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1- INTRODUÇÃO
A Figura 8.1 tem o objetivo de mostrar as diferentes formas de descrever um espaço e que a relação
biunívoca entre as diferentes formas deve ser garantida.
Transformar um modelo numérico numa descrição gráfica, ou seja, desenhar, é atividade já bem
conhecida dos engenheiros e, hoje em dia, é comum empregar softwares específicos para tal fim. Até mesmo a
transformação de plantas gráficas em modelos numéricos, ou seja, a digitalização de plantas, é hoje, comum.
Plantas gráficas antigas, armazenadas em papel, em diversas repartições públicas e privadas, são hoje em dia
digitalizadas, facilitando o armazenamento e o manuseio de tais plantas. Para isso empregam-se as chamadas
mesas digitalizadoras ou scanners e diversos softwares que, inicialmente, obtêm os parâmetros que
relacionam os sistemas de coordenadas da mesa, ou da imagem “escaneada”, e da planta. As transformações
de descrições gráficas e numéricas em maquetes e modelos matemáticos não são comuns, mas são atividades
que devem ser pesquisadas e cada vez mais realizadas pelos Engenheiros Agrimensores e Cartógrafos.
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Rodrigues, D. D. - 2008 Desenho Planimétrico
O produto resultante de uma descrição gráfica pode ser chamado de ‘carta’ ou ‘mapa’, ou ‘planta’. A norma
para execução de levantamentos topográficos, ABNT 13133, define os termos carta ou mapa e planta, da
seguinte forma:
Desenho (CAD)
Modelo Numérico Memorial
Planta gráfica
do Terreno (MNT). descritivo
Digitalização
Modelos
matemáticos
Maquete (física ou
eletrônica)
• Carta ou Mapa: Representação gráfica sobre uma superfície plana, em escalas médias e pequenas,
que leva em consideração a curvatura da terra, sendo, portanto, resultante de operações
geodésicas e cartográficas.
Os ingleses e americanos dão preferência ao termo mapa, enquanto os franceses, ao termo
carta. No Brasil, o termo carta é empregado quando são transmitidas informações técnicas –
distâncias, ângulos, áreas, volumes, rumos etc – confiáveis e com responsabilidade técnica. Já o
termo ‘mapa’ é empregado quando são transmitidas informações ilustrativas, sem rigor técnico.
A confecção de cartas ou mapas também é assunto a ser estudado em texto específico.
• Planta: Representação gráfica de uma parte limitada da superfície terrestre sobre um plano horizontal
local, em escalas maiores que 1:10 000, para fins específicos, sem considerar a curvatura da
terra.
O termo planta pode ainda ser acrescido dos adjetivos ‘planimétrica’, ‘altimétrica’ e
‘planialtimétrica ou topográfica’ para os respectivos tipos de informação geométrica transmitida.
A planta topográfica equivale a uma projeção central do relevo e das feições de um terreno sobre um
plano horizontal tangente ao geóide, com ponto de vista no centro da terra. A Figura 8.2-a, extraída de
ESPARTEL – 1982, mostra a projeção central dos pontos A, B e C sobre uma superfície esférica ao nível
médio dos mares. Porém, no campo de abrangência da topografia – região para a qual se pode desprezar a
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
d ≈ 60 km
R ≈ 6.370 km
Desenhar uma planta topográfica consiste, portanto, em descrever graficamente informações posicionais,
geométricas e temáticas de um espaço, representando em um plano os ângulos horizontais em verdadeira
grandeza e as distâncias horizontais reduzidas do efeito da altitude e segundo uma razão constante.
À relação constante com que as distâncias horizontais são reduzidas dá-se o nome de escala.
2- ESCALA
Definição: É a razão entre uma determinada distância na planta (d) e sua correspondente ou homóloga, no
terreno (D), ou seja,
d
E = (8.1)
D
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Rodrigues, D. D. - 2008 Desenho Planimétrico
ssfA
• Superfície física
hm A
sgA
A”
Plano topográfico
•
•
sgA A’
Geóide
Figura 8.3 – Projeção ortogonal ( A” ) do ponto A, após ter sido corrigido o efeito da altitude ( A’ ).
