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● Classificações
○ Até 2004 existiam mais de 30 definições
○ 2004 - Rifle
○ 2007 - AKIN
○ 2012 - KDIGO
○ Mais atual: KDIGO
● Epidemiologia
○ Admissões hospitalares 1 a 2% tem IRA
○ Ocorre em 5 a 10% dos pacientes internados
○ Ocorre em até 60% dos pacientes de UTI
○ IRA aguda não complicada: Mortalidade até 10%
○ IRA aguda complicada: Mortalidade de 50 a 70%
○ Envelhecimento da população
○ Aumento da incidência de comorbidades que afetam a suscetibilidade à IRA, como DM, HAS,
IC, DRC, CA e sepse
○ Aumento de conscientização do médico sobre IRA
○ Uso de definições mais sensíveis para o diagnóstico de IRA, o que leva ao internamento de
IRA menos grave
○ Aumento do uso de nefrotoxinas, como novos agentes quimioterápicos e agente
antimicrobianos
○ Aumento da frequência de procedimentos invasivos e cirúrgicos
● Impacto da IRA
○ IRA na UTI é um fator de risco independente para óbito
○ IRA é um fator de risco para sepse subsequente ou infecções secundárias
○ Taxa de mortalidade de IRA com necessidade de diálise variam de 40 a 55%
■ IAM na UTI (20%), sepse sem IRA (15 a 25%)
○ Os sobreviventes de IRA têm maior probabilidade de desenvolverem morbidade significativa e
está relacionado aos graus de IRA e às comorbidades
● Mecanismos de IRA
○ Pré-renal (60 a 70%)
■ Elevação de escórias nitrogenadas ocasionada por redução do fluxo sanguíneo renal
■ Queda do volume circulante efetivo ⇒ Causas: Hipovolemia, choque,
insuficiência cardíaca
■ Reversível até certo ponto: Autorregulação renal (Até PAS 80 mmHG):
Vasodilatação da aferente e vasoconstrição da eferente ⇒ Chega mais e sai
menos.
○ Intrínseco (25 a 40%)
■ Lesão do próprio parênquima renal: Glomérulo, túbulo, vasos ou interstício
■ Injúria tubular (80 a 90%) ⇒ Necrose Tubular aguda (NTA)
● Isquemia e inflamação (Sepse, cirurgia, hipoperfusão)
● Toxinas → Diretas: Aminoglicosídeos, cisplatina; Vasoconstrição: AINEs,
ciclosporina, e radiocontraste
■ Nefrite intersticial aguda (NIA) - 5 a 10%
■ Glomerulonefrite aguda (<5%)
■ NTA:
● Causas:
○ Isquêmica: Hipovolemia, choque, sepse e pós-operatório
○ Rabdomiólise
○ Hemólise
○ Medicamentos: Aminoglicosídeos, Vancomicina, Anfotericina B e
contraste iodado
■ Ciclosporina, anfotericina e contraste ⇒ Vasoconstricção
● Grande maioria dos casos recupera de 2 a 4 semanas
● NTA não é o achado histológico predominante na IRA associada a sepse
○ Causa exata é desconhecida
○ Teorias: Dois possíveis mecanismos para aumento do fluxo sanguíneo
renal, mas diminuição da TFG foram propostos e podem ocorrer
simultaneamente
■ Vasodilatação arteriolar eferente
■ Shunt intrarrenal
○ Pós-renal (5 a 10%)
■ Obstrução aguda do sistema uroexcretor
■ Cerca de 10% dos casos
■ Geralmente anúria, mas pode ocorrer débito urinário normal
■ Principal causa: HPB
■ Outras causas: Neoplasia de próstata, neoplasia de bexiga, neoplasia de colo uterino,
bexiga neurogênica, nefrolitíase, ligadura cirúrgica acidental de ureteres, drogas.
● Leptospirose: Causa claśsica de insuficiência renal com hipopotassemia
● IRA ou DRC?
○ USG: Tamanho renal (9 a 11 cm) ⇒ Reduzido na maioria dos casos de DRC, córtex renal
(Espessura >1,2 cm), diferenciação córtico-medular ⇒ Perdida na DRC.
■ Causas de DRC com rim de tamanho preservado: DEMORA³: Diabetes,
esclerodermia, mieloma múltiplo, obstrução, rim policístico, AINEs, amiloidose e anemia
falciforme.
○ Sumário de urina: Densidade, cilindros largos, sinais de glomerulonefrite ou NIA, cristais
○ Estigmas de DRC: Anemia, aumento de PTH, lesões em outros órgãos-alvo, nível de escórias
nitrogenadas.
● Pré-renal ou Renal: Ver os critérios de UR/Cr séricas, Densidade urinária, Na urinário, Fe NA+ e Fe
Ureia.
