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Cotas (m)

Perfil longitudinal do terreno

Greide curvo

Greide reto

Distância horizontal ou Estacas

Projeto de uma estrada no perfil longitudinal.

1
Inclinação máxima das rampas

Regiões
Classe Plana Ondulada Montanhosa
Classe 0 3% 4% 5%
Classe I 3% 4,5% 6%
Classe II 3% 5% 7%
Classe III 4% 6% 8%
Classe IV-A 4% 6% 8%
Classe IV-B 6% 8% 10%*
*A extensão de rampas acima de 8% será desejavelmente limitada a 300m contínuos

(Fonte: DNER, 1999)

2
Offset
da
E ixo da Estra
A

Offse
t

3
4
5
6
7
8
Erro grave de projeto
(rampa em nível
dentro do corte)

9
Antes de iniciar o estudo das parábolas simples e composta, é
indispensável o conhecimento de algumas de suas
propriedades, quais sejam: considerando-se a figura a seguir,
tirando-se duas tangentes nos pontos A e E da parábola, essas
tangentes se encontram no ponto B.

C E

A F

10
Ligando-se o ponto B ao meio da corda AE (ponto D), a reta
BD é o diâmetro da curva. A parábola divide este segmento ao
meio, ou seja, BC = CD. O segmento CD é a flecha da
parábola (CARVALHO, 1966).

C E

A F

11
Nota: as rampas concordadas pela parábola são
relativamente pequenas, isto é, em geral não
ultrapassam 8%. Assim, o comprimento da parábola
pode ser fixado pela projeção horizontal da corda,
segmento AF.

C E

A F

12
Elementos de uma concordância vertical

e
I2%
I1% ex
lx
L
PCV

PTV
PIV

13
em que:
I1% e I2%: inclinações das rampas, em
porcentagem, a serem concordadas pela
parábola;
PCV: ponto de início da curva vertical;
PIV: ponto de interseção das tangentes;

PTV: ponto de término da curva vertical;

14
e: ordenada máxima da parábola;
ex: ordenada de um ponto qualquer da
parábola;
lx: distância, em projeção horizontal, do
PCV ao ponto da curva referente à
ordenada ex;
L: comprimento da corda da parábola em
projeção horizontal. 15
Recomendações gerais para emprego da
concordância vertical

-Empregar a concordância vertical, no caso das


rodovias, quando (I1% - I2%)  0,5%;
- os pontos notáveis da curva, ou seja, PCV, PIV e PTV
devem sempre coincidir com estacas inteiras ou
estacas inteiras + 10,00 m, para facilitar o cálculo dos

elementos de projeto;

16
- evitar greides em nível nos trechos em corte de uma
estrada, para facilitar o escoamento das águas;

- sempre que possível, fazer a concordância vertical


com raios mais amplos, pois proporciona melhores
condições de visibilidade;

17
- perfis com duas curvas verticais no mesmo sentido,
separados por um greide reto de pequena extensão,
não são aconselháveis;

-obedecer aos valores máximos fixados para as alturas


de corte ou aterro e rampa máxima permitida;

- evitar rampa íngreme e extensa.

18
- sucessões de rampas muito curtas criam a
necessidade de grande número de curvas
verticais, o que ocasiona problemas de
visibilidade e conforto;

- lançar o greide da estrada sempre acima das


cotas de máximas enchentes.

19
Fórmulas Gerais Aplicáveis à Concordância
Vertical - Parábola simples

a1) Cálculo da flecha máxima (e) ou ordenada


máxima da parábola

Seja a figura a seguir:

20
X

Perfil longitudinal do terreno G


Sistema de Coordenadas
Oblíquas
I F
ex B C A2
D
A1 E
-I2
Y/2 H Y/2
lx

I1

Cálculo da flecha de uma parábola simples (CARVALHO, 1966).


21
ID AD A 1D A 1H
= 1 . Mas: =
GA 2 A 1A 2 A 1A 2 A 1E

ID A 1H
Logo: = G
GA 2 A 1E Sistema de Coordenadas
Oblíquas
I F
ex B
2e Y/2 C A2
= D
Y/2 . i1 + (Y/2 . ( −i 2 )) Y A1 E
-I2
Y/2 H Y/2
lx

I1

22
Assim, encontra-se:
Y
e = (i1 − i2 )
8

e: ordenada máxima da parábola;

Y: distância horizontal entre o PTV e PCV;

I1 e I2 inclinações das rampas ou declives, em


m/m, a serem concordadas pela parábola;

