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Adriana Cosme Pereira

Universidade de Brasília
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Programa de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC

ORIGAMI E DESENHO ALGORÍTIMICO NO DESIGN E NA ARQUITETURA


Adriana Cosme Pereira

ORIGAMI E DESENHO ALGORÍTIMICO NO DESIGN E NA ARQUITETURA

Trabalho de Iniciação Científica na


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de Brasília.
Orientador:
Prof. PhD. Neander Furtado Silva
Coorientador:
Prof. Me. Juan Carlos Guillén Salas
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
LISTA DE IMAGENS

Figura 1 - Fabricação do papel com a técnica de Ts’ai Lun – Fonte: UENO, 2003, p.12.
................................................................................................................................... 3

Figura 2 - Vaso e tulipa feitos com origami ou dobradura – Fonte: UENO, 2003, p.16.
................................................................................................................................... 6

Figura 3 - Mizuhiki posto na boca da garrafa de saquê –Fonte: UENO, 2003, p.17. .. 8

Figura 4 - Borboleta macho (esquerda) e borboleta fêmea (a direita) conhecido como


“ocho” e “mecho” – Fonte: UENO, 2003, p.17. ........................................................... 8

Figura 5 - Método de dobra do noshi – Fonte: UENO, 2003, p.18. ............................. 9

Figura 6 - Formação da célula supercapacitadora – Fonte: IN; KUMAR; HORN;


BARBASTATHIS, 2006, p.1. .................................................................................... 14

Figura 7 - Execução dos modelos de kirigami – Fonte: KOBAYASHI; YAMADA, 2013,


p.155. ....................................................................................................................... 15

Figura 8 – Modelos executados pelos participantes do curso – Fonte: KOBAYASHI;


YAMADA, 2013, p.155. ............................................................................................ 15

Figura 9 - Montagem da exposição feita no hall interno da biblioteca da UNESP –


Fonte: KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.155. ........................................................... 15

Figura 10 - Execução dos origamis figurativos – Fonte: RAMOS, 2015, p.329. ....... 16

Figura 11 - Execução dos origamis modulares – Fonte: RAMOS, 2015, p.330. ....... 17

Figura 12 - Execução de paraboloide hiperbólico – Fonte: RAMOS,2015, p.330. .... 18

Figura 13 - Criação de formas arquitetônicas com o sistema estrutural de placas


dobradas – Fonte: RAMOS,2015, p.331. ................................................................. 18

Figura 14 - Execução de kirigamis – Fonte: RAMOS, 2015, p.332. .......................... 19

Figura 15 - Exposição dos trabalhos produzidos – Fonte: RAMOS,2015, p.332. ..... 19


Figura 16 - Registro da atividade de construção do modelo físico - Fonte:
VASCONSELOS; BORDA; VECCHIA,2014, p.299. ................................................. 22

Figura 17 - Registro da sequência de ações realizadas para a representação de


dobraduras no SketchUp - Fonte: VASCONSELOS; BORDA; VECCHIA, 2014, p 299.
................................................................................................................................. 23

Figura 18 - Registro do origami físico e virtual “o jogo”, origami radial - Fonte:


VASCONSELOS; BORDA; VECCHIA, 2014, p 299. ................................................ 23

Figura 19 - Registro da atividade “o jogo” origami paralelo - Fonte: VASCONSELOS;


BORDA; VECCHIA, 2014, p 300. ............................................................................. 24

Figura 20 - Registro da atividade “o jogo” origami radial - Fonte: VASCONSELOS;


BORDA; VECCHIA, 2014, p 300. ............................................................................. 24

Figura 21 - Exemplo de origami arquitetônico - Fonte: UENO, 2003, p.39. .............. 26

Figura 22 - Exemplo de um origami arquitetônico mais elaborado - Fonte: UENO, 2003,


p.40. ......................................................................................................................... 26

Figura 23 - Amílcar de Castro, sem título, fins da década de 70 – Fonte: UENO, 2003,
p.41. ......................................................................................................................... 27

Figura 24 - Lygia Clark, Relógio de Sol, 1960 – Fonte: UENO, 2003, p.41. ............. 27

Figura 25 - Cartão de 0º visualizado aberto e fechado – Fonte: UENO, 2003, p. 49.28

Figura 26 - “Escher house 1”, Cartão de 90º - Fonte: UENO, 2003, p. 46. ............... 28

Figura 27 - Cartão de 180º com encaixes – Fonte: UENO, 2003, p. 47.................... 29

Figura 28 - Cartão de 360º - Fonte: UENO, 2003, p. 48. .......................................... 29

Figura 29 - Design Computacional por Origami – Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA;


SELÇUK, 2009, p.237. ............................................................................................. 31

Figura 30 - Modelo Poligonal 3D (a direita) e seu modelo 2D (a esquerda) - Fonte:


SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK, 2009, p.237. ...................................................... 31
Figura 31 - Yokohama Port Terminal – Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK, 2009,
p.242. ....................................................................................................................... 32

Figura 32 - Colorado Springs Air Force Academy Chapel – Fonte: SORGUÇ;


HAGIWARA; SELÇUK, 2009, p.242. ........................................................................ 32

Figura 33 - Automobile Museum, Nanjing, China - Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA;


SELÇUK, 2009, p.242. ............................................................................................. 32

Figura 34 - Capela de Madeira – Fonte: SHENK, 2012, p.3. .................................... 33

Figura 35 - Referências utilizadas pelo orientador para o raciocínio analógico. Fonte:


ENGEL, 1997, citado por FLORIO, 2011, p.57 – 59. ................................................ 34

Figura 36 - Resultado da combinação dos 8 parâmetros. Fonte: FLORIO, 2011, p.58.


................................................................................................................................. 35

Figura 37 - Parâmetros utilizados. Fonte: FLORIO, 2011, p.59. ............................... 35

Figura 38 - Origami feito à mão. Fonte: PEREIRA, 2018. ........................................ 36

Figura 39 - Vista de cima. Fonte: PEREIRA, 2018. .................................................. 38

Figura 40 - Vista Lateral e fachada. Fonte: PEREIRA, 2018. ................................... 39

Figura 41 - Perspectiva feita no Sketchup e renderizada com o V-ray. Fonte:


PEREIRA, 2018. ...................................................................................................... 40

Figura 42 - Cobertura feita no Rhinoceros associado ao Grasshopper (esquerda) e


cobertura feita a mão (direita). Fonte: PEREIRA, 2018. ........................................... 40

Figura 43 - Perspectiva com os pontos marcados. Fonte: PEREIRA, 2018. ............ 41

Figura 44 - Perspectiva e parâmetros do Grasshopper. Fonte: PEREIRA, 2018. ..... 41


