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A Responsabilidade Civil

do Perito Judicial de
Engenharia
Publicado por Willie Silva há 2 anos

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INSTITUTOS SUPERIORES LA SALLE

CURSO DE DIREITO

WILLIE DE SOUZA E SILVA

RESPONSABILIDADE CIVIL DO PERITO


JUDICIAL DE ENGENHARIA

NITERÓI-RJ

APRESENTADA EM JULHO/2011

REVISADA EM MARÇO/2021

INSTITUTOS SUPERIORES LA SALLE

CURSO DE DIREITO

RESPONSABILIDADE CIVIL DO PERITO


JUDICIAL DE ENGENHARIA

WILLIE DE SOUZA E SILVA

Monografia apresentada ao

Curso de Direito para obtenção do Grau de


Bacharel.

Área de Concentração: Responsabilidade


Civil.

Orientador: Ms. LINCOLN ANTÔNIO DE


CASTRO

NITERÓI-RJ

APRESENTADA EM JULHO/2011

REVISADA EM MARÇO/2021

WILLIE DE SOUZA E SILVA

RESPONSABILIDADE CIVIL DO PERITO


JUDICIAL DE ENGENHARIA

Monografia apresentada ao Curso de Di-


reito para obtenção do Grau de Bacharel.

Área de Concentração: Responsabilidade


Civil.

Aprovada em julho de 2011.

BANCA EXAMINADORA

Ms. LINCOLN ANTÔNIO DE CASTRO -


Orientador

INSTITUTOS SUPERIORES LA SALLE

Ms. PATRICK MAIA MERÍSIO

INSTITUTOS SUPERIORES LA SALLE

Ms. ANDRÉ LUIZ MIRANDA DE ABREU

INSTITUTOS SUPERIORES LA SALLE

À minha esposa Geruza e aos meus filhos


Bruno e Victor, pelo apoio incondicional
em todos os momentos da nossa vida em
comum.

EPÍGRAFE

“O que faz um bom juiz ou um bom intér-


prete da lei é a correta compreensão da-
quela lei natural principal que se chama
equidade.”

Thomas Hobbes – Leviatã – 1651.

AGRADECIMENTOS

À LASALLE – RJ.

Ao Professor Lincoln Antonio de Castro.

A todos os professores e amigos com quem


tive a honra de conviver, por ser aluno do
Curso de Direito da Instituição de Ensino
La Salle - RJ.

RESUMO:

O presente trabalho monográfico aborda a


responsabilidade civil do Perito Judicial
de Engenharia. A monografia perpassa
pelo instituto da prova pericial e discute os
principais pontos desse instituto do direito
processual. Da prova pericial, o trabalho
evolui para o desenvolvimento do procedi-
mento pericial, enfatizando o conceito e
sua natureza jurídica. Aborda os aspectos
inerentes à escolha do perito, auxiliar do
juiz e agente público investido nessa fun-
ção temporariamente. Enfatiza os deveres
do Perito Judicial e seus desdobramentos
em sua missão de periciar. E, por fim, dis-
cute genericamente o tema da responsabi-
lidade civil, a sua evolução, e os diversos
aspectos desse instituto do direito materi-
al, dando ênfase à sua evolução no Brasil,
da responsabilidade subjetiva até chegar à
responsabilidade objetiva do Código Civil
de 2002 e à responsabilidade do Estado
presente na Constituição da Republica Fe-
derativa do Brasil de 1988.

ABSTRACT:

This dissertation addresses the civil res-


ponsibility of the Expert of Engineering.
The study moves through the institute of
expert evidence and discusses the main
points of the institute of the procedural
law. From the expert evidence, the thesis
evolved into the development of its proce-
dure, emphasizing the concept and its le-
gal nature. It addresses the issues inhe-
rent to the choice of legal expert, the judge
assistant and public official who is inves-
ted in this function temporarily. It
emphasizes the duties of the legal experts
and its consequences in their mission of
expertise. And, finally, discusses the gene-
ral issue of civil responsibility, its evoluti-
on, and the various aspects of substantive
law such as an institute with emphasis on
its evolution in Brazil, from the subjective
responsibility up to reach the objective
responsibility by the Civil Code of 2002
and the State responsibility in the Consti-
tution of the Federative Republic of Brazil
by 1988.

SUMÁRIO

RESUMO: 7

ABSTRACT: 8

LISTA DE ABREVIATURAS: 11

INTRODUÇÃO: 12

1. PROVA PERICIAL 14

1.1. CONCEITO 14

1.2. OBJETO 16

1.3. PROVA PERICIAL 16

1.4. ESPÉCIES DE PROVA PERICIAL 18

1.5. VALORAÇÃO 19

2. PERÍCIA 22

2.1. CONCEITO 22

2.2. NATUREZA JURÍDICA 22

2.3. CLASSIFICAÇÃO 23

2.4. LAUDO 25

3. PERITO 27

3.1. CONCEITO 27

3.2. DENOMINAÇÕES 28

3.3. ASSISTENTES TÉCNICOS 29

3.4. ESCOLHA DO PERITO 30

3.5. DIREITOS 31

3.5.1. Do Direito de Escusa do Encargo 31

3.5.2. Do Direito de Proteção contra Deso-


bediência ou Desacato 32

3.5.3. Do Direito aos Honorários Periciais


32

3.5.4. Do Direito de Livre Desempenho da


Função Pericial 33

3.5.5. Do Direito de Reserva de Prestar


Esclarecimentos 33

3.6. DEVERES 33

3.6.1. Deveres de Conduta 34

3.6.2. Deveres Relacionados às Regras


Processuais Civis 34

3.7. PODER INSTRUTÓRIO 36

3.8. IMPARCIALIDADE 36

4. RESPONSABILIDADE CIVIL 38

4.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 38

4.2. CONCEITO 41

4.3. RESPONSABILIDADE CIVIL E ATO


ILÍCITO 42

4.4. FUNÇÃO 43

4.5. ESPÉCIES 44

4.6. RESPONSABILIDADE EXTRACON-


TRATUAL SUBJETIVA 47

4.6.1. Conduta 48

4.6.2. Culpa 48

4.6.3. Nexo causal 53

4.6.4. Dano 57

4.7. RESPONSABILIDADE EXTRACON-


TRATUAL OBJETIVA 62

4.7.1. Evolução 62

4.7.2. Teorias 64

4.7.3. Legislação aplicável – Código civil


66

4.7.4. Responsabilidade extracontratual


objetiva do Estado 70

4.8. EXCLUDENTES DE RESPONSABILI-


DADE 77

4.9. RESPONSABILIDADE CIVIL DO PE-


RITO JUDICIAL DE ENGENHARIA 80

5. CONCLUSÃO 82

6. REFERÊNCIAS 85

LISTA DE ABREVIATURAS:

Ag Rg – Agravo Regimental

CC – Código Civil

CDC – Código de Defesa do Consumidor

CP – Código Penal

CPC – Código de Processo Civil

CPP – Código de Processo Penal

CRFB/88 – Constituição da Republica Fe-


derativa do Brasil de 1988

DJU – Diário da Justiça

RE – Recurso Extraordinário

Rel. – Relator

REsp – Recurso Especial

STF – Supremo Tribunal Federal

STJ – Superior Tribunal de Justiça

INTRODUÇÃO:

No Brasil há uma grande gama de excelen-


tes trabalhos que versam sobre o tema res-
ponsabilidade civil, entretanto, muito pou-
co se tem criado especificamente sobre a
responsabilidade civil do Perito Judicial.

A idéia de se trabalhar este tema originou-


se da necessidade de se alertar o profissio-
nal que exerce o múnus público de perici-
ar, normalmente profissional liberal, no-
meado pelo juiz, que pouco ou nada sabe
sobre o instituto da responsabilidade civil,
sobre as possíveis conseqüências de sua
conduta.

Esse profissional necessita conhecer os


seus deveres inerentes à função de perito e
as implicações resultantes de suas viola-
ções. Deve saber se conduzir em face das
diversas situações presentes na sua ativi-
dade, para que possa responder de forma
adequada e evitar danos a outrem.

Também, serve o presente trabalho como


fonte de consulta para outros atores do
processo civil, tais como: partes, julgado-
res, parquet, assistentes técnicos e advo-
gados.

O trabalho é ainda endereçado ao mundo


acadêmico, podendo servir como fonte de
pesquisa, e quiçá inspiração, para pesqui-
sadores que se interessem no aprofunda-
mento do tema.

O capítulo 1, sob o título “Prova Perici-


al”, aborda a definição da prova pericial,
as suas diversas espécies, bem como os
seus sistemas de valoração.

