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O Pacificador

ML Club dia 31.08.22


Pr. Dudu

Tese: Não existe guerra entre pacificadores!

Introdução:
Todos nós aqui já ouvimos que devemos viver em comunhão. Contudo, na
prática, não é tão fácil vivermos em comunhão, não é mesmo? Seja em casa,
com a família de sangue? Seja na igreja, com a família da fé?

Usamos os argumentos de que `fulano` não tem nada a ver comigo, ele me magoou
muito, feriu meus sentimentos, esse irmão extrapola a amizade e invade os meus
direitos, etc.

As palavras são: “Comigo”, “me magoou”, “meus sentimentos”, “meus direitos”.


Todas essas palavras demonstram que estamos focando em nós mesmos, são os
nossos direitos, nossas regras, nossos sentimentos.

Isso é problemático, porque comunhão não envolve o “meu” e sim o “NOSSO”,


quem quer viver comunhão de verdade não pode focar em si, deve focar no
próximo! O fato é que muitas vezes somos uma família (em casa ou na igreja)
que está em “pé de guerra”! Vocês sabem o que significa essa expressão ‘’em pé
de guerra? Estar em “pé de guerra” é aquela situação que ficamos tão na defensiva
que a qualquer momento podemos explodir!

É uma espécie de “guerra fria” da comunhão! Estamos indo bem até que alguém
ultrapassa o limite, pronto brigamos, quebramos a comunhão, iniciamos a guerra!

A pergunta que surge é


Oração Interrogativa: Como resolver a situação de uma família (em casa ou na
igreja) que vive em “pé de guerra”?

Oração de Transição: Devemos lembrar da nossa tese da noite: Não existe


guerra entre pacificadores! Deus espera que sejamos pacificadores ao vivermos a
comunhão uns com os outros. Todo cristão que quer se parecer com Cristo,
precisa ser um pacificador.

Vejamos um exemplo bíblico de uma família em “pé de guerra”e como um cristão


pacificador tornou possível a restauração da comunhão.

Texto: Gn 13.1-18 (capítulo todo).

“1. Saiu, pois, Abrão do Egito e foi para o Neguebe, com sua mulher e com
tudo o que possuía, e Ló foi com ele.
2. Abrão tinha enriquecido muito, tanto em gado como em prata e ouro.
3. Ele partiu do Neguebe em direção a Betel, indo de um lugar a outro, até
que chegou ao lugar entre Betel e Ai onde já havia armado acampamento
anteriormente
4. e onde, pela primeira vez, tinha construído um altar. Ali Abrão invocou o
nome do Senhor.
5. Ló, que acompanhava Abrão, também possuía rebanhos e tendas.
6. E não podiam morar os dois juntos na mesma região, porque possuíam
tantos bens que a terra não podia sustentá-los.
7. Por isso surgiu uma desavença entre os pastores dos rebanhos de Abrão e
os de Ló. Nessa época os cananeus e os ferezeus habitavam aquela terra.
8. Então Abrão disse a Ló: “Não haja desavença entre mim e você, ou entre
os seus pastores e os meus; afinal somos irmãos!
9. Aí está a terra inteira diante de você. Vamos nos separar! Se você for
para a esquerda, irei para a direita; se for para a direita, irei para a
esquerda".
10. Olhou então Ló e viu todo o vale do Jordão, todo ele bem irrigado, até
Zoar; era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito. Isto se deu antes
do Senhor destruir Sodoma e Gomorra.
11. Ló escolheu todo o vale do Jordão e partiu em direção ao Leste. Assim os
dois se separaram:
12. Abrão ficou na terra de Canaã, mas Ló mudou seu acampamento para
um lugar próximo a Sodoma, entre as cidades do vale.
13. Ora, os homens de Sodoma eram extremamente perversos e pecadores
contra o Senhor.
14. Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló separou-se dele: "De onde você
está, olhe para o Norte, para o Sul, para o Leste e para o Oeste:
15. Toda a terra que você está vendo darei a você e à sua descendência para
sempre.
16. Tornarei a sua descendência tão numerosa como o pó da terra. Se for
possível contar o pó da terra, também se poderá contar a sua descendência.
17. Percorra esta terra de alto a baixo, de um lado a outro, porque eu a darei
a você".
18. Então Abrão mudou seu acampamento e passou a viver próximo aos
carvalhos de Manre, em Hebrom, onde construiu um altar dedicado ao
Senhor”.
Gênesis 13.1-18.

