compromisso da instituição
com a internacionalização. Ao analisar os resultados obtidos, fica claro que a maior parte dos
respondentes (78,9%) possui conhecimento da existência de um plano institucional que trata
especificamente de questões relacionadas a internacionalização. Ademais, outro ponto
importante para o desenvolvimento de uma internacionalização abrangente é a existência de
um comitê ou unidade que trabalhe exclusivamente nos esforços da internacionalização, a
existência desse tipo de comitê ou unidade é de conhecimento de 94,7% dos respondentes o
que demonstra que a existência de pessoas focadas na internacionalização institucional é uma
realidade entre as instituições analisadas.
Para o desenvolvimento de uma internacionalização abrangente, a internacionalização
deve ser vista como uma prioridade institucional, com alocação de recursos para o seu
desenvolvimento, caso a internacionalização não seja vista como prioridade institucional,
possivelmente será marginalizada. No Gráfico 8 é possível notar que 73,7% dos respondentes
apontam a internacionalização como uma das cinco prioridades dos planos estratégicos
institucionais, no entanto para outros 26,3% a internacionalização não é vista como uma
prioridade institucional ou não souberam responder à questão.
143
Gráfico 8 – Percepção dos respondentes sobre a internacionalização como uma das cinco
prioridades estratégicas institucionais
14,0%
Sim
73,7% 26,3% Não
Não sei responder
12,3%
Gráfico 9 – Percepção dos respondentes de acordo com o exercício de cargo de chefia sobre a
internacionalização como uma das cinco prioridades estratégicas institucionais
90,0% 83,0%
80,0%
70,0% 63,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0% 18,5% 18,5%
20,0%
10,0% 7,0%
10,0%
0,0%
SIM NÃO NÃO SEI RESPONDER
Aproximadamente 20% dos respondentes afirmaram que a sua instituição não avaliou
o progresso de internacionalização nos últimos três anos, enquanto outros 38,6% não
souberam responder. Somente 42% dos respondentes afirmaram que a sua instituição avaliou
o progresso de internacionalização. Considerando aqueles que não possuem conhecimento de
145
Outras formas de avaliação que foram apontadas são a utilização dos rankings de
internacionalização, relatórios de gestão, reuniões com diretores e pró-reitores, uso do
Programa CAPES/PRInt, avaliação do PDI. Foram diversas as formas apontadas para a
avaliação da internacionalização. Não foi possível determinar uma ação de avaliação que seja
prevalente em relação as outras.
Possuir metas mensuráveis e em constante avaliação e revisão é importante para o
desenvolvimento da internacionalização. Para o sucesso da internacionalização, assim como
os demais objetivos estratégicos, é necessário que se tenha conhecimento dos resultados
alcançados com o processo, por ser um processo que envolve a utilização de recursos, por
vezes escassos, quando não há conhecimento dos resultados e progressos, pode proporcionar
um desinteresse pelo tema. Outro ponto de destaque na avaliação dos resultados é a
possibilidade de corrigir os rumos do desenvolvimento do processo (HUDZIK, 2011;
KNIGHT; DE WIT, 1995).
Dentro de um contexto de um compromisso institucional com a internacionalização os
resultados desse eixo refletem instituições que possuem um plano específico que aborde
questões de internacionalização, com pessoas que constituem uma unidade que trabalha
exclusivamente com os avanços da internacionalização e que este tópico está entre as
prioridades institucionais. No entanto, o desconhecimento ou a ausência de ações e metas
mensuráveis no plano, conjugado com um plano que é mais presente entre gestores, pode
146
representar um plano que não é extensível a toda comunidade universitária, ficando restrito
aos cargos de gestão nas instituições. Ter motivações, estratégias e uma mensuração clara e
objetiva ao alcance de todos, pode motivar as pessoas a buscarem resultados e investir
recursos e tempo nesse processo.
Para o desenvolvimento do processo de internacionalização abrangente, não é
suficiente que a instituição possua um planejamento estratégico da internacionalização ou um
processo de avaliação consolidado, pontos analisados no eixo de compromisso institucional
articulado. É necessário que a internacionalização esteja integrada as demais atividades
desenvolvidas pela instituição. Portanto torna-se fundamental analisar os demais eixos
propostos no modelo da ACE, explanando uma visão dos respondentes frente a inserção da
internacionalização nas atividades desenvolvidas, permitindo uma análise de como a
instituição articula a internacionalização nos seus processos.
