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Cartografia e Produção de Mapas

Disciplina: Geoprocessamento
INTRODUÇÃO

PROPÓSITO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO:


PRODUZIR RESULTADOS

maneira eficaz de resumir e


MAPAS comunicar os resultados de
operações de SIG para um
público mais amplo.

DEFINIÇÃO DE MAPA NO AMBIENTE SIG:


❑ Termo para descrever produtos digitais ou analógicos (cópia eletrônica ou
impressa) de um SIG que mostram as informações geográficas com o uso de
convenções cartográficas bem estabelecidas.
❑ Resultado final de um série de etapas de processamento de dados em SIG.
INTRODUÇÃO

ETAPAS DE PROCESSAMENTO DE DADOS EM SIG:

Transformações em SIG necessárias para criar uma mapa.


❑ Cada uma dessas atividades, sucessivamente, transforma uma base de
dados de informação geográfica até que ela esteja na forma apropriada para
a exibição em uma dada tecnologia.
MAPAS - REFERÊNCIA E TEMÁTICO

❑ Existem dois tipos de mapas:

MAPAS DE REFERÊNCIA MAPAS TEMÁTICOS

❑ Transmitem informação geral. ❑ Retratam temas geográficos


específicos, como estatíticas do
❑ Exemplo: cartas topográficas de
censo populacional, solos, zonas
agências oficiais de mapeamento
climáticas etc..

Taxa de Urbanização dos Municípios do Estado de São Paulo


MAPAS - REFERÊNCIA E TEMÁTICO

MAPA TEMÁTICOS

MAPA DE REFERÊNCIA
MAPAS

MAPAS SÃO, AO MESMO TEMPO, MECANISMOS DE ARMAZENAMENTO E


DE COMUNICAÇÃO DA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

COMO MEIO DE ARMAZENAMENTO

❑ Antes do SIG o mapa em papel era o banco de dados

❑ Atualmente o mapa em papel pode ser considerado como um dos muitos


produtos que podem ser gerados a partir de uma base digital de dados
geográficos
MAPAS

MAPAS SÃO, AO MESMO TEMPO, MECANISMOS DE ARMAZENAMENTO E


DE COMUNICAÇÃO DA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO


❑ Podem representar resultados de análise.
❑ Exemplo: o lugar mais adequado para a instalação de uma determinada
loja.
❑ Podem comunicar relações espaciais entre os fenômenos sobre um mesmo
mapa ou entre dois mapas de uma mesma área ou de área diferentes.

Um apoio à decisão eficaz requer que a mensagem do mapa seja


facilmente interpretável na mente do tomador de decisão
LIMITAÇÕES DE MAPA DE PAPEL
❑ Possuem escala fixa

❑ Possuem extensão fixa se não cobrir toda a área de interesse serão


necessárias folhas de mapas adjacentes.
❑ Em SIG, o meio para visualizar o mapa é contínuo.

❑ Apresentam visão estática do mundo não possibilitam representações


dinâmicas.

❑ É plano e, portanto, limitado ao número de perspectivas que pode oferecer a


dados tridimensionais.
❑ Em SIG, a visualização em 3D é muito mais eficaz.

❑ Oferecem uma visão do mundo tida como definitiva.


❑ Já em SIG, o mapeamento permite suplementar o material da base
cartográfica com dados adicionais.

❑ Fornecem uma única visão do mundo: a de quem o elaborou.


❑ Usuários de SIG podem criar as suas próprias representações de mapas de
uma forma interativa.
PRINCÍPIOS DA CONCEPÇÃO DE MAPA

❑ Os principais objetivos da concepção de mapas são:


❑ Compartilhar informações
❑ Destacar padrões e processos
❑ Ilustrar os resultados
❑ Representar adequadamente
A concepção de mapas é um procedimento bastante complexo que
requer a otimização simultânea de muitas variáveis e a
harmonização de vários métodos.

❑ Criação de uma imagem agradável e interessante, de modo a não


prejudicar a fidelidade à realidade, ou ainda afetar os objetivos principais.
❑ Boa concepção deve ter boa aparência, ser simples e elegante, e mais
importante, resultar em um mapa adequado ao propósito pretendido.
COMPOSIÇÃO DE UM MAPA

Mapa de
Inserção

Escala
Autor

Indicação do
norte

Corpo do Fonte de
Mapa dados.

