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Os Bermudas de Piraquê-Açu

Criado por Heitor Arantes Rodrigues


Para início de conversa, magia é real. Você pode achar que isso é algo ilógico,
pouco provável e que de maneira alguma existe, e você está certo de pensar
nisso. Mas a magia que cerca nosso mundo não liga para sua opinião, baseada
em fatos ou não. Conheça os Bermudas, uma família de mágicos que adora
fazer atividades típicas de família com uma pitada de emoção, uma salpicada
de caos, uma colher de chá de entropia, e principalmente muita magia.
Cada dia eles planejam um evento familiar diferente para se divertirem,
organizado pelos dois chefes da família, Lex e Rose. Nessas atividades em
conjunto eles fazem o que toda família de classe média faz para se divertir,
porém com um pequeno diferencial mágico deles. Eles podem fazer um
piquenique voltando no tempo para a era das cavernas, fazer uma ceia de
domingo onde a comida cria vida e eles precisam lutar contra ela para viverem
e comerem, ou de repente jogar uma partida de futebol com regras inventadas
aleatoriamente para deixar o jogo frenético.
Todo dia nas aventuras dos Bermudas, Heloísa vem para participar a convite
de sua amiga Marcela, mas normalmente ela sempre tem um problema que a
impede de se divertir ou traz alguma implicante falha ao projeto da família sem
querer. Enquanto isso Antônio tenta provar que magia não existe e que a
ciência é melhor, e Diógenes tenta mais um plano maligno para destruir a
sociedade. Enquanto eles brincam juntos os Bermudas sempre tentam fazer o
possível para resolver o problema de Heloísa usando magia, é claro, mas como
acontece em muitas dessas estórias, quando eles resolvem o problema de
forma mágica alguma coisa da sempre dá errado e eles pagam um preço. Já
Antônio, ao tentar concertar o problema com magia, acaba por aumentar o
problema de tamanho e pôr a família em perigo, cabendo apenas a Diógenes
ter que desistir de seus planos para salvá-los. Heloísa no fim aprende que ela
nunca poderá enfrentar seus problemas de forma mágica e que ela precisa
enfrentá-los apenas com o apoio de seus amigos.
 Os Bermudas

1. Marcela Bermudas
Marcela é a sobrinha de oito anos de Lex e Rose, o membro mais jovem da
família Bermudas e também a mais lelé. É extremamente bagunceira e muito
arteira, sempre envolvendo sua melhor amiga Heloísa em suas enrascadas
sem fim, com ambas as duas no fim se dando muito mal e tendo que ser
socorridas por seus tios. Tem um mal hábito de pegar no pé de seu primo
Antônio e infernizar sua vida e frustrar seus planos, acidentalmente, é claro.
Tem um respeito enorme por seus tios, principalmente por Lex, que muitas
vezes é seu guia na arte da reinação. Dentre sua família, ela é a mais
hiperativa e a mais desatenciosa, por causa do seu TDAH; sempre fala demais
e escuta de menos, muitas vezes interrompendo os outros na conversa.
Totalmente desorganizada e esquecida. Tenta resolver seus problemas da
maneira mais fácil e rápida possível, sem pensar nas consequências. Seu
hiperfoco é em música e composição. Ela ama cantar e dançar ao som de seu
violão e todo dia ela compõe uma música nova no improviso. Tem milhões de
ideias na cabeça sobre novas músicas e consegue transformar quase qualquer
coisa num instrumento musical.
Ela assim como os outros da família tem poderes mágicos, mas eles só
aparecem quando ela toca em seu violão ou outro instrumento. Quando ela o
faz, luzes e raios coloridos emanam dele que trazem diversos efeitos mágicos
para quem os ouve. Ela pode voar dedilhando os dedos, soltar acordes que
enfeitiçam, acalmam e curam. Isso acontece porque dentro de seu violão
moram seus sete colegas de quarto: as notas musicais, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá,
Si; que são as personificações infantis das sete notas com personalidades
distintas entre eles. Eles são os responsáveis pela magia dela, mas apenas ela
consegue enxergá-los e ouví-los, pois ela tem sinestesia e ouvido absoluto.
