Charlie Smith, vinda de uma vizinhança ruim das redondezas de Vegas, cresceu em uma

casa problematica, seu pai a abandonou com sua mãe, Sarah, muito cedo em sua vida,
as deixando em condições horríveis, apenas sobrevivendo de um dia para o outro. O
estresse continuo e a falta de uma figura paterna em sua vida sempre afetaram a
mente da garota, a forçando a criar um método próprio para suportar sua existência
naquela miséria: ela trocava tão subitamente entre duas personalidades quanto se
respirava.

Mas entre todo o caos, um evento especial iluminou sua mente, um momento de
claridade absoluta no meio de tanto sofrimento. No seu aniversário de 12 anos, sua
mãe deixou que ela saísse para comprar um picolé, confiando na pequena, porém no
caminho de volta ela se viu cercada por dois homens mal encarados, a lembraça desse
dia se mantém em flashes em sua mente, a dor que preenchia sua mente e o alívio que
ela sentiu quando acabou, seguido de uma paz absoluta ao sentir o toque gentil de
quem havia a salvo, seu rosto naquele dia ainda marcado em sua memória, mesmo sujo
de sangue exalava uma bondade sem igual.

Ela nunca aprendeu seu nome, mas todo o resto ela com certeza fez, a pessoa que ela
conheceu apenas como "Guardião" a ensinou a se defender como podia e apenas quando
devia, assim como a filosofia do Budismo, que ela levaria para o resto de sua vida,
por mais perturbada que ela se tornasse, ela poderia achar a paz dentro de si
própria.

Sua adolescência não seguiu muito diferente, vivendo com pouco e aproveitando a
vida com menos ainda, mas Charlie e sua mãe eram felizes juntas, cuidando uma da
outra da melhor forma que podiam, se sentindo um pouco mais seguras sob os cuidados
daquele protetor misterioso que havia aparecido em sua vizinhança.

Charlie, já adulta, visitava a Vegas que tanto ouvia falar em periodos esporádicos,
buscando trazer um pouco mais pra sua mãe do que elas conseguiriam onde moravam,
fazendo trabalhos simples onde podia, evitando se meter em problemas na cidade do
pecado, ela não precisava de mais nenhum, mas é, infelizmente, ou talvez não, em
uma dessas viagens que essa história realmente se inicia, no dia fatídico em que
aquele homem a encontrou...