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Dedico esta monografia primeiramente à minha avó, Maria Silvia, que creio em
minha fé estar me observando do plano espiritual. Professora de carreira, minha
primeira e eterna docente, sei do fundo do meu coração que ela estaria radiante de
saber que seu neto seguiu seus passos, mesmo comigo nunca tendo muita
paciência para ensinar a ela coisas simples como mexer no Facebook ou no
Whatsapp. Estas saudades a vida trata de remediar.
Dedico também ao meu avô, Roberto, que mesmo em toda sua rusticidade e
tradicionalismo, sempre me permitiu e incentivou seguir o caminho que escolhi para
mim, por mais custoso que fosse, dando estímulos quando quis desistir e
comemorando todas minhas vitórias comigo, sou grato do primeiro ao último dia do
curso.
Dedico este trabalho também a um amigo que nos deixou durante essa jornada,
cujas saudades sempre serão eternas, seu legado também está nesse trabalho,
Carlton, eterno Rodrigo Leandro.
AGRADECIMENTOS
Sumário
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 11
2 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 13
2.1 COLETA DE DADOS ................................................................................................. 13
2.2 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS ............................................. 14
3 SOBRE A DEFESA DA TERRA PLANA NA ATUALIDADE ........................................................... 15
4 O DESENVOLVIMENTO DA CONCEPÇÃO DE MUNDO POR MEIO DE PIERRE DUHEM .......... 20
4.1 BREVE APRESENTAÇÃO DE PIERRE DUHEM E SUA OBRA ........................ 21
4.2 O SISTEMA DE MUNDO PARA PIERRE DUHEM ............................................... 24
5 CRÍTICAS AO TERRAPLANISMO .............................................................................................. 27
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 33
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 34
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1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
US$ 10. Ele identificou a Bíblia como sua fonte de fé e viu os cientistas como uma
fraude destinada a substituir a religião pela ciência (MARTINS, 2020).
De acordo com o modelo planetário mais atual da Flat Earth Society, a
humanidade vive em um disco com o Polo Norte no meio e a Antártica, uma parede
de gelo de 45 metros de altura, na borda externa. Os contornos utilizados para os
países são distorcidos e obedecem à representação cartográfica azimutal, com centro
no Polo Norte. O Sol e a Lua têm 51 quilômetros de diâmetro cada um neste modelo
(ALLEGRO, 2017).
Membros da Flat Earth Society foram recrutados para falar contra o governo
dos EUA e todas as suas organizações, principalmente a NASA. Em seus primórdios,
a maior parte do material da sociedade centrava-se na leitura da Bíblia para sugerir
que a Terra é plana, apesar das tentativas frustradas de apresentar explicações e
provas científicas (PAOLILLO, 2018).
No entanto, especulações sobre uma Terra plana ressurgiram nos últimos
anos, principalmente nas redes sociais. A crença religiosa parece ter um impacto
significativo, de acordo com uma pesquisa do YouGov. No entanto, existem diversos
fatores que podem levar um indivíduo a se tornar um terraplanista fervoroso (BRAZIL,
2020).
Juntamente com a noção de uma Terra plana, alguns acreditam que o planeta
não gira, que o espaço sideral não existe e que o pouso na Lua foi uma farsa. De
acordo com Robbie Davidson, organizador da exposição Flat Earth em Dallas, a força
da gravidade também é amplamente questionada (MARINELI, 2020).
O que parece ser uma exibição ridícula esconde um problema maior. Muitos
Terraplanistas compartilham o orgulho de não acreditar no que é mostrado no
"mainstream". Eles se consideram mentes críticas e pensantes que se opõem à
ciência. Eles simplesmente não confiam no que dizem profissionais e cientistas
renomados, principalmente quando é a posição política dominante, acreditando fugir
de um “controle mental das massas” (ALLEGRO, 2017).
É vital lembrar que o pensamento crítico não implica rejeitar totalmente
qualquer coisa que seja amplamente aceita. Muitas vezes não está claro como os
cientistas operam e o que a ciência pode (e não pode) realizar. Como as conclusões
científicas não podem ser compreendidas, isso pode levar a um forte ceticismo em
relação a elas. As pessoas começam a rotular a ciência como uma "máquina
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1
A Teoria da Terra Jovem é uma concepção criacionista, adotada por alguns religiosos cristãos (em destaque
testemunhas de Jeová e adventistas) onde afirmam que o Universo, a Terra e a vida decorrem de ações diretas
de Deus, a cerca de 6.000 a 10.000 anos atrás, sem um estabelecido consenso dos grupos (ENGLER, 2007).
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2
Neotomismo: para o contexto, tratado como movimento filosófico e teológico par revitalizar a escolástica
medieval, movimento este criado por Tomás de Aquino a fim de apresentar uma recuperação criativa à
metafísica e à epistemologia.