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Fonte: KODANSHA 1983, citado por UENO,2003, p.23. ......................... 11

Tabela 2 - Fonte: RAMOS, 2015, p.333-334 ............................................................ 21

Tabela 3 - Tabela com pontos no espaço e suas respectivas coordenadas. Fonte:


PEREIRA, 2018. ...................................................................................................... 42
LISTA DE SIGLAS
MIT - Massachusetts Institute of Technology
LISTA DE ABREVIATURAS
Jan. - Janeiro
Out. - Outubro
Dez. - Dezembro
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1

1 ANTECEDENTES DO ORIGAMI ........................................................................ 2

1.1 Surgimento do Papel .................................................................................. 2

2 DIVISÃO ENTRE O KIRIGAMI E O ORIGAMI .................................................... 4

3 ORIGAMI............................................................................................................. 4

3.1 Introdução ................................................................................................... 4

3.2 História e Origem do Origami..................................................................... 6

3.3 Tipos e Simbologia de Alguns Origamis Antigos ..................................... 7

3.4 Origami na Educação Japonesa .............................................................. 11

4 ORIGAMI NAS FACULDADES DE ARQUITETURA INTERNACIONAIS E


BRASILEIRA ........................................................................................................... 12

4.1 Faculdades Internacionais ....................................................................... 12

4.2 Faculdades Brasileiras ............................................................................. 14

5 ORIGAMI NA ARQUITETURA .......................................................................... 25

5.1 Origami Arquitetônico .............................................................................. 25

5.2 Tipos de Origami Arquitetônico ............................................................... 27

6 ORIGAMI E DESENHO ALGORÍTMICO NA ARQUITETURA .......................... 30

6.1 Desenho Algorítmico na Arquitetura ....................................................... 30

6.2 Origami e Desenho Algorítmico na Arquitetura ...................................... 30

7 EXPERIÊNCIA .................................................................................................. 33
7.1 Experiência Base ...................................................................................... 33

7.2 Experiência Final....................................................................................... 36

7.3 Resultados................................................................................................. 42

CONCLUSÃO .......................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 45
1

INTRODUÇÃO
2

1 ANTECEDENTES DO ORIGAMI

1.1 Surgimento do Papel

O papel é um instrumento de trabalho muito utilizado em várias artes. Com ele


é possível a criação de cartões de presente, bonecos, enfeites para casa, embrulhos,
dentre várias outras opções vindas do imaginário humano a partir de cortes e
dobraduras. (UENO, 2003, p.12).
A origem do papel remonta do Oriente, onde se tornou um instrumento
tradicional na cultura do povo, sendo desenvolvida pelos egípcios por volta de 300
a.C. (UENO, 2003, p.12)

“A palavra “papel” originou-se do termo papyrus, um papel feito de uma planta


egípcia homônima - Cyperus papyrus - que cresce no vale do rio Nilo. Ele foi
desenvolvido pelos egípcios por volta de 300 a.C., que o faziam entrelaçando
a planta, ensopando-a na água e batendo-a até que atingisse a lisura e a
espessura desejada.” (CRAIG, 1980, citado por UENO, 2003, p.12)

O Papel que conhecemos hoje é, segundo Ueno (2003, p.12), atribuído a Ts’ai
Lun, que inventou a seguinte técnica:

“[...]desenvolveu a ideia de formar folhas de papel a partir de cascas de


árvores, trapos e outros materiais fibrosos no ano 105 d.C. [...], batendo-os
até que eles formassem uma substância pastosa [...]. Essa pasta era diluída
em água [...] e um molde raso e poroso era mergulhado na solução pastosa
[...]. Quando se retirava o molde, a água escoava pelo fundo da peneira e
ficava uma camada de fibras, que, quando secava, tornava-se uma folha de
papel [...]” (UENO, 2003, p. 12)

Ver figura abaixo:


3

Figura 1 - Fabricação do papel com a técnica de Ts’ai Lun – Fonte: UENO, 2003, p.12.

Os ocidentais só passaram a conhecer o papel depois que os chineses foram


derrotados em Samarkanda pelos árabes. Dentre os prisioneiros que foram levados
haviam alguns com habilidades na confecção do papel e, assim, desenvolveram
rapidamente o mesmo com os materiais existentes no país, amido e cânhamo, o
primeiro para a colagem de fibras de linho e o outro para a preparação da pasta.
(CARRAMILLO NETO, 1997, citado por UENO, 2003, p.14)
4

No Brasil, o papel chegou em 1808 com a Imprensa Régia de D. João. A


produção brasileira usou fibras de bananeiro, trapos e chegou a ser um dos primeiros
países a usar o eucalipto para a produção de celulose. Produzindo assim, não só o
papel convencional, mas também a celulose. A produção de papel era bastante
destinada aos jornais. Ademais, as empresas pioneiras no Brasil foram: Indústrias
Klabin e Suzano de Papel. (CARRAMILLO NETO, 1997, citado por UENO, 2003, p.14)

2 DIVISÃO ENTRE O KIRIGAMI E O ORIGAMI

O kirigami, que tem uma grande aproximação com o origami, será mencionado
nessa pesquisa a fim de mostrar sua ligação com a cultura oriental (Japão e China) e
a arquitetura.
A confecção do kirigami ocorre no papel no qual é feito cortes para dar a forma
ao material o que resulta em uma estrutura plana com partes vazadas, além disso
também é usado a colagem do papel. A palavra Kirigami vem da fusão da palavra
“kiru” (cortar) e “kami” (papel). Além dessa nomenclatura, em países com a língua
inglesa recebe o nome de “cutting paper” e em alemão “schmeiden” (UENO, 2003,
p.33)
O kirigami difere do origami em que além das dobras também são realizadas
cortes no papel. (KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.148)

3 ORIGAMI

3.1 Introdução

O origami, mais conhecido no Brasil como dobradura, é segundo Ueno (2003,


p.16) “[...]a tradicional arte japonesa de confeccionar figuras (animais, flores, peixes,
objetos etc.) através de dobras.”. Ramos (2015, p. 327) define origami como “[...] a
arte de construir objetos tridimensionais a partir de dobras em uma folha de papel.”.
A palavra origami segundo Ueno (2003, p.16) e Kobayashi e Yamada (2013,
p.148) vem da fusão do verbo “oru” (dobrar) com “Kami” (papel), chamado
antigamente como “origata” (forma dobrada). Em outros outros países também foram
encontradas denominações diferentes para o Origami, como: “[...]papiroflexia (em
5

castelhano), paperfolding (em inglês), faltenpapier (em alemão) e pliage (em francês).
” (UENO, 2003, p.16)
Para a confecção do origami é necessário que se tenha papéis em formatos de
retângulos, losangos, quadrados ou outros. O comércio oferece papéis já prontos em
formato quadrangular, chamados de “origamis” ou “dobraduras” que tem uma de suas
faces colorida. Após adquirir o papel, a qualidade final da dobradura irá depender se
ele foi bem dobrado, se suas pontas estão alinhadas e também a espessura e
qualidade do material utilizado. (UENO, 2003, p.16)
Ademais, o origami tem um grande potencial lúdico por poder ser feito a
qualquer hora, em qualquer lugar e por qualquer tipo de pessoa e também consegue
estreitar laços de amizade e familiar, além de tranquilizar as pessoas que o fazem
como diz Koda (1986, citado por KOBAYASHI; YAMANDA, 2013, p.151):

