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HERBÁRIO
Alexandre Francisco da Silva*
Milene Faria Vieira*
A coleção mantida pelo VIC abrange principalmente a flora do Estado de Minas Gerais,
somente nos grandes herbários, como o do Museu Nacional do Rio de Janeiro ( R ), o
do Jardim Botânico do Rio de Janeiro ( RB ) e o do Instituto de Botânica de São Paulo ( IBt ) a
coleção botânica guarda plantas de todo o Brasil e também do exterior. A maioria dos
herbários, no entanto, coleciona plantas de áreas geográficas limitadas.
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Quando coletado, para fazer parte do acervo, o material deve estar o mais
completo possível, isto é, com folhas, flores e frutos. Plantas encontradas apenas no estádio de
floração devem ser coletadas posteriormente com folhas e, ou, frutos de forma que a exsicata
fique completa.
O ramo coletado deve ser suficiente para se obter cinco (5) cópias, no mínimo. Nas
plantas arbóreas, poda-se um pedaço de ramo que é subdividido em cinco partes. Já no caso
de plantas herbáceas, coletam-se cinco plantas completas, certificando - se o coletor, de tratar-
se da mesma espécie. O número de cinco cópias é importante para se ter material suficiente
para identificação posterior, fazer intercâmbio com outros herbários, substituição de exsicata
danificadas por quaisquer razões, etc.
a) número do coletor: as anotações feitas para cada planta coletada, no caderno de campo
do coletor, são organizadas em numeração arábica crescente. Cada coleta, incluindo aqui
todos os exemplares de determinada planta, recebe um único número. De forma que o número
mais elevado de um caderno de coleta, corresponde ao número de plantas coletadas pelo
botânico.
b) procedência ou local de coleta: refere-se à localidade específica da coleta, que deve ser
feita de tal modo, que qualquer pessoa interessada em obter novamente aquele material,
possa chegar ao local certo sem dificuldades. A procedência correta inclui o país, o estado, o
município ou coordenadas geográficas de um local próximo do ponto da coleta. Por exemplo:
Brasil, Minas Gerais, Viçosa, estrada Viçosa-Ponte Nova. km 8, do lado direito, no barranco.
c) data da coleta: é importante porque as vezes é necessário voltar ao local para coleta
complementar e também para trabalhos de fenologia e coleta de sementes em caso de árvores
matrizes, já que assim estaria indicando o período de floração elou frutificação da espécie
naquela região.
Atividades de Laboratório
Prensagem
Dependendo do tipo de material a prensagem deve ser feita no ato da coleta; tais
como: plantas aquáticas ( especialmente as flores ); flores delicadas e folhas compostas. Do
contrário, após a jornada de trabalho no campo, o material botânico, que foi transportado no
saco plástico, deve ser prensado. A prensagem é feita utilizando-se duas superfícies planas
(prensas) que servirão de suporte (42crn X 30cm); folhas de jornal, que envolverão o
material botânico; papelão corrugado; chapa de alumínio corrugado e pesos; correias ou
cordões para comprimir fortemente a pilha formada por todo o material. A seqüência para a
formação do conjunto de prensagem é a seguinte: papelão corrugado, corrugado de alumínio,
corrugado de papelão, folha de jornal contendo no interior o material botânico, papelão
corrugado, corrugado de alumínio e papelão corrugado. Esta seqüência forma um conjunto de
prensagem que pode ser repetido quantas vezes permitir a prática de quem estiver
trabalhando.
No momento em que se estiver colocando a planta dentro da folha de jornal, deve-se
ajeitar as folhas e flores dos ramos ou das plantas para que não fiquem amarrotadas e
sobrepostas; do contrário a umidade será retida mais tempo, propiciando o aparecimento .do
mofo, sem contar que a observação posterior será dificultada. Depois de montada a exsicata
não se pode mudar a posição das suas partes. Por isso, no momento da prensagem, é
importante deixar-se folha na face ventral e dorsal voltadas para o mesmo lado, já que muitas
vezes presença de pêlos, tipo de pêlo, glândulas e outros caracteres são de grande
importância para a determinação taxonômica do material.
Por fim, os conjuntos de prensagem devem ser colocados entre duas prensas, como se
fossem o recheio de um sanduíche, e todo conjunto apertado o máximo possível com duas
correias ou cordas.
Como foi exposto anteriormente, plantas muito pequenas e muito delicadas podem ser
prejudicadas na prensagem. Por isso, podem ser conservadas em meio líquido conservador.
Este meio de conservação deve ser utilizado também para flores e frutos carnosos, daí
necessidade de frascos de vidro e tubos de tamanhos variados.
O líquido preservador pode ser o álcool etílico a 70%, 80% ou 90%, o formol a 40%
(formalina). Um outro líquido preservador amplamente utilizado, o FAA, tem a seguinte
composição: 5ml de formol a 40%(=formalina) + 5rnl de .ácido acético glacial + 90ml
álcool a 50%. No entanto, esses líquidos preservadores têm como inconveniente
descoloração do material, além de deixarem as partes da planta, que se quer preservar, dura e
Quebradiças.
Existem, porém, algumas técnicas e soluções que preservam a planta com as cores
naturais. Entre elas destaca-se o Líquido de Harnmariund (750ml de sulfato de cobre em
solução saturada + 5ml de formal a 40% + 250ml de água destilada). Nessa técnica, coloca-se
a planta na solução durante oito dias, após o que ela é transferida para uma solução de
formalina a 10%. Caso o material contenha muito óleo essencial, tanino, resina, látex, deve-se
colocá-lo por duas vezes seguidas por dez minutos numa mistura de álcool-éter, e duas horas
em água.
Secagem
Identificação
Registro
Toda exsicata antes de ser incorporada ao acervo deve ser registrada no "caderno
de registro". Este caderno é organizado por numeração arábica crescente, contendo as
seguintes informações: família, gênero, espécie, nome(s) do(s) coletores, data e local da
coleta.
Nos herbários localizados em regiões tropicais os cuidados cem a coleção devem ser
redobrados, já que a probabilidade de injúrias no material armazenado é muito maior por
ataque de insetos (larvas de besouros, piolho dos livros, traças), de ácaros e mofos,
principalmente onde a umidade do ar é muito elevada.
Uma medida preventiva é a. colocação e manutenção, no interior dos armários, de
naftalina ou pastilhas de paraformaldeído, que agem como repelentes contra os animais.