Caso a escala (E) esteja entre zero e um, a planta será de redução; caso E seja maior 1, de ampliação;
se for igual a 1, a planta estará em tamanho natural, ou 1para 1, e se E for igual a -1, a planta será refletida,
espelhada.
Quando se diz a um leigo que 1 cm na planta corresponde a 20 m no terreno está se falando de uma
escala de redução que pode ser representada das seguintes formas:
1cm 1 cm 1
E= = = (8.2)
20 m 2000 cm 2000
Outras formas, empregadas na engenharia, para representar essa mesma escala são: 1÷ 2000 ou 1:2000. O
denominador da escala é chamado ‘módulo’, (M), ou ‘título’, da escala. Assim,
d 1
E= = (8.3)
D M
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
Finalidades Escalas
Lote rural, loteamento, planta cadastral 1:500; 1:1 000; 1:2 000
Plantas de municípios ou partes de municípios ou grandes propriedades rurais 1:5 000; 1:10 000
Já a NBR 13133 recomenda as seguintes escalas para levantamentos por poligonação de acordo com a
classificação da poligonal, Tabela 8.2.
IP ou IIP 1/500
IIIP 1/1000
IVP 1/2000
VP 1/5000
3- ERRO DE GRAFICISMO
A visão humana é naturalmente limitada. Segundo DOMINGUES, 1979, o diâmetro médio dos
elementos sensíveis da retina é da ordem de 4,5 µ, que corresponde a um poder separador, resolução
espacial, do olho humano nu de aproximadamente 1’; este ângulo, à distância mínima normal de visão, 25
cm, corresponde a um intervalo de cerca 0,1 mm.
A NBR 13133 define erro de graficismo como sendo o erro máximo admissível para lançamento de
pontos e traçado de linhas na elaboração de desenho topográfico. Para a norma esse erro equivale a duas
vezes a acuidade visual, ou seja, 0,2 mm.
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Rodrigues, D. D. - 2008 Desenho Planimétrico
Hoje em dia, ao realizar desenhos em vídeo com a ajuda de programas de computador, atingir esse
objetivo, ficou relativamente fácil. Porém, ao imprimir o desenho é necessária atenção à resolução e à
‘qualidade de linha’ da impressora ou do ploter. O erro de graficismo cometido na impressão é diretamente
proporcional à resolução do plotador automático. Um erro de 0,2 mm no lançamento de um ponto equivale a
uma resolução de 127 ppp (pontos por polegada - dpi), ou seja, esta é a resolução mínima admitida para o
ploter ou a impressora a ser usada para que o desenho fique de acordo com a norma.
4- ESCALA MÁXIMA
0,2 mm
E max = (8.4)
σP
1
E máx = (8.5)
Mmín
ou
σ P (mm )
Mmín = (8.6)
0,2 (mm )
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
A Tabela 8.3 mostra módulos de escalas máximas para diferentes precisões topográficas. Nela verifica-
se que, se a incerteza na determinação de um ponto chega a 2 m, a escala máxima da planta deve ser de
1/10 000. Se a imprecisão for da ordem de 40 cm, a escala máxima será de 1/2.000, e assim por diante. Daí,
diz-se que quanto menor o módulo de uma escala, melhor a sua precisão.
2 cm 100
10 cm 500
20 cm 1.000
40 cm 2.000
1m 5.000
2m 10.000
Por uma questão de honestidade na transmissão de informações, a escala máxima deve fazer parte
das informações constantes na planta.
Se a escala máxima de uma planta é 1/10 000 e amplia-se esta planta para a escala de 1/500,
objetos e distâncias maiores que 10 cm deveriam estar contidos na nova planta, mas não estarão, uma vez
que não estavam na planta original. Dessa forma uma planta originada de uma outra por ampliação poderá,
se não informar ao leitor, induzi-lo a conclusões erradas sobre a precisão do trabalho. Relativo à ampliação
de cartas o Decreto da Presidência da República no 89817/84 em seu artigo 11 estabelece o seguinte:
§2º Uma carta nas condições deste artigo será sempre classificada com exatidão inferior
à do original, devendo constar obrigatoriamente no rodapé a indicação "Carta ampliada a
partir de (. .. documento cartográfico) em escala (... tal)".
§3º Não terá validade legal para fins de regularização fundiária ou de propriedade imóvel,
a carta de que trata o "caput" do presente artigo.