O segundo pilar da internacionalização abrangente refere-se à liderança administrativa,
estrutura e pessoal, aborda questões relacionadas ao envolvimento dos gestores da instituição
dentro do processo de internacionalização, definindo uma estrutura de recursos e com pessoal
capacitado para o desenvolvimento da internacionalização. Esse ponto foi abordado nas
afirmações 16.1 a 16.4 e apresentaram o resultado exposto na Tabela 5.
Erro
Afirmações Média Mediana Variância
Desvio
16.1. Na minha instituição uma única unidade lidera as atividades
3,16 3,00 1,386 1,921
e programas de internacionalização
16.2. Na minha instituição existe um gestor em tempo integral que
supervisiona ou coordena várias atividades ou programas de 3,91 4,00 1,214 1,474
internacionalização
16.3. Na minha instituição existe um compromisso dos gestores
4,04 4,00 0,865 0,749
institucionais com o processo de internacionalização da instituição
16.4. A unidade de internacionalização da minha instituição
desenvolve atividades que vão além do gerenciamento dos 3,89 4,00 1,160 1,346
processos de mobilidade e acordos de cooperação
Erro
Afirmações Média Mediana Variância
Desvio
16.5.A minha instituição possui metas de aprendizagem para
2,91 3,00 1,106 1,224
questões globais ou internacionais dos alunos
16.6.A minha instituição está envolvida em iniciativas de
3,42 4,00 1,068 1,141
internacionalização do currículo da graduação e pós-graduação
16.7.A minha instituição ofereceu nos últimos três anos (2018,
2019 e 2020) cursos ou programas extracurriculares com 3,18 3,00 1,088 1,183
orientação global ou internacional
16.8.A minha instituição utiliza outras tecnologias, além de e-mail
e página da web, para facilitar as atividades de internacionalização 3,56 4,00 1,102 1,215
da instituição
16.9.A minha instituição oferece seminários, workshops ou outros
programas sobre internacionalização das disciplinas e do 3,16 3,00 1,162 1,350
currículo.
16.10.A minha instituição oferece seminários, workshops ou
outros programas sobre a utilização da tecnologia para 2,74 3,00 0,936 0,876
internacionalizar os cursos
Erro
Afirmações Média Mediana Variância
Desvio
16.11. A minha instituição ofereceu nos últimos três anos (2018,
2019 e 2020) oportunidades para desenvolvimento da 3,40 4,00 1,050 1,102
competência global ou internacional dos docentes
16.12. A minha instituição monitora as colaborações
internacionais de ensino e/ou pesquisa dos membros docentes (por 3,56 4,00 0,945 0,893
exemplo, usando um banco de dados)
16.13. A minha instituição oferece oportunidades e apoia a
participação docente em ensinar, conduzir pesquisas e participar 3,51 4,00 0,966 0,933
de conferências no exterior
Erro
Afirmações Média Mediana Variância
Desvio
16.14. A minha instituição possui um plano de recrutamento de
3,05 3,00 1,007 1,015
estudantes internacionais
16.15. A minha instituição possui metas estabelecidas para a
porcentagem de alunos que estudarão no exterior durante a 2,65 3,00 1,044 1,089
graduação
16.16. Na minha instituição a mobilidade estudantil é o principal
2,91 3,00 1,169 1,367
objetivo da internacionalização
tópico foram abordadas nas afirmações 16.16 a 16.20 e os resultados são apresentados na
Tabela 9.
Erro
Afirmações Média Mediana Variância
Desvio
16.17. Nos últimos três anos (2018, 2019 e 2020) a minha
3,96 4,00 0,823 0,677
instituição ampliou o número de parcerias internacionais
16.18. A minha instituição possui uma estratégia formal para o
3,61 4,00 0,921 0,848
desenvolvimento de parcerias internacionais
16.19. Na minha instituição existem diretrizes específicas para o
3,05 3,00 1,042 1,086
desenvolvimento ou avaliação das parcerias existentes
16.20. A minha instituição identificou países ou regiões específicas
3,56 4,00 1,035 1,072
para expansão da sua atividade internacional
se que as afirmações propostas nos diversos eixos podem não estar consolidadas, sendo
restritas a um grupo de pessoas ou, quando executadas, não serem realizadas de forma
ordenada e estratégica.
A partir dos resultados obtidos na análise dos eixos é possível afirmar que uma das
principais dificuldades aos aspectos relacionados ao compromisso da instituição com a
internacionalização abrangente refere-se ao processo de avaliação da internacionalização. Se
comparadas às demais afirmações propostas, quando aspectos como o desenvolvimento de
metas de mensuração e avaliação foram abordados, as médias apresentadas foram inferiores
aos demais tópicos.
