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INTEGRADA DO TERRITORIO
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA E PESQUISA
DOCENTES: Dra. Maria Celeste R. F. de Souza; Dra. Renata B. F. Campos
Referencia:
Cordovil, DanielaO poder feminino nas práticas da Wicca: . Revista Estudos
Feministas [online]. 2015, v. 23, n. 2 [Acessado 28 Junho 2021] , pp. 431-449.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0104-026X2015v23n2p431>. Epub
May-Aug 2015. ISSN 0104-026X. https://doi.org/10.1590/0104-
026X2015v23n2p431.
Objetivo: fazer “uma análise das práticas e da filosofia subjacente aos Círculos
de Mulheres, com o objetivo de discutir como é feita dentro da cosmovisão
wiccaniana a inversão simbólica das características negativas atribuídas ao
feminino na cultura ocidental. Irei comparar a abordagem conferida ao sangue
menstrual e ao feminino nos Círculos de Mulheres com as representações do
sangue menstrual enquanto poluição, encontradas em diferentes matrizes
religiosas e na cultura popular brasileira” (CORDOVIL, 2015, p. 434)
Fichamento:
“Na cultura Ndembu, estudados por Vitor Turner, a cor vermelha está
relacionada, entre outros aspectos, ao sangue menstrual, simbolizado pela árvore
sagrada utilizada na iniciação. Os tembés, no Pará, realizam a festa de menina
moça, ou festa do moqueado, conjunto de rituais pelos quais passa a menina
após a menarca. Esta estrutura de isolamento/liminaridade da mulher durante o
ciclo menstrual é recorrente em diversos povos” (CORDOVIL, 2015, p. 435)
“O perfil variado das mulheres que participam do círculo demonstra que, apesar
de conduzido a partir de uma metodologia cujos pressupostos se ligam à Wicca
de Tradição Diânica, o Círculo de Mulheres não se restringe a ela.”
(CORDOVIL, 2015, p. 441)
Tenho o livro da Mirella Faur. Verificar se pode ser utilizada como referencia no
meu texto de dissertação
Embora traga esse exemplo do candomblé, vale lembrar que no que tange ao
sagrado feminino, as matrizes africanas não são referência. O candomblé é uma
pratica que valoriza o sagrado feminino? Teve alteração na sua aplicação no
Brasil?
Fichamento:
Candomblé
Mulheres na liderança?
“Na década de 1930, a antropóloga norte-americana Ruth Landes realizou
pesquisa de campo em Salvador e com base nesta pesquisa publicou um
polémico artigo onde afirma a existência de um matriarcado nos terreiros de
candomblé nagô em Salvador, por serem em grande parte liderados por
mulheres, que possuem total autonomia na administração dos templos (Landes,
1940). A autora também observou o surgimento de uma outra vertente de culto,
os candomblés de caboclos, onde os homens podiam entrar em transe com as
divindades e assumir a liderança dos cultos. Esses homens sacerdotes possuíam
comportamentos homossexuais. ” (CORDOVIL, 2016, p. 122-123)
O texto fala que os homens que assumem esse papel tem trejeitos femininos, cita
autores que refletem sobre se de fato incorporavam os espíritos femininos
Wicca
Importante utilizar essa citação no que tange ao castigo e culpa impetrados pelo
cristianismo, principalmente no que se refere à desvalorização do feminino.
Relações de gênero
“No caso dos não rodantes existe grande diferença de atribuições em se tratando
de mulheres ou de homens. As mulheres ocupam o cargo de ekédis, que são
assistentes dos fiéis que entram em transe, cuidam de suas roupas e paramentos
litúrgicos, da preparação das comidas votivas e também da organização do
tempo. Por outro lado, os homens não rodantes ocupam o cargo de ogãs, suas
atribuições litúrgicas dizem respeito à imolação de animais votivos e à precursão
de instrumentos musicais durante o ritual. ” (CORDOVIL, 2016, p. 128)
“Na wicca, por outro lado, o debate a respeito do papel do homem e da mulher
na religião ocorre de forma racionalizada. Os adeptos da wicca,na sua maioria,
conheceram a religião a partir do envolvimento com movimentos e
espiritualidades Nova Era, são pessoas de estratos sociais médio e alto,
valorizam muito o hábito da leitura e da internet (Bezerra, 2012; Guerriero,
2006). Por esse motivo, e por se tratar de uma religião de codificação bastante
recente, a maioria das atividades e da ritualística da wicca é oriunda de uma
reflexão racional e deliberada sobre papéis de gênero e relações entre homens e
mulheres. ” (CORDOVIL, 2016, p. 128)
Padrões de família
“No candomblé, por se tratar de uma religião de diáspora africana, a família
nuclear foi abalada durante o processo de escravidão, surgindo como padrão
preponderante as famílias monoparentais lideradas por mulheres. ”
(CORDOVIL, 2016, p. 131)
“Também por conta da diáspora, a adoção foi e ainda é um aspecto fortemente
valorizado entre afrorreligiosos, que tendem a identificar-se mais fortemente
com a família litúrgica do que com a família consanguínea (Segato, 2005). É
comum encontrar entre adeptos de religiões afro-brasileiras uma grande
tolerância quanto a arranjos familiares homoafetivos e à presença de filhos
adotivos. Em muitos casos esses arranjos chegam a ser os mais desejados. ”
(CORDOVIL, 2016, p. 131)
“Por causa da liderança que possuem dentro dos terreiros, as mães de santo são
convidadas a dialogar com gestores de políticas públicas, a integrar conselhos e
outras funções públicas. ” (CORDOVIL, 2016, p. 135)
Considerações finais
Metodologia:
Sendo assim, a primeira etapa realizada foi a busca do que se encontra
disponível na plataforma da CAPES- Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior de teses e dissertações, na qual se trabalhou com o
intervalo de análise de 2011 a 2016. O segundo caminho desenvolvido foi a
análise do “Levantamento Bibliográfico Gênero no meio rural” realizado pelo
IPEA- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada sobre a literatura disponível
quanto às questões de gênero no meio rural até o ano de 2009.