Obviamente tal artigo deve ser aplicado também às plantas topográficas. Já a confecção de plantas a
partir da redução de outras é perfeitamente admissível. No entanto, objetos que na planta original estavam
representados em escala, poderão, após a redução, ter que ser representados por símbolos ou convenções.
Detalhes geométricos perceptíveis na planta original deixarão de sê-lo e, a fim de reduzir o tamanho dos
arquivos, pontos e informações poderão ser eliminados. Por exemplo, o trecho de um rio cheio de curvas,
perceptíveis na escala 1/500, poderá ser representado por uma reta e os pontos definidores das curvas,
eliminados criteriosamente se a planta é reduzida para, por exemplo, 1/5 000. O processo de eliminação de
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Rodrigues, D. D. - 2008 Desenho Planimétrico
5- DESENHO DA PLANTA
Definida a escala em que o desenho vai ser impresso, o passo seguinte é transformar as coordenadas
do modelo numérico do terreno em coordenadas de planta.
O cálculo das coordenadas de planta, (xp,yp), é feito dividindo as coordenadas de terreno, (X,Y),
normalmente em metros, pelo módulo da escala; lembrando que as coordenadas de planta são, também
normalmente, expressas em centímetros. Assim,
X (m)
xp = (cm) (8.6)
M
100
Y (m)
yp = (cm) , (8.7)
M
100
A seguir, conhecendo os valores das diferenças entre as abscissas máxima e mínima da planta, ou seja,
conhecendo-se
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
A partir de uma convenção no sistema alemão DIN (Deutsches Institutfür Normung e.V.), adotada
no Brasil desde 1954, a International Organization for Standardization (ISO) estabeleceu a norma ISO 216
que define uma série de formatos de papel começando no formato básico denominado A0. Esse formato é
determinado de forma que a área do papel seja 1 m2 e seus lados estejam na proporção de um para raiz de
dois, o que, arredondando ao milímetro, leva a um retângulo de 841 x 1189 mm. Outros formatos,
denominados A1, A2, até o A10, são obtidos dobrando ao meio a folha de formato anterior e mantendo
sempre a mesma proporção entre os lados. Isso quer dizer, por exemplo, que dobrando o A0 se obtém o
A1, dobrando o A1 se obtém o A2 e assim por diante até o formato A10, de 26 x 37 mm, conforme mostra a
Figura 8.4-a.
A Figura 8.4-b mostra as margens normalmente aplicadas: 25 a 30mm para a lateral esquerda e de
5 a 15mm para as outras laterais.
A norma brasileira que trata desse assunto é a NBR 10068: Folha de desenho – leiaute e dimensões.
A2
A1
A4
A3
A5
a b
A Tabela 8.4 mostra as dimensões dos formatos utilizados para a confecção de plantas.
Se a diferença entre as abscissas máxima e mínima, ∆xp max , for maior que a diferença entre as
ordenadas máxima e mínima, ∆yp max , posiciona-se o papel na posição horizontal (ou “paisagem”); caso
contrário, posiciona-o na posição vertical (ou “retrato”), não se esquecendo de estabelecer as margens
conforme a Figura 8.4-b.
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Rodrigues, D. D. - 2008 Desenho Planimétrico
A0 841x1189 1
A1 594x841 0,50
A2 420x594 0,25
A3 297x420 0,1250
A4 210x297 0,0625
A5 148x210 0,0313
Se o desenho vai ser feito à mão – o que é raro hoje em dia -, ele deve ser confeccionado inicialmente
em um papel milimetrado após estabelecer a origem e orientação do sistema de coordenadas topográficas -
aqui é interessante buscar fazer um paralelo com uma tela de vídeo e o uso de um “computer aided design
(CAD)”. Calculadas as coordenadas de planta, definidos o formato e a orientação do papel e estabelecido o
sistema de coordenadas, o próximo passo é lançar os pontos levantados. Uma boa prática é lançar os pontos
por tema (ou camadas ou layers), ou seja, lançam-se os pontos definidores de limites, construções, vegetação,
hidrografia, etc, não necessariamente nessa ordem.
