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Suaves ...

os Pés do que Anuncia 1


SUAVES ... OS PÉS DO QUE ANUNCIA

"Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas


novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a
salvação, que diz: O teu Deus reina." Isaías 52:7.

Conta-se que Lutero, em seu retiro de Wartburg, viu a Satanás que,


irônico, sarcástico e mordaz, viera perturbá-lo exatamente quando se
empenhava na tradução da Bíblia, esforçando-se por fazer os antigos
profetas hebreus se exprimirem, em alemão.
Dominado por uma natureza arrebatada, o gênio da Reforma, num
assomo de ira, tomando em sua mão um tinteiro arremessou-o contra o
diabo, deixando uma mancha de tinta na parede do célebre castelo. Se
atingiu ou não o objetivo, ignoramos. Se realmente ocorreu este
incidente, não o sabemos. Para os historiadores modernos este detalhe dá
vida de Lutero é considerado como mito. O que sabemos, entretanto, é
que a tinta tem sido uma arma poderosa e eficaz usada pela igreja cristã
na sua luta contra o império da impiedade.
A reação de Lutero poderia parecer uma demonstração de
insensatez e mau gênio. Porém, quando refletimos sobre o papel que o
vidro de tinta desempenhou na Reforma do Século XVI, concluímos que
Lutero escolheu a arma mais eficaz para lutar contra Satanás e as forças
confederadas do mal.
Foi em 1423 que Laurént Coster imaginou, por acaso, a idéia de
criar tipos móveis. Usando pedaços de casca de árvore, modelou a forma
das letras do alfabeto para com ela entreter o filho. Uma dessas letras
recortadas lhe caiu no chão, deixando reproduzida na areia sua
impressão. Isso, segundo a tradição holandesa, teria revelado a Coster as
imensas possibilidades do emprego dos tipos móveis na arte tipográfica.
Em 1438, Johann Gutenberg, impressor alemão, aperfeiçoou a idéia
e criou um novo e revolucionário método de impressão, capaz de
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influenciar a opinião pública através do fluxo livre e eficiente de
informações, idéias e doutrinas – a palavra impressa.
Dentro de poucos anos este novo veículo de comunicação – a
imprensa – se converteu em poderoso instrumento na obra de difusão do
evangelho redentor de Cristo. A Reforma Protestante em breve deveria
surgir, e Deus em Seus insondáveis desígnios preparou o caminho, tendo
em vista dar aos reformadores os instrumentos necessários para a
execução de seus planos.

A Importância das Publicações Cristãs

As publicações cristãs têm tido notável influência na história da


Igreja desde sua origem até os nossos dias. Deus deixou o Evangelho em
forma escrita para que pudesse realizar sua obra de maneira mais
frutífera e permanente.
Na luta contra o paganismo romano e o judaísmo aferrado à rígida
disciplina de suas tradições vazias, as publicações ocuparam um lugar
saliente. Multiplicaram-se as apologias dirigidas aos imperadores
romanos, as exortações ao povo e as declarações de fé. A literatura
exerceu poderosa influencia quando a Igreja avançou pela primeira vez,
"conquistando e para conquistar''. Em realidade, as publicações tiveram
um lugar saliente na igreja primitiva.
Séculos mais tarde, as publicações exerceram poderosa influência
na restauração da fé primitiva. Juntamente com a publicação da Bíblia no
idioma do povo, surgiram os escritos paralelos dos indômitos arautos da
Reforma. John Wycliffe (1320-1384), e muitos antes dele, e outros que o
sucederam, disseminaram no continente europeu um dilúvio de
literatura, tendo em vista dissipar as densas trevas que cobriam o mundo
medieval. Os valdenses, com grande fervor missionário e arriscando a
própria vida, difundiram inúmeras publicações, juntamente com extensas
porções da Bíblia, no idioma do povo.
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Quanta ajuda significaram as publicações para a causa da Reforma!
Em Wittenberg, hoje em dia, na igreja de Lutero, podem-se ver sobre
uma mesa coberta de vidro, diversos modelos de publicações por ele
usadas na proclamação de Cristo e Sua justiça. Foi a eficiente circulação
de uma notável quantidade de impressos que tornou a Reforma uma
força incontida. Com efeito, Lutero inundou literalmente a Alemanha
com a página impressa. "Sua pena nunca esteve ociosa.... Sem-número
de folhetos, procedentes de sua pena, circulava pela Alemanha toda."1
J. H. M. D'Aubigné, conhecido historiador, escrevendo sobre
Lutero e sua obra imortal, disse:
"Se ele não conseguiu missionários para levar a mensagem a terras
distantes, Deus proveu um missionário de entra espécie. A imprensa foi a
sucessora dos evangelistas. Foi a artilharia empregada contra a fortaleza
romana. Lutero preparou uma mina cuja explosão sacudiu o edifício de
Roma até os alicerces mais profundos."2
Surpreendemo-nos com o volume e a extensão das publicações
produzidas na primeira parte do século passado, interpretando as
profecias relacionadas com a vinda de Cristo. Aproximadamente
duzentos autores e centenas de livros exerceram uma influência
extraordinária, mudando a maneira de pensar de milhares de pessoas. A
circulação foi surpreendente e admirável.

