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“nem os próprios transmorfos tendem a gostar de si mesmos, só gostam

daquilo que aparentam ser”

Não é incomum o fato de que replicantes não criam seus próprios filhos,
simplesmente decidem deixa-los no berço de alguma outra família no lugar daquele
que era originalmente o filho, a criança por extinto assume a forma do bebe
verdadeiro e passa a viver com a família falsa até ter idade, uma pratica
definitivamente desonesta vinda desta raça.
Foi deste modo que uma pequena metamorfa foi deixada em um lar de tabaxis
das neves, um grupo grande chamados de Starin, com filhos o suficiente para não
notar o desaparecimento e reaparecimento misterioso de uma de suas crias. E assim
foi criada nessa família vivendo com o nome de Pandora, digamos que o começo de
sua vida foi comum, afinal, em sua visão de mundo, aqueles eram seus irmãos e
parentes, porém, a jovem descobriu como usar seus poderes um pouco cedo demais, o
suficiente para não entender o porquê isso assustou seus familiares, ou o motivo pelo
qual sua “mãe” gritava coisas como “CADÊ ELA? CADE MINHA FILHA, O QUE FEZ COM
ELA!?” e seu “pai” não deixar que se aproximasse de seus “irmãos” e a ameaçava pra
ficar longe. E mesmo não entendendo o que acontecia, ela soube que não fazia mais
parte daquele lugar, e assim fugiu, assustada, com os agora olhos brancos lacrimejados
e pele cinzenta tremula.
Com o tempo aprendeu como manipular melhor seus poderes e usa-los a seu
favor para sobreviver. Também passou a saber sobre sua raça e aquilo que pensavam
dela, na cidade fria onde cresceu, o aparecimento de transmorfos era frequente, as
pessoas detestavam, “falsos, ladroes, manipuladores” era o que falavam, mas quem
poderia culpa-los? Roubam aparências e identidades, quem se sentiria seguro perto de
alguém assim? Ela também detestava, mas ainda era o única coisa que lhe garantia
lugar entre os demais, fingir ser outra pessoa.
Entorno dos 16 trabalhou em uma biblioteca, passava a maior parte do tempo
no local, com a cara em livros, as vezes até os levando embora algumas vezes, vivia
buscando sobre criaturas e principalmente uma das coisas que havia que mais a
fissurava durante esta idade, magia, especialmente arcanas, tentava aprender sozinha
pequenos truques para controlar a sua, uma arcana de criação de gelo, mas sem
sucesso, nada além de pequenos cacos de gelo ou leves brisas gélidas, até uma dia que
conheceu uma jovem, Fade Porcelain seu nome, era inteligente, doce e muito Boa com
magia, Pandora logo se interessou pela garota quando viu que ambas compartilhavam
da mesma arcana, e passou a conversar com a garota, tornando-se amigas.
Fade se apegou fácil a nova colega, contando coisas sobre sua vida, família,
estudos na academia de magia, e até mesmo seu sonho de se tornar uma maga
poderosa, porém, a pobre garota sofria de uma forte doença, e sabia que não tinha
muita expectativa de vida. Pandora desprezava a garota, não achava justo “como
alguém que nem sequer iria viver direito podia ter uma vida perfeita com tantas
coisas, enquanto ela, que possuía uma vida inteira pela frente, não tinha nada?”. Ela
invejava a jovem feiticeira humana, o amor que recebia e a as chances que tinha,
mesmo que tão imperfeita, e pensava consigo “as pessoas não gostam de transmorfos,
gostam do que aparentam ser, e eu quero ser ela...”.
Foi paciente, durante esse tempo foi a melhor e mais gentil amiga que a garota
poderia desejar, sendo uma boa ouvinte e aprendendo o máximo que podia. Ela era
frágil, e a doença cruel, não foi cerca de meio ano para que atingisse os pulmões, uma
crise de tosse foi o motivo que a fez parar de respirar e deixar esse mundo nos braços
de sua confiável amiga de pele acinzentada. O corpo foi enterrado em uma cova bem
escondida, para que ninguém nunca soubesse, e daquele momento em diante Pandora
passou a se chamar Fade, com as roupas roubadas e uma mecha branca na frente do
rosto assumiu a identidade da garota sem remorso.
Com as informações que sabia de sua “amiga” não demorou para se adaptar a
nova vida, a família Porcelain, Elina e Leopold, mãe e pai, obviamente ficaram felizes
ao ver que sua querida filha havia misteriosamente se curado da doença, e Pandora
finalmente tinha a vida que tanto almejava, um lar, pais que amava e chance de poder
estudar a magia a fundo, quando perto de todos os conhecidos apresentava a
personalidade doce da jovem, já quando sozinha voltava ao seu eu normal mais
irritadiço e impaciente.
Na academia de magia, foi capaz de desenvolver a fundo sua arcana, não só
isso, como também magias provindas de outros elementos, coisas que já havia lido
antes mas nunca se imaginado colocando em pratica, fora uma aprendiz dedicada a
sua mestra, Sapphyra, para se aprofundar nas possibilidades de magia, buscando se
manter já que no fundo, sentia pelo olhar que ela sabia de algo sobre sua farsa.
Ainda na academia, além da magia, outra coisa que se tornou um de seus
fascínios foi estudar profundamente sobre outros seres, por mais que estivesse bem
com sua vida atual, seu lado transmorfo por extinto ainda se afogava em ideias de
diferentes possibilidades de corpos e identidades diferentes, poder ser aquilo que
quisesse, e nunca mais precisar olhar para aquele rosto magro de olhos brancos
fundos e sem vida, e isso definitivamente a empolgava, a nível de até ser um pouco
invasiva ao perguntar coisas demais aos seus colegas de estudo.
Ao se formar no básico do aprendizado de magia para um mago, podia
finalmente sair para ver outros lugares e seres do mundo, com isso fez um acordo com
sua “família” de que se juntaria a guilda de aventureiros agora como uma adulta, para
poder especializar seus poderes e que um dia voltaria como umas das melhores magas
que já viram, uma mentira branca para que não se preocupassem com ela durante seu
tempo fora, porem com um fundo de verdade ja que realmente pretendia realizar
missões da guilda para melhorar suas habilidades tanto para feitiços quanto
transformações de sua aparência. Mas apesar de tudo, as vezes ainda sente uma leve
culpa por aquilo que fez, mas se esconde atrás da resposta cínica de que “todos saíram
ganhando, a garota teve a melhor amiga que pode até o dia da morte, a família não
teve que lidar com o luto pela perda de uma filha, e ela teve uma vida com todo o
conforto que poderia desejar” mesmo sabendo a verdade.

Modelos de aparências para se espelhar se for preciso:

1° forma quando pequena

Elina Porcelain (mãe)


Leopold Porcelain (pai)

Sapphyra ( mestra)
só que caso roupas de inverno ao inves dessas

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