Quando abordado o eixo de Colaboração e Parcerias, os respondentes foram
questionados sobre a ampliação no número de parcerias e apresentaram uma média e mediana
de concordância com a questão próxima a 4. No entanto, ao serem questionados sobre as
políticas de avaliação das parcerias existentes, as medidas de tendência central apresentadas
foram próximas a 3.
A mesma situação é apontada quando os respondentes foram questionados sobre a
existência de metas relacionadas a aprendizagem dos alunos para questões globais os
internacionais, que apresentou números inferiores as demais afirmações do eixo. A busca por
resultados, seja no aprendizado, na pesquisa ou na solução de problemas é o que dá valor para
internacionalização abrangente (HUDZIK, 2011).
Outro ponto que emergiu com os resultados obtidos é a deficiência das instituições em
desenvolver um processo de treinamento de tópicos relacionados a internacionalização. Os
respondentes atribuíram baixa pontuação, se comparada com as demais afirmações, para
questões relacionadas ao desenvolvimento de cursos de aprimoramento da capacidade
docente, seja para a oferta de cursos de orientação global ou, até mesmo, para o
aprimoramento da utilização da tecnologia para fins de internacionalização. A capacitação dos
recursos humanos em questões internacionais deve ser um dos compromissos institucionais e
deve fazer parte do processo institucional de desenvolvimento de pessoal (HUDZIK, 2011).
No desenvolvimento de um processo de internacionalização abrangente, a
internacionalização não deve ficar restrita a um grupo de pessoas (HUDZIK, 2011), ela deve
permear e estar integrada em todos os grupos e níveis institucionais. Na análise do eixo
Compromisso Institucional Articulado foi encontrada diferença entre os respondentes com
cargo de chefia e aqueles que não possuem cargo de chefia no que se refere à priorização da
internacionalização pela instituição.
152
Gráfico 11 – Comparação das medidas de tendência central para afirmações referente aos
eixos da internacionalização abrangente de acordo com a idade dos
respondentes
Gráfico 12 – Comparação das medidas de tendência central para afirmações referente aos
eixos da internacionalização abrangente de acordo com o tempo de serviço dos
respondentes
de alunos que vão estudar no exterior entre aqueles mais novos e com menor de tempo de
serviço.
Aplicando-se o Teste U de Mann-Whitney, a questão 16.15 apresentou valor de p de
0,041, o que permite rejeitar a hipótese nula (H0) e aceitar a hipótese alternativa (H1) onde
infere-se que existe diferença na distribuição entre os dois grupos para a afirmativa colocada.
As demais afirmações apresentaram um valor de p superior a 0,05 aceitando-se a hipótese
nula.
Para a questão 16.15 os membros pertencentes ao grupo 1, com tempo de serviço de
até 12 anos, apresentaram distribuição mais próxima ao “concordo plenamente”, enquanto os
membros do grupo 2 apresentam uma distribuição mais próxima ao eixo central da escala,
variando entre “nem concordo e nem discordo” e “discordo”.
O Gráfico 13 apresenta uma distribuição conforme o grau de escolaridade dos
respondentes, devido à baixa incidência de respondentes com nível fundamental, médio e
superior, foi utilizado na análise os respondentes que possuem mestrado e doutorado. No
grupo 4 estão localizados os respondentes que afirmaram possuir mestrado, enquanto no
Grupo 5 os respondentes que afirmaram possuir doutorado.
Gráfico 13 – Comparação das medidas de tendência central para afirmações referente aos
eixos da internacionalização abrangente de acordo com a escolaridade dos
respondentes
Gráfico 14 – Comparação das medidas de tendência central para afirmações referente aos
eixos da internacionalização abrangente de acordo com o segmento dos
respondentes
Gráfico 15 – Comparação das medidas de tendência central para afirmações referente aos
eixos da internacionalização abrangente de acordo com o exercício de cargo de
chefia dos respondentes
A partir dos resultados obtidos permite-se fazer algumas inferências iniciais sobre o
comportamento dos atores institucionais diante do processo de internacionalização, bem como
de que forma as instituições desenvolvem o seu processo. Inicialmente, os resultados obtidos
permitem apontar um interesse dos atores institucionais pelo processo de internacionalização
da instituição, tendo consciência das necessidades, propósitos e benefícios do processo, além
da percepção de que questões ligadas à internacionalização da instituição produzem impactos
nas ações locais onde ela está inserida.