Contexto: Essa história se passa em uma situação de brigas entre parentes. De um


lado Ló e seus pastores de gado e de outro Abraão e seus pastores. Os dois lados
viviam em pé de guerra.

Era sobrinho (Ló) contra tio (Abraão)1, brigavam por conta das terras e pela
quantidade de bens que tinham e o pouco espaço.

Deus os havia abençoado e agora aqueles imigrantes nômades, que antes eram
pobres quando passaram pelo Egito, agora eram ricos e tinham muitos gados e
pouco pasto.

Havia um desentendimento, uma disputa de quem encontraria a melhor terra para o


gado, e as pessoas de fora (os cananeus e os perizeus que viviam ali – v. 7)
poderiam facilmente observar uma família em pé de guerra!

A solução: A solução para o problema, para a quebra de comunhão, foi atitude de


Abraão que agiu como um pacificador. E como aprendemos hoje: Não existe
guerra entre pacificadores. Deus quer que sejamos pacificadores!!!
1
Ló era sobinho de Abraão – Vide Gn. 12.5. A questão sobre ser irmão ou sobrinho é uma questão que os teólogos interpretam
como um problema de tradução ou versão bíblica, que não cabe aqui adentrar (mas que você pode estudar e pesquisar em casa).
Vejamos então as características de um pacificador.

Um pacificador ...
1. Toma a iniciativa (v. 8);

“8. Então Abrão disse a Ló: “Não haja desavença entre mim e você, ou entre
os seus pastores e os meus; afinal somos irmãos!
9. Aí está a terra inteira diante de você. Vamos nos separar! Se você for para
a esquerda, irei para a direita; se for para a direita, irei para a esquerda".
Gênesis 13.8-9.

Um pacificador consegue ter sensibilidade dada por Deus para perceber que a
situação está descambando para uma briga, para um desentendimento, uma quebra
da comunhão. Mas, um pacificador não apenas percebe o risco de uma ‘guerra’,
como também ele se antecipa e toma a iniciativa de paz.

Veja Abraão não veio explicando as suas razões, por que estava certo, etc. Ele
veio para solucionar o conflito, ele veio pacificar.

Querido, Deus espera que nós busquemos ter comunhão verdadeira. Deus não
quer ver a família dele (em casa ou na igreja) em pé de guerra. A briga só causa
problema, a briga atrapalha seu relacionamento com Deus.

Seja um pacificador, tome você a atitude que vai gerar a paz nos
corações. Não venha expor seus argumentos, seus motivos.

Por ser um servo do Senhor escute o que Ele te diz nesta noite: venha para
apaziguar. Venha para por fim ao estado de pé de guerra. Por que isso dará certo?
Porque Não existe guerra entre pacificadores.
Um pacificador ...
2. Abre mão dos seus direitos (v. 9);

“8. Então Abrão disse a Ló: “Não haja desavença entre mim e você, ou entre
os seus pastores e os meus; afinal somos irmãos!
9. Aí está a terra inteira diante de você. Vamos nos separar! Se você for para
a esquerda, irei para a direita; se for para a direita, irei para a esquerda".
Gênesis 13.8-9.

Se voltarmos um pouquinho na história, veremos que, ao compararmos Gn.


12.7-8 com Gn. 13.3-4, Deus havia prometido a Abraão exatamente a terra que
agora ele oferece ao seu sobrinho Ló. Note, a promessa era para Abraão, o direito
era dele, mas para que exista paz, para que exista comunhão, Abraão abre mão dos
seus direitos e oferece a Ló que escolha qualquer parte que ele quiser da terra.

“7. O Senhor apareceu a Abrão e disse: ‘À sua descendência darei esta


terra’. Abrão construiu ali um altar dedicado ao Senhor, que lhe havia
aparecido.
8. Dali prosseguiu em direção às colinas a leste de Betel, onde armou
acampamento, tendo Betel a oeste e Ai a leste. Construiu ali um altar
dedicado ao Senhor e invocou o nome do Senhor”.
Gênesis 12.7-8

“Ele partiu do Neguebe em direção a Betel, indo de um lugar a outro, até que
chegou ao lugar entre Betel e Ai onde já havia armado acampamento
anteriormente
e onde, pela primeira vez, tinha construído um altar. Ali Abrão invocou o
nome do Senhor”.
Gênesis 13.3-4

Irmãos, não é fácil abrir mão dos nossos direitos. Não é fácil nem ouvir isso.
Contudo, Deus quer que façamos tudo o que for possível para que vivamos em paz
uns com os outros (Rm 12.17-18).

“Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos
olhos de todos.
Façam todo o possível para viver em paz com todos”.
Romanos 12.17-18

Se queremos ter comunhão, precisamos aprender a ser pacificadores. Isso


implica muitas vezes em abrir mão dos nossos direitos. Por quê? Porque “Não
existe guerra entre pacificadores”.

Um pacificador ...
3. Tem uma vida com Deus (v. 14-18);

14. Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló separou-se dele: "De onde você
está, olhe para o Norte, para o Sul, para o Leste e para o Oeste:
15. Toda a terra que você está vendo darei a você e à sua descendência para
sempre.
16. Tornarei a sua descendência tão numerosa como o pó da terra. Se for
possível contar o pó da terra, também se poderá contar a sua descendência.
17. Percorra esta terra de alto a baixo, de um lado a outro, porque eu a
darei a você".
18. Então Abrão mudou seu acampamento e passou a viver próximo aos
carvalhos de Manre, em Hebrom, onde construiu um altar dedicado ao
Senhor”.
Gênesis 13.14-18

Se você notar no texto, mesmo depois de abrir mão daquilo que lhe era por
direito Abraão continuou a ter uma vida de intimidade com Deus. O projeto de
Deus não foi afetado em momento algum, ao contrário, o projeto de Deus se tornou
completo justamente pela atitude pacificadora de Abraão. Abraão tinha uma vida
com Deus e por isso, pode desfrutar de uma vida de paz em uma terra boa que mana
leite e mel.

Queridos, precisamos aprender que a lógica do Senhor é diferente da


lógica do mundo.
Enquanto o mundo ensina que você deve brigar por aquilo que acredita, brigar
pelos seus direitos, não se rebaixar para pedir perdão para que assim tenha uma boa
vida e seja respeitado, Deus ensina diferente.

Quanto mais você se doar mais feliz será, quanto mais der ao próximo, mais
terá. Isso é uma característica de quem tem uma vida com Deus.

Por isso que Jesus ensinou: Aquele que bater em uma face vire a outra, aquele
que te mandar andar uma milha, ande duas (Mt. 5.38-48).

"38. Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’.
39. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face
direita, ofereça-lhe também a outra.
40. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve
também a capa.
41. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas.
42. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe
algo emprestado".
43. "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu
inimigo’.
44. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os
perseguem,
45. para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque
ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e
injustos.
46. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até
os publicanos fazem isso!
47. E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de
mais? Até os pagãos fazem isso!
48. Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês".
Mateus 5:38-48

É difícil? É. Mas Deus quer que sejamos perfeitos como lemos no texto.
Isso é vida com Deus. Quem tem vida com Deus busca ser um pacificador,
porque assim terá comunhão. Isso acontece porque Não existe guerra entre
pacificadores.
Conclusão: Em seu livro “O Pacificador: como solucionar conflitos” Ken Sande
faz as seguintes afirmações que gostei muito:

“Os pacificadores são pessoas que inspiram graça. Eles recorrem,


continuamente, à bondade e ao poder de Jesus Cristo, e então trazem o seu
amor, misericórdia, perdão, força e sabedoria aos conflitos da vida diária.
Deus se alegra em inspirar a Sua graça por meio dos pacificadores, e usa-os
para dissipar a ira, aprimorar o entendimento, promover justiça, e encorajar
o arrependimento a reconciliação.”

“Quando os cristãos aprendem a ser pacificadores, podem converter o


conflito em uma oportunidade para fortalecer relacionamentos, preservar
recursos valiosos, e fazer de sua vida um testemunho do amor e poder de
Cristo” (p. 8). “A Bíblia nos ensina que não devemos ver o conflito como
uma inconveniência nem como uma oportunidade para impor a nossa
vontade aos outros, mas como uma oportunidade para demonstrar o amor e
o poder de Deus” (p. 32).

Espero, de verdade, que essa palavra tenha entrado fundo no seu coração,
como entrou no meu, e produza mudança de atitude. Que busquemos sinceramente
a comunhão plena, sejamos pacificadores. Chega de brigas em casa, na igreja ou no
trabalho. Você foi criado para fazer parte da família de Deus! Quero orar por
você!

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