“O potencial lúdico do origami pode ser percebido pelo fato de ele ser
executável a qualquer hora e em qualquer lugar, necessitando apenas de um
pedaço de papel, e por qualquer pessoa, independentemente de idade,
gênero e nível social, econômico e cultural. O ato de fazer origami reunindo
várias pessoas em torno de uma atividade pode estreitar laços de amizade e
afetividade, relaxar pessoas estressadas e fazer com que, por exemplo, o
tempo passe mais rápido para um doente acamado, aguçando a criatividade,
a concentração, a organização e a coordenação motora (KODA, 1986). [...]”

Outro ponto benéfico do origami é que ele consegue ajudar na terapia pois
estimula os dois hemisférios do cérebro, o que ajuda no desenvolvimento tanto da
“(...)coordenação motora de ambas as mãos como a inteligência não verbal, acuidade
visual e visualização tridimensional.” (SHUMAKOV; SHUMAKOV, 2000, citado por
KOBAYASHI E YAMADA, 2013, p.151).
6

Figura 2 - Vaso e tulipa feitos com origami ou dobradura – Fonte: UENO, 2003, p.16.

3.2 História e Origem do Origami

Ramos (2015, p.327), Ueno (2003, p.16) e Kobayashi e Yamada (2013, p.150)
concordam que o Origami tem uma origem desconhecida, mas que provavelmente
remota a origem do papel na China, no século I e que posteriormente foi difundido
pelo Japão.
O origami foi muito difundido pelo Japão, assim como na China, e se integrou
a cultura de ambos os países. O preço para a fabricação do mesmo não era tão
acessível na época, sendo assim ele foi mais difundido em rituais cerimonias como
casamentos, cerimonias religiosas, coroações, cerimonias militares e enterros e exigia
que a concepção de tal objeto fosse feita apenas por especialistas. (HONDA, 1969
citado por UENO, 2003, p.16-17) e (HONDA, 1969 citado por KOBAYASHI E
YAMADA, 2013, p.150 -151).
7

3.3 Tipos e Simbologia de Alguns Origamis Antigos

O primeiro tipo de Origami cerimonial tinha como nome Katashiro que era a
representação de um Deus a partir de um papel especial chamado jingu yoshi (papel
santuário). Ele usava o Origami em conjunto com o Kirigami sendo usando em
cerimônias xintoístas. Nos dias atuais ainda pode se ver o uso do Katashiro no
Hinamatsuri ou Festival das Bonecas. Outro exemplo do uso do origami nas
cerimônias xintoístas é o gohei ou shide, que era usado em rituais de purificação
sendo pendurado na sasaki ou no cordão ao redor do santuário, sendo feito com
dobras e cortes, bem como os emblemas dos samurais e de algumas famílias
denominados monkirigata (KODANSHA, 1983, citado por KODA, 1986, citado por
UENO, 2003, p.17).
Merecem destaque ainda alguns outros origamis antigos como o mizuhiki (ver
figura a frente) que era feito a partir da dobra de papel prateado e dourado e posto na
boca da garrafa de saquê, o “ocho e mecho” (ver figura a frente) usados em
casamentos representado a forma de borboleta macho e fêmea e o noshi (ver figura
a frente) usados em conjunto com o embrulho de presente sendo uma forma de dar
“boa sorte” e “as bênçãos dos deuses”. A origem do noshi provavelmente remota da
troca de presentes entre os samurais e o noshi. (HONDA, 1969 citado por
KODANSHA, 1983 citado por UENO, 2003, p.17-18) e (KODANSHA, 1983 citado por
KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.151).
8

Figura 3 - Mizuhiki posto na boca da garrafa de saquê –Fonte: UENO, 2003, p.17.

Figura 4 - Borboleta macho (esquerda) e borboleta fêmea (a direita) conhecido como “ocho” e
“mecho” – Fonte: UENO, 2003, p.17.
9

Figura 5 - Método de dobra do noshi – Fonte: UENO, 2003, p.18.

Além disso, o origami também foi utilizado em certificações de autencidade que


acompanhava objetos de valor, como espadas e espadins. Eles eram feitos em papéis
brancos dobrados no sentido horizontal de excelente qualidade e eram chamados de
“origamis” ou origami-tsuki, significando “atestado de garantia” (KODA, 1986 citado
por UENO, 2003, p. 18)
O origami começou a ser usado como forma de passa tempo, sem sentido
religioso ou cerimonial, apenas na Era Heian (794-1185) e evoluiu para a forma que
conhecemos hoje na Era Muromachi (1333-1568) na qual é feita apenas com dobras.
Na Era Taisho (1912-1926) já haverá um número de 150 figuras definidas em origami.
(KODANSHA, 1983 citado por UENO, 2003, p.18) e (KOBAYASHI; YAMADA, 2013,
p.151)
É importante ressaltar ainda a grande importância simbólica e o repleto
significado baseado na pronúncia e também nas características da forma dada ao
origami e ao kirigami pois isso perdura até os dias atuais na cultura chinesa e japonesa
(KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.151). Esse fato é devido a algumas obras e poemas
antigos que foram repassados de geração em geração, alguns desses livros são o
“Senbazuru origata” e o “Chushingura origata” que transmitiam a forma de fazer o
origami. (KODA, 1986 citado por UENO, 2003, p.18)
Alguns origamis são bastantes conhecidos no Japão e China por seus
significados simbólicos bem forte nesses países, são eles: o caranguejo, o sapo e a
garça. O caranguejo é motivo de orgulho pois para o povo foi uma grande evolução
fazer um origami muito complexo com apenas um papel e alguns cortes. O sapo por
10

sua vez simboliza o verbo “retornar” e é muito utilizado na carteira das pessoas com
o intuito de trazer o dinheiro gasto de volta, ou seja, “retornar” à carteira. Enfim, a
garça que traz o presságio de mil anos e é símbolo de vitalidade e longevidade
(HONDA, 1969 citado por UENO, 2003, p. 21 e 22).
Kodansha (1983, citado por UENO, 2003, p.23) mostra ainda alguns estilos de
origami segundo a classificação de Akira Yoshizawa, que é uma das maiores
autoridades na área do origami além de ser responsável pela simbologia usada
internacionalmente na dobra do origami. A classificação abarca cinco estilos que são
apresentados abaixo:

Oshi-e origami “Estilo usado em uma espécie de boneca de


papel feita através de técnicas especiais de
corte e dobra, em que os detalhes de seu
rosto são pintados no papel e se pode ter
alguma peça de roupa colada.”