159
Erro
Afirmações Média Mediana Variância
Desvio
16.21. Penso que as estratégias de internacionalização
desenvolvidas pela instituição permitem a formação de 3,50 4,00 1,000 1,000
profissionais globais
16.22. Na minha instituição o processo de
internacionalização é focado nos resultados de aprendizagem 2,67 3,00 0,810 0,656
dos discentes
16.23. Considero importante que sejam destinados recursos
estratégicos para internacionalização mesmo que em 3,37 3,00 1,010 1,021
detrimento de outras áreas
16.24. Se eu tivesse clareza quanto aos objetivos da
2,96 3,00 1,252 1,567
internacionalização me envolveria mais no processo
16.25. Sinto que na minha instituição somente algumas
4,13 4,00 0,793 0,629
pessoas desenvolvem a internacionalização
16.26. Tenho consciência das necessidades, propósitos e
4,40 4,50 0,664 0,442
benefícios da internacionalização
16.27. Tenho interesse sobre o processo de
4,33 4,50 0,834 0,695
internacionalização da minha instituição
16.28. Os planos estratégicos da minha instituição refletem
3,42 3,00 0,848 0,719
aquilo que penso sobre o processo de internacionalização
16.29. Entendo que questões ligadas à internacionalização da
4,08 4,00 0,788 0,621
instituição impactam nas ações locais
16.30. Vejo a internacionalização como uma prioridade para
3,37 3,50 1,103 1,217
a minha instituição
16.31. Penso que aprender sobre outros países, culturas e
questões globais é útil, mas não é um componente necessário 2,35 2,00 1,219 1,486
para os discentes da instituição
16.32. Penso que é responsabilidade de TODOS os docentes
ajudar os alunos a adquirir conhecimento de outros países, 4,08 4,00 0,837 0,700
culturas ou questões globais
16.33. Penso que a presença de estudantes internacionais
(estudantes de outros países) na instituição enriquece a 4,48 5,00 0,700 0,490
experiência de aprendizado dos estudantes
16.34. Sinto que possuo um compromisso com a
3,83 4,00 1,080 1,166
internacionalização da minha instituição
16.35. Tenho conhecimento do que trata a
3,65 4,00 1,101 1,211
internacionalização abrangente ou integral
16.36. Sinto que faço parte do processo de
3,38 4,00 1,331 1,771
internacionalização da minha instituição
16.37. Sei qual é o meu papel para o desenvolvimento da
internacionalização na minha instituição e estou 3,52 4,00 1,260 1,588
comprometido com ele
16.38. Na minha instituição existe um comprometimento dos
servidores e discentes com a internacionalização da 2,69 3,00 0,781 0,609
instituição
16.39. Na minha instituição existe uma lacuna considerável
entre o discurso e a realidade das atividades internacionais na 3,46 3,00 1,056 1,116
instituição
apresentam uma medida de concordância com o fato de que as estratégias adotadas pelas
instituições permitem a formação de profissionais globais, no entanto o processo de
internacionalização das instituições não é focado diretamente nos resultados de aprendizagem
discente.
Dentro de um processo de interculturalidade, com o envolvimento discente com
diferentes culturas, componente necessário para formação discente, infere-se ainda que os
respondentes atribuem aos docentes uma responsabilidade por oportunizar um contato global
e intercultural dos discentes. Igualmente importante é a presença de estudantes estrangeiros
para o processo de aprendizado dos estudantes.
Percebe-se dessa forma que o processo de internacionalização na instituição ainda não
é um processo institucionalmente difundido, operacionaliza diferentes opiniões e percepções.
As instituições reconhecem que é um processo e que traz benefícios, tanto para os envolvidos
no processo, quanto para as ações locais. No entanto é um processo que carece de maior
envolvimento dos atores institucionais, assim como de ações que traduzam um resultado de
internacionalização, sendo focado principalmente nos resultados de aprendizagem, um dos
focos da internacionalização abrangente.
Para tanto, o processo de internacionalização necessita ser construído com uma maior
participação da comunidade universitária, assim como uma definição dos papéis e
responsabilidades de cada ator e que esse seja responsabilizado pelos resultados, os quais
devem ser amplamente difundidos para dar real importância e significado ao processo de
internacionalização.
Desta forma, percebe-se a internacionalização, na visão dos respondentes, como um
processo ainda em construção, que tem avançado e com uma longa caminhada até uma
mudança cultural em direção a uma internacionalização abrangente. Tem-se conhecimento da
sua importância dentro do cenário institucional, no entanto, apesar do avanço existente, as
ações desenvolvidas pelas instituições ainda não podem ser traduzidas em uma mudança de
cultura das instituições frente ao processo de internacionalização.
Dentro da dispersão existente entre as respostas dos atores institucionais, desenvolveu-
se uma análise entre os diferentes grupos com o intuito de verificar se as diferenças existentes
podem ser atribuídas a determinado grupo de atores. Desta forma desenvolveu-se uma análise
por idade, tempo de serviço, escolaridade, segmento, chefia.
