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Curso de Direito
Trabalho Interdisciplinar
Uberlândia 2020
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Curso de Direito
Trabalho Interdisciplinar
RESUMO
ABSTRACT
The objective of this paper is to present a set of information about the theme "The rise
of women's autonomy in Brazil in the perspective of abortion."
Based on this premise, some points will be exposed, such as the historical context of
women in society, the struggle for women's rights, maternal vision in society and religion and
abortion.
The methodology used to conclude the dissertation was the bibliographic consultation
of works, articles and legal rules, in addition to specific online addresses.
The purpose of this dissertation is to make information at the academic level more
accessible and enable the dissemination of knowledge based on the conclusions of several
authors about the subject studied, thus being easily accessible to those who have an interest in
the researched subjects.
Upon reaching this disclosure, it is concluded as the main objective of this set of
ideas.
Knowledge about these themes is extremely important due to the timelessness of the
issue addressed and because it is closely linked to the reality faced by women residing in
Brazil, where the issue addressed is still seen as a great “taboo”.
KEYWORD: abortion, women, women's rights, Brazilian Penal Code, Art. 128 and
women's ancestry.
Sumário
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................5
ABORTO.................................................................................................................................13
CONCLUSÃO.........................................................................................................................15
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................16
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INTRODUÇÃO
O artigo apresentado tem como objetivo de estudo, assuntos constantemente
debatidos, porém, sempre rotulados como polêmicos, o aborto e a ascendência da mulher na
sociedade, visto que compreende muitas questões além dos mesmos como, religião, cultura,
história e aspectos sociais. No âmbito jurídico, o tema aborto é estudado visando várias
questões como os direitos fundamentais à vida, a igualdade e a liberdade.
Essa pesquisa fará uma análise na história da mulher, como ela é vista na sociedade e
também como o aborto é tratado socialmente e juridicamente. Sendo assim um desafio tratar
do aborto e a ascensão da mulher na sociedade em meio a tantas controversas.
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Stearns (2006) alega que as mulheres antigamente tinham papéis definidos como a
criação das crianças.
Coulagens (2006) aborda as mulheres na sociedade como Grécia, Esparta, alega que
as mulheres naquelas sociedades eram sujeitas aos poderes de seus pais até se casarem, após
o casamento a mulher era obrigada a abandonar suas crenças, e adotar as crenças de seu
esposo, sendo assim as mulheres eram essenciais apenas na criação das crianças e nos
cuidados do lar.
Coulagens (2006) afirma ainda que os homens nessa sociedade eram vistos como a
continuidade das famílias pois somente com os filhos homens a família poderia prevalecer
sendo isso o elemento essencial.
Houve uma grande expansão do cristianismo como modelo de organização religiosa
que vigorou por muitos anos. Sendo responsável por uma estruturação de um pensamento de
submissão da mulher ao homem. “As tensões próprias do cristianismo acabavam na prática
acentuada o patriarcado.” (STEARNS,2006, p.104).
Contribuindo para que concepções religiosas fizessem da mulher uma figura de
pecado a qual poderia induzir o homem.
“Eu não permito que a mulher ensine ou doutrina o homem. Que ela conserve, pois
o silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
E não foi Adão que foi seduzido, mas a mulher que, seduzida, caiu em transgressão.
Entretanto, ela será salva pela sua maternidade, desde que, com modéstia,
permaneça na fé, no amor e na santidade” (PRIORE, 1997, p. 46 apud Timóteo 2:9-
15 )
autonomia das mulheres para que essas consigam alcançar uma autonomia maior e uma
mudança na estrutura antes estabelecida.
Não só isso como também as conquistas a partir do feminismo como uma maneira de
quebrar o longo patriarcado imposto pela sociedade a qual a subjugou por muito tempo aos
afazeres da casa e as atividades que se relacionavam ao cuidado das crianças
O artigo (2007) aponto as evoluções e transformações que as mulheres tiveram no
Brasil dentro do contexto contemporâneo. Que aos poucos sendo inserido e assimilado por
uma sociedade cuja as raízes são marcadas por um forte e intensa luta contra o patriarcado
que limitava e subjugar a mulher a um objeto de comércio pelo casamento.
Em suma, as conquistas das mulheres são carregadas de um tempo grande contra o
patriarcado a subordinação aos homens o contexto da religiosidade, além de muitas vezes
existir fatores como a constituição que delimita o poder de autonomia das mulheres. No
Brasil a constituição até 2002 estabelecia que as mulheres precisavam possuir um
representante para executar qualquer ação legal.
Ainda existe um contexto em que muitas mulheres são inferiorizadas fazendo com
que essas não recebam os mesmos valores de salários que os homens no mercado de trabalho
como aponta o artigo de 2007 ao falar das mulheres.
Estabelecendo assim um contexto de grande evolução contra as muitas injustiças
criadas pelo patriarcado. E violência que a mulher sofria por ser considerada uma mercadoria
nas relações.