Para feições ou objetos que não puderem ser representados em escala, devem-se empregar símbolos
ou convenções para representá-los, de acordo com a norma. A Figura 8.5 mostra as convenções topográficas
publicadas na ABNT 13133.
Os instrumentos utilizados no lançamento dos pontos devem estar de acordo com a escala adotada.
Os pontos de apoio, ou estações topográficas, devem ser lançados utilizando-se, preferencialmente,
coordenatógrafo de boa precisão, porém esses pontos não devem ser ligados entre si, ou seja, não se deve
desenhar a poligonal. Além das convenções pode-se escrever na planta o nome próprio dos lugares e feições
(topônimos).
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
hidrografia, a verde para vegetação, a vermelha para edificações, estradas, ruas, calçadas, caminhos etc, e a
preto para legenda, reticulado e toponímia.
Deve-se ter cuidado especial com as espessuras e tipos de linhas bem com o tamanho, tipos e
orientações das escritas. Um controle das espessuras das linhas serve para tornar a leitura da planta mais
agradável, menos cansativa. Uma planta não deve conter nomes ou números ilegíveis nem excessivamente
grandes. Recomenda-se consultar a NBR 8402: Execução de caracteres para escrita em desenho técnico e a
NBR 8403: Aplicação de linhas em desenhos – tipos de linhas – larguras de linhas.
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Embora o termo metadados seja utilizado quando se trata de arquivos digitais, ele será empregado
aqui com o intuito de familiarizá-lo entre os iniciantes das Engenharias de Agrimensura e Cartográfica.
Metadados pode, de forma simplificada, ser definido como ‘dados sobre dados’. Metadados, ou
metainformações, são dados ou informações que descrevem, dizem do que se tratam, dão significados,
orientações, limites, etc, a outros dados ou informações.
• Data da edição
• Nome, CREA e assinatura do responsável técnico.
Caso seja uma planta relativamente pequena com poucas informações, como são normalmente as
plantas de limites de lotes, devem ainda constar as distâncias, os azimutes, perímetros e áreas de interesse,
bem como uma tabela com as coordenadas, e seus desvios padrão, dos pontos definidores dos limites e dos
pontos de apoio. As distâncias devem estar em metros com no máximo três casas decimais, os azimutes em
graus, minutos e segundos inteiros e a área em hectare com quatro casas decimais.
Para saber onde e como colocar estas informações na planta, consultar a NBR 10068 e a NBR 10582:
Conteúdo da folha para desenho técnico .
Segundo DOMINGUES (1979), a escala gráfica é a representação gráfica de uma escala nominal
ou numérica.
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
A escala gráfica fornece, rapidamente e sem cálculos, o valor real das medidas executadas sobre
o desenho, qualquer que tenha sido a redução ou ampliação sofrida por este.
6- MEMORIAL DESCRITIVO
Memorial descritivo é empregado normalmente para descrever limites e confrontações de lotes urbanos
ou rurais.
É a partir do memorial descritivo que se gera a escritura pública imobiliária. O memorial deve conter um
cabeçalho onde se identifica o imóvel, o proprietário, o município, a comarca, a unidade federativa e informa o
perímetro e a área do imóvel.
A seguir, em escrita corrente, sem rasuras nem espaços em branco, descreve-se o perímetro do
imóvel, informando as coordenadas dos vértices, os azimutes e as distâncias entre vértices e os nomes dos
confrontantes, guardando absoluta identidade com a planta do imóvel.
A descrição do perímetro e das confrontações deve começar no vértice situado mais ao norte e à oeste
e seguir o limite no sentido horário, indicando as coordenadas do vértice de partida, o azimute e a distância até
o próximo vértice, separando cada lado descrito por ponto e vírgula.
Ao final do relatório informar a definição e realização do sistema topográfico, datar e assinar.
Para mais informações sobre memorial descritivo de imóveis rurais consultar a “Norma técnica para
georreferenciamento de imóveis rurais”, do INCRA.
7- RELATÓRIO TÉCNICO
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Como já dito antes, o objetivo de uma descrição topográfica é transmitir informações posicionais,
geométricas e temáticas de um lugar. No caso de plantas planimétricas as informações posicionais e
geométricas se referem ao plano horizontal e não são transmitidas informações altimétricas.
As informações temáticas são transmitidas através de símbolos, convenções e toponímias.