Nishiki-e origami “Este estilo usa papéis coloridos em xilografia


e delicados cortes no papel. Foi muito popular
do final da Era Taisho (1912-1926) até o
começo da Era Showa (1926 até os dias de
hoje).”

Kasaneori “São feitas dobras com papéis de várias


cores, sendo que no final do processo,
apenas algumas cores aparecem.”

Kawari-e origami “Estilo praticado por crianças em competições


do meio da Era Meiji (1868-1912). Utilizava
papéis com vários desenhos na mesma folha
e, dependendo da forma como era feita a
dobra, as figuras podiam aparecer ou se
esconder.”
11

Kiritsunagi origami “Para este estilo, é utilizado o papel ‘washi’,


por ser fino, mas ao mesmo tempo resistente,
já que esta técnica consiste em dobrar várias
figuras conectadas em si mesmas. O livro
‘Sembazuru origata’ explora muito este estilo,
apresentando cerca de 49 maneiras
diferentes de cortar um papel quadrado com
pequenos quadrados conectados ao centro, a
fim de se fazer várias garças juntas.”

Tabela 1 - Fonte: KODANSHA 1983, citado por UENO,2003, p.23.

3.4 Origami na Educação Japonesa

Deve-se falar ainda do uso do origami na educação japonesa que segundo


Yamaguchi (1996, citado por UENO, 2003, p. 24 e KOBAYASHI; YAMADA, 2013,
p.151) começou na Era Meiji (1868-1912) no Japão nos jardins de infância e teve
grande influência do educador Friedrich Wilhelm August Frobel que utilizava dobras a
fim de fazer formas geométricas.

“O origami começou a ser aplicado como recurso educativo no Japão, em


meados do século 19, quando foi introduzido nos jardins de infância e nos
primeiros anos do primário, sofrendo grande influência de Friedrich Wilhelm
August Fröbel (1782-1852), um educador alemão que utilizava as dobras para
desenvolver formas geométricas [...]”

Na Era Showa (1926-1988), a criatividade passou a ter grande valor na


educação japonesa e muitos críticos começaram a desaprovar o método conceptivo
do origami, criticando assim, a padronização e concepção do ensino. Esse fato levou
a caracterização do origami como forma de alienação dos estudantes na época
(UENO, 2003, p.24) e (KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.151).
Entretanto, com a ajuda de Akira Yoshizawa na propagação internacionalmente
e a revolução do origami, na década de 1930, o mesmo passou a ser visto “como um
exercício de criatividade livre e uma importante ferramenta educacional”
(KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.151). A escola Alemã de arquitetura e designer,
Bauhaus, vendo um grande potencial na técnica do origami estimulou seus alunos a
12

pesquisarem sobre e também propôs alguns trabalhos (ASCHENBACH; FAZENDA;


ELIAS, 1992, citado por KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.151). Ueno (2003, p.24)
complementa dizendo que:

“ [...]atualmente, o origami não só tem sido considerado como um auxílio no


exercício da criatividade livre no papel a partir de algumas dobras básicas
como também uma importante ferramenta educacional, tendo sido aplicado
no ensino básico da geometria a fim de desenvolver a intuição, capricho e
memória. ”

Na década de 1980, cientistas começaram a analisar as “implicações


matemáticas das propriedades geométricas do origami e suas aplicações em sistemas
computacionais e em projetos de engenharia, arquitetura e design” (KOBAYASHI;
YAMADA, 2013, p.151). Então, foram feitos alguns encontros para discutir sobre o
origami e seus efeitos na educação e em tratamentos terapêuticos, dos quais pode
ser citado International Conference on Origami in Education and Therapye
International Meeting of Origami Science, Mathematics, and Education (KOBAYASHI;
YAMADA, 2013, p.151-152).

4 ORIGAMI NAS FACULDADES DE ARQUITETURA INTERNACIONAIS E


BRASILEIRA

4.1 Faculdades Internacionais

O assunto origami nas faculdades de arquitetura internacionais não tem fontes


de pesquisa sobre o tema de fácil acesso como nos outros tópicos, porém uma das
grandes referências internacionais de origami relacionado ao campo construtivo é o
exemplo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em português Instituto de
Tecnologia de Massachusetts.
No ano de 2006 foi publicado pelo MIT uma pesquisa relacionada à fabricação
do origami com dispositivos tridimensionais nanoestruturados. O processo da
fabricação do origami com dispositivos tridimensionais nanoestruturados consiste
primeiramente em modelar uma membrana bidimensional (2D) com o micro, usando
as funcionalidades da nanoescala, e depois dobrar para uma configuração
tridimensional (3D). A partir desse processo foi criado pelo MIT um supercapacitor
13

com eletrodo de área 350x350 µm sendo caracterizado pelo uso de análises de


métodos eletroquímicos (IN; KUMAR; HORN; BARBASTATHIS, 2006, p.1)
Para a fabricação do origami em dispositivos nanoestruturados há um processo
que se divide em dois passos. No primeiro passo do processo são usadas técnicas de
fabricação planar para forma uma membrana 2D. Nesse primeiro passo também é
feito a padronização de recursos que permitirão a dobragem, como vincos e
dobradiças, entre vários outros mecanismos. Na segunda etapa há a dobragem
automática da configuração 3D desejada, podendo ser fabricado automaticamente em
lote. (IN; KUMAR; HORN; BARBASTATHIS, 2006, p.1)
As grandes vantagens relacionadas ao processo nanoestruturado do origami
são: o uso de um dispositivo multicamada que permiti a reprodução padrão de uma
única camada, fazendo com que as dificuldades relacionadas a fabricação de
dispositivos multicamadas sejam reduzidas, alinhamento e espaçamento entre
camadas à partir do uso de alinhamento em forma de pirâmide e a fabricação de
superfícies nanoestruturadas não apenas no plano horizontal pois o método do
origami consegue fazer superfícies padronizadas orientadas arbitrariamente no
sistema final. (IN; KUMAR; HORN; BARBASTATHIS, 2006, p.1)
Usando esse método do origami foi então criado um supercapacitor de
microescala funcional, formando um dispositivo 3D nanoestruturado. O processo de
fabricação consistiu basicamente em “um eletrodo colocado sobre um substrato fixo e
outro em uma membrana dobrável. Dobrando a única aba de membrana, os dois
eléctrodos se juntam para formar uma célula supercapacitadora” (IN; KUMAR; HORN;
BARBASTATHIS, 2006, p.1). Além de mostra a viabilidade do método do origami, o
supercapacitor também pode funcionar como uma fonte de energia para
microssistemas autônomos.
14

Figura 6 - Formação da célula supercapacitadora – Fonte: IN; KUMAR; HORN; BARBASTATHIS,


2006, p.1.

