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Instituições e Áreas que

suportam o exercício da
taxonomia
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Instituições
Áreas que suportam o exercício da taxonomia

•Jardim Botânico (incluindo o Jardim


Botânico Experimental)

• Herbarium (plural: Herbaria)

• Biblioteca (Literatura)
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Serviços Prestados pelo Jardim Botânico

-Projectos de investigação taxonómica: Por via de aglomeração de


plantas Ex – Situ. uma grande quantidade de espécies poderão ser
utilizados em vários estudos (Anatómicos, Citológicos, Químicos,...)
em qualquer momento.
Importante também a construção de ambientes controlados para
determinadas plantas (Estufas, Casa de plantas áridas, Lagoa,...)

- Ensino – As colecções de plantas são organizadas em Famílias ou


Habitates ou grupos de utilidade.
- Material – Para Fisiologistas, Químicos,...
- Conservação: Ex. Espécies ameaçadas, plantas medicinais, Banco
de genes,...
- Estética / ornamentacao
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Herbarium
Definição: Colecção de plantas secas,
prensadas montadas em folhas que
possuem uma estética detalhada e são
armazenadas em armários. Corresponde a
biblioteca de plantas. É o local de
armazenamento de colecções de plantas de
um local, País, região.
Serviços prestados pelos Herbaria:
-Identificação dos especímens
-Base para a investigação e preparação de
floras e monografias.
-Ensino (conjugado com o J. Botânico e o
campo)
-Preservação de especímens. Muito importantes
são as espécies ‘Tipo’; Espécies examinadas
para análises químicas, cromossómicas, etc.
Outras colecções de um Herbarium:
-Colecções carpológicas (Frutos e
sementes)
-Colecções em álcool/formol (spirit-
collections)
Tipos de Herbaria:
 Herbário local
 Herbário Nacional
 Herbário Regional
 Herbário Geral (internacional)
 Herbario Especial (Histórico, de ensino...)
Herbário Local
Exemplo: Ilha da Inhaca
 Funções do Herbário local:
 contribuição para as floras nacionais
 produção de floras locais e listagens
 Apoio nos estudos ethnoecologicos
 Apoio nas práticas de conservação e de
maneio dos recursos florísticos
Herbário nacional
Exemplo: Herbário LMA e LMU
Funções do Herbário nacional:
 Produção de flora nacional de um País.
 Contribuição para as floras da região onde
o País se insere.
 Apoio na produção de outros documentos
de apoio a estudos florísticos
 Envio e troca de espécimens para estudo
para floras regionais e mundiais
Herbários de Moçambique:
 Herbário LMA (do Inst. Nac. de
Agronomia). Herbário Nacional. 60000-
70000 exemplares
 Herbário LMU (da Universidade Eduardo
Mondlane). 60 000 exemplares
 Vastas áreas de Moçambique ainda
necessitam de estudos florísticas!
Breve História do estudo de plantas em Moçambique

 O estudo das plantas em Moçambique começou no período colonial


no século XIX. As primeiras plantas foram colhidas em locais onde
se desenvolviam interesses económicos como nas vias ferroviárias e
nas plantações. O estabelecimento dos herbários – LMU (1964) na
Universidade e LMA (1967) no Instituto de Investigação Agronómica -
e o surgimento do programa de estudos florísticos - Flora
Zambesiaca e Flora de Moçambique - editados respectivamente em
Londres e Lisboa, estimulou ainda mais as expedições para o
conhecimento da flora deste País.
 O herbário LMU incorporou material do extinto herbário do Institituto
de investigação Científica de Moçambique –LMC e, o Herbário LMA,
incorporou material dos extintos herbários da Direcção de
Agricultura e Florestas- LM e o herbário do Centro de Investigação
Científica Algodoeira – LMJ, instituições actualmente extintas. As
principais colecões de plantas de Moçambique são: L.A.G. Barbosa,
M.F. Carvalho, M.F. Correia, J. de Koning, L.M.A. Macêdo, M. Myre, A.
Nuvunga, L.G. Pedro, J. Pedrogão, A.M. Perreira, A.F.G. Sousa, A.R.
da Torre. LMU e LMA armazenam no total cerca de 120 000
exemplares de plantas (Angiospérmicas, Gymnospérmicas e
Pteridófitas) e Macroalgas. No estrangeiro, as principais colecções
de Moçambique encontram-se maioritariamente em Lisboa (LISC),
Inglaterra (K), África do Sul (PRE), Zimbábwè (SRGH), EUA (MO),
Holanda (WAG).
-Colheita
-Herborização
-Montagem
-Identificação
Etiquetagem:
-Etiqueta do campo
(Etiqueta númerica)
-Etiqueta de registo definitivo (Etiqueta para o
Herbário)
Informação relevante para registo numa etiqueta do
campo:
1. Nome do colector e número de colector (númeração contínua)
2. Data de colheita
3. Localização geográfica incluindo leitura do GPS (Global Positioning
System)
4. Registo das características que se perdem com o processo de
secagem e colheita (exemplo: tamanho da planta e cor da flor)
5. Caracterização do habitat
Porquê montar os espécimens
colhidos?
 Material não montado é melhor para analise e
estudo, contudo este material seco tende a ser
muito quebradiço e susceptivel a danos.
 Quando seco este deve ser preparado
adequadamente e bem cuidado
 Deste modo os specimens de herbário podem durar
indefinidamente.
 No entanto é necessário que se tome algumas
precauções no que respeita a qualidade do material
e forma de arquivar o material pois são requisitos
para que este se conserve durante muito tempo.
Importante selecionar o papel de montagem, fitas
adesivas, cola (etc.) de boa qualidade
Objectivos da montagem:
 Permitir visualizar o máximo de
caractiristicas possiveis do specimen.
 Apresentar claramente todos os dados do
livro de campo na etiqueta definitiva.
 Evitar danos e preservar o specimen
ajustando-o firmemente numa cartolina ou
cartão
 Tornar o specimen fácilmente acessivel
Etiquetas de Registo Definitivo
 É sempre melhor considerar a posição da
etiqueta, primeiro. Depois o processo de
fixar a planta depois.
 A melhor posição é o canto inferior direito.
 Etiquetas adicionais deverão ser também
colocados se possivel por cima da etiqueta
principal ou pelo menos perto desta.
Etiqueta númerica
 Esta contem o número da colecção do
espécimen colhido; normalmente
afixada ao specimen por um fio.
 Esta etiqueta deve ser preservado com
o espécimen  
Biblioteca
(ou Literatura)
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Na Biblioteca encontramos 4 categorias
básicas de literatura taxonómica a saber:

