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Universidade de Brasília
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Programa de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC
Figura 1 - Fabricação do papel com a técnica de Ts’ai Lun – Fonte: UENO, 2003, p.12.
................................................................................................................................... 3
Figura 2 - Vaso e tulipa feitos com origami ou dobradura – Fonte: UENO, 2003, p.16.
................................................................................................................................... 6
Figura 3 - Mizuhiki posto na boca da garrafa de saquê –Fonte: UENO, 2003, p.17. .. 8
Figura 10 - Execução dos origamis figurativos – Fonte: RAMOS, 2015, p.329. ....... 16
Figura 11 - Execução dos origamis modulares – Fonte: RAMOS, 2015, p.330. ....... 17
Figura 23 - Amílcar de Castro, sem título, fins da década de 70 – Fonte: UENO, 2003,
p.41. ......................................................................................................................... 27
Figura 24 - Lygia Clark, Relógio de Sol, 1960 – Fonte: UENO, 2003, p.41. ............. 27
Figura 26 - “Escher house 1”, Cartão de 90º - Fonte: UENO, 2003, p. 46. ............... 28
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1
3 ORIGAMI............................................................................................................. 4
7 EXPERIÊNCIA .................................................................................................. 33
7.1 Experiência Base ...................................................................................... 33
7.3 Resultados................................................................................................. 42
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 45
1
INTRODUÇÃO
2
1 ANTECEDENTES DO ORIGAMI
O Papel que conhecemos hoje é, segundo Ueno (2003, p.12), atribuído a Ts’ai
Lun, que inventou a seguinte técnica:
Figura 1 - Fabricação do papel com a técnica de Ts’ai Lun – Fonte: UENO, 2003, p.12.
O kirigami, que tem uma grande aproximação com o origami, será mencionado
nessa pesquisa a fim de mostrar sua ligação com a cultura oriental (Japão e China) e
a arquitetura.
A confecção do kirigami ocorre no papel no qual é feito cortes para dar a forma
ao material o que resulta em uma estrutura plana com partes vazadas, além disso
também é usado a colagem do papel. A palavra Kirigami vem da fusão da palavra
“kiru” (cortar) e “kami” (papel). Além dessa nomenclatura, em países com a língua
inglesa recebe o nome de “cutting paper” e em alemão “schmeiden” (UENO, 2003,
p.33)
O kirigami difere do origami em que além das dobras também são realizadas
cortes no papel. (KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.148)
3 ORIGAMI
3.1 Introdução
castelhano), paperfolding (em inglês), faltenpapier (em alemão) e pliage (em francês).
” (UENO, 2003, p.16)
Para a confecção do origami é necessário que se tenha papéis em formatos de
retângulos, losangos, quadrados ou outros. O comércio oferece papéis já prontos em
formato quadrangular, chamados de “origamis” ou “dobraduras” que tem uma de suas
faces colorida. Após adquirir o papel, a qualidade final da dobradura irá depender se
ele foi bem dobrado, se suas pontas estão alinhadas e também a espessura e
qualidade do material utilizado. (UENO, 2003, p.16)
Ademais, o origami tem um grande potencial lúdico por poder ser feito a
qualquer hora, em qualquer lugar e por qualquer tipo de pessoa e também consegue
estreitar laços de amizade e familiar, além de tranquilizar as pessoas que o fazem
como diz Koda (1986, citado por KOBAYASHI; YAMANDA, 2013, p.151):
“O potencial lúdico do origami pode ser percebido pelo fato de ele ser
executável a qualquer hora e em qualquer lugar, necessitando apenas de um
pedaço de papel, e por qualquer pessoa, independentemente de idade,
gênero e nível social, econômico e cultural. O ato de fazer origami reunindo
várias pessoas em torno de uma atividade pode estreitar laços de amizade e
afetividade, relaxar pessoas estressadas e fazer com que, por exemplo, o
tempo passe mais rápido para um doente acamado, aguçando a criatividade,
a concentração, a organização e a coordenação motora (KODA, 1986). [...]”
