Você está na página 1de 25

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E ZOOLOGIA

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Gabriel David do Nascimento

Prevalência e tipos de plásticos em albatrozes e petréis (Aves:


Procellariiformes): Recorte espacial do Sudeste e Sul do Brasil

Florianópolis

2022
2

Gabriel David do Nascimento

Prevalência e tipos de plásticos em albatrozes e petréis (Aves:


Procellariiformes): Recorte espacial do Sudeste e Sul do Brasil

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao


curso de Ciências Biológicas do Centro de
Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Santa Catarina como requisito parcial para a
obtenção do título de Licenciatura em Ciências
Biológicas.

Orientador(a): Prof. Dr. Guilherme R. R. Brito.

Coorientador(a): Msc. Patricia Pereira Serafini.

Florianópolis

2022
3

[Ficha de identificação da obra. Elemento obrigatório.]

[Insira neste espaço a ficha de identificação da obra.]

[A ficha é elaborada pelo(a) autor(a) no seguinte link:

http://portalbu.ufsc.br/ficha]
4

Gabriel David do Nascimento

Prevalência e tipos de plásticos em albatrozes e petréis (Aves:


Procellariiformes): recorte espacial da costa Sudeste e Sul do Brasil

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de
Licene aprovado em sua forma final pelo Curso de Ciências Biológicas.

Florianópolis, 7 de Dezembro de 2022.

___________________________
Coordenação do Curso

Banca examinadora

____________________________
Prof. Guilherme de Renzo Rocha Brito, Dr.
Orientador

Alice Pereira, MSc.


Projeto Albatroz

Prof.Leandro Bugoni, Dr.


Universidade Federal do Rio Grande – FURG

Florianópolis
5

Resumo
Pelo menos 45 espécies de Procellariiformes ocorrem no Brasil e esta elevada
riqueza nos impõe responsabilidade pela conservação do grupo, devido às ameaças
que estas sofrem em território nacional, como a captura incidental na pesca
industrial e a ingestão de plástico. Este trabalho teve como objetivo, quantificar e
classificar detritos plásticos encontrados em conteúdos gástricos de albatrozes e
petréis na região sul e sudeste do Brasil. Os tratos digestório foram separados em
esôfago, proventrículo e ventrículo. Os detritos plásticos foram classificados por
fragmentos plásticos, pellets, nylon e outros e, em seguida, medidos em milímetros
de comprimento. Foram analisados 94 tratos digestórios de quinze espécies de
Procellariiformes. Macroplástico foi encontrado em 31 animais de doze espécies de
duas famílias. Procellariidae apresentou 100% das espécies apresentando plástico,
e Diomedeidae 50%. Dentre estas espécies, Procellaria aequinoctialis apresentou
uma das maiores frequências de plástico, em 68,8% das amostras. O tipo de
macroplástico mais frequente foram os fragmentos plásticos. O ventrículo foi a
porção do trato digestório com a maior quantidade de detritos plásticos. Testada a
hipótese, não foi identificado diferenças significativas na frequênciade ocorrência de
macroplástico entre aves coletadas a partir da pesca incidental ou oriundas de
encalhe. O presente estudo traz novas evidências de que espécies de
Procellariiformes estão ingerindo plástico.

Palavras chave: Aves marinhas; Bioindicadores; Ingestão; Macroplástico.


6

Abstract

At least 45 species of Procellariiformes occur in Brazil, this great diversity puts us


enormous responsibility for the conservation of the group, due to the threats they
suffer, with the incidental fishing of industrial fishing and the ingestion of plastic. This
work aimed to quantify and classify plastic debris found in albatrosses and petrels of
the Brazilian coast. The digestive tracts were separated into esophagus, proventricle
and ventricle. Plastic debris was sorted by plastic fragments, pellets, nylon and
others, and then measured in millimeters. We analyzed 94 digestive tracts belonging
to fifteen species of Procellariiformes. Macroplastic was found in 31 animals of twelve
species from two families; Procellariidae, with 100% of the species presenting plastic,
and Diomedeidae with 50%. Among these species, Procellaria aequinoctialis
presented one of the highest frequencies of plastic, with 68.8% of the samples. The
most frequent macroplastic type was plastic fragments. The ventricle was the portion
of the digestive tract with the highest amount of plastic debris. The present study
supports that Procellariiformes species are ingesting plastic.

Key words: Bioindicators; Ingestion; Macroplastic; Seabirds.


7

LISTA DE ABREVIATURA DE SIGLAS

ACAP Acordo Internacional para a Conservação dos Albatrozes e Petréis


BAAP Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis
BS Bacia de Santos
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis
ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
LabOaC Laboratório de Ornitologia e Bioacústica Catarinense
MMA Ministério do Meio Ambiente
PLANACAP Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis
PMP-BS Projeto de Monitoramento de Praias – Bacia de Santos
UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí
8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Porcentagem por categoria de macroplástico registrada nas espécies de


albatrozes e petréis (Procellariiformes) encalhadas mortasna região Sul e Sudeste
do Brasil em 2015 e 2022...........................................................................................16

Figura 2 - Porcentagem de macroplásico encontrado no proventrículo e ventrículo de


albatrozes e petréis (Procellariiformes) encalhadas mortasna região Sul e Sudeste
do Brasil em 2015 e 2022...........................................................................................17

Figura 3 - Comprimento médio em milímetros do macroplástico encontrado em


albatrozes e petréis....................................................................................................17
9

