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TRABALHO DE HERBORIZAÇÃO

 IMPORTÂNCIA E DEFINIÇÃO

Quando se trabalha com plantas, a identificação da espécie e sua perpetuação


como testemunho são os passos mais importantes para que qualquer investigação
possa ser reproduzida. Estudos que envolvam plantas medicinais, em qualquer área:
farmacologia, agronomia, fitoquímica, etc, para que mereçam confiabilidade, devem
partir da certeza de que as espécies envolvidas estejam corretamente identificadas e
depositadas no herbário de uma Instituição.
A herborização é o processo de preparação do material coletado para preservá-
lo em uma coleção de plantas denominada herbário. Mesmo que o objetivo da coleta
seja a obtenção de um extrato ou de substâncias ativas, é obrigatória a preparação de
uma ou mais plantas que servirão como testemunho de que aquela espécie foi
utilizada para este ou aquele procedimento. O nome que se dá à planta herborizada e
acondicionada em uma pasta ou folha de papel é EXSICATA (deriva do latim
exsicco = secar).

 PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PELOS GRUPOS

1. O TRABALHO SERÁ INDIVIDUAL!


2. A espécie escolhida deve ser COMPROVADAMENTE MEDICINAL.
3. Evitar coletar plantas com danos causados por insetos, fungos ou apresentarem
folhas/flores e ou frutos em pedaços.
4. Cada espécie DEVE APRESENTAR DOIS EXEMPLARES (repetições), ou seja,
duas exsicatas da mesma planta deverão ser entregues na data da
apresentação do trabalho.
5. Durante a coleta serão necessárias as seguintes anotações: nome completo do
coletor; procedência (local da coleta: rua, número, bairro, cidade ou Km, no caso
de estrada); cor das flores (na planta fresca).
6. A planta deverá ser constituída por ramos que apresentem em seu conjunto os
seguintes órgãos: caule, folhas e flores. Caso a espécie coletada seja de porte
herbáceo (erva) e/ou rasteira, as raízes poderão ser inclusas. Se a parte da planta
utilizada não for aquela da coleta para identificação, mas sim a casca do caule, por
exemplo, é importante anexar uma amostra da mesma na exsicata.
7. Caso existam frutos pequenos, os mesmos poderão ser secos nos próprios ramos
da planta. Se o fruto for suculento (carnoso), dependendo do tipo, deverá ser feito
cortes transversais finos e secar bem em estufa e incluí-lo na exsicata, dentro de
um envelope plástico transparente (clipar ou grampear junto à exsicata). As
sementes deverão ser colocadas em um envelope pequeno e este anexado à
exsicata.
8. Material para a coleta das plantas: tesoura de poda ou canivete; prensa (de
madeira) com tamanho aproximado de 30 X 45 cm, folhas de jornal, barbante e
papelões. Os ramos ou plantas inteiras são então colocados entre várias folhas de
jornal, procurando-se estender as folhas e flores para que não fiquem dobradas ou
enrugadas. Dois ou três conjuntos de jornal contendo ramos de plantas dever ser
separados por cartões de papelão, os quais podem também ser separados por
folhas de alumínio fino e ondulado, que facilitam a passagem de ar quente entre os
conjuntos. Todos os conjuntos assim montados devem ser colocados entre duas
lâminas de madeira (prensa: mantém o material coletado apertado entre os papéis
e papelões, de modo que, ao secar, os ramos, folhas e flores permaneçam
perfeitamente distendidos). VIRE, PELO MENOS, UMA FOLHA DA PLANTA
(VISUALIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE DORSAL DA MESMA). a prensa deverá ser
colocada em estufa (prédio III – FOC), sobretudo se as plantas forem suculentas.
Se o processo de secagem for o natural, o material vegetal deverá ser observado
diariamente e, preferencialmente, o jornal deverá ser substituído por outro. ESTA
PRENSA PODE SER COLOCADA AO SOL E RETIRADA ANTES DO
ANOITECER. Esta prensa deve ficar sob um material bastante pesado. As plantas,
em geral, deverão permanecer na prensa por, pelo menos, duas semanas. As
plantas suculentas, muitas vezes, podem ficar em estufa por até dois meses.
9. Após a secagem, as plantas devem ser armazenadas em recipiente fechado
(caixa, por exemplo) com naftalina, em local seco, para evitar o ataque de fungos e
insetos. Deixar a caixa em ambiente não ocupado por pessoas, devido a
toxicidade da naftalina.
10. Quando a planta estiver seca, o material deverá ser anexado à cartolina branca
(29 X 42 cm) com linha de costura branca. NÃO DEVE SER USADO: FITA TIPO
“DUREX” / CREPE e NENHUM TIPO DE COLA.
11. A etiqueta com a identificação da espécie coletada deverá ser colada no lado
inferior direito (frente).

MODELO DA FICHA (FRENTE)


9 cm X 14 cm
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS - FMU
(negrito/Arial 16)

(Times New Roman/14 – sem negrito) Exemplo:


Nome vulgar: Alecrim
Nome científico: Rosmarinus officinalis L.
Família: Lamiaceae (Labiatae)
Procedência: R. São Joaquim, 134 – Liberdade, S. Paulo.
Coletor: Ana Maria dos Santos
Data da coleta: 02/08/2016
Dados Botânicos: Porte: arbustivo
Cor das flores: lilás

12. A notação correta do nome das espécies inclui o nome do autor que descreveu a
espécie. Ex: alho = Allium cepa L.
13. No verso da exsicata deverá ser colada uma ficha descritiva da planta.

