Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Florianópolis
2022
2
Florianópolis
2022
3
http://portalbu.ufsc.br/ficha]
4
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de
Licene aprovado em sua forma final pelo Curso de Ciências Biológicas.
___________________________
Coordenação do Curso
Banca examinadora
____________________________
Prof. Guilherme de Renzo Rocha Brito, Dr.
Orientador
Florianópolis
5
Resumo
Pelo menos 45 espécies de Procellariiformes ocorrem no Brasil e esta elevada
riqueza nos impõe responsabilidade pela conservação do grupo, devido às ameaças
que estas sofrem em território nacional, como a captura incidental na pesca
industrial e a ingestão de plástico. Este trabalho teve como objetivo, quantificar e
classificar detritos plásticos encontrados em conteúdos gástricos de albatrozes e
petréis na região sul e sudeste do Brasil. Os tratos digestório foram separados em
esôfago, proventrículo e ventrículo. Os detritos plásticos foram classificados por
fragmentos plásticos, pellets, nylon e outros e, em seguida, medidos em milímetros
de comprimento. Foram analisados 94 tratos digestórios de quinze espécies de
Procellariiformes. Macroplástico foi encontrado em 31 animais de doze espécies de
duas famílias. Procellariidae apresentou 100% das espécies apresentando plástico,
e Diomedeidae 50%. Dentre estas espécies, Procellaria aequinoctialis apresentou
uma das maiores frequências de plástico, em 68,8% das amostras. O tipo de
macroplástico mais frequente foram os fragmentos plásticos. O ventrículo foi a
porção do trato digestório com a maior quantidade de detritos plásticos. Testada a
hipótese, não foi identificado diferenças significativas na frequênciade ocorrência de
macroplástico entre aves coletadas a partir da pesca incidental ou oriundas de
encalhe. O presente estudo traz novas evidências de que espécies de
Procellariiformes estão ingerindo plástico.
Abstract
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1.Introdução............................................................................................................ 10
1.1.Objetivos...................................................................................................12
2.Materias e Métodos ..............................................................................................12
2.1.Coleta das Aves e Área de estudo...........................................................12
2.2.Coleta e Classificação do Plático..............................................................13
3.Resultados.............................................................................................................14
4.Discussão..............................................................................................................18
5.Conclusão..............................................................................................................21
6. Referência.............................................................................................................22
10
1. INTRODUÇÃO
chegar aos oceanos por erros de manejo e transporte (SHEAVLY & REGISTER,
2007).
extinção (PHILLIPS et al., 2016; ROMAN et al. 2020). Dessa forma, o presente
trabalho justifica-se como uma fonte adicional de obtenção em nível nacional de
informação acerca desses animais migratórios, para contribuir e agregar
conhecimento com o intuito de auxiliar na conservação de albatrozes e petréis.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. RESULTADOS
100% para P. desolata, 100% para D. capense, 50% para P. incerta, 100% para P.
mollis, 40% para M. giganteus, 100% para A. gravis, e 66,7% para F. glacialoides.
Em relação a Diomedeidae, 4,5% das aves da espécie T. melanophris possuíam
plástico em seu trato digestório, o que também ocorreu em 11,1% dos T.
chlororhynchos.
4. DISCUSSÃO
trato digestório de tais espécies, como por exemplo em Barbieri (2009), Colabuono
et al. (2009), Roman et al. (2016), Tavares et al (2017), Perez et al. (2019).
Pellets foi o tipo de macro plástico com o menor tamanho médio e com o
menor desvio padrão, indicando maior estabilização no tamanho entre os ítens,
21
5. Conclusão
demonstrando que a poluição por plástico nos oceanos atinge as aves, e que tais
espécies são uma importante fonte de informação como bioindicadores. Portanto, se
faz necessário que contínuos estudos de monitoramento deste fenômeno sejam
fomentados, a fim de compreender a magnitude dessas ameaças, com o objetivo de
conservação das espécies.
REFERÊNCIAS
BOURNE, W.R.P., IMBER M.J. Plastic pellets collected by a prion on Gough Island,
Central South America. Marine Pollution Bulletin, v. 13, n. 1, p. 20-21, 1982.
CARTRAUD, A.E. et al. Plastic ingestion in seabirds of the western Indian Ocean.
