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AS DIFICULDADES ENGRANDECEM O SER HUMANO

A: Saudações, B!

B: Saudações, A!

A: Sabe que esses dias tenho pensado muito sobre um tema: a questão do sofrimento. A vida é
um dom tão magnífico, tão inesgotável. Mas parece que há um defeito neste dom tão
maravilhoso: a gente sofre, a gente enfrenta chatices, incômodos, dores!

B: Na verdade, B, esses elementos todos que você mencionou são parte da experiência incrível
de estar vivo. É comum as pessoas dizerem que “crise é oportunidade. Por que isso? Veja, é
nos momentos de dificuldade que a oportunidade se manifesta para o desenvolvimento, sabe?

A: Como assim? Dificuldades como oportunidades para o desenvolvimento? Como isso se dá?

B: Não é possível viver sem todos os tipos de dificuldade que você mencionou. O Budismo
ensina, como ponto de partida, que a vida se caracteriza por quatro sofrimentos básicos, o
nascimento, o envelhecimento a doença e a morte. É inerente. É da natureza intrínseca da
maravilha da existência e da transitoriedade de tudo.

A: Então se trata da um fatalismo derrotista, não tendo para onde correr? Então a vida não é
tão maravilhosa assim!

B: De jeito nenhum! É o contrário! A superação desses elementos de dificuldade e sofrimento


é o grande barato da existência! E, imagina, o Budismo ensina o jeito de se fazer isso de
maneira triunfante, porque o caminho para se tornar um vencedor constante dessas aflições é
justamente o itinerário que conduz à Iluminação! Veja que incrível!

A: Essa conversa está ficando muito boa! Fala mais!

B: Há uma coisa que preciso te dizer. Olha só. “Transformação de veneno em remédio”. O que
te parece?

A: Pelo nome, parece um negócio SUPIMPA! O que é isso aí?

B: Nichiren Daishonin, o GRANDE BUDA ORIGINAL, ensinou que as nossas aflições podem ser
na verdade as chaves para a sua felicidade. E não é qualquer felicidadezinha, não! É
FELICIDADE, com TODAS as letras maiúsculas, porque é um jeito de existir, de ser no mundo!

A: Que papo fascinante! “Transformar veneno em remédio”. Até o nome é forte! Quer dizer
que as encheções de saco, as dores, as chatices das coisas e das pessoas são portas para um
jeito de a gente ser que se caracteriza por estar pronto para superar todas essas coisas?
B: Pegou! É EXATAMENTE isso! Mas vamos além. Há um cara MUITO sábio. O nome dele é
Daisaku Ikeda. Ele passou um tempo lendo as coisas do Nichiren Daishonin e escreveu uns
ensinamentos incríveis com base no que o Daishonin já tinha ensinado. Olha só que grandioso:
quando você se torna um Iluminado capaz de ser feliz pela disposição e força inabalável em
superar as suas aflições, não é só você que se torna assim, mas os outros também! É uma
energia multiplicadora, que irradia em você e provoca a mesma emanação nos outros! É uma
ONDA de luz e felicidade!

A: Impressionante! Então não é algo egoísta, mas um jeito de estar no mundo que eleva a
todos, não é isso?

B: No alvo! E por que isso? Porque TODAS as pessoas tem o potencial inerente de se tornarem
esse ser que supera sofrimentos! E o nome disso é BUDA!

A: Que poderoso isso! Um Buda é alguém que se torna feliz fazendo os outros também felizes,
certo?

B: Claro! Parece uma imagem batida, mas é verdadeira: quando alguém acende uma luz,
ilumina também aos outros. Quando um ser humano abre uma porta, é para toda a
Humanidade que ele abre essa porta!

A: Parece tão fácil!

B: Sim. Conceitualmente, é. É fácil de entender, mas aplicar é um exercício de todos os dias, de


vida inteira.

A: E é? Como assim? Por que?

B: Porque o Buda ensina que somos dotados também de sombra, de escuridão, de uma
escuridão fundamental que tende a nos manter na ignorância, na estupidez e na avareza. E a
mente humana tomada desses fatores de escuridão causa só aflições para si mesma e para as
mentes das outras pessoas! É como um Buda de sinal trocado, sabe?

A: Entendo! Estava tudo muito bonito e bom demais para ser verdade, viu!

B: Veja, é tudo verdade e é tudo maravilhoso! Acontece que o Buda também ensina que somos
TODOS dotados de TODAS as funções necessárias para acessar a sabedoria e superarmos
nossas limitações e dificuldades. Ninguém é incompleto ou insuficiente. Acontece que
manifestar os potenciais tem suas exigências!

A: Ah, sim! Faz sentido. É como ter de se exercitar para ficar mais forte. Ou ter de praticar para
desenvolver uma habilidade.

B: Perfeito! E tem mais uma outra coisa aí. Praticar o caminho que conduz à Luz do Buda é a
suprema maneira de existir no mundo, de viver a experiência de estar vido, de passar pelo
palco da vida humana no Cosmo, mas é preciso estar preparado para enfrentar as
adversidades que advém da escuridão fundamental alheia, porque ninguém se torna um Buda
impunemente, entende?

A: Peraí! Como assim? Quer dizer que seguir o caminho que faz da vida um itinerário de
vitórias traz ainda mais problemas?

B: Claro! É PARTE do processo! Afinal, ninguém bate em cachorro morto, né? O Buda atrai
muito amor, muita simpatia, mas também muita resistência e muito desafeto por parte de
quem ainda está na escuridão. Só que nem por isso ele deixa de ser Buda, porque salvar os que
estão desorientados também é tarefa de quem se faz feliz fazendo os outros felizes!

A: Faz todo o sentido, claro! É como uma poderosa espada forjada nas lutas, né? Como aquele
corpo vigoroso fortalecido nas lides cotidianas. Como aquela árvore que resiste aos ventos
porque o tronco dela ficou mais espesso de tanta tensão ao longo dos anos.

B: Precisamente! E o Buda associa a luta da mente que procura pelo Estado de Buda com o
espírito de um rei leão, uma imagem poderosa que sugere o destino de vitória de quem
nasceu para vencer. Na verdade, o caminho que conduz à condição de vitória é uma senda de
transformação do destino, porque o destino é o que a gente colhe como resultado de existir
como existe ao longo do tempo!

A: Impressionante! Isso é tudo muito profundo!

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