A primeira análise refere-se à idade dos respondentes, eles foram divididos em dois
grupos conforme a mediana existente, o Grupo 1 é formado pelos respondentes que possuem
até 47 anos de idade e o Grupo 2, é composto por aqueles que tem idade superior a 47 anos.
162
composto por aqueles que possuem mestrado, enquanto o Grupo 5 é composto pelos
respondentes com doutorado.
próxima ao ponto elevado da escala, tendo uma alta concordância com a questão referente ao
sentimento de possuir um compromisso com a internacionalização da instituição. Enquanto os
respondentes sem cargo de chefia apresentaram uma distribuição mais próxima ao ponto
central da escala.
Ao se analisar o gráfico e os valores do Teste U é possível inferir que os respondentes
com cargo de chefia estão mais inseridos no processo de internacionalização, possivelmente
por estarem mais ligados ao processo de gestão da instituição, no entanto, frisa-se que para o
desenvolvimento de um processo de internacionalização abrangente, é necessário que todos
estejam integrados ao plano e com papeis e responsabilidades bem definidos. Esses resultados
podem apontar que os processos de internacionalização nas IES brasileiras ainda estão
limitados aos níveis gerenciais e não abrangem os atores institucionais na sua integralidade.
A partir dos resultados obtidos na Fase II do estudo percebe-se que existe um processo
de internacionalização em andamento e que esse processo é reconhecido pela grande maioria
dos atores institucionais, no entanto ainda é um processo que necessita sair de uma retórica
institucional para uma fase de implantação das ações, muitos entendem que esse processo
ainda é centrado em um pequena quantidade e pessoas.
As formas de avaliação ainda são uma barreira a ser transposta no processo, grande
parte dos respondentes desconhecem de que forma são avaliadas as ações de
internacionalização e os resultados obtidos com o processo. Possuir medidas de avaliação
oportuniza aos atores institucionais ter conhecimento dos avanços permitidos pelo processo.
Salvo a análise relacionada ao cargo de chefia, que apresentou diferença de
comportamento e percepção em algumas afirmações, percebe-se que o comportamento
apresentado pelos respondentes é sistêmico, não apresentando grandes diferenças entre as
categorias analisadas, que permitam relacionar a um comportamento diferenciado entre as
variáveis analisadas.
Ao término do questionário foi solicitado aos respondentes que apontassem de que
formas o processo de internacionalização poderia ser alterado e como poderia ser articulado
um compromisso da instituição com a internacionalização. Alguns respondentes afirmaram
que não possuíam nada a acrescentar ou modificar, que a situação atual contempla o esperado
para o processo.
Um dos pontos mais mencionados na questão refere-se ao maior envolvimento das
pessoas com o processo de internacionalização, tanto de docentes, discentes e gestores. Outro
ponto bastante mencionado é maior visibilidade aos planos e ações de internacionalização,
bem como a desburocratização e aprimoramento dos processos de internacionalização.
168
A Lei 9.394/96, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), tem
por finalidade estabelecer as principais diretrizes da educação nacional em todos os níveis,
básico, fundamental, médio e superior, definindo direitos ao acesso da educação, a
organização da educação nacional, modalidades de educação e ensino, entre outras coisas que
normatizam acesso, organização e funcionamento da educação nacional.
A LDB não faz menção direta ao processo de internacionalização. O que se percebe na
legislação analisada é a preocupação da educação superior de formar profissionais que
promovam um desenvolvimento da sociedade, tanto em questões profissionais, quanto
culturais, tendo conhecimento dos problemas mundiais atuais.
Outra legislação citada para o desenvolvimento dos planos de internacionalização, é a
Lei nº 13.005/2014 em cumprimento ao Art. 214 da Constituição Federal e que deu origem ao
Plano Nacional de Educação (PNE). O Art 2º determina as principais diretrizes do PNE.
de uma instituição contar com um programa de intercâmbio não permite a ela ser
caracterizada como uma instituição internacional.
Analisando as ações propostas, tanto em termos governamentais, quanto institucionais,
percebe-se um foco no trânsito de pessoas. De acordo com os documentos analisados, o foco
das ações institucionais são a mobilidade estudantil e os acordos de cooperação e parcerias
com outras organizações, voltados para o processo de mobilidade, situação semelhante ao
encontrado em instituições catarinenses nos estudos de Teodoro, Stallivieri e Melo (2019). A
mobilidade de pessoas caracteriza as instituições em um processo de internacionalização
abroad, ou no exterior. As ações de internacionalização at home, aquelas realizadas dentro do
campus, apesar de ser possível apontar um cenário de mudança, ainda são pouco
desenvolvidas, ficando em segundo plano. Conforme Neves e Barbosa (2020) as ações at
home no cenário nacional são incipientes, pouco proativas e não institucionalizadas.