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5 CRÍTICAS AO TERRAPLANISMO
3
A teoria da conspiração das Chemtrails (traduzido literalmente, do inglês, chemical trail: “trilha química”)
alega que os rastros de fumaça deixado por aviões são compostos químicos e biológicos que visam causar
danos fisiológicos e psicológicos.
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simplesmente explicar os fatos científicos não vai persuadir ninguém. Em vez disso,
sabendo o quão importante são as observações a olho nu para os Terraplanistas, ele
e seu colega Derek Roff decidiram desenvolver uma simulação de computador 3D
navegável de uma Terra plana para determinar o quão bem ela poderia reproduzir o
que se vê (PIVARO, 2019).
Ele permite que qualquer pessoa atravesse virtualmente um globo plano e é
baseado na versão americana do paradigma da Terra plana. Durante a utilização da
simulação, Sherwood constatou que havia uma série de fatores que mostravam
inconsistências significativas. O tamanho e o brilho do Sol são dois dos problemas
mais sérios. Isso muda em mais de um fator de dois no modelo da Terra plana do
amanhecer ao meio-dia, o que claramente não percebemos (GRACIA, 2019).
Como visto, Pierre Duhem desempenha um papel crítico na reavaliação da
ciência medieval por meio de sua pesquisa histórica sobre a ideia de movimento
produzida nas primeiras décadas do século XX. Ele seria até responsável pela
primeira crítica abrangente à ideia da Revolução Científica do século XVII.
Trabalhos europeus sobre cosmografia, geografia, astronomia e filosofia
natural do final do século XV e início do século XVI atestam uma revolução
cosmográfica silenciosa que implicou uma mudança na compreensão predominante
da forma geral do mundo e distribuição de terra e água. com outra esfera sublunar
(VELANES, 2018).
A percepção desfavorável da Idade Média persiste na cultura popular atual, que
retrata os medievais como fanáticos subjugados ao controle tirânico da Igreja em uma
era de magia e superstição. As pesquisas de Pierre Duhem, Edwin Burtt e Edward
Grant ajudaram a lançar uma nova luz sobre esse período histórico. Ainda há muito a
ser escrito sobre a Idade Média e sua conexão com a razão e a ciência (SILVA, 2019).
Dessa forma, Duhem deve ser entendido dentro de uma perspectiva histórica
mais ampla. O final do século XIX e as primeiras décadas do século XX assistiram a
uma reavaliação da era medieval conhecida como a "Revolta dos Medievalistas". Este
movimento deve ser visto como uma resposta contra a concepção do Renascimento
de Burckhardt e outros historiadores de meados do século XIX. A idealização desse
pensador da época renascentista acabou por fomentar uma imagem negativa da
Idade Média. A “Revolta dos Medievalistas” seria assim o termo dado ao movimento
criado pelos historiadores da Idade Média que se opunham a esta imagem,
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Aquele que não vê nas experiências da física mais que constatações de fatos
não compreende o papel representado, nessas experiências, pelas
correções, não compreende tampouco o que se entende quando se fala das
causas do erro que uma experiência comporta.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALLEGRO, James J. The bottom of the universe: Flat earth science in the Age of
Encounter. History of Science, v. 55, n. 1, p. 61-85, 2017.
AUGUSTINE, Norman R. et al. Is America falling off the flat earth? National
Academies Press, 2007.
BRAZIL, Rachel. Fighting flat-Earth theory. Physics World, v. 33, n. 7, p. 35, 2020.
DUHEM, Pierre Maurice Marie. Algumas reflexões acerca da física experimental. Trad.
Nivaldo de Carvalho. Ciência e Filosofia, São Paulo, v. 4, p. 87-118, 1989.
GRACIA, G. B de. A física na visão de Ernst Mach: De uma crítica a Newton às teorias
gravitacionais. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 41, 2019.
MCINTYRE, Lee. "Calling all physicists", American Journal of Physics, v.87, p. 694-
695, Agosto, 2019. Disponível em https://doi.org/10.1119/1.5117828. Acesso em: 30
jan. 2023.
PAOLILLO, John C. The flat earth phenomenon on YouTube. First Monday, 2018.
ROWBOTHAM, Samuel. Rowbotham's flat Earth map. Earth Not a Globe, 3rd. Ed.,
1881. 1 Gravura, 600x600 pixels. Disponível em: https://www.sacred-
texts.com/earth/za/. Acesso em: 23 de fevereiro de 2023.
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SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de.
Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), v. 8, p. 102-106,
2010.
WAMPOLD, B. E., MONDIN, G. W., MOODY, M., & AHN, H. N. The flat earth as a
metaphor for the evidence for uniform efficacy of bona fide psychotherapies: Reply to
Crits-Christoph (1997) and Howard et al. (1997). Psychological Bulletin, v. 122, n. 3,
p. 226-230. Disponível em: https://doi.org/10.1037/0033-2909.122.3.226. Acesso em:
20 dez. 2022.