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Ficha Teorica 3 de GF
Ficha Teorica 3 de GF
O conceito de rácio pode afirmar-se como sendo uma relação existente entre duas grandezas que
podem ser expressas, quer sob a forma de quoficiente, quer sob a forma de percentagem.
A ampliação de métodos dos rácios, as empresas para apreciação da sua situação económica-
financeira, permite salientar correlações importantes existentes entre os dados contabilísticos e
que nem sempre são apercebidos através do exame dos respectivos valores absolutos. Os rácios
são assim, um valioso instrumento de apoio para sintetizar os dados e avaliar o desempenho
económico- financeiro das empresas, já que permite acompanhar a sua evolução ao longo de
vários anos e proceder a comparações entre empresas do mesmo sector ou socio profissional.
Convém, todavia, chamar atenção pelo facto de os cálculos dos rácios só ter significado apos a
sua realização de trabalhos preliminares de preparação e correção dos elementos contabilísticos
da empresa. Por outro lado, a análise de uma empresa não se deve limitar ao exame da sua
situação de momento se querer-se emitir um juízo de valor completo sobre a situação da mesma.
Assim, a utilização deste método só terá sentido se os elementos contabilísticos disponíveis
permitirem o seu calculo em períodos sucessivos de actividades de empresa (normalmente entre
3 e 5 anos), devendo utilizar-se sempre os mesmos critérios quer na preparação e correção de
contas, quer no respectivo conteúdo e critérios valorimétricos.
Um rácio financeiro é um rácio de valores escolhidos do relatório e contas de uma empresa, com
o objectivo de determinar alguma característica financeira dessa empresa, seja a sua
solvabilidade, risco, níveis de valorização ou qualidade como investimento. A análise de rácios
ou indicadores é uma das técnicas mais utilizadas em análise financeira. Os rácios são uma razão
ou quoficiente entre duas grandezas que permitem quantificar factos ou características da
empresa, apontar indícios ou detectar anomalias e fazer comparação no tempo e no espaço.
Existe muitos rácios já utilizados de forma sistemática para determinar a condição financeira de
uma empresa. Esses rácios possuem utilidade tanto para pessoas internas a empresa (gestão da
empresa) como para entidades exteriores (investidores, analistas, financiadores fornecedores e
clientes).
Fonte dos valores usados no cálculo
Os valores utilizados para calcular os rácios são provenientes maioritariamente de documentos
produzidos pela empresa: Balanco, demostração de resultados e o mapa de fluxo de caixa. Pode
ainda ser necessários valores oriundos de entidades externas como: valores produzidos em
mercado (cotações, taxas de juro, etc.), dados macroeconómicos, valores respectivos a empresa
concorrente na mesma indústria ou no mercado em geral, para efeitos de comparação.
Uso dos rácios
Os rácios financeiros permitem:
Estabelecer o nível de valorização de uma empresa;
Comparar esses níveis ao de empresas no mesmo sector;
Comparar esse nível a empresas de sectores diferentes;
Comparar o nível de avaliação de sectores;
Comparar o nível de avaliação de mercados;
Comparar o nível de avaliação de produtos financeiros diferentes;
Comparar a evolução de uma mesma empresa em períodos de tempos diferentes
Tipo dos Rácios
Podem construi-se inúmeros rácios mas a sua utilização vai depender de objectivos de análise, no
estudo que hora se desenvolve ira se distinguir dois tipos de rácios.
Rácios financeiros: são aqueles que se relacionam exclusivamente com aspectos financeiros,
tais como, a estrutura financeira, a capacidade de endividamento, a solvabilidade, etc.
Rácios económicos: são aqueles que revelam aspectos de situação económica, como a estrutura
de custos, a estrutura de proveitos, as margens, a capacidade de gerar excedentes, etc.
Sendo que outros tipos de rácios podem ser ponderados, como sejam:
Rácios económicos – financeiros: que permite aprender os aspectos económicos financeiros,
como sejam, a rendibilidade dos capitais, as rotações dos elementos dos activos, etc.
Rácios de funcionamento: que explicam os aspectos financeiros da gestão a nível do ciclo de
exploração. São os rácios dos prazos médios de recebimento, prazos médios de pagamento, de
duração media de existências, etc.
Rácios técnicos: que procuram revelar aspectos relacionados com a produção e actividade em
geral e se expressa normalmente em unidades físicas ou comparando unidades económicas-
financeira com unidades físicas, exemplo: rendimento do equipamento, produtividade de mão-
de-obra, etc.
Os rácios podem ser classificados ainda em área que analisam, por exemplo:
Rácio de bolsa: medem o nível de avaliação da empresa atribuído pelo mercado de capitais.