SUMÁRIO

1.Introdução............................................................................................................ 10
1.1.Objetivos...................................................................................................12
2.Materias e Métodos ..............................................................................................12
2.1.Coleta das Aves e Área de estudo...........................................................12
2.2.Coleta e Classificação do Plático..............................................................13
3.Resultados.............................................................................................................14
4.Discussão..............................................................................................................18
5.Conclusão..............................................................................................................21
6. Referência.............................................................................................................22
10

1. INTRODUÇÃO

Bioindicadores são organismos que fornecem informações sobre a qualidade


do meio ambiente, desde ecossistemas marinhos profundos até habitats terrestres
(BURGER, 2006; HOLT & MILLER, 2011; BONANNO & ORLANDO-BONACA,
2018). Esses animais são considerados bons bioindicadores, pois são relativamente
fáceis de avistar no ambiente, possuem comportamento de reprodução colonial, são
longevos, entre outros (PIATT et al., 2007). Este grupo engloba aves pelágicas, que
podem realizar longas viagens, cobrindo milhares de quilômetros em busca de
alimento (JOUVENTIN & WEIMERSKIRCH, 1990; PHILLIPS et al., 2016). Há
registros de pelo menos 45 espécies de albatrozes e petréis no Brasil (SAVIOLLI et
al., 2020, PACHECO et al., 2021), sendo as águas adjacentes à costa da região sul
importantes áreas de alimentação para essas aves (CARNEIRO et al., 2020).

Procellariiformes sofrem diversas ameaças para a sua conservação, e


somado a aspectos de sua história natural, como longo tempo de maturação sexual
e baixa fecundidade, possuem populações sensíveis aos impactos (PHILLIPS et al.,
2016). Uma das ameaças identificadas é o contato com diferentes tipos de resíduos
derivados do petróleo pertencentes ao grupo dos polímeros, também conhecidos
como resíduos plásticos, presentes nos oceanos devido ao descarte inadequado
oriundo de atividades antrópicas (ROMAN et al., 2019). Tais resíduos poliméricos
podem ser classificados pelo tamanho, sendo considerados macroplástico detritos
maiores que 5 milímetros, e microplástico partículas menores que 5 milímetros
(KERSHAW et al., 2019).

O macroplástico já foi registrado em numerosos estudos sobre conteúdo


estomacal de aves marinhas (e.g. FRY et al., 1987; HUIN & CROXALL, 1996;
COLABUONO et al., 2009; JIMÉNEZ et al., 2015; CARTRAUD et al., 2019; BAAK et
al., 2020; DAUDT et al., 2022). Duas classes de macroplástico são comumente
encontradas nos oceanos; fragmentos de plástico e pellets (VAN FRANEKER; LAW,
2015). Fragmentos de plástico são pequenos pedaços provenientes de estruturas
maiores, descartados intencional ou acidentalmente no mar (MERRELL, 1980).
Pellets, por sua vez, são esferas ou cilindros de polietileno ou polipropileno de
variados tamanhos usados como matéria-prima pela indústria, ou seja, são um
estágio intermediário de utensílios plásticos (KARLSSON et al. 2018), que podem
11

chegar aos oceanos por erros de manejo e transporte (SHEAVLY & REGISTER,
2007).

Após a ingestão, esses resíduos poliméricos passam pelo esôfago e chegam


ao proventrículo, responsável pela secreção gástrica para a digestão (BATTEY &
PIERMA, 2005), e ventrículo, que retém itens não digeridos, os quais são triturados
para que possam completar o processo digestivo nos intestinos e serem eliminados
pela cloaca (COLABUONO & VOOREN, 2007). Os albatrozes conseguem regurgitar
restos alimentares de difícil digestão ou não digeridos em até 6 semanas, enquanto
nos petréis, tais restos alimentares ficam retidos no ventrículo por mais tempo (12
semanas dependendo da espécie) (RYAN & JACKSON, 1987). Neste aspecto, é
importante entender que a maioria dos Procellariidae apresentam constrição
acentuada entre os dois compartimentos, impedindo que os materiais no ventrículo
retornem ao proventrículo (RYAN, 1988; COLABUONO et al., 2009; JIMÉNEZ et al.,
2015).

Entre os efeitos nas aves, o acúmulo de macroplástico no trato digestivo pode


causar redução do volume funcional do proventrículo e ventrículo (CONNORS &
SMITH, 1982), ulcerações (BOURNE & IMBER, 1982), sufocamento ou obstrução do
trato gastrointestinal e óbito (ROMAN et al., 2019). Além disso, a acumulação de
compostos químicos derivados da degradação dos resíduos poliméricos (e.g.
aditivos como plastificantes e retardantes de chama) já foi documentada na fauna
marinha (HARDESTY et al., 2015; PROVENCHER et al., 2020). Muitos desses
compostos são potencialmente tóxicos e conhecidos por induzir uma variedade de
efeitos crônicos e subletais, incluindo disfunção endócrina, disrupção de resposta do
sistema imune, mutagênese e carcinogênese (FINKELSTEIN et al., 2007; FOSSI et
al., 2018). A acumulação desses compostos por um longo tempo (e.g. lixiviação
crônica de partículas de plástico retidos no estômago) pode afetar o ciclo de vida e o
sucesso reprodutivo das espécies, levando a danos em níveis populacionais no
longo prazo (FINKELSTEIN et al., 2007; HARDESTY et al., 2015)

O Acordo Internacional para a Conservação dos Albatrozes e Petréis


(ACAP), em seus documentos e deliberações demonstra a preocupação coletiva dos
países ignatários de que o plástico pode causar consequências negativa para os
Procellariiformes, sobretudo efeitos letais e/ou subletais a espécies em riscos de
12

extinção (PHILLIPS et al., 2016; ROMAN et al. 2020). Dessa forma, o presente
trabalho justifica-se como uma fonte adicional de obtenção em nível nacional de
informação acerca desses animais migratórios, para contribuir e agregar
conhecimento com o intuito de auxiliar na conservação de albatrozes e petréis.