Outro ponto benéfico do origami é que ele consegue ajudar na terapia pois
estimula os dois hemisférios do cérebro, o que ajuda no desenvolvimento tanto da
“(...)coordenação motora de ambas as mãos como a inteligência não verbal, acuidade
visual e visualização tridimensional.” (SHUMAKOV; SHUMAKOV, 2000, citado por
KOBAYASHI E YAMADA, 2013, p.151).
6
Figura 2 - Vaso e tulipa feitos com origami ou dobradura – Fonte: UENO, 2003, p.16.
Ramos (2015, p.327), Ueno (2003, p.16) e Kobayashi e Yamada (2013, p.150)
concordam que o Origami tem uma origem desconhecida, mas que provavelmente
remota a origem do papel na China, no século I e que posteriormente foi difundido
pelo Japão.
O origami foi muito difundido pelo Japão, assim como na China, e se integrou
a cultura de ambos os países. O preço para a fabricação do mesmo não era tão
acessível na época, sendo assim ele foi mais difundido em rituais cerimonias como
casamentos, cerimonias religiosas, coroações, cerimonias militares e enterros e exigia
que a concepção de tal objeto fosse feita apenas por especialistas. (HONDA, 1969
citado por UENO, 2003, p.16-17) e (HONDA, 1969 citado por KOBAYASHI E
YAMADA, 2013, p.150 -151).
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O primeiro tipo de Origami cerimonial tinha como nome Katashiro que era a
representação de um Deus a partir de um papel especial chamado jingu yoshi (papel
santuário). Ele usava o Origami em conjunto com o Kirigami sendo usando em
cerimônias xintoístas. Nos dias atuais ainda pode se ver o uso do Katashiro no
Hinamatsuri ou Festival das Bonecas. Outro exemplo do uso do origami nas
cerimônias xintoístas é o gohei ou shide, que era usado em rituais de purificação
sendo pendurado na sasaki ou no cordão ao redor do santuário, sendo feito com
dobras e cortes, bem como os emblemas dos samurais e de algumas famílias
denominados monkirigata (KODANSHA, 1983, citado por KODA, 1986, citado por
UENO, 2003, p.17).
Merecem destaque ainda alguns outros origamis antigos como o mizuhiki (ver
figura a frente) que era feito a partir da dobra de papel prateado e dourado e posto na
boca da garrafa de saquê, o “ocho e mecho” (ver figura a frente) usados em
casamentos representado a forma de borboleta macho e fêmea e o noshi (ver figura
a frente) usados em conjunto com o embrulho de presente sendo uma forma de dar
“boa sorte” e “as bênçãos dos deuses”. A origem do noshi provavelmente remota da
troca de presentes entre os samurais e o noshi. (HONDA, 1969 citado por
KODANSHA, 1983 citado por UENO, 2003, p.17-18) e (KODANSHA, 1983 citado por
KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.151).
8
Figura 3 - Mizuhiki posto na boca da garrafa de saquê –Fonte: UENO, 2003, p.17.
Figura 4 - Borboleta macho (esquerda) e borboleta fêmea (a direita) conhecido como “ocho” e
“mecho” – Fonte: UENO, 2003, p.17.
9
sua vez simboliza o verbo “retornar” e é muito utilizado na carteira das pessoas com
o intuito de trazer o dinheiro gasto de volta, ou seja, “retornar” à carteira. Enfim, a
garça que traz o presságio de mil anos e é símbolo de vitalidade e longevidade
(HONDA, 1969 citado por UENO, 2003, p. 21 e 22).
Kodansha (1983, citado por UENO, 2003, p.23) mostra ainda alguns estilos de
origami segundo a classificação de Akira Yoshizawa, que é uma das maiores
autoridades na área do origami além de ser responsável pela simbologia usada
internacionalmente na dobra do origami. A classificação abarca cinco estilos que são
apresentados abaixo:
dos participantes não conhecia o origami e 90,9% não tinha conhecimento sobre o
kirigami. Ver imagens abaixo:
Figura 7 - Execução dos modelos de kirigami – Fonte: KOBAYASHI; YAMADA, 2013, p.155.
Figura 8 – Modelos executados pelos participantes do curso – Fonte: KOBAYASHI; YAMADA, 2013,
p.155.
