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Módulo 5
5 – Capacitores e Indutores...................................................................................................................1
5.1 – Capacitores..............................................................................................................................1
5.2 – Capacitor linear e invariante com o tempo.............................................................................2
5.2.1 – Modelo Thévenin e Norton.............................................................................................4
5.3 – Capacitor linear variável com o tempo...................................................................................6
5.4 – Capacitor não linear................................................................................................................7
5.5 – Energia acumulada no capacitor.............................................................................................8
5.6 – Associação de capacitores.......................................................................................................9
5.6.1 – Associação série............................................................................................................10
5.6.2 – Associação paralela.......................................................................................................10
5.6.3 – Redistribuição de cargas................................................................................................11
5.7 – Indutores...............................................................................................................................13
5.8 – Indutor linear e invariante.....................................................................................................14
5.8.1 – Modelo de Thévenin e Norton......................................................................................16
5.9 – Indutor variável com o tempo...............................................................................................17
5.10 – Indutor não linear................................................................................................................17
5.11 – Energia armazenada no indutor..........................................................................................19
5.12 – Associação de indutores......................................................................................................20
5.12.1 – Associação série..........................................................................................................20
5.12.2 – Associação paralela.....................................................................................................21
5.12.3 – Redistribuição de fluxo...............................................................................................21
5.13 – Componentes reais..............................................................................................................22
5.14 – Lei dos nós e das malhas para equacionar circuitos RLC...................................................23
5.15 – Considerações sobre condições iniciais..............................................................................26
5.16 – Exercícios............................................................................................................................27
5.17 – Soluções..............................................................................................................................32
5 Capacitores e Indutores
5.1 Capacitores
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 1
Os capacitores são formados por duas superfícies condutoras separadas por um
isolante de tal forma que não há contato elétrico entre os dois terminais do capacitor. Estas
superfícies, entretanto ficam muito próximas uma da outra de forma que cargas elétricas que
se deslocam para uma das superfícies repelem cargas da outra superfície permitindo a
circulação de corrente. Observe que a resistência entre os dois terminais do capacitor é
infinita, porém há circulação de corrente e ela respeita a lei das correntes de Kirchhoff,
mesmo assim há uma diferença líquida de cargas entre os dois terminais do capacitor de forma
que surge sobre seus terminais uma diferença de potencial que permanece no capacitor depois
que ele é desconectado do circuito. Esta característica definida pela razão entre cargas no
capacitor e tensão sobre seus terminais chama-se capacitância:
q t
C= , onde C é a capacitância (Farad – F)
v t
q t=c⋅v t
dq t dv t
=C⋅
dt dt
ou seja
dv
i=C⋅ , (uma relação linear)
dt
ou
t
1
v= ⋅∫ it ' ⋅dt ' v 0 , (uma relação linear apenas se v 0=0 )
C 0
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 2
Observa-se que a equação de v só pode ser obtida se for conhecido o valor de v 0 ,
ou seja, a condição inicial da integral e do capacitor. Por esta razão todas as equações que
envolvam capacitor só podem ser resolvidas se, tanto o valor de C como de v 0 forem
conhecidos (mesmo que se utilize a equação com diferencial, como veremos mais a frente).
Além disto, para que os circuitos envolvendo capacitores sejam lineares é necessário
que v 0 seja nulo, ou seja, as condições iniciais sejam nulas. Esta situação é chamada de
estado zero. Se v 0 não for nulo podemos representar o capacitor não linear por um modelo
que emprega um capacitor descarregado em série com uma fonte de tensão conforme indicado
na figura abaixo. Observe que esta associação (capacitor-fonte) é um equivalente ao capacitor
carregado.
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 3
aberto), mas se a frequência for infinita ( ω=∞ ) a corrente será infinita (o capacitor é
equivalente a um curto circuito). Estas analogias servem apenas para os capacitores
descarregados.