A Página Impressa e a Igreja Adventista

O lugar das publicações na proclamação da "bem-aventurada


esperança" não é assunto de opção pessoal. Além das lições de história,
temos as seguintes declarações do Espírito de Profecia:
"Este é um trabalho que deve ser feito. O fim está próximo. Já se tem
perdido muito tempo, quando esses livros já deviam estar em circulação.
Sejam eles vendidos longe e perto. Espalhem-nos como folhas de outono.
Esta obra deve continuar sem que ninguém a impeça. Almas estão
perecendo sem Cristo. Sejam elas advertidas de Seu breve aparecimento
nas nuvens do céu."3
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"De nossos livros e revistas, brilharão luzes que iluminarão o mundo
com a verdade presente."4
Foi durante uma reunião celebrada em Dorchester, no Estado de
Massachusetts, no mês de novembro de 1848, quando Ellen White –
então uma jovem senhora de 21 anos – recebeu uma revelação divina.
Depois da visão, dirigindo-se ao esposo, assim se expressou:
"Tenho uma mensagem para ti. Deves começar a publicar um pequeno
jornal e mandá-lo ao povo. Seja pequeno a princípio; mas, lendo-o o povo,
mandar-te-ão meios com que imprimi-lo e alcançará bom êxito desde o
princípio. Desde este pequeno começo foi-me mostrado assemelhar-se a
torrentes de luz que circundavam o mundo." 5
Um ano mais tarde, Tiago White revelou-se profundamente
impressionado com a idéia de que havia chegado o tempo de difundir
com a pena a verdade presente. A mensageira de Deus descreve o que
ocorreu então: como o esposo, ao mesmo tempo que manifestava ânimo
e entusiasmo, também alimentava dúvidas e incertezas, pois não
possuíam os recursos necessários para materializar este ideal.
Sobrepondo-se ao desânimo, entretanto, Tiago White decidiu
trabalhar em um campo de feno. Era então um jovem de 27 anos. Usando
uma foice como ferramenta, trabalhava arduamente, recebendo por seu
labor o salário de oitenta e sete e meio centavos de dólar por acre (meio
hectare). Os recursos assim obtidos serviam-lhe para sustentar
frugalmente a família (os White tinham então dois filhos menores), e,
pensava ele, para ajudá-lo a financiar a produção de uma modesta revista
que teria como título Present Truth (A Verdade Presente). Seria uma
publicação de oito páginas e seu formato seria bem simples e modesto
(15,5 por 24 cm).
O espírito que animava o jovem pregador, e a determinação de
gastar-se e se deixar gastar no serviço de Cristo, podem ser aquilatados
em um parágrafo de uma carta dirigida ao irmão Stockbridge, Howland,
escrita no dia 2 de julho de 1848:
"Hoje o dia está chuvoso, de modo que não vou cortar feno. ... Corto
feno cinco dias para os incrédulos, e aos domingos para os crentes, e
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descanso no sétimo dia; não tenho, portanto, senão muito pouco tempo para
escrever. . . . Deus me dá forças para trabalhar arduamente o dia todo. ... Os
irmãos Holt, João Belden e eu contratamos cem acres de pasto para cortar
(uns quarenta hectares), ao preço de oitenta e sete e meio centavos de dólar
o acre (uns quatro mil metros quadrados) a seco. Louvado seja Deus!
Espero ganhar alguns dólares para empregar na causa de Deus." 6
Tiago White, infatigável em sua luta por publicar e difundir a
verdade, costumava caminhar aproximadamente 25 quilômetros diários
para por em marcha a edição de Present Truth.
Quando os primeiros mil exemplares estavam prontos, ele os trouxe
para casa e um pequeno grupo de crentes ali se congregou para orar
suplicando as bênçãos divinas sobre aquele humilde começo.
"Ajoelhamo-nos em redor dos jornais" – conta a Sra. White – "e, com
coração humilde e muitas lágrimas, rogamos ao Senhor que fizesse Sua
bênção repensar sobre aqueles mensageiros da verdade.
"Depois de termos dobrado os jornais e meu marido haver embrulhado
e endereçado exemplares para todos os que ele julgava os leriam, pô-los
numa malinha e, a pé, levou-os ao correio de Middletown [a
aproximadamente 13 quilômetros de distância]." 7
Em 1852 a família White se mudou para Rochester, Estado de Nova
Iorque, onde estabeleceram a obra de publicações sobre fundamentos
mais firmes. Compraram um prelo manual por 652,93 dólares, e
instalaram-no na Avenida Mount Hope, n.º 124. Naquele lugar se
estabeleceu nossa primeira editora. O espírito de sacrifício e renúncia
que os inspirava pode ser medido nas linhas que extraímos da carta
escrita pela Sra. White à família Howland.
"Acabamos de estabelecer-nos em Rochester. Alugamos uma casa
velha por cento e setenta e cinco dólares por ano. Temos o prelo na casa....
Estamos dispostos a suportar privações para que a obra de Deus possa
avançar. Cremos que a mão do Senhor esteve sobre nós ao virmos para
este lugar. Há um vasto campo para o trabalho, e os obreiros são poucos.
Sábado passado, nossa reunião foi excelente. O Senhor nos confortou com
Sua presença."8
Assim começou a obra de publicações. Foi uma empresa na qual se
conjugaram vários fatores: fé inquebrantável, orações fervorosas,
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lágrimas abundantes e exaustivos esforços de natureza física e
intelectual. A bênção celestial acompanhou a iniciativa tomada pelos
pioneiros, e Deus recompensou suas lutas e sacrifícios, não com bens
perecíveis, mas com imensas alegrias espirituais.
Do ponto de vista humano, a possibilidade de transformar uma
pequena e humilde publicação, em uma empresa de alcance
internacional, poderia ser considerada como um ideal visionário, um
sonho irrealizável. Porém, aquela visão histórica se cumpriu com
impressiva exatidão. Ao visitar as instalações de nossas editoras
dispersas por todos os quadrantes da Terra, ouvindo o ruído cadenciado
de suas velozes rotativas, sentindo o cheiro da tinta usada na impressão
de centenas de milhares de livros e periódicos, recordamos que uma
jovem senhora, em 1848, com as luzes da inspiração, vislumbrou as
publicações adventistas iluminando a terra com os fulgores da verdade.
"Não desprezem esse começo humilde",9 declarou o profeta
Zacarias. Em 1848, Tiago White conseguiu transportar em uma pequena
mala toda a literatura então produzida pela Igreja. Em 1981, cem milhões
de dólares em livros e periódicos produzidos por nossas editoras, foram
transportados por pesados caminhões, velozes transatlânticos e ruidosos
aviões, cobrindo o globo consoante as palavras do velho hino:
De um a outro polo, Da China ao Panamá;
Do africano solo, Ao alto Canadá.