Uma grande barreira existente para o processo de internacionalização nacional,
verificado nos resultados encontrados e já apontado por outros estudos (MIRANDA;
STALLIVIERI, 2017; FOSSATTI; MIRANDA, 2018), é a ausência de uma política pública
para internacionalização. Conforme proposto no modelo de tese, esse tipo de política deveria
influenciar a elaboração dos planos estratégicos institucionais e o comportamento dos atores
institucionais. No entanto, de acordo com a análise da legislação utilizada para elaboração dos
planos de internacionalização, percebe-se a ausência de uma estratégia nacional para a
internacionalização, ficando ela limitada a programas baseados em ações de mobilidade, esse
pensamento converse as ideias propostas por Fossatti e Miranda (2018) que afirmam ainda
que o regramento existente é fruto de agências governamentais e não indicam a estratégia do
que se objetiva com o processo.
Nos planos estratégicos institucionais a legislação que embasa o desenvolvimento é
pautada em normativas que orientam a educação de uma forma ampla, sem maiores
especificações referentes ao processo de internacionalização. Essa ausência é percebida e
compartilhada entre os atores institucionais que, ao serem questionados sobre a colaboração
da legislação no processo de internacionalização, discordaram dessa afirmação.
Pensando no cenário da internacionalização institucional de forma abrangente,
conforme proposto no modelo de tese, e diante dos processos de internacionalização em
andamento, surgem algumas barreiras que necessitam de atenção das instituições para o
desenvolvimento de processo de internacionalização abrangente. Entre os principais é
possível citar: a ausência de uma política de formação continuada de docentes, dificuldade em
estabelecer um processo de avaliação, cursos internacionalizados nas disciplinas, mensuração
175
Por sua vez, na legislação analisada não foi possível identificar o estabelecimento de
diretrizes que permitam avaliar a internacionalização das instituições. A avaliação fica restrita
ao que é determinado em cada programa desenvolvido. Para alguns respondentes, a avaliação
da internacionalização se reflete ao avaliado nos rankings internacionais.
Os planos institucionais que estipulam metas de avaliação priorizam uma avaliação da
internacionalização através de medidas de entrada e saída, quase não foram detectadas
medidas de resultado para internacionalização. Grande parte das instituições avaliam a
internacionalização através do número de cursos de idiomas disponibilizados, quantos alunos
concluíram o curso, número de alunos em mobilidade, desenvolvimento de um evento com
temática internacional, criação de comitê internacional, entre outras medidas que não
representam que ocorra um efetivo avanço da internacionalização como propulsor de
mudanças culturais no ambiente institucional ou que a internacionalização tenha produzido
resultados efetivos.
Dentro de uma visão abrangente de internacionalização, são os resultados que dão
verdadeiro significado ao processo de internacionalização (HUDZIK, 2011). É possível que
uma instituição amplie o número de cursos de idiomas ou de alunos matriculados nos cursos,
mas que esses resultados não avancem para uma mudança cultural de internacionalização ou
que traga resultado efetivo para internacionalização institucional.
Considerando o ciclo da internacionalização proposto por Knight e De Wit (1995),
tido como um dos principais modelos do processo de internacionalização, a revisão do
processo, que engloba o processo de avaliação, permite que a instituição tenha conhecimento
dos seus avanços e que possibilite a correção dos rumos do processo, caso seja necessário.
Ademais, alguns estudos da temática buscam estipular métricas para avaliação da
internacionalização institucional (ALVES, 2017; AMORIM; FINARDI, 2020),
proporcionando uma correta avaliação da internacionalização.
Outro ponto verificado nos resultados encontrados refere-se à internacionalização dos
currículos, pelas ações postas nos planos, parece haver uma ideia errônea de que a
internacionalização dos currículos se resume à oferta de disciplinas em outros idiomas. Essa
situação é importante, mas não finalística, é necessário que, dentro de uma visão de
internacionalização dos currículos, sejam inseridas variáveis globais, internacionais e
interculturais para que seja possível obter um currículo internacionalizado. Nesse cenário de
internacionalização curricular as instituições têm adotado práticas de flexibilização do
currículo, possibilitando inserir disciplinas cursadas em outras instituições, tanto nacionais,
quanto internacionais.