Exemplo: No circuito abaixo a chave ch1 fecha em t=0. Calcular a corrente e a tensão
no capacitor para t=0 + e t=∞ .
v C1 =0V
v1
i C1 = =10A
R1
i C1 =0A
v1
v C1 = ⋅R2=7,5V
R1R2
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Para o equivalente Thévenin
1
v= ⋅∫ i⋅dtvs
C
d v−vs dv dvs
i=C⋅ =C⋅ – C⋅
dt dt dt
1 1 1
v= ⋅∫ iis⋅dt= ⋅∫ i⋅dt ⋅∫ is⋅dt
C C C
dv
i=C⋅ −is
dt
Desta forma, para que as equações de v e i sejam iguais nos dois modelos temos que
t
1
vs t = ⋅∫ ist ' ⋅dt e
C 0
dvs
ist =C⋅
dt
Desta forma, caso estejamos fazendo a transformação de uma fonte que representa a
condição inicial do capacitor, vs deve ser representado como uma função degrau (caso
contrário is seria zero) e is por uma função impulso. Por outro lado, é importante notar que na
maioria das vezes que estivermos resolvendo circuitos com capacitores esta transformação e
estes equivalentes ficarão apenas na nossa mente. Circuitos com capacitores resultam em
equações diferenciais cuja solução naturalmente depende das condições inicias do problema.
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 5
Então, na maioria das vezes a condição inicial do capacitor (vs ou is) pode ser calculada
separadamente e usada apenas para a determinação da solução do problema e não para o seu
completo equacionamento.
q t=C t⋅v t .
dq
i t = .
dt
Esta derivada deve ser realizada pela regra do produto tal que
dv dC
it =C t⋅ v t ⋅
dt dt
Exemplo: Seja um capacitor C t =C 0C 1⋅cos 3⋅⋅t alimentado por uma fonte de
tensão v t =A⋅cos ⋅t , calcular a corrente que circula pelo capacitor.
dv dC
it =C t⋅ v t ⋅
dt dt
it =[C 0C 1⋅cos3⋅⋅t ]⋅[−A⋅sen ⋅t⋅][−C 1⋅sen 3⋅⋅t⋅3⋅ ]⋅[ A⋅cos ⋅t]
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5.4 Capacitor não linear
Capacitores não lineares têm sua carga como uma função não linear da tensão. Alguns
exemplos práticos de capacitores não lineares encontram-se nas junções semicondutoras de
diodos e transistores. Nestes elementos dois semicondutores são unidos formando uma
barreira de potencial e uma capacitância parasita (não desejada) Cj. Algumas componentes,
entretanto, tentam aumentar esta capacitância, como é o caso do diodo de sintonia ou varactor.
Este diodo apresenta capacitância de junção, polarizada reversamente como sendo
aproximadamente
C j0
C j=
2⋅V 1
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 7
Então
q≈q1
dq v
dv v1 2
⋅v ∣
dq
i t =
dt
dqv dv 2
it = ⋅
dv v1 dt ∣
dv 2
it =C v 1 ⋅ ,
dt
ou seja o capacitor pode ser considerado linear para pequenos sinais. O procedimento
apresentado aqui pode ser utilizado para qualquer outro elemento não linear.
A energia pode ser obtida pela integral da potência ao longo do tempo. Num capacitor
a energia não é dissipada, mas armazenada na forma de campo elétrico. Assim sendo, a
energia armazenada em um capacitor é igual a energia fornecida a ele por uma fonte.
t
w t 0, t=∫ v t ' ⋅i t ' ⋅dt '
t0
q t
w t 0, t= ∫ v q 1⋅dq 1 (área entre o eixo q e a curva)
q t 0
q t
w t= ∫ v q1⋅dq1 .
0
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Para um capacitor linear invariante
q t
q1
w t= ∫ ⋅dq 1
0
C
2
1 q t
w t= ⋅
2 C
1
w t = ⋅C⋅v 2
2
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5.6.1 Associação série
v=v C1vC2
1 1
v= ⋅∫ it⋅dt ⋅∫ i t⋅dt
C1 C2
v=
1
1
C1 C2
⋅∫ it⋅dt
1
v= ⋅∫ it ⋅dt
C EQ
onde
1
C EQ
=
1
1
C1 C2
.
Genericamente
1
C EQ
=∑
1
Cn
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Utilizando a LTK e a LCK
i=i C1 i C2
dv dv
i=C 1⋅ C 2⋅
dt dt
dv
i=C 1C 2 ⋅
dt
dv
i=C EQ⋅
dt
Genericamente C EQ=∑ C n
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Q TOT =Q 1Q 2
Calcule a carga total armazenada no problema acima. Confira se as tensões nos dois
capacitores ficou igual após a redistribuição de cargas. Calcule a energia total antes e depois
da redistribuição. Para onde foi o resto da energia?