2. Lex Bermudas
Ele é o homem mais feliz do mundo. Sempre observando o lado positivo em
tudo, ele encara a vida contente e sem reclamações a fazer. Apesar de ter um
porte físico robusto e intimidador, ele é um verdadeiro anjo de pessoa.
Carinhoso, simpático com todos que conhece e muito zen e tranquilo. Por mais
que Marcela apronte, nunca parece irritado. Ele sempre viveu cercado de
magia por causa de seu pai e não entende como que as outras pessoas
conseguem viver sem magia. Para ele a magia é o que faz a vida ter sentido.
Sua filosofia é sempre encontrar novos jeitos de se divertir com a magia e
influenciar os outros a pensarem fora da caixa. Ele detesta conformidade e
monotonia, prefere viver intensamente ao invés de ficar sentado fazendo nada,
coisa que ele adora fazer com sua esposa Rose e sua sobrinha Marcela.
Ele também é o homem mais forte do mundo, e conseguiu sua força através de
um experimento de seu Pai Diógenes; ele fez uma poção para se tornar o mais
forte de todos, mas seu filho bebê acabou bebendo a poção achando que era
suco de uva e ficou absurdamente forte. Ele consegue levantar uma casa
inteira com um dedo apenas, seu sopro pode criar um furacão, suas palmas
podem fazer estrondos e consegue correr mais rápido que um trem bala. Para
que ele não machucasse as pessoas ao seu redor ele precisou ser disciplinado
a controlar sua força. Foi assim que ele conheceu sua esposa Rose, que o
ajudou a ser alguém mais controlado e preciso. Eventualmente os dois se
casaram e tiveram a melhor lua de mel de todas (da qual eles constantemente
relembram e citam).
3. Rose Bermudas
Ela é a matriarca da família junto com Lex e é a professora mais perfeita em
todos os sentidos. Ela nunca errou na vida, é sempre precisa em tudo que faz e
não tem falha alguma, exceto ser orgulhosa demais. Ela tem medo de nada e
de ninguém e se há alguma atividade que alguém consegue fazer bem, ela
sabe fazer melhor. Tem um ensinamento ou provérbio para cada situação e
sabe exatamente o que dizer em dada ocasião, apesar de muitas pessoas não
entenderem eles por causa de seu sotaque português. Tem um apreço enorme
pela etiqueta e pela disciplina, e não deixa barato quando o assunto é
educação. Ela muita das vezes vai agir com rigidez com os outros com seu ar
superior e jeito soberano, mas no fundo podemos encontrar aquele encanto e
magia que só ela pode trazer. Ela pensa que todos aprendem e são educados
de maneiras diferentes e que a magia é perfeita para explorar isso. Ela não
tenta moldar seus discípulos, mas sim os lapida na forma que eles melhor se
encaixam.
Tem um apreço enorme pela natureza. Sabe o nome científico de cada ser vivo
e é cem por cento vegana. Tem uma coleção de plantas exóticas no seu jardim
que são verdadeiras iguarias que utiliza em seus pratos. Seus pratos todos tem
uma peculiaridade: eles criam vida e tentam te matar. Por isso é comum que
num jantar da família cada um leve suas armas prediletas para lutarem contra a
comida e assim comerem ela. Ela não faz de propósito claro, ela foi
amaldiçoada quando criança a sempre cozinhar coisas malignas. Ela sempre
quis ser cozinheira, mas tinha medo de machucar os outros. Porém seu marido
Lex nunca achou que isso fosse uma maldição e sempre incentivou ela a
cozinhar, já que ele sempre poderia se defender de sua comida maléfica com
sua força. Foi assim que ele ganhou o coração dela, se casaram e até hoje
vivem felizes para sempre.
