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HERMENÊUTICA: O QUE MAIS FALTA A JESUS?...

 Paulo nos diz que a letra mata (2 Coríntios 3:6) [mesmo que seja letra da Escritura…]; que o exercício que tenta ver mágica de revelação na
exegese, é tolice [prova disso é o modo como ele “usa” as Escrituras do Antigo Testamento]; que qualquer “interpretação” que não seja via
Encarnação, ou seja: centrada exclusivamente em Jesus — é engano religioso que presume ler tudo o que foi dito como “interpretação
correta”...

Como poucos [...] Paulo entendeu que o Evangelho era Jesus e que Jesus era o Evangelho; e que tudo o mais que tivesse havido e sido escrito
antes, como “Escritura”, agora, depois de Jesus, depois da Encarnação, depois de Emanuel: Deus conosco — teria que ser submetido ao espírito
de Jesus, ao espírito do Evangelho; pois, na Velha Aliança se poderia invocar a Deus para que mandasse fogo do céu para consumir os
adversários, mas, em Jesus, a mesma idéia antiga de “poder espiritual”, fora completamente banida, repreendida e abominada por Ele, que, ante
tal proposta de piedade perversa [que eu chamo de peidade...] feita por João, apenas respondeu com a seguinte afirmação: “Vós não sabeis de
que espírito sois!...”

“Toda Escritura é inspirada por Deus e apta para o ensino, a correção e a educação na justiça ” (2 Timóteo 3:16 ) — dizia Paulo; embora, ao
assim dizer, não transferisse para as Escrituras nada além do poder de testemunhar Jesus, no que [...] e se [...] ela desse testemunho de Jesus;
posto que para os apóstolos [e João declara isso], “o testemunho de Jesus era o espírito de toda a profecia”; ou seja: a finalidade de toda a
Palavra escrita [...] era ser apenas, agora, testemunho da verdade dos fatos do encontro entre a humanidade e Deus, e, depois, entre os hebreus e
Deus, e, ainda depois, acerca de Israel como nação e Deus como o Senhor das nações; e, agora, em Jesus, era o testemunho que não se poderia
entender antes de haver Encarnação; por isto, para Paulo, Jesus era a Chave Hermenêutica para a compreensão das Escrituras...

Assim, em Jesus, se tem a separação nas Escrituras de tudo quanto fosse circunstancial, passageiro, cultural, histórico, necessário ao tempo, de
um lado, e, de outro lado, tem-se o que é permanente, o que é definitivo, o que é eterno, o que é Evangelho antes da manifestação histórica do
Evangelho...

Depois de Jesus a Bíblia é a coletânea de livros nos quais se pode encontrar o testemunho histórico/profético acerca de Jesus, mas não se
tem nada além disso...

Por exemplo, depois de Jesus a leitura se inverteu... Já não se lê as Escrituras em busca do Messias, mas, a partir do Messias se lê o todo das
Escrituras; visto que, depois de Jesus, tudo quanto não seja Evangelho segundo o espírito de Jesus , ainda que esteja escrito na Bíblia, caiu [...],
segundo Paulo e o escritor de Hebreus [...], em estado de obsolescência e caducidade...

Sim, Jesus é tudo; e quem não considere Jesus assim [...], ainda não entrou no reino do entendimento segundo Deus.

Este é um fato ante o qual não há barganhas a propor...

Ou é assim..., ou, então, ter-se-á tudo com a grife Jesus, mas de Jesus mesmo não se terá nada...

Há, todavia, aqueles que se escandalizam quando digo que Jesus é o Único Verbo, a Única Palavra Eterna; e que o mais... [a Bíblia toda], é
testemunho humano, inspirado; sim, testemunho dessa esperança ou dessa fé, mas não é nada..., além disso...; visto que em Jesus, e não na
Bíblia, é que estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento...

Sem tal visão tudo é idolatria...

Sim, a Bíblia vira ídolo, as Escrituras ficam maior que Jesus, e as doutrinas da “igreja” se tornam a “etiqueta comportamental de Deus”,
conforme definida pelos homens...

Ou seja: porque deixou de ser assim é que herdamos a desgraça do “Cristianismo de Constantino”, que é o que se tem como “igreja” e “crença”
em Jesus até hoje; mas que nada tem a ver com o Evangelho; posto que tudo tenha sido construído a partir da Bíblia como livro e dos “mestres”
como decodificadores da revelação; e, em tal caso, Jesus tinha que se harmonizar com o todo da Escritura, e não a Escritura se harmonizar a
Jesus [...].

Para os apóstolos, no entanto, se requeria a coragem de deixar de fora tudo quanto não coubesse mais [...] ante o avanço revelado da vontade
de Deus encarnada em Jesus.

Esta é a coragem de ruptura que também se demanda de quem quer que queira tornar-se discípulo de Jesus, e de Jesus somente...

Você tem outra pretensão?...

Ora, nossa única pretensão deveria apenas ser o tornarmo-nos cartas vivas [...], evangelhos de carne e sangue [...], epistolas de reconciliação [...],
escrituras feitas de inscrição no coração...

Sim, pois em Jesus, tanto como promessa feita pelos Profetas, como também mediante o Seu próprio Prometer aos Seus [todos] discípulos —
está dito que todos os que Nele cressem seriam evangelhos andantes [...], cartas hebréias em sua mobilidade no caminho [...]; ao ponto de Paulo
declarar que nosso chamado é para sermos cartas vivas, escritas pelo Espírito do Deus vivente; cartas essas vistas e lidas por todos os homens,
mediante os nossos atos de amor, e nossa visão tomada pela mente de Cristo, que é o Evangelho.

Doutrina certa segundo Jesus é vida vivida em amor...


O que passar disso é Cristianismo, não Evangelho!

Pense nisso!

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