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05 Decentemente e Com Ordem
05 Decentemente e Com Ordem
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Ver biografia de J. Byington, no capítulo "Varão Conforme o Meu Coração".
Decentemente e com Ordem 5
lançou raízes profundas, cresceu em número de membros e instituições e
alcançou admirável vigor eclesiástico.
Em 1901 a Igreja contava com 75.000 membros batizados, 16
colégios superiores e escolas secundárias, 27 hospitais e sanatórios e 31
outras instituições. Com efeito, a igreja testemunhou um surpreendente
crescimento estatístico e patrimonial.
Entretanto, este crescimento explosivo (o número de membros
duplicou a cada década entre 1863 a 1901) precipitou a necessidade de
uma descentralização de atividades e uma reorganização administrativa
mais consentânea com a expansão de um movimento que, com a bênção
divina, crescia e se multiplicava.
Em 1873, George I. Butler, então presidente da Associação Geral,
preparou uma monografia intitulada Liderança, na qual sublinhou o fato
de jamais haver existido "um grande movimento neste mundo sem a
presença de um grande líder''. Ele cria que Deus qualificava homens e
mulheres para a realização de uma obra especial e depois os chamava
para atuarem como dirigentes. Moisés, Josué, Davi e outros líderes
carismáticos foram citados como exemplos. No tocante aos Adventistas
do Sétimo Dia, Butler afirmava "ser incontestável a liderança do Pastor
White e sua esposa". Uma vez que a Providência divina os havia
escolhido como dirigentes da Igreja, Butler concluía ser um dever de
cada membro submeter-se em assuntos eclesiásticos às decisões do
Pastor White. Proceder de outra forma poderia significar um esforço por
"usurpar a posição que Deus lhe confiou".6
A monografia em referência logrou o endosso oficial da Associação
Geral em sessão, e foi publicada posteriormente e distribuída por todas
as igrejas com o propósito de prestigiar a liderança do casal White, e ao
mesmo tempo censurar a disposição crítica dos que se opunham à obra
realizada por eles.
Porém, em um artigo publicado posteriormente na revista Signs of
the Times, Tiago White observou que Cristo jamais indicou um
determinado discípulo para conduzir os destinos de sua igreja.7 Sobre o
Decentemente e com Ordem 6
assunto, Ellen G. White também se expressou, dizendo: "... Satanás se
alegraria ao ver as opiniões de um homem controlando a mente e as
decisões dos que crêem na verdade presente."8
Embora reconhecendo a obra de liderança realizada por seu esposo
durante os anos formativos, Ellen G. White concluiu declarando que uma
vez completada a organização da Igreja, seu esposo não mais deveria
levar sozinho os "pesados encargos'' da obra. Admitiu que ambos, ela e
seu esposo, "haviam cometido o erro de consentir em levar
responsabilidades que outros deviam conduzir".9
Posteriormente, em 1875, a Associação Geral reunida em sessão,
votou eliminar os parágrafos que no documento redigido por Butler,
inferiam o pensamento de que a liderança da Igreja havia sido confiada
ao carismatismo de um indivíduo. Rejeitando a idéia de uma
administração centralizada em um homem, a assembléia aprovou a
seguinte resolução:
"Resolvido que, abaixo de Deus, a mais alta autoridade existente entre
os Adventistas do Sétimo Dia encontra-se na vontade da organização desse
povo expressa nas decisões da Associação Geral, quando atua nos
domínios de sua própria jurisdição; e que a tais decisões todos devem
submeter-se, sem exceção, a menos que elas estejam em conflito com a
Palavra de Deus e os direitos de consciência individual." 10
Em 1897, G. A. Irwin foi escolhido para conduzir os destinos da
Igreja então perturbada pela ausência de uma estrutura organizacional
adequada. O movimento adventista havia alcançado dimensões
respeitáveis e por isso reclamava um sistema administrativo mais refinado .
Com expressões dramáticas, Irwin descreve a deplorável situação
então existente:
"Ninguém conhece devidamente a situação na qual nos encontramos.
Mesmo nós... que pretendemos ter algum conhecimento, não logramos nos
pôr de acordo em muitas coisas, permitindo assim que os descontentes
semeiem a discórdia. O que necessitamos agora é unidade entre nós. Há uni
sentimento dominante de que cada um tem o direito de fazer o que lhe
apraz."11
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Era imperativa a necessidade de uma reorganização abrangente.
Porém, Irwin, à semelhança de seu antecessor, O. A. Olsen, apesar de
animado por um grande afã revisionista, logrou mui pouco em seu
esforço por tornar a máquina administrativa menos confusa e mais
funcional.
A igreja que se expandia de forma admirável nos Estados Unidos,
Canadá, Europa e Austrália, e ensaiava os seus primeiros passos na
África e América Latina, dependia inteiramente da administração central
em Battle Creek, tanto na solução de seus grandes problemas regionais,
como na orientação de assuntos triviais que caracterizavam a rotina
administrativa de uma associação.
Esta concentração do poder de decisão nas mãos de uns poucos
líderes militava contra o progresso do movimento adventista. Além disto,
a existência de organizações autônomas, tais como a Associação da
Escola Sabatina, a Sociedade Missionária de Publicações, a Junta
Missionária Internacional e a Associação Benevolente Médico-
Missionária, operadas pela Igreja, porém independentes da Associação
Geral, comprometia a eficiência do esquema administrativo vigente.