Intitulado “Perícia”, o capítulo 2 detalha


o conceito, a natureza jurídica do procedi-
mento pericial, indicando, ao fim, os re-
quisitos típicos do laudo pericial, peça im-
portante de conclusão do ato de periciar,
documento que servirá de base para críti-
cas dos assistentes técnicos e decisão do
juiz.

O capítulo 3 versa sobre o “Perito”, os


seus direitos e deveres, enfatizando a im-
portância da imparcialidade no desempe-
nho da função pericial.

O tema central da monografia é detalhado


no capítulo 4, sob o título “Responsabi-
lidade Civil”, cuidando da evolução his-
tórica do instituto, aprofundando o intri-
gante tema em três subtítulos da mais alta
importância: a responsabilidade civil
subjetiva; a responsabilidade civil
objetiva; e a responsabilidade objeti-
va do Estado.

Ao fim, ainda no último capítulo da mono-


grafia, responde-se à principal indagação
que motivou o trabalho monográfico, o de
saber qual o tipo de ação de reparação ca-
bível em face do perito, em razão de dano
provocado pelo seu trabalho.

1. PROVA PERICIAL
1. CONCEITO

Ao menos três conceitos jurídicos diferen-


tes podem ser atribuídos ao vocábulo pro-
va: atividade, meio e resultado.

O conceito ligado à atividade se refere à


metonímia de instrução probatória; prova
também pode ser um sinônimo de meio de
prova, constante no Código de Processo
Civil como prova testemunhal, documen-
tal e pericial; como resultado, a prova tam-
bém assume o significado da finalidade da
instrução probatória, depois da pondera-
ção do juiz.

Sintetiza o tema Cambi (apud Didier,


2010, v.2. p.43):

“Juridicamente, o vocábulo ‘prova’ é plu-


rissignificante, já que pode ser referido a
mais de um sentido, aludindo-se ao fato
representado, à atividade probatória, ao
meio ou fonte de prova, ao procedimento
pelo qual os sujeitos processuais obtêm o
meio de prova ou, ainda, ao resultado do
procedimento, isto é, à representação que
dele deriva (mais especificamente, à con-
vicção do juiz).”

Segundo Didier; Braga; Oliveira (2010,


v.2, p.43), o vocábulo prova, quando de-
signa a atividade probatória ou os meios
com que ela se desenvolve, diz-se que se
trata de um sentido objetivo. Quando se
usa o mesmo vocábulo para designar con-
vicção que as provas produzidas no pro-
cesso geram no íntimo do julgador, diz-se
tratar de prova no sentido subjetivo.

O que importa para o tema em estudo, em


verdade, é a função da prova no processo:
o convencimento do julgador; a descoberta
da verdade formal do processo civil, defi-
nida como a convicção do juiz sobre as ale-
gações fáticas.

Na prática, as partes no processo têm


como objetivo principal convencer o julga-
dor sobre as suas alegações fáticas, invari-
avelmente, discordantes e incongruentes,
sendo esta a principal dificuldade que se
apresenta na busca da convicção do julga-
dor.

O homem, limitado por natureza, egoísta


em essência, nos autos processuais, alega
a sua versão dos fatos a seu favor, para
depois de ponderados pelo juiz, em face
das normas abstratas, lhes possam ser de
benefício.

Esta concepção transforma as partes em


sedutores por ofício e o convencimento do
juiz num objeto de sedução por finalidade.
Entretanto, esta finalidade da prova não
pode se tornar um fim por si só, pois se
assim fosse, a justiça seria um mero acaso,
fruto do processo e não o objetivo princi-
pal a ser alcançado na prestação jurisdici-
onal.

Como dito anteriormente, o escopo da


prova é trazer para o juiz a convicção so-
bre as alegações fáticas, de modo que ele
possa prestar a tutela jurisdicional ao liti-
gante que tenha razão.

Ora, se a prova serve para evidenciar a


convicção do julgador sobre a certeza das
alegações fáticas e esta surge como con-
seqüência de um processo cognitivo, claro
está que a metodologia utilizada na produ-
ção da prova pericial faz muita diferença,
pois deve ser ponderada pelo julgador de
forma lógica e racional, embasada em me-
todologia científica, técnica ou artística, a
ser utilizada por expert de confiança do
juízo.

Para Martins (2008, p.77):

“(...) propõe conceituar a prova no proces-

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