4.2 Faculdades Brasileiras

O origami nas faculdades brasileiras de arquitetura ainda está em processo


para ser visto como um método conceptivo a ser utilizado previamente e
posteriormente na construção de uma estrutura arquitetônica como será mencionado
nos trabalhos acadêmicos de Ramos (2015, p.328-335), Kobayashi e Yamada (2013,
p.152-157) e Vasconselos, Borda e Vecchia (2014, p. 297-301). Sendo assim, por
vezes a introdução do origami ocorre através de oficinas, como na experiência feita
na Universidade Federal da Bahia relatada por Ramos (2015, p.328-335), assim como
o curso oferecido por Kobayashi e Yamada (2013, p.152-157), na Universidade
Estadual Paulista, e também a experiência feita na Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas relatada por Vasconselos, Borda e
Vecchia (2014, p. 297-301).
Kobayashi e Yamada (2013, p.152-157) por sua vez, assim como Ramos,
utilizaram da técnica manual para a confecção do origami e kirigami a fim de promover
um conhecimento do potencial lúdico, história dessas artes e aspectos evolutivos. É
importante ressaltar que esse curso foi ministrado para vários tipos de estudantes da
Universidade Estadual Paulista, não focando assim na área de arquitetura, porém é
de grande importância pois mostra que essa arte não está relacionada apenas ao
campo da arquitetura. Ademais, é importante ressaltar que um percentual de 62.5%
15

dos participantes não conhecia o origami e 90,9% não tinha conhecimento sobre o
kirigami. Ver imagens abaixo:

Figura 7 - Execução dos modelos de kirigami – Fonte: KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.155.

Figura 8 – Modelos executados pelos participantes do curso – Fonte: KOBAYASHI; YAMADA, 2013,
p.155.

Figura 9 - Montagem da exposição feita no hall interno da biblioteca da UNESP – Fonte:


KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.155.
16

Na oficina, feita em três dias, relatada por Ramos (2015, p. 333-334) os alunos
tinham uma experiência totalmente manual com a execução do origami e kirigami a
fim de criar uma noção espacial com objetos tridimensionais nos estudantes no campo
da arquitetura.
No primeiro dia, ocorreu a apresentação teórica do origami – “[...] definição,
histórico, origamistas, tipos de papel, tipos de origami, símbolos dos diagramas de
origami. ” (RAMOS, 2015, p.328). Após a explanação formaram-se grupos de quatro
pessoas e foi entregue a cada grupo uma apostila com dez diagramas de flores e
animais encontrados na internet (ver figura abaixo). Houve uma grande dificuldade
por parte dos alunos em fazer as dobraduras usando o diagrama e estes buscaram
muito a ajuda do professor.

Figura 10 - Execução dos origamis figurativos – Fonte: RAMOS, 2015, p.329.

No segundo momento da aula foram entregues para as mesmas equipes


apostilas com origamis modulares - que eram peças dobras separadamente e
encaixadas umas nas outras - assim como, papel colorido sulfite e papel reciclado. Os
participantes não tiveram tanta dificuldade nessa segunda etapa pois já estavam
familiarizados com o exercício. Cada membro do grupo dobrava um número de
origamis e no final todos juntavam formando uma só peça (ver figura abaixo).
17

Figura 11 - Execução dos origamis modulares – Fonte: RAMOS, 2015, p.330.

No segundo dia, a oficina teve seu foco relacionado a arquitetura. “[...] A


explanação foi acerca do sistema estrutural de placas dobradas, utilizado em obras
arquitetônicas dos anos 1950 à contemporaneidade. Este sistema estrutural distribui,
ao longo das placas, as cargas geradas pelo peso próprio; as dobras existentes
enrijecem o conjunto, dispensando o uso de vigas e pilares. [...]” (ENGEL, 2001, citado
por RAMOS, 2015, p. 330). Após uma vasta apresentação de exemplos de arquitetura,
em todos os tipos de materiais, e também alguns trabalhos de origamistas que se
assemelham a estruturas arquitetônicas foram distribuídas quatro apostilas, para o
mesmo grupo montado no dia anterior, a fim de que cada membro apresentasse o seu
trabalho para os demais integrantes do grupo (ver figura abaixo).
18

Figura 12 - Execução de paraboloide hiperbólico – Fonte: RAMOS,2015, p.330.

No segundo momento da seção, propõe-se aos alunos a criação de uma forma


que remetesse a algum tema da arquitetura (igreja, pavilhão, biblioteca etc) de livre
escolha, sendo que deveria ser feito em um sistema estrutural de placas dobradas
(ver figura abaixo). Houve um grande interesse das equipes em praticar a atividade.

Figura 13 - Criação de formas arquitetônicas com o sistema estrutural de placas dobradas – Fonte:
RAMOS,2015, p.331.

Na terceira seção, ocorreu a apresentação do kirigami – “[...]conceito,


surgimento, denominações, categorias, aplicações, legenda para os diagramas,
origami arquitetônico. [...]” (RAMOS, 2015, p.331). Após a explanação, foram
19

entregues papéis reciclados e uma apostila com quatro modelos de kirigami para que
cada membro do grupo executasse um (ver figura abaixo).

Figura 14 - Execução de kirigamis – Fonte: RAMOS, 2015, p.332.

No segundo momento da seção foi proposto uma atividade criativa: criação de


uma nova forma para um tema de arquitetura, de livre escolha do grupo, com a
utilização do kirigami, cortes e dobras. Ao final da seção foi proposto a exibição dos
trabalhos realizados para aqueles que desejassem (ver figura abaixo).

Figura 15 - Exposição dos trabalhos produzidos – Fonte: RAMOS,2015, p.332.


