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FICHAMENTO

- INTRODUÇÃO:  baseando-se na filosofia de emmanuel levinas, a


autora, jacilene maria silva levanta um debate sobre uma das
principais questões sobre direitos humanos: o conceito de
identidade e seu impacto ético.
Principalmente as que se referem à crítica da totalidade e aos
mecanismos que a partir desta incidem sobre os indivíduos
fazendo-os desempenhar papéis em que esses já não mais se
encontram, pretendemos reavaliar a própria noção de identidade,
repensando seu lugar numa sociedade que a luz dos Direitos
Humanos se pretende livre de toda sorte de categorizações.
Cientes que a noção de substância humana se desagrega diante
das produções filosóficas iniciadas já no final do século XIX e início
do século XX e que dentro de uma discussão social e política toda
noção de uma qualidade inata da alma é um risco, resolve-se
pensar sobre nós mesmos projetando novas possibilidades
argumentativas. Nisso ergue-se a questão: frente às lutas sociais
por direitos, destacando-se as que tratam de temas raciais, sexuais
e de gênero, em que a busca por espaço e o ultrapassar de forças
opressoras se confunde à demarcação das identidades, não se
estaria, na contramão, reforçando ideias substancialistas que
seriam apenas o outro lado de uma mesma moeda ideológica? Para
tal, menciona-se conceitualmente os seguintes conceitos:
totalidade/identidade, e infinito/alteridade, ética e críticas aos
mecanismos teóricos que defendiam um paradigma de humanidade
baseado numa ideia de liberdade absoluta.

- A PROBLEMÁTICA DA RAZÃO QUE REGE A IDENTIDADE


Neste capítulo, a autora explica claramente como o mundo
ocidental deseja controlar o universo desde os tempos antigos. Hoje
em dia, palavras como diversidade, diferença, identidade e
multiculturalismo entram nas escolas, mídia e atividades de
campanha. Da mesma forma, os termos respeito e igualdade são o
“abridor” de qualquer discurso que não pode esquecer a própria
identidade. Assim como a diferença, é uma relação social. Isso
significa que sua definição - discurso e linguagem - está sujeita a
vetores de força e relações de poder. Eles não são simplesmente
definidos, mas impostos. Ela citou Levinas dizendo que "sintetizou"
a maneira de pensar de uma perspectiva ontológica simples. Nesse
sentido, deve-se destacar que a identidade cultural não é "natural"
nem inerente ao indivíduo. Ela precede o indivíduo. À medida que a
própria cultura muda, a identidade cultural do sujeito não é estática
e permanente, mas móvel, e principalmente, não é uma imposição
inocente, nem um desvio, é totalmente inconsciente. As identidades
culturais são, por sua vez, construídas, manipuladas e politizadas.

- O PRECEITO “ NÃO-MATARÁS”: O ROSO E A IDENTIDADE


Nesta fase, o autor mostrou a Levinas que outra pessoa pode
rejeitar minhas intenções e meus desejos através de seu rosto, e o
faz de forma totalmente autônoma. Portanto, a oposição da face ao
meu poder é uma espécie de resistência, mas em termos de
moralidade, é uma exigência de responsabilidade. Na verdade, o
rosto se expressa de forma sensível, mesmo que seu significado
seja "transcendido". O outro revelado no rosto é a única coisa que
quero negar, mas um sentimento diferente marca este incidente que
matou outras pessoas.
O outro vem a mim através do rosto, e a expressão do rosto são
palavras, ele se expressa, se significa, ou seja, observa seu próprio
desempenho. Em sua iluminação, ela me disse que não tem casa,
sente fome, está nua e, em suma, faz exigências. Seu pedido é
minha responsabilidade, o início da consciência moral. Minha
liberdade não é mais egoísta, mas boa vontade para com os outros,
como estrutura básica da subjetividade. A revelação do outro
através do rosto, a palavra é um movimento de autorrevelação, ela
faz toda e qualquer imagem plástica produzida pelo conceito (o
neutro) que eu possa ter pensado.
Por outro lado, o assassinato é uma oposição a qualquer exigência
de responsabilidade e, portanto, uma celebração da injustiça.
Porém, na frente do outro, o assassino percebeu sua externalidade
e transcendência. Esse reconhecimento é moral. A transcendência
do outro se apresenta à consciência moral, onde o outro é o outro,
aqueles que estão dispostos a se matar, porque têm o outro. Isso
significa que a existência do outro - como rosto do outro ou o outro
como rosto - é condição necessária para a consumação do
homicídio. Eu só posso matar pessoas que escaparam do meu
poder, pessoas que se opõem totalmente a mim, porque eu
conheço essa oposição

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