Solvabilidade total: Expressa a capacidade da empresa para satisfazer os compromissos com
terceiros, a medida que se vão convencendo. Um valor superior a 1, significa que o valor do
património é suficiente para cobrir todas as dívidas da empresa. Um valor inferior a 1, significa
que a empresa esta impossibilitada de satisfazer todos os seus compromissos com meios
próprios.
Capital proprio
Solvabilidade= ∗100
passivo total
capital proprio
Autonomia financeira=
activo total
passivo
Dependência financeira=
activo total
Rácio de liquidez: medem a liquidez da firma e respectiva capacidade de fazer face aos
compromissos.
Liquidez geral: Expressa a capacidade da empresa satisfazer as suas obrigações a curto prazo
com os activos circulantes. Um valor superior a 1, significa que a empresa pode utilizar activos
líquidos para pagar as dividas a curto prazo.
Um valor inferior a 1, significa que a empresa tem dificuldade de tesouraria.
activos circulantes
Liquidez geral=
passivo circulante (dividas a terceiro a CP)
Liquidez reduzida: expressa a capacidade da empresa satisfazer as suas dividas a curto prazo
com os seus activos circulantes, sem contar com as existências.
Considera-se bons os valores entre 0,9 a 1,1.
Se houver uma diferença muito grande entre a liquidez geral e liquidez reduzida significa que ha
existência em stock (mortos), com elevados custos para empresa.
activo circulante−existencias
Liquidez reduzida=
passivo circulante (dividas a terceiro a CP)
Liquidez imediata: é utilizado pelos analistas que pretende conhecer o grau de cobertura dos
passivos circulantes por disponibilidade.
Fornecedor
Prazo medio de Pagamento = ∗360
Compras
A fórmula dupont, também conhecida como o modelo de lucro estratégico, é uma forma
comum de compor o ROE entre três componetes importantes.
Excessialmente o ROE é igual a margem liquida multiplicada pela rotação de activos
multiplicada pela alavancagem financeira.
Separar o retorn on equity em três partes torna mais fácil compreender as alterações do ROE.
Limitações dos rácios
A análise financeira através de rácios só tem sentido se tiver alguma base de comparação. A
forma mas correcta é a comparação com o histórico, concluindo-se se a evolução tem sido
favorável ou desfavorável. Outra forma é a comparação com empresas do mesmo sector ao nível
de desempenho operacional e financeiro, ou com medidas sectórias. O ideal é não ter único
termo de comparação. Os analistas financeiros procuram diversificar as fontes de informação,
enriquecendo assim a análise.
No entanto, a técnica dos rácios como instrumento dos rácios financeiros tem algumas
limitações, devendo ser usada com prudência, sob pena de se tirar conclusões com um pouco de
significado ou mesmo incorrectas. Refere-se algumas dessas limitações:
Não existem uma definição normalizada de cada rácio, quer a nível nacional, quer a nível
internacional. Assim, pode se calcular um mesmo rácio para mesma empresa com valores
diferentes, tudo dependendo das reclassificações e da forma como se constrói o rácio.
A contabilidade é feita aos custos históricos, pelo que a inflação afecta directamente as
empresas. Por outro lado, a comparação entre diferentes períodos é também afectada.
Só tratam dados quantitativos e não tem em consideração factores quanlitativos, como
sejam, a qualidade dos gestores, a motivação ou a capacidade técnica dos quadros;
Decisões de curto prazo podem afectar os mapas de prestação de contas e os respetivos
rácios (venda intempestiva das existências a dada de balanço);
A comparação de rácios com empresas do mesmo sector ou com médias podem ser
falseadas pelas diferenças das práticas contabilistas das empresas. Realmente, apesar de
existir a normalização contabilística, existem algumas liberdades em termos de critérios
de amortizações, provisões, valorimetria das existências, etc;
Os rácios analisados em dados públicos e a sua respectiva comparação com a empresa,
deverão ser acompanhados dos conhecimento seu passado. Um analista, quando
interessado no futuro, deve tirar conclusões que se baseiem no passado e refletem na
situação presente que reflectem na situação presente ou futura, por isso, devera procurar
obter os dados de plano de respectiva empresa.
A análise financeira conduzida através da analise de rácios financeiros, possui algumas
limitações importantes, tais como:
Os rácios não dependem da fiabilidade da contabilidade, bem como dos critérios
contabilísticos usados;
Quando o denominador de um rácio se aproxima de zero, o rácio pode sair destorcido e
atingir valores muito elevados e sem significado;
Os rácios são mais fiáveis se aplicados a empresas do mesmo sector;
Pode ser mais importante a evolução temporal dos rácios do que o seu valor num dado
momento;
Os rácios financeiros são feitos com base em dados históricos e podem não refletir as
expectativas para o futuro próximo.