O objetivo deste estudo foi realizar a quantificação e qualificação de


macroplásticos em tratos digestórios de carcaças de Procellariiformes disponíveis e
oriundas do monitoramento de praias de Florianópolis, estado de Santa Catarina, e
da pesca incidental na costa sul e sudeste do Brasil. Além disso, considerando
fatores predisponentes diferenciados para aves debilitadas que encalham e
saudáveis que morrem na captura incidental na pesca foi também testada a hipótese
se há diferença na quantidade de macroplástico entre aves oriunda da pesca
incidental e de encalhe. E assim, como objetivo específico, contribui para ampliar o
conhecimento científico sobre padrões importantes de ingestão de plástico, para
avaliar a saúde das aves.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Coleta da Aves e Área de Estudo

Os tratos digestório foram obtidos de aves da ordem Procellariiformes,


encalhadas mortas ou que vieram a óbito no período de reabilitação e originadas da
interação incidental negativa da pesca industrial por espinhel de superfície, entre
2015 e 2021. Para as aves encalhadas, a coleta ocorreu no âmbito do Projeto de
Monitoramento de Praias da Petrobras/Bacia de Santos (PMP-BS), coordenado pela
UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí). O PMP-BS monitora as praias do sul e
sudeste do Brasil em busca de animais marinhos encalhados ou debilitados
atendendo à condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA),
para as atividades de produção e escoamento de petróleo e gás natural. Em
Florianópolis (SC), o monitoramento é executado pela Associação R3 Animal,
organização não-governamental. Houve também a inclusão de um animal recebido
pelo Laboratório de Ornitologia e Bioacústica Catarinense (LabOaC), oriundo de
encalhe. Os animais mortos pela interação incidental com a pesca, foram
disponibilizados pelo Projeto Albatroz, organização não-governamental que participa
como convidada nas atividades de pesca industrial, para pesquisas na área da
13

conservação de Albatrozes e Petréis. Estes indivíduos foram capturados em regiões


da plataforma continental do sul e sudeste do Brasil, compreendendo entre 20° Se
33°S de latitude.

2.2.Coleta e Classificação do Plástico.

A partir das necropsias das carcaças, os tratos digestórios foram coletados,


armazenados e congelados a -20°C. O descongelamento ocorreu em temperatura
ambiente. Após o descongelamento, os tratos foram seccionados e separados em
esôfago, proventrículo e ventrículo. Em seguida, cada porção processada
separadamente e o conteúdo de cada região do trato colocado em uma peneira com
uma malha de 1mm, e sob a malha de 1mm, colocada uma malha de 0,5 mm, e
então enxaguado com água fria corrente para remover o muco e componentes
moles de alimento digerido presente no conteúdo estomacal.

Para testar a hipótese se há diferença na quantidade de macroplástico entre


aves oriunda da captura incidental e de encalhe para calcular a média, porcentagem
e frequência de ocorrência de detritos, foi utilizado o software Microsoft Office
Excel®.

Para as coletas e classificações do macroplástico no trato gastrointestinal, foi


utilizado como referência metodológica, as técnicas presentes no trabalho de
Colabuono et al. (2009), incluindo também, modificações executadas por Van
Franeker et al. (2011) e Jiménez et al. (2015), além do protocolo do ACAP em Gallo
et al. (2021).As partículas plásticas pequenas, com tamanhos que compreendem por
volta de 1mm foram depositadas dentro de em tubo eppendorf (de até 5ml), e
componentes maiores que 1mm também foram utilizados eppendorf (de até 5ml),
além de tubo falcon (de até 45ml), tubos menores de até 14ml, e/ou saco ziploc de
25cm de altura por 18cm de largura. Em caso de necessidade, foram utilizados
sacos maiores. Todas as coletas de conteúdo alimentar, foram armazenadas a -20°C
e tombadas no Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis
(BAAP), banco público vinculado aos objetivos de conservação do Plano de Ação
Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP). Os resíduos
plásticos, também tombados no BAAP, não necessitam de refrigeração. Em seguida
a estes procedimentos, as partículas presentes na peneira foram transferidas para a
14

placa de Petri, identificado a porção de origem do trato, e esta tampada, a fim de


secar a temperatura ambiente de pelo menos 24 horas, podendo permanecer mais
tempo no caso de umidade persistente. Após este período, o material foi medido
com paquimetro digital no comprimento máximo dos detritor, e classificado em:

A. "Fragmentos de plástico" (pedaços rígidos de objetos maiores ou pedaços de


sacos plásticos e embalagens);
B. Pellets;
C. Linhas de nylon;
D. Outros (resíduos não-poliméricos como folha de alumínio, papel, madeira,
metais, e outros materiais).