20

Ademais, relata que na última sessão da oficina foi feito um questionário para
que os estudantes avaliassem a oficina e sua importância (RAMOS, 2015, p. 333-
334). Foram feitas várias perguntas, mas as que mais tiveram importância para essa
pesquisa foram as seguintes:

Relevância dos conteúdos apresentados para a formação/atuação do arquiteto

Ótimo 43,9%

Bom 49,1%

Regular 7,0%

Ruim 0%

Correspondência entre a ementa e a oficina realizada

Ótimo 73,7%

Bom 26,3%

Regular 0%

Ruim 0%

Material fornecido para a oficina

Ótimo 64,3%

Bom 26,8%

Regular 8,9%

Ruim 0%

Didática do educador

Ótimo 70,2%

Bom 28,1%

Regular 1,8%

Ruim 0%

Nível de aprendizagem
21

Ótimo 25,5%

Bom 60,0%

Regular 12,7%

Ruim 1,8%

Tabela 2 - Fonte: RAMOS, 2015, p.333-334

Vasconselos, Borda e Vecchia (2014, p. 298-299) criaram uma didática que se


dividia em três partes a fim de criar uma noção espacial e experiências cognitivas nos
estágios iniciais da formação em arquitetura. A fim de não desestimular os alunos no
começo do curso com ferramentas paramétricas, propõe-se a disponibilização das
ferramentas em forma de jogo, o que despertaria uma curiosidade dos alunos. Esse
ambiente em forma de jogo seria um local de descobertas em que as configurações
do Grasshopper seriam fornecidas aos estudantes e estes por sua vez buscariam
encontrar a formas inicialmente determinadas das dobraduras físicas à partir da
manipulação dos parâmetros no programa.
Dessa forma, foram propostos dois jogos:

“ [...] Um deles baseado na proporção raiz de dois em que os origamis são


construídos a partir de uma folha A4. Neste caso foi estabelecido como regra
de trabalhar exclusivamente com dobras paralelas ao sentido menor da folha.
O outro jogo parte de um quadrado. Para este formato de folha as dobraduras
só podem estar definidas sobre as direções das diagonais do quadrado e
sobre as bissetrizes destas diagonais. Passou-se a tratar cada um como: jogo
de dobraduras paralelas e jogo de dobraduras radiais. [...]” (VASCONSELOS;
BORDA; VECCHIA, 2014, p.298)

Para começar a experiência era necessária uma etapa prévia na qual os alunos
escolheriam o local, vale ou montanha, de acordo com a terminologia do origami. Além
disso, cada estudante registrou, com fotografias digitais, pelo menos duas soluções
para cada formato de papel utilizado (ver figura abaixo).
22

Figura 16 - Registro da atividade de construção do modelo físico - Fonte: VASCONSELOS; BORDA;


VECCHIA,2014, p.299.

Vasconselos, Borda e Vecchia (2014, p.298-299) explicam então como seria


feita a experiência, que seria dividida em três partes:

“ [...]Para cada um dos dois tipos de dobraduras (paralelas e radiais) as


atividades propostas foram desenvolvidas em três fases: a)Utilização de
técnicas tradicionais à mão, pelo método de cotada e bi-projetivo, cujos
parâmetros geométricos ficam implícitos ao desenho.[...] 1; b) Utilização de
técnicas digitais a partir do software SketchUp.[...] 1; c) Utilização das
técnicas de desenho paramétrico, tendo-se os parâmetros explícitos e
representações dinâmicas, através então dos dois jogos anteriormente
referidos. Os estudantes experimentam estas técnicas a partir do software
Rhinoceros associado ao Grasshopper. [...] “

Ver imagens abaixo:


23

Figura 17 - Registro da sequência de ações realizadas para a representação de dobraduras no


SketchUp - Fonte: VASCONSELOS; BORDA; VECCHIA, 2014, p 299.

Figura 18 - Registro do origami físico e virtual “o jogo”, origami radial - Fonte: VASCONSELOS;
BORDA; VECCHIA, 2014, p 299.
24

Figura 19 - Registro da atividade “o jogo” origami paralelo - Fonte: VASCONSELOS; BORDA;


VECCHIA, 2014, p 300.

Figura 20 - Registro da atividade “o jogo” origami radial - Fonte: VASCONSELOS; BORDA;


VECCHIA, 2014, p 300.
25

Mesmo não mencionando números exatos, ressaltam que na experiência feita


na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas a
infraestrutura era insuficiente para promover o desenho paramétrico na faculdade,
havia pouca experiência didática dos docentes e, além disso, falta de materiais
didáticos para a realização das aulas. Mesmo com todos esses pontos mencionados
e alguns contratempos na realização das atividades havia grande motivação dos
alunos em aprender a arte do origami (VASCONSELOS; BORDA; VECCHIA, 2014, p
300).

5 ORIGAMI NA ARQUITETURA

5.1 Origami Arquitetônico

O origami arquitetônico ou “Origamic Architecture” é a denominação mais


conhecida para a arte que transforma o papel bidimensional em uma forma
tridimensional. Entretanto, existem várias denominações para essa arte, como: “Pop-
up architecture”, “3D Cards” e “Kirigami tridimensional” (UENO, 2003, p.39). Além
disso, é importante ressaltar que o termo “Origami Arquitetônico” foi criado pelo
arquiteto japonês Masahiro Chatani em 1981 (UENO, 2003, p. 45).
Esse tipo de origami surgiu da junção do origami - no qual são feitas dobras - e
do kirigami - em que, além de dobras, também são feitos cortes. A grande diferença
desse tipo de origami é a sua capacidade de transformar uma imagem bidimensional
em tridimensional, obtendo assim “[...] figuras que parecem “saltar do papel”, dando a
sensação visual de “edificação” de uma figura. ” (UENO, 2003, p.39).
26

Figura 21 - Exemplo de origami arquitetônico - Fonte: UENO, 2003, p.39.

Outro ponto importante é que existem origamis arquitetônicos menos


elaborados - em que é necessário apenas uma folha de papel que é totalmente
aproveitada e, no ato de fechar e abrir, pode voltar ao seu estado inicial – e os mais
elaborados – são aqueles que necessitam de uma estrutura já colocada na folha de
papel (UENO, 2003, p.39).

Figura 22 - Exemplo de um origami arquitetônico mais elaborado - Fonte: UENO, 2003, p.40.

Alguns exemplos da utilização do origami arquitetônico no Brasil aconteceram


no movimento neoconcreto brasileiro – em que se buscava novas soluções na arte
27

com materiais diferentes. Os trabalhos de Amilcar de Castro e Lygia Clark fizeram


parte desse movimento (UENO, 2003, p.45), seus trabalhos podem ser vistos abaixo:

Figura 23 - Amílcar de Castro, sem título, fins da década de 70 – Fonte: UENO, 2003, p.41.

Figura 24 - Lygia Clark, Relógio de Sol, 1960 – Fonte: UENO, 2003, p.41.