23
a2) Cálculo da ordenada de um ponto qualquer da curva

Seja a figura a seguir:


X

G
Sistema de Coordenadas
Oblíquas
I F
ex B C A2
D
A1 E
-I2
Y/2 H Y/2
lx

I1

ex = K. (A1 B)2, e = K(A1 I)2 (sistema de coordenada


oblíquo). Dividindo-se uma expressão pela outra,
24
tem-se:
2
e x (A1 B)
= 2
. Por semelhança de triângulo, tem-se:
e (A1 I)
2
A1 B lx ex lx
=  = 
A 1 I Y/2 e (Y/2)2 X

G
Sistema de Coordenadas
4e 2
e x = 2  lx 
Oblíquas
I F
Y ex B C A2
D
A1 E
-I2
Y/2 H Y/2
lx

I1

25
4e 2
e x = 2  lx 
Y

e: ordenada máxima da parábola;


ex: ordenada de um ponto qualquer da parábola;
lx: distância, em projeção horizontal, do PCV ao ponto
da curva referente à ordenada ex (se o ponto estiver
no 1º quadrante); ou do PTV ao ponto da curva
referente à ordenada ex (se o ponto estiver no 2º
quadrante);
Y: projeção horizontal da corda da parábola A1A2.
26
Parábola composta
Utilizada com a finalidade de melhor adaptar o
greide da estrada ao terreno natural.
Cálculo da flecha máxima

Y1.Y2
e= (i1 − i2 )
2Y I F
e
B A2
ex C
-I 2
A1 D
E
lx H

I1
Y1 Y2

27
Ordenada de um ponto qualquer da curva

I F
e
B A2
ex C
-I 2
A1 D
E
lx H

I1
Y1 Y2

2
l
ex = e  x 2 (ponto considerado localizado no 1o ramo da curva)
Y1

2
l
ex = e  x 2 (ponto considerado localizado no 2o ramo da curva)
Y2
28
Amplitude da Curva Vertical
L = comprimento do arco do círculo equivalente ao arco da parábola
em metros; R = raio do círculo em substituição ao raio da curvatura
da parábola, em metros.
PIV

L
2 PTV
1 I2
PCV

I1
Y

R R

L = R.  rad. Mas o ângulo central da curva é igual ao ângulo de


deflexão no PIV, isto é:  = . Por outro lado,  = 1 + 2. Logo:
 o

 = arc tg i1 + arc tg i2. Mas:  rad =
180 29
PIV

L
2 PTV
1 I2
PCV

I1
Y

R R

Portanto: L = R .  rad = R .  rad. Fazendo-se L  Y,


tem-se: Y = R .  rad

30
Cálculo dos coeficientes a, b e c.
No PCV x = 0, y = 0, portanto c = 0.Y

PIV

PTV
-I2

y
z
PCV X

I1

L/2 L/2

Seja a equação da parábola: y = ax2 + bx + c

Cálculo dos coeficientes a, b e c.


No PCV x = 0, y = 0, portanto c = 0.
31
Mas
Y
Equação da parábola: y = ax2 + bx + c

= b = i1
PIV

PTV
-I2

y
z
PCV X

I1

L/2 L/2
= 2ax + b . no PCV x = 0, logo:
L

dy = 2ax + b . No PCV x = 0, logo: dy = b = i


1
dx dx

No PTV, x = L. Sendo: dy = 2ax + b . Logo: i2 = 2aL+ i1 . Portanto:


dx
a = (i2 – i1)/2L
32
Fazendo-se i = i2 – i1 e substituindo os coeficientes a, b e c na
i 2
equação da parábola, tem-se: y= x + i1.x
2L

em que:
L: amplitude da parábola em projeção horizontal;
i1 e i2: valores da rampa e contra-rampa, respectivamente;
x: abscissa da parábola contada a partir do PCV até o ponto em
que se deseja calcular o valor da ordenada da referida curva.