● Densidade urinária: PR: >1023 e R: <1015 (Na intrínseca por contraste, ciclosporina e tacrolimo a
FeNa é pré-renal)
● FeUR: PR: <35% e R: >35% (Usar quando o paciente usa Furosemida)
● Quadro clínico:
○ De assintomático até coma
○ HAS, edema pulmonar, pericardite uremica
○ Distúrbios da hemostasias (disfunção plaquetária)
○ Neurológica: Encefalopatia (Flappinga), mioclonias e convulsão
○ Inflamação nas mucosas/dismotilidade, náuseas e vômitos, dor abdominal
○ Hipercalemia/ Acidose metabólica
○ K normal/baixo: Leptospirose, aminoglicosídeos, anfotericina B (Clássico de K baixo), HAS
maligna.
● Tratamento da IRA
○ Pré-renal: Repor volemia por cristaloides
○ Renal:
■ Manter a volemia do paciente
■ Tratar causa-base (GN, NIA…)
■ Suspender medicamentos nefrotóxicos
■ Ajuste de drogas pela função renal
■ Último caso: Terapia renal substitutiva
○ Pós-renal: Desobstrução de vias urinárias
● Rabdomiólise:
○ Condição clínica secundária a lesão muscular que pode levar a potencial lesão renal
○ Pode ser classificada levando em consideração o mecanismo de lesão (De esforço x Não
esforço) e adquirida ou hereditária
○ Mais comum entre afro-americanos, jovens entre 10 e 60 anos e em obesos mórbidos (IMC
>40)
○ Etiologia:
■ Causas comuns: Lesões traumáticas e esforço excessivo
■ Outras etiologias, descritas incluindo causas hereditárias e adquiridas. Primeiro
episódio, cerca de 75% devido a causa adquirida
■ Nos EUA, intoxicação por drogas, imobilidade, exercício extenuante são responsáveis
por número número significante de casos
○ Rabdomiólise por esforço possui incidência de 29,9 caso/100.000 pacientes/anos
○ Diagnóstico: Creatinina Quinase (CPK) >5.000. Mioglobinúria no exame de fita pode ser
sinalizado como hemoglobina+ mas sem visualização de hemoglobina nos campos
○ Tratamento:
■ Focar na resolução/descoberta etiologia de base e na consequente rabdomiólise
■ Hidratação venosa vigorosa com o objetivo de débito urinário de 300 ml/h (Infusão de +-
1,5 L/H)
■ Uso de bicarbonato de sódio ou Manitol vs. Ressucitação volêmica vigorosa
utilizada sozinha ⇒ Sem diferença em relação à prevenção de LRA, necessidade
de hemodiálise ou morte
■ Furosemida como estimulador de diurese não tem indicação
■ 4 a 20% dos pacientes com IRA causada por rabdomiólise terão necessidade de terapia
dialítica
■ Terapia dialítica deverá ser considerada em pacientes anuricos com Cr elevada ou
níveis ameaçadores de hipercalemia, hipercalcemia ou hiperazotemia
● Diálise: Não há diferença para o paciente entre a diálise precoce e a diálise tardia.
○ Mnemônico de AEIOU ⇒ Indicações
■ A: Acidose metabólica refratária
■ E: Eletrólitos ⇒ Hiper: K, P, Mg e/ou Ca refratária
■ I: Hipervolemia refratária
■ O: Overdose com Álcoois, AAS, Metformina, Litio
■ U: Uremia associada a: Encefalopatia urêmica, Hemorragia e Pericardite (”Atrito
pericárdico”)
○ Drogas dialisáveis:
■ I: INH, álcool isopropílico
■ S: Salicilatos
■ T: Teofilina
■ U: Uremia
■ M: Metanol
■ B: Barbitúricos
■ L: Lítio
■ E: Etilenoglicol
■ D: Dabigatrana (Pradaxa) e Divalproex (Depakote)
○ Métodos dialíticos
■ Intermitentes: Convencional e SLED (Slow Low efficiency dialysis)
■ Contínuos:
● CVVH: Hemofiltração
● CVVHD: Hemodiálise de fluxo lento
● CVVHDF: Hemodiafiltração
○ Acessos vasculares para diálise (Em ordem de preferência): V. jugular interna direita ⇒ V.
femoral ⇒ V. jugular interna esquerda ⇒ Veia subclávia
● Mitos:
○ Desafio hídrico/Expansão volêmica não é indicado para todo paciente oligúrico
○ A furosemida não promove um aumento da função renal
○ A furosemida não é contraindicada na IRA
● IRA e Covid-19
○ A IRA ocorre em 20 a 40% dos pacientes com Covid-19 internados em UTI (Europa e EUA)
○ É marcador de gravidade da doença e fator de prognóstico negativo para a sobrevivência