O modesto custo das 1.000 cópias de Present Truth, reunidas na


bolsa de Tiago White foi de sessenta e quatro dólares e cinqüenta
centavos. O valor dos livros e revistas vendidos em 1981, de acordo com
os registros do Departamento de Publicações da Associação Geral,
excedeu a soma de cem milhões de dólares. Considerando o tímido
começo de 1848, e como o Senhor guiou a obra de publicações até o
presente estágio, podemos concluir com as palavras de Davi, dizendo:
"Grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres."10
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Mensageiros da Paz

Com o transcurso dos anos a obra de publicações prosperou em


grande maneira. As editoras, operando com melhores e mais eficientes
equipamentos, aumentaram sua capacidade de produção. A igreja,
entretanto, não possuía um sistema eficiente de distribuição. Como
conseqüência, o inventário acumulado nos depósitos de livros aumentou
em forma desmesurada. Impunha-se a necessidade de um sistema capaz
de acelerar em forma mais eficiente a circulação destes evangelistas
silenciosos – as publicações adventistas.
Em 1879, Deus enviou, através de Sua mensageira, a seguinte
mensagem:
"Algumas coisas de grave importância não estão recebendo a devida
atenção em nossos escritórios de publicações. Homens em posição de
responsabilidade deveriam elaborar planos por meio dos quais nossos livros
pudessem ser divulgados em lugar de permanecer como inventário morto
em nossas estantes. Atrasado no tempo, nosso povo não está seguindo as
providências abertas por Deus.
"Se há um trabalho mais importante do que outro, é o de colocar
nossas publicações perante o público, levando-os assim a examinar as
Escrituras."11
Estas palavras suscitaram preocupações e perplexidades. Que
poderia ser feito a fim de promover com maior eficiência a circulação de
nossos livros e a difusão de nossos periódicos?
As editoras produziam apreciáveis quantidades de publicações
contendo a luz da verdade. Porém, o trabalho permanecia incompleto.
Faltava, então, a figura heróica e quase legendária do colportor
evangelista.

Uma Grande Idéia

Sob o vidro da mesa de trabalho de um inquieto jornalista, lia-se a


seguinte oração: "Oh, Deus, dá-me hoje uma grande idéia, e perdoa-me
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pela mediocridade das idéias de ontem." Foi na assembléia da
Associação Geral, celebrada em 1880, que uma grande idéia surgiu,
apresentada por um homem que agora ocupa um lugar no panteão dos
heróis do adventismo. Jorge King, exibindo os dois livros escritos por
Uriah Smith – Thoughts on Daniel (Pensamentos Sobre Daniel) e
Thoughts on Revelation (Pensamentos sobre Apocalipse), esforçou-se
por persuadir os delegados reunidos, de que deveriam ser publicados em
um só volume, de tamanho maior, ilustrado e encadernado de maneira
atrativa, em pano ou em couro. "Oh! se tão-somente tivéssemos um
livro!" – argumentou King. "Um livro que, com orgulho, pudéssemos
vender ao público em geral!''
Jorge King havia tido êxito na venda de livros de saúde publicados
por editoras seculares. Agora, após estudar os conselhos da inspiração,
estava convencido de que, com um livro atrativo contendo a mensagem
de Deus, poderiam acelerar grandemente a divulgação da mensagem
adventista através da página impressa.
O entusiasmo de King contagiou os delegados que, em forma
unânime, aprovaram a adoção da nova idéia. Os dois livros foram
publicados em um só volume, e encadernados em pano azul e verde e em
couro marroquim, com os cantos dourados ou jaspeados. Tendo-os
prontos, os editores, dirigindo-se a Jorge King, disseram: "Aqui estão os
livros. Leve-os e venda-os."
King tomou um volume recém-saído da encadernação e
imediatamente o vendeu ao primeiro cliente, um jovem chamado Weeb
Reavis. Em pouco tempo a tiragem deste livro se esgotou. Novas e
sucessivas edições foram produzidas e vendidas por King e outros que
posteriormente a ele se uniram, neste novo e vitorioso programa de
distribuição e circulação das publicações adventistas.12
Com este novo plano de ação missionária – o ministério da página
impressa – a Igreja inaugurou uma nova e triunfante etapa em sua
agitada e fascinante história.
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"Quão suaves são sobre os atontes os pés do que anuncia as boas
novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação,
que diz a Sião: o teu Deus reina.' " – declarou o profeta Isaías. 13
Para entendermos em toda sua significação as palavras do profeta,
devemos interpretá-las em seu contexto histórico. Os habitantes de
Jerusalém desejavam a paz com seus tradicionais adversários. A
sentinela aguardava ansiosamente a chegada do mensageiro que
anunciaria o fim do cativeiro babilônico. Eis que subitamente ele surge
sobre a silhueta de uma montanha distante, trazendo as boas novas, a
mensagem de paz e libertação.
Com efeito, com os pés incansáveis de milhares de colportores –
mensageiros de paz e esperança – os livros, revistas e folhetos
produzidos nos prelos adventistas são disseminados por toda parte. Sobre
montanhas de dificuldades, lutas e até mesmo perseguições, esses
arautos da fé, sem alardes e sem fanfarras, anunciam com a página
impressa as boas novas, proclamam o evangelho da paz, e tornam
conhecida aos homens a salvação em Jesus.
Esta obra extraordinária, realizada por fiéis colportores, heróis
anônimos que atuam fora da ribalta do palco religioso, está produzindo
torrentes de luz circundando a Terra.

A Terra Iluminada

O vidente de Patmos descreve um dos acontecimentos mais


significativos da história humana. Ele contemplou em visão o futuro e
viu "descer do céu outro anjo que tinha grande poder, e a Terra foi
iluminada com a sua glória". Este mensageiro celestial declara que a
apostasia alcançou o seu ponto culminante; que Babilônia se converteu
em "morada dos demônios"; que todas as nações, todos os interesses
comerciais e todas as igrejas se amalgamaram em um monolítico
conjunto de impiedade.
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Quase concomitantemente, uma voz do Céu convida os sinceros
adoradores do Deus vivo a "sair dela''. Babilônia será afligida por causa
de seus pecados, e o povo de Deus deve fugir dela como Ló fugiu de
Sodoma antes que os juízos divinos sobre ela se abatessem e a
transformassem em escombros e cinzas.14
É possível que alguns esperem que a descrição profética de
Apocalipse 18, se cumpra mediante a visitação sobrenatural de um anjo
iluminando a Terra com sua mensagem e sua glória. Porém, à
semelhança dos três anjos de Apocalipse 14, o anjo do capítulo 18
constitui um símbolo. Deus confiou aos homens e não a seres celestiais a
responsabilidade de proclamar o evangelho redentor ao mundo. Milhões
de vozes anunciarão em todos os quadrantes da Terra a verdade divina
para os últimos dias. A luz há de penetrar e dissipar as trevas até que a
Terra seja iluminada com a luz fulgurante do evangelho. Multidões
preferirão as sombras à luz, porém, de qualquer modo verão a luz,
porque esta refulgirá com grande esplendor.
Diferentes agências e métodos se hão de conjugar neste esforço por
iluminar a Terra com a glória do ''outro anjo''. Porém, de modo especial,
salientamos a influência das publicações produzidas em nossas editoras.
"É em grande parte por meio de nossas casas editoras, que se há de
efetivar a obra daquele outro anjo que desce do céu com grande poder, e
com sua glória, ilumina a Terra."15
Com linguagem inconfundível a serva do Senhor salienta a
relevância da obra de publicações em nossos dias, dizendo:
"As revistas e os livros são o meio de o Senhor conservar a mensagem
para este tempo continuamente perante o povo. As publicações farão muito
maior obra iluminando e confirmando almas na verdade, do que a que pode
ser cumprida unicamente pelo ministério da palavra." 16
Os documentos cuidadosamente selecionados e classificados no
Arquivo Nacional dos Estados Unidos, levam um selo com as palavras
latinas: Littera Scripta Manent! (A Palavra Escrita Perdura). Alguém
apropriadamente assim se expressou: "O pregador escreve suas palavras
sobre a água, mas o escritor cinzela suas palavras sobre a pedra." A Sra.
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White reproduz este mesmo pensamento, dizendo: "Um sermão pode ser
pregado e logo olvidado, mas o livro permanece."17
Apesar dos enormes obstáculos que nos confrontam na proclamação
da tríplice mensagem angélica, temos a promessa de que o Senhor
abreviará e completará Sua obra sobre a Tena. 18 "Mais de um milhar
serão logo convertidos em um dia'' – escreve a Sra. White – "a maioria
dos quais atribuirá suas primeiras convicções à leitura de nossas
publicações."19
Promessa preciosa! Enormes massas humanas levadas a Cristo pela
influência iluminadora de nossas publicações – a palavra que perdura.
Com efeito, através de nossas editoras e por meio da obra extraordinária
realizada por um exército de indômitos colportores, a igreja tem estado
arrojando toneladas e toneladas de tinta sobre o inimigo do bem. Os
resultados desta obra transcendem os estreitos limites da imaginação
humana.

Referências:

1. Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 164.


2. J. H. M. D'Aubigné, History of the Reformation, vol. 6, pág. 197.
3. Ellen G. White, O Colportor Evangelista, pág. 25.
4. Ellen G. White, Testimonies, vol. 8, pág. 87.
5. Ellen G. White, Vida e Ensinos, pág. 128.
6. Idem, pág. 118.
7. Idem, págs. 129, 130.
8. Idem, págs. 143, 145.
9. Zacarias 4:10, A Bíblia Viva.
10. Salmo 126:3.
11. Ellen G. White, Testimonies, vol. 4, págs. 388, 390.
12. R. W. Schwarz, Light Bearers to the Remnant, págs. 155, 156.
13. Isaías 52:7.
14. Apocalipse 18:1, 4.
Suaves ... os Pés do que Anuncia 12
15. Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 142.
16. Idem, vol. 2, pág. 534.
17. Ellen G. White, Life Sketches, pág. 382.
18. Romanos 9:28.
19. Ellen G. White, O Colportor Evangelista, pág. 151.

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