3. RESULTADOS

Foram examinadas 94 tratos digestório de Procellariiformes, abrangendo três


famílias; Procellariidae (petréis) com 10 espécies, Diomedeidae (albatrozes) tendo 4
diferentes espécies coletadas e Hydrobatidae, com uma única espécie
representante, com dois indivídeuos de Oceanites oceanicus. Foi possível encontrar
macroplástico em 100% das espécies de petréis, em 50% das espécies de
albatrozes e em nenhuma ave Hydrobatidae analisada. Foi possível observar
macroplástico em 12 das 15 espécies examinadas, representando 80% das
amostras. Apenas em Diomedea dabbenena, D. epomophora e em Oceanites
oceanicus não foi identificado macroplástico.

Das espécies analisadas, sendo elas; Procellaria aequinoctialis (N = 16),


Puffinus puffinus (N = 14), Calonectris borealis (N = 14), Pachyptila desolata (N = 1),
Daption capense (N = 1), Pterodroma incerta (N = 2), P. mollis (N = 1), Macronectes
giganteus (N = 5), Ardenna gravis (N = 2), Fulmarus glacialoides (N = 3),
Thalassarche melanophris (N = 22), T. chlororhynchos (N = 9), D. dabbenena (N =
1), D. epomophora (N = 1) e O. oceanicus (N = 2), a ocorrência de plástico ocorreu
em 31 espécimes, abrangendo 33% das amostras.

Das espécies de Procellariidae, P. aequinoctialis apresentou o maior número


de indivíduos impactados pela presença de plástico, com 11 aves, assumindo um
percentual de 68,8% do total de espécimes deste táxon. Para as outras espécies, os
percentuais encontrados foram 14,3% para P. puffinus, 42,9% para C. borealis,
15

100% para P. desolata, 100% para D. capense, 50% para P. incerta, 100% para P.
mollis, 40% para M. giganteus, 100% para A. gravis, e 66,7% para F. glacialoides.
Em relação a Diomedeidae, 4,5% das aves da espécie T. melanophris possuíam
plástico em seu trato digestório, o que também ocorreu em 11,1% dos T.
chlororhynchos.

Para a análise específica de tipos de macroplástico, foram coletados 293


diferentes detritos, sendo os fragmentos plásticos constituindo 63% do total, com
200 diferentes detritos. Em seguida os pellets com 21% (62 detritos), nylon com 7%
(20 detritos) e outros com 4% (11 detritos). Não houve registro de trato digestório
com todas as categorias de plástico simultaneamente. Apenas nas espécies P.
aequinoctialis e M. giganteus foram registradas todas as categorias de plástico,
sendo também as espécies com o maior número de detritos acumulados, 106 e 105
detritos respectivamente. Os fragmentos plásticos foi o tipo de macroplástico mais
comum em ambas as espécies, e também em P. puffinus, C. borealis, A. gravis e F.
glacialoides. Fragmentos plásticos foi ainda a única categoria observada em P.
desolata e D. capense (Figura 1).

Em relação às porções do trato digestório, o ventrículo possuía a maior parte


dos detritos plásticos, com 97% das amostras caracterizando 284 unidades, o
proventrículo com apenas 3% e 9 unidades de plástico, e não foi identificado
macroplástico no esôfago. Em todas as espécies foi possível observar detritos no
ventrículo, com exceção de D. capense (Figura 2).

O tamanho médio dos detritos plásticos variou entre 2,1 e 50 mm de


comprimento entre as 12 espécies analisadas que possuíam plásticos, sendo os
valores médios para cada tipo de macroplástico foram: fragmentos plásticos 6,60
mm ± 5,49 mm (máximo 63,9 mm), pellets 2,15 mm ± 1,42 mm (máximo 51,1 mm),
nylon 49,98 mm ± 109,16 mm (máximo 496,9 mm) e outros 13,05 mm ± 10,01 mm
(máximo 40,7 mm) (Figura 3). Nylon de 496,9 mm encontrado em T. melanophris
não foi incluído na análise da Figura 3 por se tratar de um outlier, o qual prejudicaria
a interpretação do gráfico e informações sobre os demais itens.
16

Figura 1 - Porcentagem por categoria de macroplástico registrada nas espécies de albatrozes e


petréis (Procellariiformes) encalhadas mortasna região Sul e Sudeste do Brasil em 2015 e 2022.

Entre as espécies, os valores médios para os detritos plásticos se distribuíram


da seguinte forma; P. aequinoctialis 6,69 mm ± 14,60mm (máximo 129,5 mm), P.
puffinus 7,68 mm ± 5,51 mm (máximo 18 mm), C. borealis 6 mm ± 3,74 mm (máximo
15,1 mm), P. desolata 3,10 m ± 0,16 mm (máximo 31,5 mm), D. capense 14,5 mm ±
8,20 mm (máximo 20,3 mm), P. incerta 25,08 mm ± 22,76 mm (máximo 59,9 mm), P.
mollis único pellet de 0,9mm, M. giganteus 7,36 mm ± 5,86 mm (máximo 43 mm), A.
gravis 8,68 mm ± 6,05 mm (máximo 17,4 mm), F. glacialoides 8,22 mm ± 6,10 mm
(máximo 20,8 mm), T. melanophris 249,45 mm ± 349,95 (máximo 496,9 mm) e T.
Chlororhynchos 2,13 mm ± 0,30 mm (máximo 2,5m m).