Diferença de nível entre o greide reto e o greide curvo (ex):


ex = Z - y

33
Y

PIV

PTV
-I2
y
z
PCV X

I1

L/2 L/2

34
Se o ponto considerado estiver localizado entre o PCV e o PIV,
o valor de Z é obtido pela equação: Z = x.i1.

Se o ponto considerado estiver localizado entre o PIV e o PTV,


o valor de Z é obtido pela equação: Z = x1.i1 - (x2 – L/2).l(i2)l.
Se o ponto considerado estiver localizado entre o PCV e o PIV, o valor de z é dado pela
fórmula: z1=–x.i
Sendo:x dist.
1. Entretanto, se o ponto
– dist. PCV
PCV ao PIV e x2 considerado ao Ponto
estiver considerado.
localizado entre o PIV e
PTV, o valor de z é dado pela fórmula.
Z = x.i1 – (x – L/2) (i1 – i2)
(60) Y

PIV

PTV
-I2
y
z

PCV X

I1

L/2 L/2

L 35
Exemplo 1: considerando-se os seguintes dados:
rampa do PCV ao PIV 2,5%;
declive do PIV ao PTV = -2%;
1) o valor de Y (amplitude da parábola em projeção
horizontal) atende ao valor da distância de visibilidade de
projeto;
2) os dados da cota dos greides reto e do terreno estão
contidos na planilha a seguir em negrito:

36
Cota do Cota do Ordenada Cota do Cota vermelha
Estaca Ponto
greide reto terreno da parábola greide curvo (m)
Interm da curva
Inteira (m) (m) (m) (m) Corte Aterro
.

30 PCV 101,000 103,415 0,000 101,000 2,415

10 101,250 104,785 0,011 101,239 3,546

31 101,500 104,914 0,045 101,455 3,459

10 101,750 105,112 0,101 101,649 3,463

32 102,000 105,222 0,180 101,820 3,402

10 102,500 105,317 0,281 102,219 3,098

33 102,500 105,419 0,405 102,095 3,324

10 102,750 105,613 0,551 102,199 3,414

34 103,000 105,712 0,720 102,280 3,432

10 103,250 105,801 0,911 102,339 3,462

35 PIV 103,500 104,903 1,125 102,375 2,528

10 103,300 104,793 0,911 102,399 2,404

36 103,100 104,685 0,720 102,380 2,305

10 102,900 103,417 0,551 102,349 1,068

37 102,700 103,335 0,405 102,295 1,040

10 102,500 102,127 0,281 102,219 0,092

38 102,300 101,295 0,180 102,120 0,825

10 102,100 101,015 0,101 101,999 0,984

39 101,900 100,970 0,045 101,855 0,885

10 101,700 100,950 0,011 101,689 0,739


37
40 PTV 101,500 100,550 0,000 101,500 0,950
Comprimento Mínimo da Parábola em Projeção Horizontal (DNER, 1999)

Concordância Convexa
No caso da concordância convexa, a abordagem utilizada é a seguinte: um
motorista com um campo de visão se 1,10 m acima do plano da pista possa
enxergar um objeto de 0,15 m de altura situado sobre a pista. Assim, são duas as
equações utilizadas para cálculo do comprimento mínimo da parábola em projeção
horizontal, conforme segue:

a) Veículo e obstáculo posicionados na curva vertical (Y mín  D) - (Figura


42)

Obstáculo

h2
h1
38
a) Veículo e obstáculo posicionados na curva vertical (Y mín  D) - (Figura
42)

Obstáculo

h2
h1

PTV
PCV

Figura 42: Veículo e obstáculo posicionados na curva vertical.

Neste caso, o valor mínimo da amplitude da curva vertical, em projeção


horizontal, pode ser obtido pela fórmula:

ID 2
Ymín =
100 ( 2h 1 + 2h 2 )
2
39
b) Veículo e obstáculo posicionados nos greides retos (rampa e declive)
(Ymín  D) - (Figura 43)

Obstáculo
h2

PTV
PCV

h1
Y

FIGURA 43: Veículo e obstáculo posicionados nos greides retos.

Neste caso, o valor mínimo da amplitude da curva vertical, em projeção


rizontal, pode ser obtido pela fórmula:

200 ( h1 + h 2 )
2 40
FIGURA 43: Veículo e obstáculo posicionados nos greides retos.

Neste caso, o valor mínimo da amplitude da curva vertical, em projeção


horizontal, pode ser obtido pela fórmula:

Ymín = 2D −
200 ( h1 + h 2 )
2

(66)
I

em que:
Ymín = comprimento mínimo da parábola em projeção horizontal (m);
D = distância de visibilidade de parada (m);
h1 = altura do olho do motorista (m);
h2 = altura do objeto situado sobre a pista (m);

I = diferença algébrica dos greides (%) em valor absoluto.