Projeção
Legenda
Título Grid
COMPOSIÇÃO DE UM MAPA

Mapa geológico 1:50.000 das montanhas Krkonoze-Jizera, República Tcheca – Serviço Geológico da República Tcheca
COMPOSIÇÃO DE UM MAPA

❑ No Brasil, a Diretoria do Serviço Geográfico (DSG) do Exército Brasileiro é


quem define o layout das folhas modelo de produtos do tipo carta.
COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA

Mapas são abstrações e simplificações do mundo real!

❑ Mapa é um meio de comunicação gráfica e visual

❑ Logo, o processo de transformação do fenômeno do mundo real até a sua


representação em um mapa deve ser considerado

❑ Ao considerar a cartografia como um sistema de comunicação, verifica-se


que a fonte de informação é o mundo real, codificado pela simbologia do
mapa, e o vetor entre a fonte e o mapa é caracterizado pelo padrão gráfico
bidimensional estabelecido pelos símbolos.
❑ Sistema de comunicação cartográfica ➔ característica monossêmica

Mundo real Tratamento Mapa Usuários


COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA

❑ Os dados a serem exibidos no mapa devem ser classificados e representados


através de símbolos gráficos em conformidade com convenções bem
definidas e aceitas.
❑ Não há um modelo universal de simbologia aplicável a qualquer situação, mas
sim um para cada combinação de fatores

concepção cartográfica é uma harmonização alcançada pela otimização


simultânea de vários fatores.
❑ SEMIOLOGIA GRÁFICA ➔ estuda os símbolos e/ou sistema de signos e sua
relações.
❑ Proposta teórica-metodológica proposta por Bertin (1960) para
normatização da representação gráfica

“A graphique (representação gráfica) constitui um dos sistemas


de signos fundamentais concebidos pela mente humana para armazenar, compreender e
comunicar as observações necessárias à sua sobrevivência.” Bertin (1967)
COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA

SEMIOLOGIA GRÁFICA

❑ COMUNICAÇÃO MONOSSÊMICA
❑ Monossemia (Monos = um; semia = significado)
❑ É a característica das palavras que possuem somente um significado
❑ Não permite interpretações variadas
❑ CARTOGRAFIA ➔ Símbolos que possuem significado único

❑ COMUNICAÇÃO POLISSÊMICA
❑ Polissemia (poli = muitos; semia = significado)
❑ É a característica das palavras que possuem vários significados
❑ CARTOGRAFIA ➔ Os símbolos podem possuir vários significados,
mas é necessário adotar o uso de convenções
SEMIOLOGIA GRÁFICA

❑ SEMIOLOGIA GRÁFICA define as regras para a utilização racional e


adequada da linguagem cartográfica.
❑ Na comunicação cartográfica, os SÍMBOLOS possuem o mesmo papel que as
palavras em uma sentença, escrita de acordo com as regras gramaticais de
modo a formar um parágrafo.

❑ A LINGUAGEM CARTOGRÁFICA é parte da Representação Gráfica-Visual.


SIMBOLOGIA DOS MAPAS

❑ Um bom mapeamento requer que objetos espaciais e seus atributos possam


ser facilmente interpretados em aplicações.
❑ Os atributos podem ser classificados segundo sua medição na escala
nominal, ordinal, de intervalo, de razão ou cíclica.
❑ O mundo real pode ser pensado em:
❑ Objetos dicretos ➔ Pontos, linhas e polígonos
❑ Campos contínuos ➔ superfícies
❑ As escalas de medição e tipos de objetos espaciais são um conjunto de
convenções para abstrair a realidade.
❑ Ex: a cidade por ser representada por
um ponto, por uma área, por misturas de
pontos, linhas e áreas e até mesmo
como um passeio 3D

Recife

Fonte: Google Earth


SIMBOLOGIA DOS MAPAS

❑ O mapa deve constituir-se num conjunto harmonioso de símbolos, letras e


cores, de forma que sua mensagem possa ser facilmente entendida
(LEGIBILIDADE).
❑ A construção do mapa deve considerar:

❑ Modo de implantação
❑ Nível de organização dos elementos
PONTO LINHA ÁREA
() QUALITATIVO

❑ Variáveis visuais (principais) (O) ORDENADO

TAMANHO COR (Q) QUANTITATIVO

VALOR ORIENTAÇÃO

GRANULAÇÃO FORMA
SIMBOLOGIA DOS MAPAS

REPRESENTAÇÃO e TRANFORMAÇÃO DE ATRIBUTOS


❑ O mapeamento de atributos envolve o uso de símbolos gráficos:
❑ Pontos monumentos históricos, antenas de comunicação, cidade etc.
❑ Linhas rodovias, ferrovias, tubulações de água ou gás etc.
❑ Áreas florestas, áreas urbanas, lotes etc.