Uma outra abordagem emprega apenas o equacionamento das correntes e das tensões
em cada capacitor. Esta abordagem pode ser utilizada sempre, mesmo se a malha apresenta
mais do que dois capacitores ou apresenta fontes de tensão. No nosso exemplo a equação da
malha seria
1 1
–
−v C 1(0 )+
C1
∫ i⋅dt +v C 2 (0 – )+ C ∫ i⋅dt=0
2
v C 1 (0 – )– v C 2 (0 – )
∫ i⋅dt= 1 1
⋅u(t )
+
C1 C 2
C 1⋅C 2
i(t)= ⋅[v (0– )−v C 2 (0 –)]⋅δ(t)
C1 +C 2 C 1
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Desta forma a tensão em cada capacitor será
1 C2
v C 1 (0 + )= ⋅∫ −i⋅dt+ vC 1 (0– )=− ⋅[v (0 – )−v C 2 ( 0– )]⋅u( t)+v C 1 (0 – ) e
C1 C 1+C 2 C 1
1 C1
v C 2 ( 0+ )= ⋅∫ i⋅dt+ vC 2 (0 – )= ⋅[v C 1 (0 – )−v C 2 ( 0– )]⋅u( t)+ v C 2 (0 – ) .
C2 C 1+C 2
5.7 Indutores
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 13
O indutor é formado por um fio enrolado de tal forma a concentrar o campo magnético
produzido quando o condutor é percorrido por corrente elétrica. O resultado é que a corrente
que percorre o indutor torna-se dependente do fluxo magnético gerado. A característica de
indutância é dada pela razão entre o enlace de fluxo magnético e a corrente
t
L=
i t
t=L⋅i t .
d
v t = .
dt
Esta lei, associada aos sentidos estabelecidos para corrente e tensão estão em acordo
com a lei de Lenz que estabelece que a força eletromotriz induzida por uma variação de fluxo
tem polaridade tal que se opõe à causa desta variação. Supondo que a derivada da corrente
aumente, então a derivada do fluxo e a tensão sobre o indutor também aumentarão. Neste caso
a polaridade da tensão é tal que tende a impedir novos aumentos da corrente.
Utilizando as duas relações acima é possível determinar uma forma mais útil para
caracterizar o indutor em termos de tensão e corrente em seus terminais.
di t
v t =L⋅ (uma relação linear)
dt
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 14
ou
t
1
it = ⋅∫ v t ' ⋅dt ' i 0 (uma relação linear apenas se i 0=0 )
L 0
Assim como ocorre com o capacitor o indutor também só pode ser perfeitamente
caracterizado se conhecermos sua indutância L e sua condição inicial i 0 , ou seja, a corrente
que circulava por ele antes da análise começar. O indutor também só pode ser considerado
linear se a sua condição inicial for nula e caso não seja, pode ser modelado por um indutor
descarregado em paralelo com uma fonte de corrente, como mostrado na figura abaixo.
Observa-se que a corrente no indutor é obtida por uma integral e que a tensão é obtida
por uma derivada. Isto significa que a tensão no indutor pode mudar instantaneamente ao
passo que a corrente só pode mudar instantaneamente se a tensão sobre o indutor assumir
valores infinitos (função impulso). Alguns autores denominam este efeito de inércia de
corrente. Também resulta, desta observação, que em circuitos de corrente contínua ou
pulsados o indutor se comporta como um circuito aberto para transições rápidas (degraus e
impulsos) e como um curto circuito para corrente contínua (quando não há mais variações de
tensão ou corrente). Entre o chaveamento e o estabelecimento de uma corrente contínua
constante há um período transitório onde o indutor se carrega e não pode ser considerado
como nenhuma das situações acima.
As mesmas conclusões podem ser obtidas se considerarmos que i L ( t)= A⋅cos (ω⋅t) .