A segunda etapa foi um inventário de 22 lotes de mulheres do assentamento
Monte Alegre de Araraquara, no qual se buscou avaliar as formas de usos e
plantios das ervas medicinais, bem como levantamento das ervas descritas e
regulamentadas pela ANVISA-Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Para
este levantamento foram realizadas visitas nos lotes e questionário com as
mulheres sobre as formas de usos e plantios das ervas, bem como grupos focais.
Fichamento:
Fichamento:
“A Geografia da Religião, em sua abrangência, nos permite perscrutar as
espacialidades femininas na expressão dinâmica de uma religião conhecida
como Fé Bahá‟í2 , que mesmo tendo origem histórica e geográfica no Irã
remeteu-se para além do seu ponto territorial inicial, estendendo suas
espacialidades em justaposições complexas.” (SCHLÖGL, 2013, p. 177)
O sagrado feminino pode ser entendido como uma prática que desperta o
sentimento de pertença de gênero?
Aqui faz-se um cruzamento das funções citadas por Jung com as formas citadas
por Cassifer.
Não sei nem o que comentar. Será uma verdade? Vale uma pesquisa.
É possível citar Jung para falar do Sagrado Feminino? Dos círculos sagrados?
Fichamento:
“Em seu lar, com a tranquilidade necessária, com equipe embasada em evidência
científica ela celebrou o nascimento com a junção das velhas tradições com o
mais moderno: escolher parir em casa e ter assistência com embasamento
científico para que o parto volte a ser um evento protagonizado pela mulher.
(BRUM, 2014a).” (ALZUGUIR & NUCCI. 2015, p.224)
O trecho “evento protagonizado pela mulher” traz a conexão com outros textos
sobre a intervenção da figura masculina ao longo do desenvolvimento de uma
medicina na qual a mulher se submete aos estudos feitos por homens médicos
“A vagina poupada de sua função de parir estará apenas para servir à função
cultural de dar prazer ao homem” (BRUM, 2014d). Sendo assim, a “quebra do
paradigma cultural” (aquele que corromperia o curso natural do corpo feminino)
é reivindicada através da defesa de um retorno à biologia dos seios e da vagina,
às funções para as quais foram originalmente feitas, quais sejam, amamentar e
parir, respectivamente.” (ALZUGUIR & NUCCI. 2015, p.231)
Mais uma vez a reflexão acerca da cultura do patriarcado regendo a vida da
mulher, até mesmo em um momento que é biologicamente é permitido apenas à
mulher.
Todas elas nascidas de uma primeira inquietação que nos é particularmente cara:
“... se essas práticas [de maternagem] eram escolhas, por que colocá-las como
um destino biologicamente determinado?” (POMBO, 2013, p. 35). Daí o
questionamento subsequente: se as mães que não aderem às práticas mamíferas
preconizadas não seriam por isso condenadas ao status de mães “desnaturadas”.
(ALZUGUIR & NUCCI. 2015, p.234)
‘Sendo assim, a autora argumenta que os discursos das mães mamíferas não
problematizam a dimensão política do debate que diz respeito à escassez de
políticas públicas de apoio às mães, de diferentes camadas sociais, para o
cuidado na primeira infância. Assim, influenciadas pelos aportes da psicologia
evolucionista e da corrente norte-americana do attachment parenting, trata-se a
maternidade como uma questão individual (que diz respeito à díade mãe-bebê) e
acaba por restringir a possibilidade de “escolha” às mães que dispõem de
recursos (financeiros e apoio de terceiros) para se dedicarem à primeira infância,
conforme as orientações para assegurar o “pleno desenvolvimento” do bebê
(amamentação sob livre demanda, pronto atendimento ao choro, por exemplo).”
(ALZUGUIR & NUCCI. 2015, p.235)
2 - Editorial de periódico
Justificativa: trata-se de um texto editorial do periódico Estudos Feministas