Na oficina, feita em três dias, relatada por Ramos (2015, p. 333-334) os alunos
tinham uma experiência totalmente manual com a execução do origami e kirigami a
fim de criar uma noção espacial com objetos tridimensionais nos estudantes no campo
da arquitetura.
No primeiro dia, ocorreu a apresentação teórica do origami – “[...] definição,
histórico, origamistas, tipos de papel, tipos de origami, símbolos dos diagramas de
origami. ” (RAMOS, 2015, p.328). Após a explanação formaram-se grupos de quatro
pessoas e foi entregue a cada grupo uma apostila com dez diagramas de flores e
animais encontrados na internet (ver figura abaixo). Houve uma grande dificuldade
por parte dos alunos em fazer as dobraduras usando o diagrama e estes buscaram
muito a ajuda do professor.
Figura 13 - Criação de formas arquitetônicas com o sistema estrutural de placas dobradas – Fonte:
RAMOS,2015, p.331.
entregues papéis reciclados e uma apostila com quatro modelos de kirigami para que
cada membro do grupo executasse um (ver figura abaixo).
Ademais, relata que na última sessão da oficina foi feito um questionário para
que os estudantes avaliassem a oficina e sua importância (RAMOS, 2015, p. 333-
334). Foram feitas várias perguntas, mas as que mais tiveram importância para essa
pesquisa foram as seguintes:
Ótimo 43,9%
Bom 49,1%
Regular 7,0%
Ruim 0%
Ótimo 73,7%
Bom 26,3%
Regular 0%
Ruim 0%
Ótimo 64,3%
Bom 26,8%
Regular 8,9%
Ruim 0%
Didática do educador
Ótimo 70,2%
Bom 28,1%
Regular 1,8%
Ruim 0%
Nível de aprendizagem
21
Ótimo 25,5%
Bom 60,0%
Regular 12,7%
Ruim 1,8%
Para começar a experiência era necessária uma etapa prévia na qual os alunos
escolheriam o local, vale ou montanha, de acordo com a terminologia do origami. Além
disso, cada estudante registrou, com fotografias digitais, pelo menos duas soluções
para cada formato de papel utilizado (ver figura abaixo).
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Figura 18 - Registro do origami físico e virtual “o jogo”, origami radial - Fonte: VASCONSELOS;
BORDA; VECCHIA, 2014, p 299.
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5 ORIGAMI NA ARQUITETURA
Figura 22 - Exemplo de um origami arquitetônico mais elaborado - Fonte: UENO, 2003, p.40.
Figura 23 - Amílcar de Castro, sem título, fins da década de 70 – Fonte: UENO, 2003, p.41.
Figura 24 - Lygia Clark, Relógio de Sol, 1960 – Fonte: UENO, 2003, p.41.
Figura 26 - “Escher house 1”, Cartão de 90º - Fonte: UENO, 2003, p. 46.
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O origami vem sendo uma matéria estudada por várias disciplinas, desde
matemática até a engenharia, biologia computacional e arquitetura. É importante
ressaltar que, mesmo não sendo tão difundido, a matemática está totalmente ligada
ao origami. Dessa forma, tem tomado parte regularmente de conferências
internacionais ajudando, assim, a formar a base de mais estudos na área (SHENK,
2012, p.3).
Partindo então, da importante ligação da matemática com o origami e
consequentemente com a arquitetura, a noção das relações matemáticas de
diagramas de origami em 2D criará um meio computacional vasto a ser explorado.
Abaixo pode-se ver alguns exemplos da junção da matemática com meios
computacionais que transformaram um diagrama 2D em 3D (SORGUÇ; HAGIWARA;
SELÇUK, 2009, p.236).
31
Figura 29 - Design Computacional por Origami – Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK, 2009,
p.237.
Figura 31 - Yokohama Port Terminal – Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK, 2009, p.242.
Figura 32 - Colorado Springs Air Force Academy Chapel – Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK,
2009, p.242.
Figura 33 - Automobile Museum, Nanjing, China - Fonte: SORGUÇ; HAGIWARA; SELÇUK, 2009,
p.242.
Vale ressaltar ainda a capela de madeira, feita por H. Buri e Y. Weinand, que
tem uma junção de painéis de madeira inspirados em um origami (SHENK, 2012, p.7).