A partir dos métodos de coleta, 29 aves foram originárias da captura


incidental e 65 de encalhe, sendo possível identificar plástico no trato digestório de
22,6% e 34,9% das aves, respectivamente. Não foi possível identificar diferenças
estatísticas na frequência de ocorrência de macroplástico entre o grupo de aves
coletadas a partir da pesca incidental ou de encalhes (χ2 = 0,102, gl = 1, P > 0,05).
17

Figura 2 - Porcentagem de macroplásico encontrado no proventrículo e ventrículo de albatrozes e


petréis (Procellariiformes) encalhadas mortasna região Sul e Sudeste do Brasil em 2015 e 2022.

Figura 3 – Comprimento médio em milímetros do macroplástico encontrado em albatrozes e petréis.


18

4. DISCUSSÃO

A metodologia e técnicas utilizadas no presente estudo seguindo protocolos


estabelecidos e sugeridos por Colabuono et al. (2009), Van Franeker et al. (2011) e
Jiménez et al. (2015), além de protocolo ACAP (GALLO et al. 2021), permitiram que
fossem observados padrões de tamanho, tipo e presença de macroplástico em aves
Procellariiformes, além da identificação da porção do trato digestivo afetado em
diferentes espécies. A padronização e o estabelecimento de processos
metodológicos permite que resultados e discussões de diferentes estudos possam
ser melhor comparados e análises complementares mais amplas viabilizadas (ex.
meta-análise). Além disso, possibilita que a triagem de detritos plásticos e, posterior,
análise de dados, tornem as evidências mais confiáveis e menos enviesadas
(WEINBERG, 2007).

Este estudo sustenta evidências de que aves Procellariiformes são


potencialmente impactadas pelo plástico, expondo uma realidade preocupante
considerando a frequência de ingestão de plástico pelas espécies da Ordem, uma
vez que 12 das 15 espécies e 33% dos indivíduos apresentaram macroplástico em
seu trato digestório. A ocorrência de plástico nas aves foi semelhante ao estudo de
Colabuono et al. 2009, Vanstreels et al. (2021) que encontraram plásticos em 38,3,
30 e 30% das aves amostradas, respectivamente. O conjunto de resultados ,
também reforça o potencial uso de tais animais como bioindicadores para a poluição
dos oceanos, principalmente nas áres de ocorrencias de tais espécies (PIATT;
SYDEMAN, 2007; BONANNO; ORLANDO-BONACA, 2018; VELARDE;
ANDERSON; EZCURRA, 2019; PEROLD; SCHOOMBIE; RYAN, 2020).

Entre as três famílias estudadas, Procellariidae foi a mais impactada pelo


plástico, com todas as espécies possuindo algum resíduos em seu trato digestório.
Apesar de algumas dessas espécies possuírem 50% ou mais das amostras com
ocorrência de macroplástico, tratam-se de N amostrais baixos, entre 1 e 5
indivíduos, como em Pachyptila desolata (N = 1), Daption capense (N = 1),
Pterodroma incerta (N = 2), P. mollis (N = 1), Macronectes giganteus (N = 5), A.
gravis (N = 2), Fulmarus glacialoides (N = 3), outros estudos com tamanhos
amostrais maiores ou semelhantes, também indicaram a presença de plástico no
19

trato digestório de tais espécies, como por exemplo em Barbieri (2009), Colabuono
et al. (2009), Roman et al. (2016), Tavares et al (2017), Perez et al. (2019).

Para as demais espécies de Procellariidae, P. puffinus e C. borealis são


representados por 14 espécimes cada, sendo C. borealis com a maior frequência de
plástico entre as duas, com 42,9% das aves. Em Tavares et al. (2017), a incidência
de plástico nesta espécie foi menor a partir de uma amostra maior, com 23,7% das
38 aves. Ainda em Tavares et al. (2017), a frequência de detritos plásticos por
espécies para P. puffinus foi semelhante, mesmo possuindo seu N amostral maior,
com 12,5% de um total de 32 indivíduos, comparativamente aos 14,3% das 14 aves
do presente estudo. Estudos com um menor número de indivíduos amostrados,
como em Barbieri (2009), a ocorrência foi de 85,71% em um total de 7 indivíduos.

Procellaria aequinoctialis foi o petrel com maior número de tratos digestivos


avaliados com 16 tratos, mostrando-se também como uma das mais afetadas pelo
plástico no atual estudo (frequência de ocorrência = 68,8%). Outros estudos como
Colabuono et al. (2009) e Tavares et. al. (2017) também identificaram considerável
frequências de ocorrência de macroplástico na espécie, com 49% e 50%,
respectivamente. Petry e Benemann (2017) sugerem que a ingestão de detritos
plásticos têm aumentado ao longo das décadas, ligadas ao aumento da poluição
plástica em áreas de alimentação e características anatômicas, partindo de uma
frequência de 21,42% em 1990 para 63,07% para estudos executados entre 2007 e
2014. Portanto, futuros estudos de monitoramento da ingestão de plástico para esta
espécie são estimulados, para que os dados possam, de fato, detectar este
crescimento, identificar possíveis impactos na vida e ciclo natural da espécie, para a
conservação da mesma.