Neste caso v L (t)=−A⋅ω⋅sen (ω⋅t) . Destas expressões é possível observar que para corrente
contínua ( ω=0 ) não há tensão sobre o indutor (o indutor é equivalente a um curto circuito),
mas se a frequência for infinita ( ω=∞ ) a tensão sobre ele será infinita (o indutor é
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 15
equivalente a um circuito aberto). Estas analogias servem apenas para os capacitores
descarregados.
Para t=0 +
v L1=v1=10V
i L1=0A
Para t=∞
v L1=0V
v1
i L1= =10A
R1
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Para que ambos os modelos sejam equivalentes é necessário que
dist
vst =L⋅ e
dt
t
1
ist = ⋅∫ vs t ' ⋅dt '
L 0
O indutor linear variante com o tempo tem como característica uma reta passando pela
origem mas sua inclinação muda a cada instante de tempo. O fluxo é expresso em função da
corrente
φ (t)= L(t)⋅i( t)
e como
dφ
v (t)=
dt
di dL
v t =Lt ⋅ it ⋅
dt dt
Muitos indutores físicos têm característica não linear. Somente para uma pequena
faixa de valores de corrente, em torno da origem, o indutor costuma ser linear. Para correntes
de valor mais elevado o fluxo satura (apresenta pouca variação para uma mesma variação de
corrente), principalmente em núcleos ferromagnéticos. Um dos efeitos não lineares mais
comuns se chama histerese e é apresentada no gráfico da figura a seguir. Quando a corrente
aumenta o fluxo aumenta por uma curva 1 porém quando a corrente diminui o fluxo
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 17
diminui por uma curva 2 diferente da primeira. Este comportamento é ilustrado na próxima
figura.
Para o caso típico do indutor com fluxo =tanh i excitado por uma corrente
it = A⋅cos ⋅t a tensão sobre o indutor pode ser obtido como segue. Como
e, como
d
v t = ,
dt
então
d di
v t = ⋅ .
di dt
Assim
1
v t = 2
⋅[−A⋅⋅sen ⋅t ]
cosh [ A⋅cos ⋅t ]
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5.11 Energia armazenada no indutor
A energia pode ser obtida pela integral da potência ao longo do tempo. O indutor, da
mesma forma que o capacitor, é capaz de armazenar energia ao invés de dissipá-la. Esta
energia fica armazenada no campo magnético criado no entorno do indutor. Assim sendo, a
energia armazenada em um indutor é igual a energia fornecida a ele por uma fonte.
t
w t 0, t=∫ v t ' ⋅it ' ⋅dt '
t0
t
t
t
1
w t= ∫ ⋅d 1
0 L
1 2 t
w t= ⋅
2 L
1
w t= ⋅L⋅i 2 t
2
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5.12 Associação de indutores
Uma associação série típica, mostrada na figura abaixo, tem a mesma corrente
passando por todos os indutores. A tensão total também é dividade sobre cada indutor.
v=v L1 v L2
di di
v L =L1⋅ L2⋅
dt dt
di
v= L1 L2 ⋅
dt
di
v= LEQ⋅
dt
onde
L EQ =L1L 2 .
Genericamente L EQ =∑ Ln
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5.12.2 Associação paralela
i=i L1 i L2
1 1
i= ⋅∫ v t ⋅dt ⋅∫ v t⋅dt
L1 L2
i=
1 1
⋅∫ v t ⋅dt
L1 L 2
1
i= ⋅∫ v t ⋅dt
L EQ
onde
1 1 1
=
L EQ L1 L 2
Genericamente
1
L EQ
=∑
1
Ln
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indutores. Esta situação está ilustrada na sequência e, da mesma forma que para a
redistribuição de cargas nos capacitores, não pode ser calculada pela conservação da energia
no sistema.
TOT = 1 2
L EQ =L1L 2
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Outros parâmetros importantes são a temperatura e a faixa de operação. A temperatura
costuma afetar todos os elementos, passivos e ativos sejam eles descritos aqui ou não. A faixa
de operação dos elementos (valores nominais de tensão, corrente, potência, temperatura,...)
também define se estão operando em condições normais e próximos da linearidade. A
potência máxima de operação e uma informação importante para definir o tamanho de
resistores reais, a tensão de operação de capacitores e a corrente de operação dos indutores
limita o uso destes elementos.
