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ESTRADAS

CURVAS COM ESPIRAL DE TRANSIÇÃO


CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO

Quando um veículo passa de um


alinhamento reto para um trecho curvo, surge
uma força centrípeta atuando sobre o
mesmo, que tende a desviá-lo da trajetória
que normalmente deveria percorrer. Este fato
representa um perigo e desconforto para o
usuário da estrada.
CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO
Em outras palavras, a partir da passagem pelo
PC, o veículo segue uma trajetória de “transição
intermediária” entre a tangente e a curva, a qual
varia de acordo com a velocidade, o raio de
curvatura e a superelevação. O problema se
acentua quando se aumenta a velocidade e se
reduz o raio de curvatura, pois a transição se
processa numa distância maior, podendo resultar
até na invasão da faixa adjacente, como
representado a seguir.
CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO

PC

PT
CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO
No intuito de amenizar esse esforço intercala-
se entre a tangente e a curva circular horizontal
um trecho de curva com raio de curvatura
progressivo, denominado de ESPIRAL DE
TRANSIÇÃO. Essa espiral de transição possui
um raio de curvatura que varia do infinito ao valor
finito concordante com o Rc da curva circular
horizontal. Podemos definir a curva horizontal de
transição como uma curva que possui dois trechos
em espirais intercalados com um trecho circular.
CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO
Basicamente, a utilização de trechos em
espirais contempla três vantagens:

1- Uma curva de Transição adequadamente projetada fornece


uma trajetória natural para os veículos em que a força de
aceleração centrípeta cresce gradualmente na passagem da
tangente para a curva circular.
A curva de Transição reduz ao mínimo a tendência de
atingir a faixa adjacente e tende a uniformizar a velocidade;
CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO
2- A curva de transição constitui o intervalo ideal para
acomodar a variação da superelevação entre o trecho em
tangente e a curva circular. A passagem da seção normal
em tangente para a seção com superelevação plena na
curva circular, pode ser efetuada ao longo da curva de
transição de uma maneira bastante coerente com relação
à velocidade-raio do veículo. Nos locais em que a variação
da superelevação é feita sem curva de transição, parte na
tangente e parte na circular, o motorista que se aproxima
da curva tem que compensar o aumento da
superelevação no trecho em tangente girando ligeiramente
o volante no sentido contrário ao da curva à sua frente;
CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO
2-

Esquema da variação da Superelevação


CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO
3- A curva de transição facilita a implantação da
superlargura na passagem do trecho em tangente para
a curva circular;
CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO
4- O uso da curva de transição elimina as aparentes
quebras de alinhamento nas junções de curvas e
tangentes. A figura a seguir mostra claramente o
confronto entre o uso e não uso de curva de transição.

CURVA SEM ESPIRAL DE TRANSIÇÃO CURVA COM ESPIRAL DE TRANSIÇÃO


CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO

TS
SC

CS

ST
CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO
ESPIRAIS:
São curvas onde os raios de Po
curvatura em qualquer de seus
pontos é inversamente
proporcional aos R
desenvolvimentos de seus
respectivos arcos, com isso temos O
uma variação constante do raio R
para cada ponto afastado do
centro. T
Rp =

8
CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO
“T” é o ponto de concordância da espiral com a
tangente, chamado de ponto de inflexão;
Na origem “T”, o raio de curvatura “Rp” é infinito;
“Po” é o ponto de concordância entre a espiral e o
trecho circular, chamado de Ponto Osculador;
No Ponto Osculador “Po” o raio é igual ao raio da
curva circular com centro em “O”;
Na curva circular com transição em espiral o ponto
“T” corresponde ao “TS” e ao “ST” e o ponto “Po”
corresponde ao “SC” e ao “CS”.
TIPOS DE CURVAS
Principais tipos de curvas usadas para a
transição são: Po
c
CLOTÓIDE ρ= l
l
(Espiral de Cornu) T
c = Constante
Po = Ponto Osculador
T = Ponto de Inflexão
ρ= Raio de Curvatura de cada ponto
l = Comprimento da transição a partir da origem
TIPOS DE CURVAS
RADIÓIDE ÀS ABSCISSAS
c
(Curva Elástica) ρ=
x