Em Diomedeidae, foi encontrado macroplástico em duas espécies; T.


melanophris e T. chlororhynchos. Apesar do tamanho amostra ter sido o maior entre
todas as espécies (N = 22), T. melanophris obteve o menor índice de frequência de
ocorrência, com 4,5%, e entre diversos estudos, a frequência de ocorrência também
variou, com 3,1% (N = 32) em Jiménez et al. (2015), 12% (N = 59) em Colabuono et
al. (2009), 57,1% (N = 7) em Tavares et al. (2017) e 73,07% (N = 26) em Barbieri
(2009). Para D. dabbenena e D. epomophora, são escassos estudos que não
tenham apresentado pequeno tamanho amostral, portanto, a não identificação de
20

plástico nestes táxons pode estar relacionada ao reduzido percentual da população


total da espécie que foi efetivamente analisada. Tavares et al. (2017), com maior
quantidade de indivíduos analisados (6 e 23 respectivamente), encontrou uma
frequência de ocorrência de 33,3% e 17,4% respectivamente para estas espécies.
Em O. oceanicus existe registro de ingestão de macroplástico em Croxall et al.
(1988) com 10% de ocorrências e Moser e Lee (1992) 38,3%.

Com exceção de D. capense, todas as espécies que possuíram plástico, foi


possível identificar tais detritos no ventrículo, e a porção do trato digestório com
maior frequência de ocorrência de macroplástico. Este padrão de localização no
trato digestório também foi identificado por Colabuono et al. (2009),
Donnelly-Greenan et al. (2015), Jiménez et al. (2015) e Perez (2016), pode indicar
que a maior parte do macroplástico ingerido fica retido nesta porção do trato
digestório.

Ainda, os Procellariiformes possuem constrição gástrica entre o proventrículo


e o ventrículo (Isthmus gastris), mais acentuado em Procellariidae em comparação a
Diomedeidae (RYAN, 1988; COLABUONO & VOOREN, 2007; KÜHN et al. 2015).
O acúmulo de material no ventrículo pode estar ligado a este menor diâmetro,
principalmente em Procellariidae, dificultando que os detritos sejam regurgitados
(COLABUONO et al., 2009; PEREZ, 2016). Esta característica, pode explicar a
maior quantidade de macroplástico encontrado no ventrículo e menor frequência de
ocorrência de plástico em Diomedeidae.

O tipo de macroplástico mais frequentemente encontrado foram os


fragmentos plásticos, assim como para outras espécies de aves marinhas com,
Oceanodroma tristrami (YOUNGREN et al., 2018), Ardenna carneipes (GRANT et
al., 2021), em Procellariidae e Diomedeidae (COLABUONO et al., 2009, VAN
FRANEKER & LAW, 2015). As evidências sugerem que fragmentos plásticos são os
comumente encontrados nas mais diversas espécies de Procellariiformes, indo de
encontro a o estudo de Van Franeker e Law (2015), no qual apontou que este tipo de
resíduo plástico é o mais encontrado atualmente nos oceanos.

Pellets foi o tipo de macro plástico com o menor tamanho médio e com o
menor desvio padrão, indicando maior estabilização no tamanho entre os ítens,
21

possivelmente devido a padronização necessária para a manufatura de objetos


plásticos (KARLSSON et al., 2018). O nylon apresentou o maior tamanho médio, o
maior desvio padrão e o ítem plástico mais longo, tais evidências podem ser
explicadas devido ao material ser manufaturado e comercializado em diferentes
metragens (NASCIMENTO et al., 2022).

Colabuono et al. (2009) analisaram 78 aves oriundas da pesca, de um total de


115 aves, e não encontraram diferenças significativas na frequência de plásticos
entre as aves coletadas a partir da pesca incidental e encalhadas, assim como o
padrão encontrado no atual estudo. A hipótese surge uma vez que, em ambos
métodos de coleta, é comum encontrar macroplástico no trato digestório de tais
aves, tornando-se emergente examinar a potencial influência de detritos nestes
fenômenos. Os resultados sugerem, então, que a presença de plástico pode não ser
a causa determinante para casos de encalhes e da captura incidental na pesca,
quando há presença de plástico no trato digestório das aves. Mesmo com a
possibilidade de que a presença do material possa estar contribuindo para a
ocorrência de encalhes, sustentado por evidências como em Roman et al. (2019),
em que, dependendo do volume de detritos ingeridos, o plástico pode levar o animal
à morte. Sendo assim, no atual estudo, a maioria dos casos de encalhe
aconteceram com níveis subletais de ingestão de macroplástico. Em episódios de
interação com a pesca industrial, as aves buscam se alimentar das iscas lançadas
em anzóis, resultando na principal causa de morte na pesca, por afogamento
(NEVES et al., 2006). A partir desse comportamento, é possível entender que as
aves estejam em forrageamento e, portanto, é improvável que existam níveis
volumétricos de macroplástico no trato digestório que o torne não funcional. Deste
modo, a partir das análises expostas, não foi possível detectar se a presença de
macroplástico foi o principal fator de influência para a mortalidade de aves
Procellariiformes encalhadas ou procedentes da pesca incidental.

5. Conclusão

O presente estudo traz evidências de que espécies de Procellariiformes que


ocorrem em águas brasileiras estão ingerindo plástico, e pela metodologia,
identificamos o fragmentos plásticos com tipo de macroplástico mais comum, o nylon
como os maiores e que o ventrículo foi a porção do trato digestório foi mais afetado,
22

demonstrando que a poluição por plástico nos oceanos atinge as aves, e que tais
espécies são uma importante fonte de informação como bioindicadores. Portanto, se
faz necessário que contínuos estudos de monitoramento deste fenômeno sejam
fomentados, a fim de compreender a magnitude dessas ameaças, com o objetivo de
conservação das espécies.

REFERÊNCIAS

BAAK, J. E. et al. Plastic ingestion by seabirds in the circumpolar Arctic: a review.