Imprimindo a planta sobre uma imagem aérea e/ou colocando fotografias da área nas margens da planta,
melhora-se a transmissão de informações temáticas e transmitem-se também informações sensoriais.
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
linha e a ordenada, medindo a distância na direção norte-sul, do ponto até a linha leste-oeste mais próxima e
adicionando esta distância à ordenada da linha de referência.
M
D = d (mm ) ⋅ (m)
1000
(8.10)
Os azimutes podem até ser medidos diretamente com transferidores; mas devido à imprecisão desses
instrumentos, eles podem ser melhor determinados a partir das coordenadas extraídas da planta, empregando
a seguinte equação:
Xk − X j xp K − xp j
AZ jk = artg = arctg (8.11)
Yk − Y j yp k − yp j
lembrando, é claro, de verificar o quadrante e somar 180º ou 360º, se necessário. Nesta equação, X e Y são
coordenadas de terreno, em metros, extraídas da planta e xp e yp são coordenadas de planta, em milímetros
ou centímetros.
Os rumos podem ser obtidos a partir dos azimutes.
Os ângulos horizontais, que estão representados em verdadeira grandeza na planta, podem ser
determinados a partir dos azimutes das direções envolvidas ou então, empregando a lei dos co-senos:
⎛ b2 + c 2 − a2 ⎞
α = ar cos ⎜ ⎟ (8.12)
⎜ 2bc ⎟
⎝ ⎠
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sendo que a, b e c podem ser as distâncias de planta, em milímetros ou centímetros, dos lados do triângulo
envolvido.
A partir de uma planta, áreas horizontais de polígonos no terreno podem ser determinadas
empregando as coordenadas de terreno, extraídas da planta, e a equação de Gauss ou a partir da área do
polígono homólogo na planta que, por sua vez, pode ser determinada das seguintes formas:
i) A partir das coordenadas de planta xp, yp dos pontos definidores do polígono e equação de Gauss;
ii) Contando o número de centímetros e/ou milímetros quadrados existentes dentro do polígono;
iii) Dividindo o polígono em figuras regulares como triângulos, retângulos, trapézios, etc. Aqui vale
lembrar que a área de um triângulo qualquer pode ser determinada empregando a fórmula de Heron:
s = p ⋅ (p − a ) ⋅ (p − b ) ⋅ (p − c ) (8.13)
a+b+c
p= (8.14)
2
P
s= (m 2 ) (8.15)
gr
Pp
gr = (g / cm 2 ) (8.16)
sp
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
e dessa forma a área s, determinada pela equação (8.15), estará em cm2, o que é mais conveniente uma vez
que as áreas de figuras, desenhadas em escalas, são muito pequenas para serem determinadas em m2.
Esse método é comumente empregado em laboratórios de pesquisas que dispõem de balanças de
precisão para determinar pequenas áreas como, por exemplo, área foliar.
Obviamente a área do polígono homólogo deve ser transformada em área de terreno. A Figura 8.5
mostra a relação entre essas áreas. No terreno a área representada é determinada multiplicando os dois lados
do retângulo, ou seja,
S = L ⋅D (8.17)
NO TERRENO EM PLANTA
d
D
l
1
E=
M
L
a b
Para confeccionar a planta os lados são divididos pelo módulo da escala, ou seja,
L
l= (8.18)
M
e
D
d= . (8.19)
M
Como a área s do polígono homólogo representado na Figura 8.5 é dada pelo produto dos lados tem-se,
L ⋅D S
s = l⋅d = 2
= 2
M M
(8.20)
Ou seja,
S = M2 ⋅ s (8.21)
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Rodrigues, D. D. - 2008 Desenho Planimétrico
Como s normalmente é medido em centímetros ou milímetros quadrados o valor encontrado pela (8.21) será
muito grande e por isso é recomendável dividir o módulo da escala pelo fator de transformação de unidade
antes de realizar a multiplicação.
Observe ainda que se o módulo da escala que multiplica a distância longitudinal (MH) for diferente do
módulo transversal (MV), o que ocorre normalmente no traçado de perfis de terrenos para se ressaltar as
diferenças de nível, a área S do terreno será dada por:
S = MH ⋅ MV ⋅ s (8.22)
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