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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

TOPOGRAFIA 2023.2

LUIS CARLOS SILVA DE SOUSA - 202140604028;

NATHACIA KELLY DA SILVA SAMPAIO - 202140604027;

WIVIANE CRISTINA SILVA REIS - 202140604029.

CÁLCULO DE ÁREA – PROCESSO GRÁFICO

MARABÁ
2023
2

LUIS CARLOS SILVA DE SOUSA - 202140604028;

NATHACIA KELLY DA SILVA SAMPAIO - 202140604027;

WIVIANE CRISTINA SILVA REIS - 202140604029.

CÁLCULO DE ÁREA – PROCESSO GRÁFICO

Trabalho apresentado ao curso


de graduação de Engenharia
Civil da Universidade do Sul e
Sudeste do Pará, para a
obtenção de conceito na
disciplina curricular obrigatória:
Topografia, ministrada pelo
docente Flávio de Moraes e
Silva.
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. DESENVOLVIMENTO 5
2.1. TRANSFORMAÇÃO GEOMÉTRICA 5
2.2. DIVISÃO DE QUADRÍCULAS 7
2.3. FIGURAS GEOMÉTRICAS EQUIVALENTES 8
3. CONCLUSÃO 9
4. REFERÊNCIAS 10
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1. INTRODUÇÃO

A avaliação da área de um território é uma prática comum na topografia.


Pode ser utilizado na compra, venda, partilha e escrituras de imóveis rurais e
urbanos; atividade que gera informações de grande valia para o levantamento
cadastral de documentos, etc. Normalmente os processos para determinação de
áreas de um local podem ser definidos através dos métodos: gráficos, analíticos,
mecânicos e computacionais (VEIGA et al., 2007).

O uso de cada método para determinar o tamanho da área, dependerá do


formatado em avaliação. Os processos analíticos, gráficos, computacionais e
mecânicos são utilizados quando a forma das áreas é irregular (processo indireto),
como é o caso de terrenos poligonais no limite da maioria das propriedades. Uma
vez que o retângulo limite esteja na forma de um padrão conhecido, um processo
simples é usado para medir a área. Um polígono quadrado tem um lado ao
quadrado (l2), um polígono retangular tem a base multiplicada pela altura (b x a),
um triângulo tem a base multiplicada pela altura dividida por [(b x a)/2] e um
polígono circular tem o raio ao quadrado e multiplicado por π, resultando em A = π.
r2 (COELHO JÚNIOR et al., 2020).

O Processo Gráfico é classificado como um método indireto. O presente


trabalho tem como objetivo explanar sobre essa temática elencando os pontos
principais. Basicamente, o método gráfico consiste em realizar uma subdivisão no
limite de um polígono, onde as áreas dessa subdivisão são encontradas na forma
de desenhos (figuras) geométricas conhecidas (quadrados, retângulos, triângulos e
círculos) para as quais existem fórmulas conhecidas para encontrar essas áreas,
como demonstrada na Figura 1 (COELHO JÚNIOR et al., 2020).

Figura 1 - Método gráfico.

Fonte: COELHO JÚNIOR et al., 2020.


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2. DESENVOLVIMENTO
2.1. TRANSFORMAÇÃO GEOMÉTRICA
Em um levantamento topográfico ao se deparar com superfícies irregulares e
muitas vezes complexas, dificultando o cálculo de sua área é necessário a
transformação geométrica da uma área poligonal em figuras geométricas
conhecidas como triângulos, quadrados, retângulos ou círculos e dessa forma
tornar viável o cálculo do local como por exemplo através da fórmula de área do
triângulo descrita a seguir:
b∗h
A=
2
Onde:
A: área;
b: base do triângulo;
h: altura do triângulo;
2: constante.
Assim, dado como exemplo a Figura 2, de uma determinada área poligonal que foi
dividida em figuras geométricas conhecidas e a partir disso tornou-se possível
calcular sua área total, sendo que essa é o somatório das áreas dos triângulos que
preenchem o espaço.
Figura 2 - Cálculo de área por transformação geométrica.

Fonte: Campos, 2007.