Ver imagem abaixo:
33
7 EXPERIÊNCIA
O artigo de Florio (2011, p.57 - 59) será a base para a experiência que será
realizada nesse trabalho. Nessa pesquisa o autor faz duas experiências, na primeira
os alunos usam o programa Paracloud e sua relação com o programa Rhinoceros e
na segunda os estudantes constroem estruturas de cobertura produzindo algorítmicos
no Grasshopper. A primeira não será abordada nessa pesquisa pois não se identifica
com o tema estudado, por outro lado, a segunda será a base para a experiência que
será realizada devido a sua identificação com o origami e com os softwares
apresentados durante a pesquisa.
A experiência feita por Florio (2011, p.57 – 59) com os alunos do último ano da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
FAU- MACKENZIE, consistia em construir uma cobertura por dobraduras a partir da
parametrização. As referências utilizadas pelo orientador do trabalho para o raciocínio
analógico do trabalho podem ser vistas abaixo:
34
Figura 35 - Referências utilizadas pelo orientador para o raciocínio analógico. Fonte: ENGEL, 1997,
citado por FLORIO, 2011, p.57 – 59.
Para a criação da forma da cobertura foi feito pontos no espaço que foram
ligados por linhas e posteriormente geraram superfícies. Com a utilização do plug-in
Grassopper associado ao Rhinoceros os pontos no espaço foram feitos a partir de
certos parâmetros.
Os parâmetros que formaram a cobertura seguiram a seguinte ordem: o
primeiro está relacionado a distância entre os pontos de apoios, ou seja, a distância
entre os três pontos que formam o “V” da base. A distância é de 3m dos pontos
externos até o centro.
O segundo parâmetro está relacionado a criação de um polígono com 6 lados
acima dos pontos de apoio que é dobrado em seu centro. O polígono tem 12,81 m de
uma ponta a outra e largura de 6 m. Seu tamanho pode variar de acordo com a altura
que se deseja alcançar na estrutura.
Por fim, o último parâmetro está relacionado à altura que está ligada
diretamente ao ângulo de dobradura dos polígonos, visto que quanto mais longe se
forma o polígono mais aberto será a cobertura e menor será sua altura e quanto mais
perto se forma o polígono, maior é a altura e menor é a abertura formada pela
cobertura. A altura alcançada pela cobertura foi de 10 m.
Abaixo pode ser visto o resultado:
38
Figura 41 - Perspectiva feita no Sketchup e renderizada com o V-ray. Fonte: PEREIRA, 2018.
Ponto no Coordenadas
Local formado
espaço X Y Z
1 0 3 0
2 0 3 6 Base de
3 3 0 2 sustentação
4 3 0 0 (lado
5 6 3 6 esquerdo)
6 6 3 0
7 0 4 7
42
Meio do
8 6 4 7 polígono (lado
esquerdo)
9 3 11 10 Ponto mais
alto dos
polígonos
10 3 13 10
(esquerdo e
direito)
11 0 19 7 Meio do
polígono (lado
12 6 19 7
direito)
13 0 20 0
14 0 20 6
Base de
15 3 23 2
sustentação
16 3 23 0
(lado direito)
17 6 20 6
18 6 20 0
Tabela 3 - Tabela com pontos no espaço e suas respectivas coordenadas. Fonte: PEREIRA, 2018.
7.3 Resultados
CONCLUSÃO
45
REFERÊNCIAS
CRAIG, James. Produção gráfica: para planejador gráfico, editor, diretor de arte,
produtor, estudante. São Paulo: Nobel, 1987.
KODA, Y. Origami. Trad. Akiko Kunihara Watanabe. São Paulo: Aliança Cultural
Brasil Japão, 1986. (Caderno de Cultura Japonesa).
OTTCHE, C. The Future of Information Modelling and the End of Theory: Less is
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in Contemporary Design Practice, v. 79(2), p. 22-27, mar. 2009. Disponível em: <
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FONTES CONSULTADAS
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VALENTE, Vânia Cristina Pires Nogueira; OTA, Carolina Yukari. A arte do origami,
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