Po
c = Constante T
ρ = Raio de Curvatura de cada ponto
x = Comprimento da curva pela abscissa
TIPOS DE CURVAS
LEMNISCATA DE Y
BERNOULLE

c
ρ= T
Po
r
X

Ponto de inflexão
r = Raio Vetor
c = Constante
ρ = Raio de Curvatura de cada ponto
TIPOS DE CURVAS
PARÁBOLA CÚBICA y
Po
3
x T
y= x
6⋅c
Ponto de
inflexão
c = Constante
y = Comprimento da curva pela Ordenada
x = Comprimento da curva pela Abscissa
CONCORDÂNCIA COM CURVA CIRCULAR
SIMPLES
Ls = Comprimento da Espiral
D θ = Comprimento Circular I = 2xAs+θ
PI
TS = Tangent-Spiral TTs
SC = Spiral-Curve Xs
CS = Curve-Spiral Ys
PC S C Dθ CS PT
ST = Spiral-Tangent
Ls Ls ST
TTs = Tangente Total
TS
O = Centro da Curva Rc
Ys = Deslocamento na Abicissa Rc
Xs = Deslocamento na Ordenada As θ As
AS = Ângulo do trecho Espiral
θ = Ângulo do trecho Circular O
MÉTODOS DE LOCAÇÃO
Existem três métodos de inserção das espirais de
transição,
Método do Centro Conservado
Este método não é
aplicado pois o implica
na diminuição do Rc, o
que acarreta em uma
certa inconveniência no
sentido Geométrico e
de Projeto
MÉTODOS DE LOCAÇÃO
Método do Raio e Centro Conservados

Neste método, deslocam-se as


tangentes, o centro da curva
circular horizontal e o raio são
mantidos inalterados, o
deslocamento das tangentes
gera uma mudança na
posição do PI. Esse método é
aplicável apenas em casos
especiais.
MÉTODOS DE LOCAÇÃO
Método do Raio Conservado

O método do raio
conservado é o mais
utilizado, neste caso existe
a necessidade do recuo
do centro da curva
circular horizontal O,
mantendo inalterado o
valor de Rc.
CÁLCULO DA TRANSIÇÃO
Comprimento da Espiral (Ls)

V3
Rc.Ac °.π
Lsmin = 0,036 ⋅ Ls max =
R 180 °
Ls min + Ls max
Ls =
2
Adotando:
• O valor que fique mais próximo do um múltiplo de 10m.
• Ls nunca menor que 30m.
CÁLCULO DA TRANSIÇÃO
Cálculos dos Ângulos PI I
Ls 2
Asr = As =
L
2R 2 ⋅ R ⋅ Ls jc
180 ⋅ Ls θ/2
SC
θ/2
CS jc
Asg = θ/2
2⋅π ⋅R jc
ic
TS AC/2 ST
Asg = ic + jc
θ
ic
jc = Asg − ic Asg Asg

Xc
ic = arc tg AC
Yc
θ = AC − 2 ⋅ Asg
CÁLCULO DA TRANSIÇÃO
Ordenada e Abicissa da Espiral (Yc e Xc) PI

Cálculo de TS à SC
 Asr 2 Asr 4  XC
Yc = Ls ⋅  1 − + 
 10 216 
X Ls SC
YC
Ls ⋅ Asr  Asr 2 Asr 4 
Xc = ⋅  1 − +  Y
3  14 440  L
Cálculo em um L qualquer
TS
 As 2 As 4  As
Y = L ⋅  1 − + 
 10 216 
Asg ou Asr
L ⋅ As  As As 
2 4
X= ⋅1−
 + 
3  14 440 
CÁLCULO DA TRANSIÇÃO
TTs = T + q
PI
Tangente Total (TTs) I
 AC   AC 
tg  =
T
∴ T = (R + p ) ⋅ tg 
 2  R + p  2 
T
 AC 
TTs = q + (R + p ) ⋅ tg
TTs

 2 
 SC CS

p = Xc − R ( 1 − Cos Asg )
q
p

q = Yc − ( R ⋅ Sen Asg ) TS
Rc AC
p
t=
 AC  O1
cos  t
 2  O2
CÁLCULO DA TRANSIÇÃO
PI
Cálculo das Cordas

Cs = Xc + Yc
2 2
YC XC
ou SC
ic
Yc
Cs = jc

Cos (ic )
Cs
TS
ou Trecho Circular
Xc CS
Cs =
Sen (ic )
Cc
SC

θ θ
R
Cc = 2 ⋅ R ⋅ Sen R

2
CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA

DESENVOLVIMENTO DA CURVA (Dθ)

π.θ .R
Dθ =
180°
DESENVOLVIMENTO DO TRECHO CURVO (D)

D = Dθ + 2.Ls

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