E a partir dessa configuração a transformação geométrica mostra uma abordagem
prática e precisa para determinar a área de uma superfície desejada.
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Esse método se dá início pelo levantamento topográfico, como supracitado


anteriormente onde são coletados os dados topográficos de terrenos, esses dados
são representados em um sistema de coordenadas que geralmente é o cartesiano
(x,y), após isso a figura representada do terreno é analisada para fazer as cabíveis
transformações geométricas. Algumas delas são:
-Translação, que permite deslocar a figura para que ela se ajuste às coordenadas
ou ponto de referência, essa configuração permite fazer correções de erros no
levantamento;
- Rotação,posiciona a figura também de acordo com eixos para facilitar no cálculo
da área e aplicação da fórmula;
- Escala, que nada mais é do que redimensionar a figura do terreno para melhor
visualização de detalhes e cálculo e adequá-la a escala do projeto, já que é inviável
representar em tamanho real.
Com essas adaptações, a figura se torna de uma forma simplificada, sendo
possível fazer seus cálculos de área de forma mais precisa.
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2.2. DIVISÃO DE QUADRÍCULAS

O cálculo de área pelo processo gráfico utilizando a divisão por quadrícula,


se baseia em que a área avaliada é dividida em padrões geométricos, como
triângulos, quadrados ou outras formas e a área final é determinada pela soma de
todas as áreas de padrões geométricos. A Figura 3 representa a aplicação do
método gráfico dividindo a área em quadrados e padrões geométricos
correspondentes (VEIGA et al., 2007).

Figura 3 - Cálculo de área por métodos gráficos: quadriculado e figuras


geométricas

equivalentes.

Fonte: VEIGA et al., 2007.

As quadrículas totais e parciais são processos que utilizam o papel


milimetrado, ou seja, tem como referência pequenas áreas. A mesma é realizada
de tal maneira, ajustando da melhor maneira possível o papel milimetrado vegetal
na área a ser medida. Com o auxílio da equação descrita abaixo, consegue-se
calcular a área (Figura 4).
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No qual inteiro é a somatória dos quadrados inteiros; não inteiros é a somatória dos quadrados nã

Figura 4 - Cálculo de área pelo papel milimetrado.

Fonte: Campos, 2007.

Para melhor entendimento está demonstrado abaixo dois exemplos do


cálculo de área utilizando a quadrícula.

Exemplo 1- Para a escala 1: 25.000 foram encontrados em uma área os seguintes


valores. 235 quadrados de 1 mm de lado inteiros e 138 quadrados não inteiros.

S = 235 + (138/2) = 304 quadrados de 1 mm

S mm = 304 mm2 na carta

S = 304 x 25.0002 = 190.000.000.000 mm2 = 190.000 m2

Exemplo 2:

Figura 5 - Cálculo de área do Exemplo 2.


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Fonte: Campos, 2007.

Primeiro deve-se contar a somatória dos quadrados inteiros que preenchem o


interior da figura que é de 43 quadrados (Figura A).

Em seguida deve-se contar a somatória dos quadrados não inteiros. A área por
excesso da região é de 37 quadrados (Figura B).

S = 43 + (37/2) = 61,5 quadrados de 1 m2

A área da figura dada se encontra em m², então, cada quadriculado representa 1


m². Portanto, a área da região irregular é de aproximadamente 61,5 m².

As quadrículas fazem parte do Sistema de Projeção Universal Transverso de


Mercator (UTM) que é um conjunto de linhas retas, espaçadas uniformemente, que
se interceptam em ângulos retos, dando formato a um quadriculado. O intervalo
entre as linhas verticais da quadrícula é a função da escala adotada na folha, mas
sempre se refere a uma distância em número redondo de metros, geralmente
quilômetro ou múltiplos deles. As linhas verticais são paralelas ao meridiano central
e as horizontais são paralelas ao Equador. Cada fuso da projeção UTM representa
uma quadrícula particular, não havendo ligação nas bordas entre a quadrícula de
uma folha de um fuso e a outra da folha vizinha de outro fuso (NUCCI, 2018).
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2.3. FIGURAS GEOMÉTRICAS EQUIVALENTES

Euclides criou a ferramenta denominada equivalência de área para a


elaboração de seus teoremas que por vez motivou o problema da quadratura do
círculo que é classificado como um dos três problemas clássicos da Grécia
antiga, contribuindo para o desenvolvimento da matemática.

Uma de suas obras que ficou bastante conhecida foi o livro “Os
Elementos”, compostos por 465 argumentos distribuídos em 13 livros, o mesmo
foi autor de mais ou menos dez trabalhos, porém o que mais chamou atenção
foi o livro citado acima, considerado uma obra prima por conseguir identificar um
teorema e identificar uma construção particular, foram criadas mais de mil
edições sendo a primeira produzida em 1482.

Na Grécia antiga eram utilizados apenas réguas e compassos nas


construções geométricas e quando se referiam a números eles só tinha visão
para os números inteiros positivos, não tinha essa visão de hoje de
aproximação. Naquela época existia a ausência de números reais o que
ocasionou na busca de alternativas para lidar com as discrepâncias, foi a partir
daí que foi criado a álgebra total geométrica, onde as grandezas eram medidas
ao invés de serem calculadas, por esse motivo a Grécia adotou a tradição da
régua e compasso

Utilizada para a resolução de média geométrica do problema de quadratura


de polígonos temos dois segmentos a e b, e através desse seguimento será
definido a média geométrica entre os dois pontos citados utilizando a fórmula:
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Para a determinação da área de uma figura plana, utiliza-se o método da


exaustão, adotada para casos com falta ou excesso de números que irá expor a
área da região limitada.