-Monografias,
-Floras,
-Relatórios de investigação,
-Literatura de apoio (ou de referência).
Monografia – Compilação de toda a informa-
ção taxonómica de um grupo (exemplo
Género, Família): Envolve a integração da
informação prévia e os resultados da investi-
gação do Autor. Normalmente com cobertura
vegetal mundial.
Flora – Compilação taxonómica de todas
as plantas de uma região Geográfica
definida = Estudo florístico.
Flora Zambesiaca, Flora de Moçambique,
Flora Capensis, flora Malesiana. Flora of
Tropical East Africa, ....
Relatórios de investigação:
Revistas científicas: “Economic
Botany” “Bothalia” “Taxon”,
“Panorama Biológico”. Kew Bulletin,
Kirkia, South African Journal of
Botany, Science, etc....
Literatura de apoio (ou de
referência).
Índices, Dicionários de plantas,
Glossários
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Chaves de identificação ou de diagnóstico

Função: Determinador

As chaves não oferecem descrições da


planta em causa mas enumeram característi-
cas essenciais para a identificação da planta
em causa.
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Tipos de chaves de identificação:
- Chaves de acesso único ou chaves
sequênciais (Dicotómicas)
- Chaves de acesso Múltiplo (Normalmente
em cartões furados)
-Copla,
-Duas alternativas por copla
-Varias preposicoes por
aleternativa
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Código de Nomenclatura Botânica

ICBN (International Code For Botanical Nomenclature =


Código Internacional de Nomenclatura Botânica)
Inclui plantas, algas e fungos

Objectivo: Providenciar um código de prática de


nomenclatura que seja internacionalmente aceite

Conteúdo: Artigos (Regras) e recomendações


Ex. 1. Definição de Taxon (Taxa) e categoria
2. Nomenclatura Binominal
3. Autor ouAutoridade
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Cocos nucifera L. ‘coqueiro’
Afzelia quanzensis Welw. ‘chanfuta’
Casuarina equisetifolia J. R. & G. Foster ‘casuarina’
Hormophysa triguetra (C. Ag.) Kutz. ‘Alga castanha’

‘Type’
Tipo = Elemento singular de um taxon sobre o qual o seu nome
está permanentemente ligado a esse taxon.
É a primeira planta utilizada para a descrição da planta em causa.
Vários tipos de tipo: Holotipo, Isotipo, Sintipo...

Hibridos (x)
Ex. Camellia japonica x Camellia saluensis

Cultivar (cv)
Ex Taxus bacata cv variegata
Taxus bacata ‘variegata’
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Holotipo – Especímen de uma colecção designada (ou indicada)
pelo autor como sendo especímen da novo taxon
Tipo do nome de uma espécie (sub-espécie ou variedade).
Designação numa publicação.

Isotipo – Duplicado do holotipo, isto é, parte da mesma colecção.

Sintipo – Qualquer 1, 2 ou mais colecções citadas pelo autor na


publicação, quando nenhum outro tipo tenha sido designado.
(Qualquer dos especímens designados como tipos)

Neotipo – Especímen escolhido para tipo quando o material


original tenha sido perdido. Escolhido por um outro autor
subsequente.
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Epíteto = Corresponde a uma palavra de um nome que contém mais
do que uma palavra
Mangifera indica L. (mangueira)

Epíteto genérico Epíteto específico

Epíteto é diferente de: categoria, taxon

Categoria = Grupo ou nível na hierarquia de classificação (de cultivar ao


Reino)

Taxon (plural taxa) = Unidade taxonómica de qualquer hierarquia de


classificação. Aplica-se a uma planta descriminda.
Grupo taxonómico a qualquer nível. Refere-se a qualquer grupo de
organismos, populações considerados suficientemente distintos de outros
grupos tratados como unidade separada
Taxon = Unidade taxonómica

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