4. Antônio Bermudas
Ele é o primo de quinze anos de Marcela, único filho de Rose e Lex e o único
da família inteira que não tem poderes mágicos; não porque não foi lhe dado,
mas sim porque ele não quer. Ele não acredita em magia nem pratica mágica
como os outros da família, pois ele é um cientista. Na sua ideia magia é um
artifício ilógico e imprudente para pessoas tolas que sonham demais, e o que
faz sentido de verdade é a razão e a lógica, o conhecimento empírico, a fonte
de todo saber está nas ciências. Ou seja, ele é um menino rebelde iludido, pois
a magia que é a verdadeira fonte do saber e tudo que a ciência diz é falso.
Apesar de seu amor pela ciência ser uma discordância ao pensamento de seus
pais, isso nunca impediu que eles o apoiassem. Porém muitas vezes Antônio
se sente inseguro sobre seu lugar na família, pensando várias vezes que não
se encaixasse direito neles. Lex consegue se enxergar no próprio filho e se
relacionar com ele, já que quando tinha a mesma idade também era bem
discordante de seu pai Diógenes.
Seu objetivo de vida é provar que a ciência está certa e que a magia está
errada, e ele faz isso inventando várias máquinas e engenhocas que tem a
função de provar uma teoria científica. Mas ele nunca consegue provar nada e
suas invenções são todas destruídas, o deixando muito frustrado, constrangido
e chateado no fim.
5. Diógenes Bermudas
É o pai de Lex, antigo líder da família e o descobridor da magia no planeta
Terra. Quando era apenas um jovem, descobriu que de alguma forma as terras
que beiram o rio Piraquê-Açu eram mágicas e começou a estudar sua
natureza. De tantos estudos e hipóteses acabou enlouquecendo de vez quando
chegou à conclusão que não havia resposta. A magia que ele tanto buscou
entender não tinha lógica por trás, nada consistente, então ele abraçou a
loucura. Chegou a absurda conclusão de que tudo o que nós cidadãos
humanos aspiramos ter; dinheiro, poder, status social, educação,
espiritualidade e moralismo, não valem nada. Nada disso se comparava ao que
a magia poderia oferecer ao mundo. Então ele largou tudo o que tinha para
viver apenas com o que a magia lhe desse, mas tem um porém. Entenda, os
Bermudas são boas pessoas, seres que buscam usar a magia para o bem; já
Diógenes, por outro lado, deseja usar a magia para o mal. Ele é um homem
cínico e sádico, rancoroso assim como ele não tem. Não se sabe se ele
sempre foi inclinado ao mal, ou se ficou maléfico depois de enlouquecer, mas
isso não importa. Porque o que ele mais quer agora é usar a magia para trazer
caos e desordem para o mundo e suas pessoas, destruir de vez as bases da
sociedade, desafiar o sistema, humilhar o ser humano. É só o que ele quer.
Todo dia ele tenta algum plano maléfico para destruir a sociedade, mas seus
planos são ou frustrados por sabotagens que seu fiel capanga, seu cão Sínope,
sempre coloca neles, ou por si mesmo quando tem que decidir entre salvar sua
família e concluir seu plano. Até porque ele pode ser um péssimo ser humano,
mas ele ainda é um ótimo avô que está sempre pronto para defender aqueles
que ama. Muitos da família se questionam mesmo se ele é mal ou não,
principalmente seu filho Lex que vez ou outra tenta provar que seu pai é
alguém bom. Rose tem uma rixa contra Diógenes e sempre está num embate
para ver quem é melhor em quê; no fim é certeza que ela ganha dele. Marcela
acha seu avô um máximo e sonha um dia ser igual a ele, mas seus tios sempre
vêm para retorná-la ao caminho da bondade. Antônio desaprova totalmente do
avô em tudo e o mesmo pode se dizer de Diógenes sobre ele, mas muitas
vezes os dois tem que aprender a trabalhar em equipe e confiar um no outro.
Diógenes não tem amigos por causa de seu isolamento eterno. O único ser que
parece confiar e aturar seu comportamento errático é o cão da família, Sínope.