Environmental Reviews, v. 28, n. 4, p. 506-516, 2020.

BARBIERI, E. Occurrence of Plastic Particles in Procellariiforms, South of São Paulo


State (Brazil). Brazilian Archives of Biology and technology, Cananéia, v. 52, n.
2, p. 341-348, mar. 2009.

BATTEY P.F., PIERSMA T. Adaptive Interplay Between Feeding Ecology and


Features of the Digestive Tract in Birds. Physiological and ecological adaptations
to feeding in vertebrates, v. 81, p. 201-228, 2005.

BONANNO, G.; ORLANDO-BONACA, M. Perspectives on using marine species as


bioindicators of plastic pollution. Marine Pollution Bulletin, v. 137, p. 209-221, dez.
2018.

BURGER, J. Bioindicators: types, development, and use in ecological assessment


and research. Environmental Bioindicators, v. 1, n. 1, p. 22-39, 2006.

BOURNE, W.R.P., IMBER M.J. Plastic pellets collected by a prion on Gough Island,
Central South America. Marine Pollution Bulletin, v. 13, n. 1, p. 20-21, 1982.

CARNEIRO, A.P.B., et al. A framework for mapping the distribution of seabirds by


integrating tracking, demography and phenology. Journal of Applied Ecology, v. 57,
n. 3, p. 514-525, 2020.

CARTRAUD, A.E. et al. Plastic ingestion in seabirds of the western Indian Ocean.
Marine Pollution Bulletin, v. 140, p. 308 -314, 2019.

COLABUONO, F.I., VOOREN, C.M. Diet of Black-browed Thalassarche melanophrys


and Atlantic Yellow-nosed T. chlororhynchos Albatrosses and White-chinned
Procellaria aequinoctialis and Spectacled P. conspicillata Petrels off southern Brazil.
Marine Ornithology, v. 35, n. 1, p. 9-20, 2007.

COLABUONO, F.I., et al. Plastic ingestion by Procellariiformes in Southern Brazil.


Marine Pollution Bulletin, v. 58, n. 1, p. 93-96, 2009.

CONNORS, P.G., SMITH, K.G. Oceanic plastic particle pollution: suspected effect on
fat deposition in red phalaropes. Marine Pollution Bulletin, v. 13, n.1, p. 18-20,
1982.
23

DAUDT, N. W., et al. Plastics and waterbirds in Brazil: a review of ingestion, nest
materials and entanglement reveals substantial knowledge gaps and opportunities
for research. Environmental Pollution, v. 316, p. 120615, jan. 2022.

ELARDE, E.; ANDERSON, D. W.; EZCURRA, E. Seabird clues to ecosystem


health. Science, v. 365, n. 6449, p. 116-117, 12 jul. 2019.

FINKELSTEIN, M.E., et al. Contaminant-associated alteration of immune function in


black-footed albatross (Phoebastria nigripes), a North Pacific predator.
Environmental Toxicology and Chemistry, v. 26, n. 9, p. 1896–1903, 2007.

FOSSI, M.C., et al. A review of plastic-associated pressures: cetaceans of the


Mediterranean Sea and Eastern Australian shearwaters as case studies. Frontiers
in Marine Science v .5, p. 173, 2018.

FRY, D.M., FEFER, S.I., SILEO, L. Ingestion of plastic debris by Laysan Albatrosses
and Wedge-tailed Shearwaters in the Hawaiian Islands. Marine Pollution Bulletin,
v. 18, n. 6, p. 339-343, 1987.

GALLO, L.; UHART, M.; PEREIRA, A.; SERAFINI, P. P. Métodos para Avaliação da
Exposição a Poluentes Plásticos em Procellariiformes: revisão e padronização de
protocolos. Biodiversidade Brasileira - Biobrasil,, v. 11, n. 3, p. 1-16, 16 dez. 2021.

GRANT, M. L., et al. Seabird breeding islands as sinks for marine plastic debris.
Environmental Pollution, v. 276, p. 116734, maio 2021.

HARDESTY, B.D., et al. A biochemical approach for identifying plastics exposure in


live wildlife. Methods in Ecology and Evolution, v. 6, p. 92–98, 2015.

HOLT, E.A., MILLER, S.W. Bioindicators: using organisms to measure environmental


impacts. Nature Education Knowledge, v. 2, n. 2, p. 1-8, 2011.

HUIN, N., CROXALL J.P. Fishing Gear, Oil and Marine Debris Associated With
Seabirds at Bird Island, South Georgia, During 1993/1994. Marine Ornithology, v.
24, n. 9, p. 19-22, 1996.

JIMÉNEZ, S. et al. Marine debris ingestion by albatrosses in the southwest Atlantic


Ocean. Marine Pollution Bulletin, v. 96, n. 1-2, p. 149-154, jul. 2015.

JOUVENTIN, P., WEINMERSKIRCH, H. Satellite tracking of wandering albatrosses.


Nature, v. 343, n. 6260, p. 746-748, 1990.

KARLSSON, T. M., et al. The unaccountability case of plastic pellet pollution. Marine
Pollution Bulletin, v. 129, n. 1, p. 52-60, 2018.
24

KERSHAW, P.J. et al. Guidelines for the monitoring and assessment of plastic litter
and microplastics in the ocean. Group of Experts on the Scientific Aspects of
Marine Environmental Protection (GESAMP). p.130, 2019.