Para melhor entender esse método de equivalência criado por Euclides


vamos para exemplos de como esse cálculo de área é executado.

Na figura 1 temos um paralelogramo com os pontos iniciais ABCD, no qual


o K é dado como um ponto qualquer na diagonal AC e os dois paralelogramos
expressado por AEKH e KGCF sobre a diagonal AC. Estes paralelogramos são
equivalentes pois contém o mesmo grau.
Ao analisar os pontos AC que está posicionado na diagonal, podemos
observar que os pontos ABC e ADC formam dois triângulos congruentes
possuindo a mesma área. Assim podemos olhar os pontos AK que estão
posicionados na diagonal do paralelogramo com pontos representados pelos
pontos AEKH que também formam dois triângulos, pela mesma análise do
primeiro caso, o triângulo KGC é equivalente ao KCF, possuindo as mesmas
medidas de áreas entre os pontos analisados.

Figura 6 -: Exemplo de Método de Equivalência

Fonte: FREITAS C. H. V.; ALMEIDA, D. M., 2016.

Utilizando o triângulo dos pontos ABC e fazendo o uso do método de


decomposição, temos que o triângulo AKE e KGC e mais o paralelogramo
identificado pelos pontos EBGK podem ser decompostos dentro da área do
triângulo. Assim também pode ser feito com o triângulo representado pelos
pontos ADC que também pode ser decomposto nos dois triângulos AKH e KCF
e mais o paralelogramo identificado com KFDH, assim podemos concluir que os
paralelogramos dos pontos EBGK e KFDH são considerados equivalentes.
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3. CONCLUSÃO

Para que se tenha melhores resultados nas divisões de áreas, é de suma


importância o método de análises gráficas, pois de acordo com as pesquisas
realizadas e os materiais alcançados podemos observar o quanto é importante
para que se tenha resultados mais precisos.
A transformação geométrica, deixa os cálculos de áreas mais fáceis de se
visualizar, pois de acordo com os dados, pode-se alterar as formas para uma
melhor visualização e caso tenha algum tipo de deformação do local, a parte
topográfica pode alterar a forma para fazer um melhor levantamento de dados
sobre a área que está sendo analisada.
Esse processo gráfico realizado pela divisão por quadrículas permite que ao
final da análise da área da figura avaliada como triângulos, quadrados, círculos
entre outras formas, possam ser determinados os cálculos de áreas de padrões
geométricos com base nas formas adotadas.
Também a partir dos métodos de Euclides pode se dividir as formas
geométricas de forma equivalentes, podendo assim ter uma análise com mais
exatidão e sem muitos trabalhos para se calcular as áreas daquela figura.
Por fim concluímos que cálculos de áreas por processos gráficos é
fundamental na área de topografias por conter resultados precisos e de fácil
manuseio de equipamentos. Facilitando a visualização e os cálculos que serão
empregados na figura geométrica.
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4. REFERÊNCIAS

CAMPOS, A. C. MEDIÇÕES PLANIMÉTRICAS: PRECISÃO E GENERALIZAÇÃO.


Aula 10. Disponível em:
https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/11200704042012Cartografia_Basi
ca_Aula_10.pdf. Acesso em: 24 jul. 2023.

COELHO JÚNIOR, J. M.; NETO, F. C. R.; ANDRADE, J. DA S. C. O. Topografia


Geral. 2. ed. Recife: 2020. 273p. Disponível em:
https://repository.ufrpe.br/bitstream/123456789/3377/1/Livro_topografiageral2ed.pdf
. Acesso em: 24 jul. 2023.

FREITAS C. H. V.; ALMEIDA, D. M.. Equivalência de áreas. Revista Eletrônica


Matemática e Estatística em Foco, Uberlândia, v.4, n. 2, p.1-54, Dezembro,
2016. Disponível em:
https://seer.ufu.br/index.php/matematicaeestatisticaemfoco/article/view/
33285/19259 Acesso em: 24 jul. 2023.

NUCCI, J. M.; MOREIRA, M. A. A.; LOPES, C. Topografia e Cartografia, 2018.


Disponível em:
http://livresaber.sead.ufscar.br:8080/jspui/bitstream/123456789/2698/1/
EA_Nucci_Topografia.pdf. Acesso em: 24 jul. 2023.
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VEIGA, L. A. K.; ZANETTI, M. A. Z.; FAGGION, P. L. Fundamentos De Topografia.


2007. Disponível em: http://www.gpeas.ufc.br/disc/topo/apost04.pdf. Acesso em: 24
jul. 2023.

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