Sínope ajuda seu mestre em seus planos para o mal e tenta colocar algum
senso na cabeça dele de vez em quando.
Um artefato interessante é o seu boné cinza, que tem propriedades mágicas.
Um boné que dentro dele tem guardado qualquer coisa que puder caber
dentro. (É um boné sem fundo então, cabe praticamente tudo).
6. Sínope
Sínope é o cachorro de estimação da família e um excelente diplomata. Ele é
fluente em diversas linguagens e códigos de comunicação e seu sonho é trazer
a paz mundial entre os humanos, mas ele não consegue entender porque os
humanos não conseguem viver em paz como os cães vivem. Ele não tem
muitas relações fortes com o restante da família. Todos parecem trata-lo como
um pet inofensivo, mas o único que o trata como igual é Diógenes, com quem
Sínope tem uma relação simbiótica de parceria. Sínope, é claro, desaprova das
maluquices de Diógenes, mas não se importa o bastante para impedí-lo ou
enfrentá-lo, então acaba por ajuda-lo. Mas meio que por acidente (não se sabe
ao certo se ele faz de propósito) sempre acaba por pôr um fim aos planos de
Diógenes.
Apesar de ser um cachorro de uma família mágica, ele não pode falar. Mas ele
pode se comunicar por meio de libras. Suas luvas mágicas, feitas por
Diógenes, são perfeitas para que ele gesticule e se comunique com o restante
deles e todos o compreendem. Suas luvas também são ótimas para fazer
mímica, e suas ações imaginárias se tornam realidade; mas ele apenas pode
fazer uma mímica por vez.
 Os Caiapós

1. Heloísa Caiapó
Ela é a melhor amiga de Marcela e uma das únicas amigas dos Bermudas na
cidade. Antes de se mudar para o Piraquê-Açu ela morava na aldeia indígena
do outro lado do rio. Seu pai se mudou para morar próximo de seu trabalho e
essa mudança afetou ela demais. Agora ela mora longe de seus amigos e
primos e não tem muito o que fazer na nova cidade, apenas fotografar os
cantos da cidade como ela gosta de fazer. Mas um dia ela conheceu eles por
causa de sua avó, que já era amiga deles antes, e se tornou como uma fã
deles. Agora ela vai em todas as aventuras dos Bermudas e sempre quando
tem um problema recorre a eles por ajuda.
Ela tem uma relação fortíssima com Marcela, no qual elas sempre estão juntas
brincando e conversando sobre suas artes favoritas. Embora Heloísa seja
muito tímida e meio introvertida, ela sempre se sente livre e leve com Marcela
por perto. Marcela sempre mete Heloísa em enrascadas e confusões quando
as duas tentam mexer com magia, mas até que Heloísa não se importa muito.
2. Renato Caiapó
Ele é o pai de Heloísa que não aceita a amizade que ela tem com os
Bermudas. Ele acha que eles são perigosos e teme que suas aventuras
possam machucar sua filha. Então ele tenta de tudo para fazer com que
Heloísa não vá nas aventuras deles
3. Iraci Caiapó
Ela é a avó de Heloísa, uma indígena que está morando fora de sua aldeia pela
primeira vez. Ela não é muito boa com tecnologia, mas é extremamente prática
quando o assunto é a natureza. Ela está sempre se arriscando para fazer com
que Heloísa continue a ser amiga dos Bermudas, mesmo contra a vontade de
seu filho Renato.
 A Cidade de Piraquê-Açu
A cidade é a mais pacata e serena do mundo: pequena e silenciosa. A única
coisa que quebra seu silêncio são as atividades malucas dos Bermudas, que
sempre acabam por trazer prejuízos à cidade. Todos na cidade têm medo
deles e não gostam de tê-los por perto. Chamam eles de bruxos e temem suas
atividades, mas esse ódio não parece incomodar os Bermudas mesmo assim.
Seu nome vem do rio Piraquê-Açu que corta a cidade, que muitos dizem ser
mágico e realizar desejos, mas isso é dito como apenas um mito urbano. Ou
será que não?

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