Para finalizar vale a pena salientar que na prática os valores de resistores variam desde
alguns Ohms até alguns mega Ohms, sendo os mais comuns aqueles no centro desta faixa
(centenas até dezenas de kilo Ohms). A faixa de valores para capacitores variam de alguns
pico Farads até alguns milhares de micro Farads sendo os valores mais comuns os de alguns
nano Farads. Para indutor é comum encontrar valores na faixa de alguns micro Henrys até
alguns Henrys sendo que os valores mais comuns situam-se na faixa de alguns mili ou micro
Henrys (em eletrônica).
5.14 Lei dos nós e das malhas para equacionar circuitos RLC
As leis de Kirchhoff são válidas para circuitos com capacitores, indutores e resistores
que incluam fontes dependentes ou não. Por esta razão as sistematizações apresentadas para a
LCK e LTK também são válidas.
No circuito a seguir equacionaremos as tensões nos nós, com objetivo de obter uma
equação para determinar a tensão sobre R2.
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dv A v A 1 t '
C⋅ ⋅∫ v −v ⋅dtI 0= I1
dt R1 L 0 A B
t'
1 v
⋅∫ v B−v A ⋅dt−I 0 B =0
L 0 R2
v A 0=V 0
dv v v
C⋅ A A B =I1
dt R1 R2
1 1 1 dv
⋅v B− ⋅v A ⋅ B =0
L L R2 dt
assim
L dv B
v A=v B ⋅
R2 dt
dv A dv B L d 2 v B
= ⋅
dt dt R2 dt 2
substituindo vA temos
2
d v
L⋅C⋅ 2B R 2⋅C
dt
L dv B R
⋅ 1 2 ⋅v B =R2⋅I1
R1 dt R1
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 24
v A 0=V 0 =R2⋅I 0
dv B 0 R2 R
= ⋅[ v A 0−v B 0 ]= 2⋅[V 0−R2⋅I 0 ]
dt L L
O método de análise de malhas também pode ser utilizado. Neste caso a fonte de
corrente em paralela com um resistor pode ser substituída pelo seu equivalente Thevenin.
t
1
R1⋅i 1V 0 ⋅∫ i 1−i 2 ⋅dt ' =V1
C 0
t
di L2 1
L⋅ R2⋅i 2 −V 0 ⋅∫ i 2−i 1⋅dt '=0
dt C 0
i 2 0=I 0
di
R1⋅i 1L⋅ 2 R2⋅i 2=V1
dt
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−L di 2 R 2 V1
i 1= ⋅ − ⋅i
R1 dt R1 2 R1
d 2i 2 di i i
L⋅ R2⋅ 2 2 − 1 =0
2
dt dt C C
e substituindo i1
2
d i
L⋅C⋅ 22 R 2⋅C
dt
L di2
R
⋅ 1 2 ⋅i 2=
R1 dt R1
V1
R1
i 2 0=I 0
di 2 0 1
= ⋅V 0−R2⋅I 0
dt L
2
d v
L⋅C⋅ 2 2 R2⋅C
dt
L dv 2 R
⋅ 1 2 ⋅v 2= R2⋅I1
R1 dt R1
v 2 0=R 2⋅I 0
dv 2 0 R 2
= ⋅V 0 – R2⋅I 0
dt L
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redes de primeira e segunda ordem com excitação polinomial (impulso ou degrau),
exponencial ou senoidal cuja solução é obtida pelo método dos coeficientes a determinar para
t>0. Nestes casos não há necessidade de considerar I 0 e V 0 multiplicando a função degrau.
Cuidado para não misturar dois métodos diferentes de análise!
5.16 Exercícios
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 27
c) Considere V 1 t uma fonte constante e independente e o capacitor descarregado.
f) V1t=ut
g) V1t=ut
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 28
h) Considere que V 1 t é uma fonte constante e independente e que as chaves S1 e S2
trocam de posição simultaneamente calcule vL(0+) (atenção com as correntes impulsivas e a
redistribuição de cargas nos capacitores)
2) Determine iL1(), iL1(0+), vC(), vC(0+). Escreva as equações diferenciais para iL1(t) e
vC(t).
3) Para o circuito abaixo determine vC(0–), vC(0+), iC(0–), iC(0+), vC(), iC().