177
ações como “fortalecer”, “estimular”, “criar”, “aumentar”, entre outras, que remetem ao
processo de estruturação da internacionalização. Ademais, verifica-se nos planos
institucionais que a política de internacionalização ainda está em criação e consolidação no
cenário institucional.
Não se vislumbra hoje um processo de convergência entre as fontes analisadas, a
legislação, pautada em programas específicos e transitórios, não permite ditar o ritmo
estratégico do processo de internacionalização das instituições, tampouco afetar o
comportamento dos atores institucionais.
Já os planos estratégicos institucionais apresentam certa relevância para o
comportamento institucional, no entanto ainda não são capazes de afetar um amplo espectro
de pessoas dentro das instituições. Na ausência de uma legislação para orientar as instituições
em um processo de internacionalização, é necessário que as instituições ampliem o escopo do
seu processo de internacionalização para além da mobilidade e invistam em soluções at home
para o desenvolvimento da internacionalização.
Diante do que foi encontrado nos resultados da presente pesquisa, não é possível
afirmar que existe uma sinergia entre as fontes analisadas. As fontes são, até certo ponto
desconexas entre si, até mesmo entre os atores institucionais que apresentam diferentes faces
de pensamento. Cabe aos instrumentos serem desenvolvidos de forma coletiva, mais
próximos da realidade institucional, com identificação de partes interessadas e suas
necessidades para o desenvolvimento de um processo abrangente de internacionalização.
179
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
um tema central para as instituições e com a abrangência necessária para todas as unidades
institucionais.
Foi verificado ainda, entre diversos pontos, a prevalência de ações de mobilidade com
foco na pós-graduação, a ausência de um processo de avaliação que permita mensurar a
internacionalização e a aprendizagem internacional de forma eficaz e ainda a ausência de uma
formação contínua para docentes desenvolverem competências internacionais, interculturais e
globais.
Posteriormente, foi verificado junto a uma amostra de atores institucionais a percepção
frente ao processo de internacionalização das instituições. De modo geral, os atores
institucionais possuem ciência da importância da internacionalização, mas que ainda é uma
atividade realizada por poucas pessoas e não se percebe um comprometimento das pessoas
com as atividades de internacionalização. Grande parte dos atores analisados afirmaram ainda
que não sabem de que forma é avaliada a internacionalização nas instituições.
Por sua vez, a legislação que embasa os planos de internacionalização não possui
diretrizes claras referente ao desenvolvimento do processo. As políticas públicas analisadas
dizem respeito a temas gerais da educação ou a programas específicos de mobilidade
internacional. Não foram localizadas políticas que auxiliem as instituições ou as pessoas no
desenvolvimento do processo.
Desta forma é possível concluir que a internacionalização ainda não é um processo de
construção conjunta, sendo uma construção de cada instituição e, ainda, no nível institucional,
restrita a poucas pessoas e a uma área de ações. Em um pensamento abrangente de
internacionalização, o processo atual não apresenta a centralidade, integração e a abrangência
necessária para a internacionalização institucional.
Faz-se necessário maior interconexão entre as partes analisadas, com a determinação
de políticas públicas que auxiliem no desenvolvimento do processo de internacionalização.
Reconhecimento das diversas necessidades existentes no processo, reconhecimento dos
diversos atores inseridos no processo, maior engajamento dos atores institucionais. Para tanto
é necessário que os planos institucionais reflitam a centralidade da internacionalização,
incorporem as diferentes necessidades e promovam uma progressão contínua do processo de
internacionalização institucional.
181
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DWYER, T. et al. (orgs.). Jovens universitários em um mundo em transformação: uma
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YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
194
195
Prezado(a) respondente
Este questionário será aplicado com as universidades federais do estado do Rio Grande do Sul
e é direcionado aos gestores da unidade de internacionalização de cada instituição, devendo
cada gestor responder de forma individual.
Todas as respostas são confidenciais e a análise dos dados será realizada de forma coletiva,
em nenhum momento da pesquisa os dados serão analisados ou divulgados de forma
individual.
Fernando Gazzoni
Universidade Federal de Santa Maria (PPGA/UFSM)
Santa Maria – RS
Estou ciente dos objetivos da pesquisa e desejo participar dela de forma livre e voluntária
( ) Sim
( ) Não
196
12. A sua instituição possui uma unidade, comitê ou força-tarefa que trabalha
exclusivamente no avanço dos esforços de internacionalização?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
13. A sua instituição avaliou formalmente o impacto ou o progresso dos seus esforços
de internacionalização nos últimos três anos (2018, 2019 e 2020)?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
13.1 Em caso de resposta afirmativa para questão 13. De que forma a sua instituição
avaliou formalmente o impacto ou o progresso dos seus esforços de internacionalização
nos últimos três anos (2018, 2019 e 2020)?