Símbolos básicos de ponto, linha e área são alterados de diferentes maneiras a


fim de comunicar diferentes tipos de informação

COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA

PROJETO GRÁFICO DE UM MAPA


PRIMITIVAS GRÁFICAS – VARIÁVEIS VISUAIS

❑ As primitivas gráficas de Bertin:

Fonte: Martinelli (2003)


PRIMITIVAS GRÁFICAS
VARIÁVEIS VISUAIS

❑ As primitivas gráficas de Bertin,


ampliadas de 6 para 9 variáveis.
PRIMITIVAS GRÁFICAS
VARIÁVEIS VISUAIS

❑ As primitivas gráficas de Bertin,


ampliadas de 6 para 9 variáveis.
SIMBOLOGIA DOS MAPAS

PROBLEMAS NA REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

❑ DESAFIO: a seleção de variáveis gráficas apropriadas para representar


localizações e distribuições espaciais

Como posicionar símbolos no mapa, de modo a otimizar sua interpretação?


SIMBOLOGIA DOS MAPAS

❑ A maioria dos softwares de SIG inclui algoritmos genéricos para posicionar


rótulos e símbolos em relação aos objetos geográficos.

PONTO

❑ Rótulos de pontos são


posicionados de modo
a evitar sobreposição
por meio da criação de
uma janela
(máscaras).
SIMBOLOGIA DOS MAPAS

LINHA

❑ Feições lineares (rodovias, rios, curvas de nível) muitas vezes são


rotuladas com o posicionamento do texto por meio de uma função spline e
podem ser distinguidas pela cor
SIMBOLOGIA DOS MAPAS

ÁREA

❑ Rótulos de áreas são atribuídos a pontos centrais usando algorítmos


semelhantes aos utilizados para calcular centróides geométricos

centróide geométrico
ponto que define o centro
geométricos da área

❑ Se a figura geométrica possui um corpo


de densidade uniforme ➔ ponto
coincide com o centro de massa
❑ Se a figura geométrica está submetida a
um campo gravitacional ➔ ponto
coincide com o centro de gravidade.
ASPECTOS PERCEPTIVOS

DADOS ORDINAIS
❑ São atribuídos a objetos como ponto, linha e área com propriedade ordinal
hierarquia de variáveis gráficas (símbolos e tamanhos de caracteres,
intensidade de cores etc.)
❑ Via de regra, um usuário não é capaz de diferenciar entre mais de 7
categorias ordinais

CIDADE
CIDADE
CIDADE
CIDADE
CIDADE

Situação da mortalidade infantil segundo


unidade da federação, 1991
ASPECTOS PERCEPTIVOS

DADOS DE ATRIBUTO EM ESCALAS DE INTERVALO E DE RAZÃO


❑ Utilização de círculos proporcionais e gráficos de barra
❑ Variação na espessura das linhas (com acréscimos que correspondem à
precisão da medida do intervalo) é uma convenção para representar uma
variação contínua em diagramas de fluxo.
❑ Para representar áreas um método padrão é por MAPAS COROPLÉTICOS

Fluxos econômicos circulantes no Estado de São Paulo.


ASPECTOS PERCEPTIVOS

Problemas dos MAPAS COROPLÉTICOS


❑ Permite que qualquer área maior (mas, possivelmente, desinteressante) domine
o mapa visualmente.
❑ Uma variante dos mapas cloropéticos é o mapa de densidade de pontos ➔
utiliza pontos como meio de representar a densidade relativa dos dados médios
por zona e não como meio de descrever a localização precisa de eventos
pontuais
ASPECTOS PERCEPTIVOS

MAPA DE DENSIDADE DE PONTOS


ASPECTOS PERCEPTIVOS

MÉTODO DAS FIGURAS GEOMÉTRICAS PROPORCIONAIS

❑ As áreas das figuras (normalmente ) são proporcionais às


quantidades a serem representadas.