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 29
4) Supondo v1(t) e i1(t) fontes independentes e iguais a um degrau unitário de tensão e
corrente respectivamente, determine a tensão sobre a fonte i1(t) e as expressões para vL2(t) e
iv(t).
Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 30
7) Na figura abaixo o circuito se apresenta em regime permanente (todas as tensões e
correntes são constantes) quando, em t=0 a chave S1 troca de posição. Calcule iL1(0–), iL1(0+),
iC1(0–), iC1(0+), iL1(), iC1(), vC1(0–), vC1(0+), vC1(), vL1(0–), vL1(0+), vL1(), diL1(0–)/dt,
diL1(0+)/dt, dvC1(0–)/dt, dvC1(0+)/dt. Determine a equação diferencial para obtenção de vc(t).
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5.17 Soluções
- - dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =0V , i C1 0 =0A , =
dt C1
+ - + Is1 dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =v C1 0 , i C1 0 = ⋅G , =
G1G 1 1 dt C1
v C1 ∞=Is1⋅R1 , i C1 ∞=0A
I1 di 0 - v L1 0-
i L1 0- = ⋅G 2 , v L1 0 -=0V , L1 =
G1G 2 dt L1
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+ +
I1 di 0 v L1 0
i L1 0 + = ⋅G 2 , v L1 0 + = I1⋅R1 , L1 =
G 1G 2 dt L1
i L1 ∞=I1 , v L1 ∞=0V .
V1 di L1 0 - v L1 0-
i L1 0- = -
, v L1 0 =0V , =
R1 dt L1
V1 di L1 0 + v L1 0+
i L1 0 + = +
, v L1 0 =V1 , =
R1 dt L1
V1
i L1 ∞= , v L1 ∞=0V .
R1
+ +
- - dv C1 0 i C1 0
v C1 0 =0V , i C1 0 =0A , =
dt C1
+ + V1 dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =0V , i C1 0 = , =
R1 dt C1
v C1 ∞=V1 , i C1 ∞=0A .
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Considerando a corrente fluindo da esquerda para a direita e de cima para baixo:
- V1 - di L1 0 - v L1 0-
i L1 0 = , v L1 0 =0V , =
R1 dt L1
V1 di L1 0 + v L1 0+
i L1 0 + = +
, v L1 0 =0V , =
R1 dt L1
V1
i L1 ∞= , v L1 ∞=0V .
R1
- - dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =V1 , i C1 0 =0A , =
dt C1
+ + V1 dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =V1 , i C1 0 =− , =
R2 dt C1
v C1 ∞=0V , i C1 ∞=0A .
V1−2⋅v 2 R3⋅V1
Em circuito aberto: v CA =v 2=−R3⋅i 1 =−R3⋅ , logo v CA =−
R1 R12⋅R3
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V1−2⋅v 2 V1
Em curto circuito: i CC =I =i 1= = .
R1 R1
v CA
V TH =v CA , RTH =−
I CC
- - dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =V TH , i C1 0 =0A , =
dt C1
+ + V TH dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =V TH , i C1 0 =− , =
R2 dt C1
V TH
v C1 ∞= ⋅R , i ∞=0A .
RTH R2 2 C1
f) V1t=ut
- - dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =0V , i C1 0 =0A , =
dt C1
+ + V1 dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =0V , i C1 0 =−i R2=− , =
R2 dt C1
V1
v C1 ∞=− ⋅R , i ∞=0A .
R 2 1 C1
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g) V1t=ut
- - dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =0V , i C1 0 =0A , =
dt C1
+ + V1 dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0 =0V , i C1 0 = , =
R1 dt C1
v C1 ∞=V1 , i C1 ∞=0A .
Solução:
V C1 0 – =V 1
V1
V C2 0 – = ⋅R
R 3R1 3
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V1
I L 0 – =
R 3R1
+ –
V C1 ( 0 )≠V C1 (0 ) pois
Há uma redistribuição de carga nos capacitores. Isso ocorre com a circulação de uma
corrente impulsiva pela malha da equação (1). A corrente da malha é IC, tal que
– + – +
I C =C 1⋅[V C1 0 ⋅t −V C1 0 ⋅t ]=C 2⋅[V C2 0 ⋅ t−V C2 0 ⋅t]
+ + +
V C2 0 =V 1 0 −V C1 0
– –
+ −C 2⋅V C2 0 C 1⋅V C1 0 C 2⋅V 1
V C1 0 =
C 1C 2
Substituindo os valores de V C2 e V C1 em 0 –
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C 2⋅V 1⋅R3
− C 1⋅V 1C 2⋅V 1
+ R3R1
V C1 0 =
C 1C 2
+ + +
−V L 0 =−V C1 0 V R1 0
C 1⋅R3⋅V 1
V L 0+ =
R3R1 ⋅C 1C 2
2) Determine iL1(), iL1(0+), vC(), vC(0+). Escreva as equações diferenciais para iL1(t) e
vC(t).