41
Concordância Côncava

a) Veículo e obstáculo posicionados na curva vertical (Ymín  D) -


(Figura 44)

H 
PCV

PTV
ID2
Ym ín =
200(H + Dtgα )

42
b) Veículo e obstáculo posicionados nos greides retos (declive
e rampa (Ymín  D) - (Figura 45)
D

H 
PCV

PTV
Y

Ymín = comprimento mínimo da parábola em projeção

200 (H + Dtgα ) horizontal (m);


Ymín = 2D −
I D = distância de visibilidade de parada (m);
H = altura do farol do veículo (m) (0,61 m);
 = ângulo de divergência do facho luminoso em relação
ao eixo longitudinal do veículo (1º );
I = diferença algébrica dos greides em valor absoluto(%).
43
Distância de visibilidade mínima de parada (Dp).

É a distância mínima para que um veículo possa parar a partir do instante que
o motorista percebe um obstáculo fixo na mesma faixa da pista por onde se desloca
e reage imediatamente para evitar uma possível colisão. Considerando a Figura 34,
tem-se que:
Dp

d1 d2
Obstáculo

Figura 34: Distância de visibilidade de parada.

d1 = distância (m) percorrida pelo veículo a partir do instante que o motorista


percebe e reage ao avistar o obstáculo na pista.

d2 = distância (m) obtida após a frenagem do veículo num trecho de estrada


em nível. Nesta distância, a energia cinética do veículo é equivalente ao trabalho de
atrito.

44
V2
Dp = 0,7V + (52)
255(f + i)

DP = distância de visibilidade de parada (m);


V= velocidade diretriz em km/h;
f = coeficiente de atrito longitudinal.
i = greide em m/m; ascendente (+) e descendente (-).

45
Exemplo 2
Projetar uma parábola simples (concordância côncava) para concordar
um declive de 3% com uma rampa de 2,5%. A distância de visibilidade de
parada é igual a 100 m. Sendo a estaca do PIV igual a EST 50, calcular
as ordenadas da parábola nas estacas 49 e 51. Se a cota do greide reto
na estaca do PIV for igual a 150 m e a do terreno na estaca 49 igual a
148,5 m, qual o valor da cota vermelha nesta estaca (EST 49)? Qual o
raio de curvatura aproximado da parábola. Faça um esboço da seção
transversal da estrada na estaca 49, conhecendo-se os seguintes dados:
largura da plataforma da estrada: 12 m sem sarjetas nas laterais da
estrada, inclinação do talude de aterro 66,7%, declividade transversal do
terreno, ascendente da esquerda para a direita, igual a 10%.

46
Resolução:
Testando a Equação 68, Ymín = 114,35 m, não ok;
Testando a Equação 67, Ymín = 116,75 m, ok; adotar Y = 120 m;
emáx = - 0,825 m; o sinal negativo é para indicar o sentido da ordenada
da parábola, portanto, emáx = 0,825 m.
exEst 49 = = exEst 51 = 0,367 m.
Cota do greide reto na EST 49 = 150 m + 0,03.20 m = 150,600 m.
Cota do greide curvo na EST 49 = 150,600 m + 0,367 m = 150,967 m.
Cota verm. de aterro na EST 49 = 150,967 m – 148,50 m = 2,467 m.

47
Exemplo 3
Considerando-se a figura ilustrada a seguir, projetar uma
parábola simples para atender à distância de visibilidade de parada
igual a 120 m. Em seguida, calcular as cotas vermelhas nas estacas:
21, 22, 23. As cotas do terreno nessas estacas são,
respectivamente: 216m, 215m e 214m. Calcular também o raio de
curvatura0 aproximado da parábola.
Cot
a (m) Perfil longitudinal do terreno

PIV
I2= -2,5%

I1 = 3,5%

200

20 220 Estac 48
20 2Estaca
as
Resposta: Y = 209,43 m; valor adotado para Y= 220m
(múltiplo de 10)
Cotas vermelhas de corte nas estacas 21, 22 e 23 são iguais
a: 3,605m, 2,668 e 1,841, respectivamente.
Raio de curvatura aproximado da parábola: 3.666,67m.

49
Exemplo 4:
De acordo com a concordância vertical convexa ilustrada na
figura abaixo, determinar:
a) O valor da inclinação de rampa I2(%) para que se obtenha a
cota vermelha de aterro no PIV igual a 8 m. Sabe-se que a cota do
terreno nesta estaca é igual a 233,4m.
b) A cota vermelha (aterro) na estaca 25. A cota do terreno
nesta estaca é igual a 235 m, conforme ilustrado na figura abaixo.

50
Cota (m)

perfil do terreno

,5 % 233,4 I2 =
I1= 2 235 ?
232,7 PCV

PTV
PIV
Estacas

0 15 23 25 31

51

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