❑ As medida dos raios dos círculos (mm) é obtida por:


onde Q é a quantidade a ser representada

❑ Em função da variabilidade dos dados, pode ocorrer valores muito grandes ou


muito pequenos para a escala do mapa
: dividir ou multiplicar todos os raios obtidos por uma constante
(K)

❑ Para a construção da legenda, não esquecer de indicar a unidade, por


exemplo, habitantes, no caso de um mapa populacional.
ASPECTOS PERCEPTIVOS

CÍRCULOS PROPORCIONAIS
❑ Problemas:
❑ Sobreposição de
círculos
ASPECTOS PERCEPTIVOS

ESQUEMAS BÁSICOS DE CLASSIFICAÇÃO DE


CLASSES COROPLÉTICAS

❑ QUEBRAS NATURAIS
❑ QUEBRAS DE QUANTIL
❑ QUEBRA DE INTERVALOS IGUAIS
❑ DESVIO PADRÃO
ASPECTOS PERCEPTIVOS

ESQUEMAS BÁSICOS DE CLASSIFICAÇÃO DE CLASSES COROPLÉTICAS


❑ QUEBRAS NATURAIS (de Jenks)

❑ As classes são definidas de acordo com grupos


aparentemente naturais de valores de dados

❑ As quebras podem ser impostas com base em


pontos de ruptura (pontos relevantes para uma
determinada aplicação). Exemplos:
❑ Frações ou múltiplos níveis de renda média
❑ Limiares de precipitações conhecidos por
definirem diferentes limiares de vegetação
(árido, semi-árido, temperado)

❑ As quebras podem ser feitas por valores obtidos analisando saltos


relativamente grandes nos valores dos dados.
ASPECTOS PERCEPTIVOS

ESQUEMAS BÁSICOS DE CLASSIFICAÇÃO DE CLASSES COROPLÉTICAS


❑ QUEBRAS DE QUANTIL

❑ Cada número pré-determinado de classes


contém um número igual de observações
❑ QUARTIS usam 4 categorias
❑ QUINTIS usam 5 categorias

❑ Pode ser enganador pois o tamanho


numérico de cada classe é rigidamente
imposto.

Pode conferir atributos praticamente


idênticos a classes adjacentes e que contém
valores muito diferentes da mesma classe.
ASPECTOS PERCEPTIVOS

ESQUEMAS BÁSICOS DE CLASSIFICAÇÃO DE CLASSES COROPLÉTICAS


❑ QUEBRAS DE INTERVALOS IGUAIS

❑ Estas são melhores aplicadas se os intervalos de dados forem


familiares ao usuário do mapa, por exemplo:
❑ Faixas de temperatura;
❑ Mapas sombreados de curvas de nível;
ASPECTOS PERCEPTIVOS

ESQUEMAS BÁSICOS DE CLASSIFICAÇÃO DE CLASSES COROPLÉTICAS


❑ DESVIO PADRÃO

❑ Mostra a distância de uma


observação em relação à média.
❑ O SIG calcula o valor médio e, então,
gera quebras de classes em medidas
de desvio padrão acima e abaixo da
média.
❑ Escolha apropriada para, por
exemplo:
❑ Mapa de crimes, mostrando
variações acima e abaixo da
média para todo o mapa.
MAPEAMENTO MULTIVARIADO

Mapas multivariados: mostram duas ou mais variáveis para fins comparativos

❑ Exemplo:

O mapa ilustra a
precipitação pluvial
e o risco de malária
MAPEAMENTO MULTIVARIADO

❑ Muitas vezes os mapas são compilações de mapas, os quais são compostos


com base em diversos indicadores
❑ Exemplo: Mapas climáticos são compilados a partir de medidas diretas e
indiretas.
Medidas diretas
❑ Quantidade e distribuição
da precipitação pluvial;
❑ Variação da temperatura;
❑ Umidade;
❑ Horas de insolação

Medidas indiretas
❑ Cobertura da vegetação
❑ Tipologia vegetal
BIBLIOGRAFIA

 LONGLEY, P. A.; GOODCHILD, M.F.; MAGUIRE, D. J.; RHIND, D. W. Sistemas e Ciência da


Informação Geográfica; consultoria, supervisão e revisão técnica: Heinrich Hasenack e Eliseu
José Weber. Porto Alegre: Bookman. 3ª Edição, 2013. 540 p.

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