5.2 Tipos de Origami Arquitetônico

Segundo UENO (2003, p.46) existem quatro tipos consagrados de origami


Arquitetônicos: 0º, 90º,180º e 360º. Eles permitem inúmeras formas de exploração da
figura 3D, de acordo com seus ângulos. Abaixo serão apresentados os quatro tipos:
28

• Origami arquitetônico de 0º:


Apesar, de à primeira vista, o origami de 0º parecer ser constituído por várias
camadas de papel, ele é feito com apenas uma folha em que são feitos recortes e
dobragens a fim de se obter uma tridimensionalidade (UENO, 2003, p. 49). Ver
imagem abaixo:

Figura 25 - Cartão de 0º visualizado aberto e fechado – Fonte: UENO, 2003, p. 49.

• Origami arquitetônico de 90º:


O origami arquitetônico de 90º é aquele que é feito em um papel plano, em
180º, no qual são feitos recortes e colagens, e quando é posicionado em 90º pode ser
visualizado a forma do origami (UENO, 2003, p. 46). Ver imagem abaixo.

Figura 26 - “Escher house 1”, Cartão de 90º - Fonte: UENO, 2003, p. 46.
29

• Origami arquitetônico de 180º:


O origami arquitetônico de 180º é aquele que é feito em uma folha de papel
uma, cortes, dobras ou colagens que só podem ser visualizadas quando há a abertura
de 180º do papel (UENO, 2003, p. 47). Ver figura abaixo:

Figura 27 - Cartão de 180º com encaixes – Fonte: UENO, 2003, p. 47.

• Origami arquitetônico de 360º:


O origami arquitetônico de 360º é semelhante ao de 180º, entretanto só pode
ser visto quando há a abertura de 360º do papel (UENO, 2003, p. 48). Ver figura
abaixo.

Figura 28 - Cartão de 360º - Fonte: UENO, 2003, p. 48.


30

6 ORIGAMI E DESENHO ALGORÍTMICO NA ARQUITETURA

6.1 Desenho Algorítmico na Arquitetura

Antes de falar do desenho algorítmico na concepção de origamis em estruturas


arquitetônicas é preciso entender como é formado a arquitetura algorítmica e seus
benefícios no projeto arquitetônico.
Sendo assim, segundo Terzidis (2006, p.37, citado por SILVA JÚNIOR, 2011,
p.49) “ A arquitetura algorítmica consiste em um método onde o projeto arquitetônico
é visto como um problema a ser solucionado [...]”. Para resolver esse problema é
necessário o uso de operações lógicas, podendo ser ou não implementadas por
computador (TERZIDIS, 2006, p.37, citado por SILVA JÚNIOR, 2011, p.49).

6.2 Origami e Desenho Algorítmico na Arquitetura

O origami vem sendo uma matéria estudada por várias disciplinas, desde
matemática até a engenharia, biologia computacional e arquitetura. É importante
ressaltar que, mesmo não sendo tão difundido, a matemática está totalmente ligada
ao origami. Dessa forma, tem tomado parte regularmente de conferências
internacionais ajudando, assim, a formar a base de mais estudos na área (SHENK,
2012, p.3).
Partindo então, da importante ligação da matemática com o origami e
consequentemente com a arquitetura, a noção das relações matemáticas de
diagramas de origami em 2D criará um meio computacional vasto a ser explorado.
Abaixo pode-se ver alguns exemplos da junção da matemática com meios
computacionais que transformaram um diagrama 2D em 3D (SORGUÇ; HAGIWARA;
SELÇUK, 2009, p.236).
31

Figura 29 - Design Computacional por Origami – Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK, 2009,
p.237.

Figura 30 - Modelo Poligonal 3D (a direita) e seu modelo 2D (a esquerda) - Fonte: SORGUÇ;


HAGIWARA; SELÇUK, 2009, p.237.

Na arquitetura, o origami tem grande impacto na composição de formas


diferentes de fachadas e no aspecto visual do edifício. Um grande exemplo desse fato
é o “Yokohama Port Terminal” feito pela “FOA Architects and Colorado Springs Air”.
Merecem destaque também o “Force Academy Chape”, no Colorado e o “Automobile
Museum” em Nanjing, China (SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK, 2009, p.242). Ver
imagens abaixo:
32

Figura 31 - Yokohama Port Terminal – Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK, 2009, p.242.

Figura 32 - Colorado Springs Air Force Academy Chapel – Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK,
2009, p.242.

Figura 33 - Automobile Museum, Nanjing, China - Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK, 2009,
p.242.

Vale ressaltar ainda a capela de madeira, feita por H. Buri e Y. Weinand, que
tem uma junção de painéis de madeira inspirados em um origami (SHENK, 2012, p.7).
Ver imagem abaixo:
33

Figura 34 - Capela de Madeira – Fonte: SHENK, 2012, p.3.

7 EXPERIÊNCIA

7.1 Experiência Base

O artigo de Florio (2011, p.57 - 59) será a base para a experiência que será
realizada nesse trabalho. Nessa pesquisa o autor faz duas experiências, na primeira
os alunos usam o programa Paracloud e sua relação com o programa Rhinoceros e
na segunda os estudantes constroem estruturas de cobertura produzindo algorítmicos
no Grasshopper. A primeira não será abordada nessa pesquisa pois não se identifica
com o tema estudado, por outro lado, a segunda será a base para a experiência que
será realizada devido a sua identificação com o origami e com os softwares
apresentados durante a pesquisa.
A experiência feita por Florio (2011, p.57 – 59) com os alunos do último ano da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
FAU- MACKENZIE, consistia em construir uma cobertura por dobraduras a partir da
parametrização. As referências utilizadas pelo orientador do trabalho para o raciocínio
analógico do trabalho podem ser vistas abaixo:
34

Figura 35 - Referências utilizadas pelo orientador para o raciocínio analógico. Fonte: ENGEL, 1997,
citado por FLORIO, 2011, p.57 – 59.

Para a criação dos módulos da cobertura foi utilizado a manipulação de pontos


no espaço, dentro do software Grasshopper, de forma que favorecesse a criação de
diferentes pórticos. Na primeira etapa foi estabelecido os parâmetros de altura, largura
e comprimento do módulo (FLORIO, 2011, p.57).
Para o comprimento usou-se dois parâmetros: o primeiro foi o estabelecimento
do vão entre os pilares, variando entre 6 e 20 metros, e o segundo foi o deslocamento
do pilar no eixo x, variando entre 0 e 5 metros. Sendo assim, o comprimento (eixo x)
da cobertura variou entre 6 e 30 metros (FLORIO, 2011, p.57).
A largura, por sua vez, variou entre 1 e 3 metros. A largura mínima, de 1 metro,
permitiu o alinhamento da largura do pilar com a cobertura central e a largura máxima,
de 3 metros, permitiu a criação de espaços entre pilares (FLORIO, 2011, p.57).
Para definir a geometria da cobertura usou-se quatro parâmetros: dois definem
a altura do pilar e dois definem a altura do módulo no centro do vão. As alturas variam
35

entre 2,50 e 10 metros. A disposição dos quatro pontos (2 no centro e 2 em cada


extremidade) possibilitam a geração de formas simples e complexas de acordo com o
imaginário do projetista. Vale ressaltar que, as coberturas geradas nessa experiência,
no ponto de vista estético, são atraentes, entretanto, nem sempre são compatíveis
com as questões funcionais e técnicas construtivas. (FLORIO, 2011, p.58).
Além disso, o número de repetições na direção y variou entre 3 e 20, gerando
áreas entre 36 e 1800 metros quadrados. A combinação entre os 8 parâmetros
permitiu a criação de amplas famílias de coberturas que podem ser usadas conforme
o uso e necessidade do projeto.
Abaixo pode ser visto o resultado:

Figura 36 - Resultado da combinação dos 8 parâmetros. Fonte: FLORIO, 2011, p.58.