Impunha-se a urgente necessidade de uma descentralização
administrativa e, ao mesmo tempo, uma unificação dos setores que,
atuando com independência, geravam confusão e desordem.
A trigésima quarta assembléia da Associação Geral celebrada em
Battle Creek, em 1901, foi precedida por uma reunião especial com a
presença de todos os membros da comissão executiva da Associação
Geral, os presidentes de associações, administradores de instituições e os
integrantes da Junta Missionária Internacional.
Pairava no ar a expectativa de grandes e momentosos acontecimentos .
A Sra. White, que por nove anos havia estado na Austrália lançando os
fundamentos da Igreja naquele país, voltava agora a participar
diretamente dos trabalhos relacionados com a direção. Convidada a falar
aos dirigentes então reunidos, expressou-se com significativo vigor:
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"Preferiria não ter que falar boje; não quero entretanto, dar a
impressão de que nada tenho a dizer. ... A situação prevalecente na
Associação Geral não é entendida claramente por alguns que ocupam
postas importantes ou por outros que levam responsabilidade em outros
setores da obra.
"O trabalho tem crescido e se expandido. A luz que recebi do Senhor
tem sido por mim apresentada sucessivas vezes, não a um grupo numeroso
como este aqui reunido, mas a diferentes indivíduos. Os planos sobre os
quais Deus deseja que atuemos já foram estabelecidos.
"Jamais a mente de um indivíduo ou de um grupo de pessoas deveria
ser considerada como suficiente em sabedoria e poder para controlar o
trabalho e determinar os planos que deveriam ser seguidos. A
responsabilidade do trabalho neste vasto campo não deveria repousar sobre
dois ou três indivíduos. Não estamos atingindo os elevados ideais com a
grande e importante verdade que possuímos e que Deus espera
alcancemos."12
Depois destas palavras introdutórias, a Sra. White salientou
claramente a necessidade de uma reorganização, dizendo:
"Precisamos fixar uma estrutura diferente daquela que foi estabelecida
no passado. Ouvimos muito sobre as coisas que avançam sob diretrizes
normais. Se vemos que estas diretrizes normais são claras e perfeitas e que
representam o molde divino, então devemos aceitá-las. Mas quando
sentimos que nenhuma mudança se produz, mesmo após a recepção e
aceitarão das mensagens dadas por Deus, então podemos saber que um
novo poder deve ser introduzido neste esquema. A orientação destas
diretrizes normais deve ser completamente modificada e reestruturada.
"Deve haver uma comissão, composta não apenas de seis ou doze
pessoas, mas sim, com representantes de todos os setores da obra, de
nossas casas publicadoras, nossas instituições educacionais, e de nossos
sanatórios... "13
Com grande influência e liberdade de expressão, a mensageira de
Deus sublinhou:
"Não permita Deus, irmãos, que esta assembléia seja celebrada e
concluída como as outras, valendo-nos dos mesmos manejos, inflexões e
procedimentos. . . ''14
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Na manhã do dia seguinte, 2 de abril de 1901, após a leitura do
Salmo 106, feita por John N. Loughborough e a oração pronunciada por
Stephen N. Haskell, George A. Irwin, presidente da Associação Geral,
anunciou a abertura da trigésima quarta assembléia da Associação Geral.
Os líderes então reunidos ainda sentiam o eco ressonante das palavras
proferidas por E. G. White, no dia anterior. A necessidade de uma
reorganização permeava a assembléia. Era evidente que aquele encontro
figuraria nos anais da igreja como um momento pleno de significação
histórica.
Arthur G. Daniells que, por vários anos como missionário na
Austrália, havia revelado surpreendentes qualificações administrativas,
foi escolhido presidente da Associação Geral. Era o começo de um novo
e fascinante capítulo na história do movimento adventista.
Os delegados reunidos em memorável sessão, animados pelo desejo
de descentralizar o trabalho, aprovaram a organização das Uniões, tendo
em vista uma distribuição eqüitativa de responsabilidades administrativas .
Sabendo que alguns delegados viam na criação de Uniões o perigo de
uma eventual fragmentação do trabalho, a Sra. White declarou: "O
Senhor Deus de Israel nos conservará unidos.''15
As organizações que operavam independentemente se transformaram
em departamentos da Associação Geral e seus dirigentes foram
nomeados membros da comissão executiva.
O Dr. John H. Kellogg, que presidia a Associação Benevolente
Médico-Missionária, a mais vigorosa de todas as organizações operadas
pela Igreja, se opôs tenazmente à idéia de subordiná-la ao controle da
Associação Geral. Afinal, após acalorados debates, submeteu-se, com a
condição de que a associação por ele dirigida teria seis representantes na
comissão executiva da Associação Geral.
Este arranjo, entretanto, teve curta duração. Kellogg e alguns
associados, manifestando uma crescente rebeldia, em 1908 se separaram
da Igreja, levando com eles a Associação Benevolente Médico-
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Missionária e o Sanatório de Battle Creek, a maior instituição da igreja
daqueles idos.
Com as importantes decisões tomadas na assembléia em 1901, o
Pastor A. G. Daniells inaugurou um laborioso e frutífero período de
reconstrução. Da confusão saiu a ordem. Um plano inteligente foi
estabelecido, tendo em vista maior eficiência operacional. Havia novos
odres para vinho novo.
Referências: