Você está na página 1de 4

Epifania (Mt 2,1-12)

(08/01/23: ca ce n sf)

Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que
alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém (Mt 2,1).
A visita dos magos a Jesus é a história de uma grande viagem, uma grande aventura.
Nós também nos emocionamos, porque reconhecemos muito da nossa vida neles.

1. O começo da viagem
Como começa essa viagem até Jesus?
Ao chegar a Jerusalém, dizem: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Vimos a
sua estrela no Oriente e viemos adorá-lO” (Mt 2,2).
Descobrem que nasceu Jesus através do estudo dos astros.
Que podemos aprender disso? Há pessoas que perguntam: Fazer mapa astral é pecado?

Há muitas constelações no céu. Os astrônomos babilônios tinham descoberto doze importantes:


Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão etc. As constelações do zodíaco.
Há um estudo celeste que podemos nos dedicar e nos ajudará na nossa viagem até Jesus.
Os santos formam hoje uma grande constelação no céu.
“A vida e os escritos dos santos são como estrelas que nos orientam pelo caminho da
santidade, do mesmo modo como a estrela vista no Oriente ajudou os Magos a encontrar
Jesus em Belém” (F. Faus, A Batalha de Lepanto e a nossa, São Paulo: Quadrante, 2020, p. 58).

Levo à oração a vida dos santos? Há pessoas que gostam de fazer uma oração abstrata.
É bom meditar sobre as suas vidas. São essas estrelas que nos indicam o caminho.

Pouco antes de completar trinta anos, Edith Stein passava as férias de verão na casa de campo de
um casal amigo. Eram estudiosos da fenomenologia e os três passavam as noites em conversações
filosóficas. Já fazia mais de xx anos que Edith tinha perdido a fé. O casal havia se convertido do
judaísmo ao luteranismo.
Uma tarde o casal estava fora, Edith apanhou um livro da estante: “Escolhi ao acaso e abri um
volumoso livro cujo título era Vida de Santa Teresa de Ávila, escrita por ela mesma. Comecei a
ler e fiquei tão arrebatada que não consegui parar até terminá-lo. Quando fechei, disse
comigo mesma: «Está é a Verdade»” (E. Kawa, Edith Stein, Quadrante, 1999, p. 41).
Essas estrelas têm vida própria. Imaginemos como Santa Teresa devia olhar do Céu para Edith
Stein.

Cada um de nós poderia dizer que santos foram importantes na sua vida. Não só através de
pedidos, mas do exemplo e da amizade.
Os santos são os verdadeiros portadores de luz dentro da história (Bento XVI, encíclica
Deus caristas est, n. 40).

2. A estrela desaparece: pedir ajuda


Os Magos não acham o caminho e perguntam.
Do ponto de vista humano, não foi uma boa estratégia: Ao saber disso, o rei Herodes ficou
perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém (Mt 2,3).
Mas, na Sua infinita Providência, Deus premiará esse esforço dos Magos.
É Herodes quem os ajuda: Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei,
perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer (Mt 2,3).
Os Magos tiveram acesso à sabedoria dos doutores de Israel através de Herodes.
Os mestres da Lei lembram-se da profecia de Miqueias.
Então Herodes enviou os Magos a Belém (Mt 2,8).
Deus poderia ter enviado os Magos diretamente até à casa da Sagrada Família?
Deus utiliza Herodes como seu instrumento para realizar a Sua vontade.

Muitas vezes, comunicará o seu plano para nós através de instrumentos.


Como vai a minha fé?

Olhemos novamente o exemplo dos santos. Desta vez, o nosso Padre na travessia dos Pirineus.
Uma noite assustadora na história da Obra: 21 para 22 de novembro de 1937.
À noite, antes de dormir, prepararam tudo para celebrar a Missa sobre uma mesa.
Juan Jimézes Vargas: Levamos o senhor para o outro lado, vivo ou morto (Vázquez de Prada,
v. 2, p. 176; testemunho de Pedro Casciaro).
Nosso Padre chorou naquela noite.
Paco Botella: Nunca tinha visto ninguém chorar assim. E nem, desde então, vivi uma coisa
igual. Era uma angústia assustadora, era uma dor profundíssima, que o fazia tremer. Durou
muito tempo, hora após hora, até o amanhecer. O tempo suficiente para que me ficasse
gravado para sempre (Vázquez de Prada, v. 2, p. 176).
Nosso Padre levantou-se e disse que não celebraria. E saiu da cabana.
Quando voltou tinha na mão uma rosa de maneira dourada.
– Juan, guarda-a com cuidado, disse-lhe.
– E preparai tudo, porque vou celebrar.

O Opus Dei poderia ter acabado naquele momento e nós não estaríamos aqui agora.
Nascosta rosa. O autor imita Dante: fiorin em vez de “fiorèllo”, “fiorétto”, “fiorellìno”.
Talvez escrita por Juan Batista Torelló.
2. Nell’aspro calle / sparso di lacrime e d’amara noia,
2. No áspero caminho / repleto de lágrimas e de amarga tristeza,
quando floresceste Tu, Pequena Flor de Vale, / nasceu a fonte da alegria.
3. Flor celestial, / quando a noite abate o alto muro,
Tu estarás ali, rindo, a preparar / o doce fim do caminho seguro.

3. Confiança na Providência divina, mesmo quando ela se serve de um Herodes


Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia
adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino (Mt 2,9).
Os Magos agem com prudência: perguntam e buscam a verdade. E como prêmio:
Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande (Mt 2,10).
alegraram-se com uma alegria muito grande [gavisi sunt gaudio magno valde]
“Com que outro tipo de alegria eles poderiam se alegrar?” (Paula Gooder)
Trata-se de um hebraísmo: alegrar-se com alegria.

Podemos aprender da vida dos santos. Podemos aprender com as atitudes dos Magos.
Encontraremos uma grande alegria. E mais: Quando entraram na casa, viram o menino com
Maria, sua mãe (Mt 2,11).

Maria é Stella matutina (Estrela da manhã), Stella maris (Estrela do Mar).


Ave, Maris Stella (séc. VIII): Monstra te esse matrem.
Vitam praesta puram, / iter para tutum, / ut videntes Iesum / semper collaetemur.
Epifania (Mt 2,1-12)
(02/01/22: ca ce n sf)

Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que
alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém (Mt 2,1).
A visita dos magos a Jesus é a história de uma grande aventura.
Nós também nos emocionamos, porque reconhecemos muito da nossa vida neles.

1. Empreender a viagem: Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo (Mt 2,2).
Renunciar a segurança:
Há também muitas coisas ilógicas na vossa vida e na minha, filhos da minha alma. Também
nós vimos uma luz, também nós escutamos uma chamada, também nós partilhamos com esses
homens uma inquietação que nos levou a tomar decisões que, aos que nos queriam bem, aos que
estavam ao nosso lado, talvez não lhes parecessem razoáveis (Em diálogo com o Senhor, n. 59; “A
lógica de Deus”, 6-1-1970).
Quem é capaz de precisar como se toma a primeira decisão de entrega, quando nasce essa
primeira ingenuidade e [...] essa falta de lógica? (Em diálogo com o Senhor, n. 60)

Não adiar a conversão.


Santo Agostinho titubeia ante a conversão:
Ficava preso às mais insignificantes bagatelas, às vaidades das vaidades, minhas velhas
amigas que me solicitavam a natureza carnal, murmurando: “Tu nos vais abandonar”? E
também: “De agora em diante, nunca mais estaremos contigo”. E ainda: “De agora em diante,
não poderás mais fazer isso e aquilo”! (Confissões, VIII, 11, 26)
Conversão no curso anual

2. Momentos de dúvida: a estrela desaparece.


Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? (Mt 2,2).

a) Não ver o caminho.


Nosso Padre nos Pirineus.
Uma noite assustadora na história da Obra: 21 para 22 de novembro de 1937.
À noite, antes de dormir, prepararam tudo para celebrar a Missa sobre uma mesa.
Juan Jimézes Vargas: Levamos o senhor para o outro lado, vivo ou morto (Vázquez de Prada,
v. 2, p. 176; testemunho de Pedro Casciaro).
Nosso Padre chorou naquela noite.
Paco Botella: Nunca tinha visto ninguém chorar assim. E nem, desde então, vivi uma coisa
igual. Era uma angústia assustadora, era uma dor profundíssima, que o fazia tremer. Durou
muito tempo, hora após hora, até o amanhecer. O tempo suficiente para que me ficasse
gravado para sempre (Vázquez de Prada, v. 2, p. 176).
Nosso Padre levantou-se e disse que não celebraria. E saiu da cabana.
Quando voltou tinha na mão uma rosa de maneira dourada.
– Juan, guarda-a com cuidado, disse-lhe.
– E preparai tudo, porque vou celebrar.

O Opus Dei poderia ter acabado naquele momento e nós não estaríamos aqui agora.

Nascosta rosa.
O autor imita Dante: fiorin em vez de “fiorèllo”, “fiorétto”, “fiorellìno”.
Talvez tenha sido escrita por Juan Batista Torelló.
2. Nell’aspro calle / sparso di lacrime e d’amara noia,
Tradução:
2. No áspero caminho / repleto de lágrimas e de amarga tristeza,
quando floresceste Tu, Pequena Flor de Vale, / nasceu a fonte da alegria.
3. Flor celestial, / quando a noite abate o alto muro,
Tu estarás ali, rindo, a preparar / o doce fim do caminho seguro.

b) Correr riscos: los hombres fácilmente tienen miedo a ejercitar la liberdad. Prefieren que les
den fórmulas hechas, para todo: es una paradoja, pero los hombres muchas veces exigen la
norma – renunciando a la liberdad–, por temor a arriesgarse. (Carta, 9-I-1959, n. 59)

3. Confiança em Deus: Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram (Mt 2,9).
Mistério da presença de Deus. Ele usou Herodes como um instrumento útil.
Pode “deixar a alma na ignorância dos seus desígnios, (...) chegando por vezes a esconder-
se” (O dom de si, p. 29).
Deus volta a manifestar-se: E eis que a estrela, que tinham visto no Oriente, os foi
precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino, e ali parou (Mt 2,9).
Mas Deus não é arbitrário.
Portanto, abandono na providência divina.

4) Momentos de conforto:
Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande (Mt 2,10).
alegraram-se com uma alegria muito grande [gavisi sunt gaudio magno valde]
“Com que outro tipo de alegria eles poderiam se alegrar?” (Paula Gooder)
Trata-se de um hebraísmo: alegrar-se com alegria.

Olhar para o que recebemos de Deus.


Não olhar para as próprias forças.

5) Jesus e Maria: Entrando na casa, encontraram o menino com Maria, sua mãe (Mt 2,11).
abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra (Mt 2,11).
Que vamos dar ao Menino hoje?

Você também pode gostar