Designa-se por fundo de maneio a parte excedente do activo circulante que cobre o passivo
circulante, ou seja, a parte dos activos fáceis de liquidar que cobre os passivos que exigem
liquidação a curto prazo. É necessário a existência de um fundo de maneio, uma margem de
segurança, para evitar erros de tesouraria. As necessidades do fundo de maneio, consiste então
em:
Necessidades de fundo de maneio=clientes+existências-fornecedores.
A variação positiva (das necessidades de fundo de maneio), resulta numa aplicação de cash flow,
ou seja, consome cash. Por tantas subidas de clientes ou existências, muitas vezes normas com o
aumento de actividades são ao mesmo tempo negativas por consumirem recursos, ao passe que
subidas de fornecedores providenciam recursos. (e descidas, consome-nos por ausência e
necessidade de substituição).
Quem faz a gestão de uma empresa, sabe o quão relevante a gestão de fundo de maneio se torna,
chegando a ser tao importante ou quase tao importante quanto a geração de resultados por parte
de empresas. Isto acontece porque, a par do capex, o fundo de maneio é o principal local onde a
empresa se vê geralmente forçada a investir uma grande parte da sua liquidez. A maioria das
falhas, dão-se por falta de liquidez e não por insolvência técnica e não é difícil de uma empresa
se ver em dificuldade se os seus clientes começarem a pagar tarde. (ou, obediente, a não pagar),
visto que, uma serie de credores da empresa (funcionários, estado e fornecedores) não
apresentarão grandes flexibilidades em termos de prazos de pagamento.
Existem varias medidas que uma empresa pode tomar para controlar o crescimento das suas
necessidades de fundo de maneio, liquidando assim o investimento que tem de fazer nessa área.
Alguns exemplos:
Melhor controle de stocck, usando o sistema de gestão de stock mais eficazes;
Melhoria dos processos produtivos por forma a possibilitar filosofias de aprovisionamento, just
in time, e consequente minimização de stocks;
Estabelecimento de relações com fornecedores próximos, de forma a possibilitar a
provisionamento just in time, e com sequente minimização de stock;
Uso de vendas de mercadorias em consignação, com a consequente menor necessidade de
financiar no stock;
O esforço na gestão de recebimento, eventualmente usado sistemas de gestão de clientes mais
eficazes;
Esforços nas cobranças de forma a minimizar o saldo dos clientes e prazos de recebimentos;
Incentivos ao recebimento mais rápidos via descontos de pronto pagamento;
Uso factoring para antecipar recebimentos (se o custo não for produtivo);
Estabelecimento de relações fortes com o fornecedor, de forma a obter mais credito, por mais
tempo.
A lista não é obviamente, exaustiva. Genericamente as medidas enquadram-se em três campos:
Minimizacao das quantidades e valores em stocks;
Minimização dos prazos e montantes em recebimentos;
Maximização dos prazos e montante de pagamento
Extensão de Cabo Delgado
Departamento de Ciências Económicas e Empresariais
Ficha Pratica 2
Balanço patrimonial de AB e filhos S/A em contos
ACTIVO 31/12/2011 31/12/2010
Activo circulante 14.102,00 7.130,00
Caixa 450,00 350,00
Títulos negociá veis 632,00 500,00
Dividas a receber 12.500,00 6.000,00
Mercadorias 520,00 280,00
FUNDOS PRÓPRIOS
Açõ es preferências 5.000,00 5.000,00
Açõ es ordiná rias 20.000,00 20.000,00
Lucros rectidos/acumulados 1.245,00 800,00
Total dos fundos próprios 26.245,00 25.800,00
TOTAL DO PASSIVO+FUNDOS PRÓPRIOS 38.235,00 36.700,00
Demonstração de Resultados de AB e filhos S/A em contos
ANO 31/12/2011 31/12/2010
Receita de vendas 15.000,00 12.500,00
Custo de produtos vendidos 4.500,00 3.750,00
Lucro bruto 10.500,00 8.750,00
Despesas operacionais 8.557,00 7.131,00
-despesas de vendas 180,00 150,00
-despesas gerais e administrativas 790,00 658,00
-despesas de depreciaçã o 7.587,00 6.323,00
Lucro operacional 1.943,00 1.619,00
Despesas financeiras 500,00 417,00
Lucro líquido antes do imposto 1.443,00 1.202,00
Imposto (40%) 567,20 481,00
Lucro líquido depois do imposto 865,80 721,00
Pede-se:
Calcular todos rácios e/ou índices já aprendidos.