Este são dois circuitos paralelos independentes: 1) I1, L1, R1; 2) I1, C2, R2.
3) Para o circuito abaixo determine vC(0–), vC(0+), iC(0–), iC(0+), vC(), iC().
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Calculando o Thévenin do circuito sem o capacitor:
I1− I2
V TH t= ⋅G ⋅R
G1G SERIE SERIE 3
G 2⋅G 3
onde G SERIE=
G 2G 3
+ -
+ - V 0 −V TH 0
v C 0 =V TH 0 , i C 0 = TH
+
RTH
v C ∞=V TH 0 + , i C ∞=0A .
v i1 −v 1v L2 v R2=0
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i v – i1 – i L1−i C1 =0
1
i v =i1 ⋅∫ u t ⋅dtC⋅ t
L
dv t v t V1 R
C 1⋅ 2 2 = ⋅ 2 1
dt R1 R1 R3
7) Na figura abaixo o circuito se apresenta em regime permanente (todas as tensões e
correntes são constantes) quando, em t=0 a chave S1 troca de posição. Calcule iL1(0–), iL1(0+),
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iC1(0–), iC1(0+), iL1(), iC1(), vC1(0–), vC1(0+), vC1(), vL1(0–), vL1(0+), vL1(), diL1(0–)/dt,
diL1(0+)/dt, dvC1(0–)/dt, dvC1(0+)/dt. Determine a equação diferencial para obtenção de vc(t).
- -
- V2 - di L1 0 v L1 0
i L1 0 = , v L1 0 =0V , =
R1R 2 dt L1
+ V2 + di L1 0 + v L1 0+
i L1 0 = , v L1 0 =0V , =
R1R 2 dt L1
V1
i L1 ∞= , v L1 ∞=0V .
R1R2
V2 dv C1 0 + i C1 0 +
v C1 0- = ⋅R2 , i C1 0 - =0A , =
R1R2 dt C1
+ + +
V2 V1−vC1 0 dv C1 0 i C1 0
v C1 0+ = ⋅R2 , i C1 0+ = +
−i L1 0 , =
R1 R2 R1 dt C1
V1
v C1 ∞= ⋅R , i ∞=0A .
R1R 2 2 C1
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Solução: Por superposição:
Fonte V1
V1 2
i L 0– = = =4A
R2 0,5
i*(t)
R2
V2 1/2ohm
V3
5delta
10delta
V 3 10⋅t
i R2 0= = =20⋅t
R2 0,5
1 1 1
v CEQ 0= ⋅∫ i R2 t ⋅dt= ⋅∫ 20⋅t⋅dt= ⋅20⋅u t=4⋅ut V
C EQ C 1C 2 5
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dv
i C1 0=C 1⋅ C =3⋅4⋅ t =12⋅t
dt
dv C
i C2 0=C 2⋅ =2⋅4⋅t =8⋅t
dt
1 1
i L 0= ⋅∫ v L t⋅dt= ⋅5⋅ut =1⋅u t A
L 5
As condições iniciais totais podem ser obtidas pela soma das condições iniciais
parciais.
+ –
i L 0 =i 0 i0=41=5⋅u t A
+ –
v C2 0 =v C2 0 v C2 0=24=6⋅u t V
C 1⋅C2 6
C EQ= = F
C 1C 2 5
1 1
v C1 0= ⋅∫ i⋅dtvC1 0 – = ⋅12⋅ut 6⋅u t =10⋅u t
C1 3
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1 1
v C2 0= ⋅∫ i⋅dt – v C2 0 – = ⋅12⋅u t−6⋅u t=0⋅ut
C2 2
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