Marine Pollution Bulletin, v. 140, p. 308 -314, 2019.
CONNORS, P.G., SMITH, K.G. Oceanic plastic particle pollution: suspected effect on
fat deposition in red phalaropes. Marine Pollution Bulletin, v. 13, n.1, p. 18-20,
1982.
23
DAUDT, N. W., et al. Plastics and waterbirds in Brazil: a review of ingestion, nest
materials and entanglement reveals substantial knowledge gaps and opportunities
for research. Environmental Pollution, v. 316, p. 120615, jan. 2022.
FRY, D.M., FEFER, S.I., SILEO, L. Ingestion of plastic debris by Laysan Albatrosses
and Wedge-tailed Shearwaters in the Hawaiian Islands. Marine Pollution Bulletin,
v. 18, n. 6, p. 339-343, 1987.
GALLO, L.; UHART, M.; PEREIRA, A.; SERAFINI, P. P. Métodos para Avaliação da
Exposição a Poluentes Plásticos em Procellariiformes: revisão e padronização de
protocolos. Biodiversidade Brasileira - Biobrasil,, v. 11, n. 3, p. 1-16, 16 dez. 2021.
GRANT, M. L., et al. Seabird breeding islands as sinks for marine plastic debris.
Environmental Pollution, v. 276, p. 116734, maio 2021.
HUIN, N., CROXALL J.P. Fishing Gear, Oil and Marine Debris Associated With
Seabirds at Bird Island, South Georgia, During 1993/1994. Marine Ornithology, v.
24, n. 9, p. 19-22, 1996.
KARLSSON, T. M., et al. The unaccountability case of plastic pellet pollution. Marine
Pollution Bulletin, v. 129, n. 1, p. 52-60, 2018.
24
KERSHAW, P.J. et al. Guidelines for the monitoring and assessment of plastic litter
and microplastics in the ocean. Group of Experts on the Scientific Aspects of
Marine Environmental Protection (GESAMP). p.130, 2019.
PACHECO, J.F., et al. Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de
Registros Ornitológicos, Ornithology Research, v. 2, n. 2, p. 32-34, jun. 2021.
PEREZ, M.S. et al. Diet of the Atlantic Petrel Pterodroma incerta during the
non-breeding season. Marine Ornithology, v. 47, p. 43-47. 2019.
PHILLIPS, R.A., et al. The conservation status and priorities for albatrosses and
large petrels. Biological Conservationb, v. 201, p. 169-183, 2016.
ROMAN L., et al. A quantitative analysis linking seabird mortality and marine debris
ingestion. Scientific Reports, v. 9, n. 1, p .1-7, 2019.
25
ROMAN, L., et al. Plastic ingestion is an underestimated cause of death for southern
hemisphere albatrosses. Conservation Letters, v. 14, n. 3, p. e12785, dez. 2020.
ROXALL, J. P. et al. Food and feeding ecology of Wilson's storm petrel Oceanites
oceanicus at South Georgia. Journal of Zoology, v. 216, n. 1, p. 83-102, set. 1988.
RYAN, P. G.; JACKSON, S. The lifespan of ingested plastic particles in seabirds and
their effect on digestive efficiency. Marine Pollution Bulletin, v. 18, p. 217-219,
1987.
RYAN, P.G. Effects of ingested plastic on seabird feeding: evidence from chickens.
Marine Pollution Bulletin, v. 19, n. 3, p. 125-128, 1988.
SAVIOLLI, J.Y. et al. 2020. Biologia Geral e Espécies com Ocorrência no Brasil,
p. 14-18. In: HURTADO, R. et al. (orgs.). Reabilitação de Procellariiformes:
(albatrozes, petréis, pardelas). 110p.
SHEAVLY, S.B., REGISTER, K.M. Marine debris & plastics: environmental concerns,
sources, impacts and solutions. Journal of Polymers and the Environment, v. 15,
n. 4, p. 301-305, 2007.
VAN FRANEKER J.A., et al. Monitoring plastic ingestion by the northern fulmar
Fulmarus glacialis in the North Sea. Environmental Pollution, v. 159, n. 10, p.
2609-2615, 2011.
VAN FRANEKER, J. A.; LAW, K. L. Seabirds, gyres and global trends in plastic
pollution. Environmental Pollution, v. 203, p. 89-96, ago. 2015.