MODELO DA FICHA QUE DEVERÁ SER COLADA ATRÁS DA EXSICATA


(Folha de papel tamanho A4/ fonte: Arial 12).

ITENS OBRIGATÓRIOS:
 Sinonímia Popular: citação dos vários nomes populares (língua portuguesa), pelos
quais a planta é conhecida.
 Dados Botânicos: descrição botânica da planta (porte, tipo de flor, fruto, etc.)
 Parte da planta utilizada: raiz, semente, a planta toda, etc.
 Forma utilizada: infusão, cataplasma, decocto, etc.
 Constituintes químicos: óleos essenciais (terpenos), alcalóides, flavonóides, etc.
 Uso medicinal: diurética, estomacal, etc.
 Referências: CITADAS DE ACORDO COM AS NORMAS DA ABNT.

*Deverão ser citadas, no mínimo, três referências diferentes e que, pelo menos, uma
delas seja de livros, revistas (artigos científicos), etc.
* NA PARTE DE TRÁS DA EXSICATA, DEVERÁ SER COLADA UMA ETIQUETA
CONTENDO O NOME E O NÚMERO DO (A) ALUNO (A).
AULAS PRÁTICAS: MATERIAIS E USO

I) INSTRUÇÕES PARA O USO CORRETO DO MICROSCÓPIO ÓPTICO

1. Cada dupla será responsável por 1 microscópio determinado, durante todo o


ano letivo. Antes do início da prática, a dupla deverá examinar o microscópio
e relatar às professoras qualquer problema (falta de acessórios, objetivas
sem foco, etc).
2. Ligue o microscópio e coloque a lâmina na mesa ou platina, prendendo-a
com os parafusos do charriot. Centralize o que deseja observar, fazendo
passar um foco de luz pelo centro do corte presente na lâmina. Encaixe a
objetiva de menor aumento (4x ou 5x).
3. Aproxime o revólver da mesa, com o parafuso macrométrico, até travar.
4. Colocando o olho na ocular, distancie o sistema de lentes da mesa, mexendo
apenas no parafuso macrométrico. Quando tiver obtido foco grosseiro, use o
parafuso micrométrico, para obter foco preciso. Movimente a lâmina, com os
parafusos do charriot, que permitem movimentos laterais (da esquerda para a
direita e de baixo para cima).
5. Feche o condensador, gradativamente, com o diafragma, até obter um foco
adequado do objeto de estudo.
6. Para os estudos botânicos, serão utilizadas as objetivas de 4x ou 5x, 10x e
40x. Raramente a objetiva de imersão (100x) será utilizada.
7. Para diferenciar as objetivas, olhe por fora, do lado, onde está gravado o
aumento.
8. Após terminar a prática, retire a lâmina da mesa, encaixe o charriot, de forma
que os parafusos não fiquem para fora, encaixe a objetiva de menor
aumento, desligue o microscópio e enrole o fio, cobrindo o aparelho com a
capa protetora.

II) MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA A REALIZAÇÃO DAS AULAS


PRÁTICAS
- Lápis de cor
- Jaleco branco
- Apostila prática
- Apostila teórica

PREPARAÇÕES PARA O ESTUDO MICROSCÓPICO DE DROGAS VEGETAIS


- Coleta e preparo do material vegetal;
- Corte;
- Coloração;
- Montagem.
TÉCNICA DE CORTES A MÃO LIVRE
Utilizam-se suportes no interior dos quais se incluem peças (parte do vegetal) a serem
seccionados. Esses suportes podem ser pedaços de isopor ou o pecíolo de embaúba
(vegetal). Os cortes são efetuados geralmente nos seguintes sentidos:
- corte transversal;
- corte longitudinal radial;
- corte longitudinal tangencial;
- corte paradérmico (folhas)
Uso da Lâmina de barbear
Os cortes são obtidos com dois movimentos rápidos e conjugados da lâmina sobre o
material a ser cortado, incluídos o isopor. Todos os cortes devem permanecer imersos,
dentro de uma pequena peneira, em água destilada.
Clareamento dos cortes
Após a realização de um número suficiente de cortes, a peneira deverá ficar imersa
em um recipiente contendo hipoclorito de sódio ou do cloral hidratado até ficarem bem
claros (transparentes). Após a descoloração o material deve ser lavado (ainda dentro
da peneira).
Coloração
- Hematoxilina de Delafield
Colocar duas gotas de hematoxilina de Delafield em um pequeno vidro de relógio ou
placa de Petri. Colocar a peneira (com os cortes) dentro do recipiente por alguns
minutos (1 à 3 minutos).
- Fucsina (corante vermelho) e Azul de Alcian (corante azul)
O procedimento é o mesmo do usado para a hematoxilina de Delafield.
Montagem em glicerina
Colocar sobre a lâmina uma a duas gotas de glicerina 50% e transportar os 2
melhores cortes, com o auxílio de um pincel. Cobrir, com todo o cuidado, o corte e a
gota de glicerina com a lamínula.
Caso ocorra o extravasamento da glicerina, retirar o excesso com pequenos pedaços
de papel de filtro. Vedar a lâmina com esmalte incolor.

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