Figura 37 - Parâmetros utilizados. Fonte: FLORIO, 2011, p.59.


36

7.2 Experiência Final

A experiência final consiste em reproduzir uma cobertura que possa ser


duplicável e moldável, com o intuito de ser possível fazer mudanças futuras a partir
da necessidade do projetista. Sendo assim, a cobertura foi primeiramente feita a mão
(ver figura abaixo) e depois foi utilizado o programa paramétrico Rhinoceros associado
ao Grasshoper pois ele apresenta parâmetros que permitem que a cobertura após ser
construída possa sofrer alterações e ser duplicável.

Figura 38 - Origami feito à mão. Fonte: PEREIRA, 2018.


37

Para a criação da forma da cobertura foi feito pontos no espaço que foram
ligados por linhas e posteriormente geraram superfícies. Com a utilização do plug-in
Grassopper associado ao Rhinoceros os pontos no espaço foram feitos a partir de
certos parâmetros.
Os parâmetros que formaram a cobertura seguiram a seguinte ordem: o
primeiro está relacionado a distância entre os pontos de apoios, ou seja, a distância
entre os três pontos que formam o “V” da base. A distância é de 3m dos pontos
externos até o centro.
O segundo parâmetro está relacionado a criação de um polígono com 6 lados
acima dos pontos de apoio que é dobrado em seu centro. O polígono tem 12,81 m de
uma ponta a outra e largura de 6 m. Seu tamanho pode variar de acordo com a altura
que se deseja alcançar na estrutura.
Por fim, o último parâmetro está relacionado à altura que está ligada
diretamente ao ângulo de dobradura dos polígonos, visto que quanto mais longe se
forma o polígono mais aberto será a cobertura e menor será sua altura e quanto mais
perto se forma o polígono, maior é a altura e menor é a abertura formada pela
cobertura. A altura alcançada pela cobertura foi de 10 m.
Abaixo pode ser visto o resultado:
38

Figura 39 - Vista de cima. Fonte: PEREIRA, 2018.


39

Figura 40 - Vista Lateral e fachada. Fonte: PEREIRA, 2018.


40

Figura 41 - Perspectiva feita no Sketchup e renderizada com o V-ray. Fonte: PEREIRA, 2018.

Figura 42 - Cobertura feita no Rhinoceros associado ao Grasshopper (esquerda) e cobertura feita a


mão (direita). Fonte: PEREIRA, 2018.

Ademais, abaixo estão dispostos os pontos utilizados para a construção do


primeiro módulo, que foi replicado 3 vezes, e logo após seus valores no eixo x, y e z.
41

Figura 43 - Perspectiva com os pontos marcados. Fonte: PEREIRA, 2018.

Figura 44 - Perspectiva e parâmetros do Grasshopper. Fonte: PEREIRA, 2018.

Ponto no Coordenadas
Local formado
espaço X Y Z
1 0 3 0
2 0 3 6 Base de
3 3 0 2 sustentação
4 3 0 0 (lado
5 6 3 6 esquerdo)
6 6 3 0
7 0 4 7
42

Meio do
8 6 4 7 polígono (lado
esquerdo)
9 3 11 10 Ponto mais
alto dos
polígonos
10 3 13 10
(esquerdo e
direito)
11 0 19 7 Meio do
polígono (lado
12 6 19 7
direito)
13 0 20 0
14 0 20 6
Base de
15 3 23 2
sustentação
16 3 23 0
(lado direito)
17 6 20 6
18 6 20 0
Tabela 3 - Tabela com pontos no espaço e suas respectivas coordenadas. Fonte: PEREIRA, 2018.

7.3 Resultados

Após a realização da experiência feita acima, com base no artigo de Florio


(2011, p.57 - 59), vários pontos foram observados. Sendo eles, as vantagens,
desvantagens e problemas advindos do Rhinoceros associado ao Grasshopper.
As vantagens encontradas após a realização da experiência foi a facilidade que
o Grasshopper associado ao Rhinoceros tem para replicar elementos e modificação
da estrutura produzida após sua finalização. Além disso, o programa consegue fazer
estruturas mais complexas se comparado a programas arquitetônicos mais utilizados,
como o Sketchup, Archicad, Revit e Autocad. Outro ponto, é que o programa
Grasshopper consegue exportar a estrutura produzida nele por meio de linhas e
superfícies para o Rhinoceros. O Rhinoceros por sua vez, exportar o dwg que pode
ser aberto em programas mais usuais como o Autocad, Revit e Sketchup.
43

Por outro lado, os pontos negativos relacionados ao programa são, falta de


clareza de alguns parâmetros do programa, exige que o usuário passe um tempo
razoável conhecendo todos os ícones e suas capacidades para conseguir utilizar com
facilidade o Grasshopper e o Rhinoceros, e, além disso, algumas vezes é mais fácil
utilizar um programa de construção 3D, como o Sketchup, que é fácil de aprender,
para construir a mesma estrutura pois em estágios iniciais de conhecimento do
Grasshopper se perde muito tempo utilizando muitos parâmetros, devido à falta de
conhecimento do praticante.
Além disso, as desvantagens advindas do artigo base, de Florio (2011, p.57 -
59), é a falta de informações sobre os parâmetros utilizados durante o manuseio do
Grasshopper para a criação das coberturas e falta de exatidão ao dar os pontos no
espaço utilizados no programa, visto que é apenas colocado uma margem e não o
tamanho exato. Sendo assim, não é possível confirmar se os parâmetros utilizados
por Florio (2011, p.57 - 59) conseguiram alcançar o que ele propõe em seu artigo.
44

CONCLUSÃO
45

REFERÊNCIAS

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dobraduras. São Paulo: Scipione, 1992.

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produtor, estudante. São Paulo: Nobel, 1987.

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https://www.revistas.usp.br/gestaodeprojetos/article/viewFile/51010/55077>. Acesso
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46

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