KÜHN, S. et al. Deleterious Effects of Litter on Marine Life. Marine Anthropogenic


Litter, p. 75-116, 2015.

MERRELL, T.R. Accumulation of plastic litter on beaches of Amchitka Island, Alaska.


Marine Environmental Research, v. 3, n. 3, p. 171-184, 1980.

MOSER, M. L.; LEE, D. S.. A Fourteen-Year Survey of Plastic Ingestion by Western


North Atlantic Seabirds. Colonial Waterbirds, v. 15, n. 1, p. 83, 1992.

NASCIMENTO, G. D. et al. Prevalência e Tipos de Plásticos em Albatrozes e


Petréis (Aves: procellariiformes). Biodiversidade Brasileira - Biobrasil, v. 12, n. 1,
p. 15-24, 18 jan. 2022.

NEVES, T. et al. Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e


Petréis. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis, 2006.

PACHECO, J.F., et al. Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de
Registros Ornitológicos, Ornithology Research, v. 2, n. 2, p. 32-34, jun. 2021.

PEREZ, M.S. et al. Diet of the Atlantic Petrel Pterodroma incerta during the
non-breeding season. Marine Ornithology, v. 47, p. 43-47. 2019.

PEROLD, V. et al.. Decadal changes in plastic litter regurgitated by albatrosses and


giant petrels at sub-Antarctic Marion Island. Marine Pollution Bulletin, v. 159, p.
e111471, out. 2020.

PETRY, M.V.; BENEMANN, V. R.F. Ingestion of marine debris by the White-chinned


Petrel (Procellaria aequinoctialis): is it increasing over time off southern brazil?.
Marine Pollution Bulletin, v. 117, n. 1-2, p. 131-135, abr. 2017.

PHILLIPS, R.A., et al. The conservation status and priorities for albatrosses and
large petrels. Biological Conservationb, v. 201, p. 169-183, 2016.

PIATT, L. J. F.; SYDEMAN, W.J.. Seabirds as indicators of marine ecosystems.


Marine Ecology Progress Series, v. 352, p. 199-204, 20 dez. 2007.

PIATT, J.F., et al. Seabirds as indicators of marine ecosystems. Marine Ecology


Progress Series, v. 352, p. 199-204, 2007.

PROVENCHER, J.F., et al. Are phthalate ester contaminants in northern fulmar


preen oil higher in birds that have ingested more plastic? Marine Pollution Bulletin,
v. 150, 2020.

ROMAN L., et al. A quantitative analysis linking seabird mortality and marine debris
ingestion. Scientific Reports, v. 9, n. 1, p .1-7, 2019.
25

ROMAN, L., et al. Plastic ingestion is an underestimated cause of death for southern
hemisphere albatrosses. Conservation Letters, v. 14, n. 3, p. e12785, dez. 2020.

ROMAN, L., et al. Anthropogenic Debris Ingestion by Avifauna in Eastern Australia.


Plos One, v. 11, n. 8, p. 124-235, 30 ago. 2016.

ROXALL, J. P. et al. Food and feeding ecology of Wilson's storm petrel Oceanites
oceanicus at South Georgia. Journal of Zoology, v. 216, n. 1, p. 83-102, set. 1988.

RYAN, P. G.; JACKSON, S. The lifespan of ingested plastic particles in seabirds and
their effect on digestive efficiency. Marine Pollution Bulletin, v. 18, p. 217-219,
1987.

RYAN, P.G. The incidence and characteristics of plastic particles ingested by


seabirds. Marine Environmental Research, v. 23, n. 3, p. 175-206, 1987.

RYAN, P.G. Effects of ingested plastic on seabird feeding: evidence from chickens.
Marine Pollution Bulletin, v. 19, n. 3, p. 125-128, 1988.

SAVIOLLI, J.Y. et al. 2020. Biologia Geral e Espécies com Ocorrência no Brasil,
p. 14-18. In: HURTADO, R. et al. (orgs.). Reabilitação de Procellariiformes:
(albatrozes, petréis, pardelas). 110p.

SHEAVLY, S.B., REGISTER, K.M. Marine debris & plastics: environmental concerns,
sources, impacts and solutions. Journal of Polymers and the Environment, v. 15,
n. 4, p. 301-305, 2007.

TAVARES, D.C. et al. Incidence of marine debris in seabirds feeding at different


water depths. Marine Pollution Bulletin, v. 119, n. 2, p. 68-73, jun. 2017.

VAN FRANEKER J.A., et al. Monitoring plastic ingestion by the northern fulmar
Fulmarus glacialis in the North Sea. Environmental Pollution, v. 159, n. 10, p.
2609-2615, 2011.

VAN FRANEKER, J. A.; LAW, K. L. Seabirds, gyres and global trends in plastic
pollution. Environmental Pollution, v. 203, p. 89-96, ago. 2015.

VANSTREELS, R. E. T. et al. Ingestion of plastics and other debris by coastal and


pelagic birds along the coast of Espírito Santo, Eastern Brazil. Marine Pollution
Bulletin, v. 173, p. e113046, dez. 2021.

WEINBERG, D. Standardization. The Blackwell Encyclopedia Of Sociology, p.


1-2, 15 fev. 2007.

YOUNGREN, S. M. et al. Plastic ingestion by Tristram's Storm-petrel (Oceanodroma


tristrami) chicks from French frigate shoals, Northwestern Hawaiian Islands. Marine
Pollution Bulletin, v. 128, p. 369-378, mar. 2018.

Você também pode gostar