Para eles, é a principal ideia por trás da importância da educação internacional. O que
vem à sua mente diante do termo "estudante globalmente competente"?
16. A seguir são apresentadas diversas declarações. Por favor use a seguinte escala de
classificação para indicar até que ponto você concorda com as afirmações abaixo,
marcando:
1 – Discordo totalmente;
2 – Discordo;
3 – Não concordo e nem discordo;
4 – Concordo;
5 – Concordo totalmente
Não
Discordo concordo Concordo
Discordo Concordo
totalmente nem totalmente
discordo
16.1 Na minha instituição uma única unidade
lidera as atividades e programas de 1 2 3 4 5
internacionalização
16.2 Na minha instituição existe um gestor
em tempo integral que supervisiona ou
1 2 3 4 5
coordena várias atividades ou
programas de internacionalização
16.3 Na minha instituição existe um
compromisso dos gestores institucionais
1 2 3 4 5
com o processo de internacionalização
da instituição
16.4 A unidade de internacionalização da
minha instituição desenvolve atividades
que vão além do gerenciamento dos 1 2 3 4 5
processos de mobilidade e acordos de
cooperação
16.5 A minha instituição possui metas de
aprendizagem para questões globais ou 1 2 3 4 5
internacionais dos alunos
16.6 A minha instituição está envolvida em
iniciativas de internacionalização do 1 2 3 4 5
currículo da graduação e pós-graduação
16.7 A minha instituição ofereceu nos últimos
três anos (2018, 2019 e 2020) cursos ou
1 2 3 4 5
programas extracurriculares com
orientação global ou internacional
16.8 A minha instituição utiliza outras
tecnologias, além de e-mail e página da
1 2 3 4 5
web, para facilitar as atividades de
internacionalização da instituição
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Prezado(a) respondente
Todas as respostas são confidenciais e a análise dos dados será realizada de forma coletiva,
em nenhum momento da pesquisa os dados serão analisados ou divulgados de forma
individual.
Fernando Gazzoni
Universidade Federal de Santa Maria (PPGA/UFSM)
Santa Maria – RS
Estou ciente dos objetivos da pesquisa e desejo participar dela de forma livre e voluntária
( ) Sim
( ) Não
13. A sua instituição tem um plano separado que trata especificamente de toda a
internacionalização da instituição?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
14. A sua instituição possui uma unidade, comitê ou força-tarefa que trabalha
exclusivamente no avanço dos esforços de internacionalização?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
15. A sua instituição avaliou formalmente o impacto ou o progresso dos seus esforços
de internacionalização nos últimos três anos (2018, 2019 e 2020)?
( ) Sim
( ) Não
204
15.1 Em caso afirmativo para a resposta 15. De que forma a sua instituição avaliou
formalmente o impacto ou o progresso dos seus esforços de internacionalização nos
últimos três anos (2018, 2019 e 2020)?
___________________________________________________________________________
16. A seguir são apresentadas diversas declarações. Por favor use a seguinte escala de
classificação para indicar até que ponto você concorda com as afirmações abaixo,
marcando:
1 – Discordo totalmente;
2 – Discordo;
3 – Não concordo e nem discordo;
4 – Concordo;
5 – Concordo totalmente
Não
Discordo concordo Concordo
Discordo Concordo
totalmente nem totalmente
discordo
16.1 Na minha instituição uma única unidade
lidera as atividades e programas de 1 2 3 4 5
internacionalização
16.2 Na minha instituição existe um gestor
em tempo integral que supervisiona ou
1 2 3 4 5
coordena várias atividades ou
programas de internacionalização
16.3 Na minha instituição existe um
compromisso dos gestores institucionais
1 2 3 4 5
com o processo de internacionalização
da instituição
16.4 A unidade de internacionalização da
minha instituição desenvolve atividades
que vão além do gerenciamento dos 1 2 3 4 5
processos de mobilidade e acordos de
cooperação
16.5 A minha instituição possui metas de
aprendizagem para questões globais ou 1 2 3 4 5
internacionais dos alunos
16.6 A minha instituição está envolvida em
iniciativas de internacionalização do 1 2 3 4 5
currículo da graduação e pós-graduação
16.7 A minha instituição ofereceu nos últimos
três anos (2018, 2019 e 2020) cursos ou
1 2 3 4 5
programas extracurriculares com
orientação global ou internacional
16.8 A minha instituição utiliza outras
tecnologias, além de e-mail e página da
1 2 3 4 5
web, para facilitar as atividades de
internacionalização da instituição
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