A qual tinha seu valor para o casamento e procriação apontando assim um aspecto de
mudança social com relação a visão estabelecida por gerações sobre o contexto da mulher e
seu papel.
A partir dessa reformulação com contexto histórico e sua evolução possibilitou que os
direitos das mulheres fossem iguais aos homens sendo que os deveres sempre foram
submetidos a elas nas trajetórias de suas vidas, abarcando uma evolução no contexto das
mulheres.
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“Os Direitos Humanos das mulheres e das crianças do sexo feminino constituem
uma parte inalienável, integral e indivisível dos Direitos Humanos universais. A
participação plena das mulheres, em condições de igualdade, na vida política, civil,
econômica, social e cultural, aos níveis nacional, regional e internacional, bem
como a erradicação de todas as formas de discriminação com base no sexo,
constituem objetivos prioritários da comunidade internacional. A violência baseada
no sexo da pessoa e todas as formas de assédio e exploração sexual, nomeadamente
as que resultam de preconceitos culturais e do tráfico internacional, são
incompatíveis com a dignidade e o valor da pessoa humana e devem ser eliminadas.
Isto pode ser alcançado através de medidas de caráter legislativo e da ação nacional
e cooperação internacional em áreas tais como o desenvolvimento socioeconômico,
a educação, a maternidade segura e os cuidados de saúde, e a assistência social. Os
Direitos Humanos das mulheres deverão constituir parte integrante das atividades
das Nações Unidas no domínio dos Direitos Humanos, incluindo a promoção de
todos os instrumentos de Direitos Humanos relativos às mulheres. A Conferência
Mundial sobre Direitos Humanos insta os Governos, as instituições e as
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convertido em Lei Federal 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, que entrou em vigor
no dia 22 de setembro de 2006.
responsabilização paterna pelos cuidados da criança têm sido cada vez mais difundida
(Johnson, 2001).
Apesar do aumento das discussões em torno da noção de paternidade, estudos
apontam para a manutenção dos estereótipos sexuais já discutidos (Leone & Baltar, 2008;
Reskin & Bielby, 2005; England, 2005). Identifica-se um paradigma moderno, no qual tem-se
o aumento do ingresso das mulheres no mercado de trabalho e em graduações superiores, mas
uma manutenção do papel social da mulher como: esposa e mãe, sendo unicamente
responsável pelos serviços domésticos (Lastres & Marques, 2004; Rocha & Coutinho, 2008).
A criação de filhos permanece, portanto, como um papel majoritariamente feminino.
Neste preâmbulo, resultados levantados pelo departamento de Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), no
ano de 2015, mostram que 26,8 % das famílias brasileiras é composta por mães solteiras,
porcentagem que corresponde a um crescimento em relação ao ano de 2005, no qual 16 %
das famílias eram compostas por mães solteiras. Por outro lado, as famílias compostas por
pais solteiros em 2015 somam apenas 3,6 %. Quando convertidos em número de habitantes,
estes percentuais representam 54 milhões de famílias monoparentais femininas, contra 7
milhões de famílias monoparentais masculinas.
Em 2018, o IBGE levantou dados relativos à quantidade de horas trabalhadas por
homens e mulheres - pensando nas horas oficiais de trabalho remunerado e trabalho
doméstico - e constatou que 91% das mulheres entrevistadas declararam realizar tarefas
doméstica, enquanto apenas 53% dos homens declaram o mesmo. Sendo assim, a mulher
atual encontra-se num cenário complexo e ao mesmo tempo clássico, no qual desempenha
uma jornada dupla de trabalho que envolve a carreira e a vida pessoal conflitando entre si,
estando a maternidade muitas vezes no cerne deste conflito (Beltrame, 2012).
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ABORTO
No Código Penal Brasileiro, em seu artigo 128º, inciso I, trata-se do aborto legal que é
quando a gestação pode trazer risco a vida da gestante, ou, em seu inciso II, quando a
gravidez é resultado de um estupro.
Aborto necessário
Existem três tipos de abortos que não são puníveis, e não estão previsto em leis:
Aborto natural ou espontâneo: que é uma interrupção da gravidez de formas
fisiológicas.
Aborto acidental: quando a gestante sofre algum tipo de trauma, como por exemplo:
tombos, escorregão, quedas.
Aborto culposo: ocorre quando uma conduta imprudente, negligente ou ate mesmo
imperita, que faça a gestante ter um aborto.
No Código Civil de 2002, em seu artigo 2º, os direitos do nascituro são tutelados em
lei, já no caput artigo 5º da Constituição Federal Brasileira de 1988 está tutelado o direito à
vida, sem distinção.
Sendo assim, o aborto só está permitido nas duas hipótese apresentada no artigo 128º
do Código Penal, as outras demais formas, independente dos motivos que levou a gestante a
praticar o delito ela pode ser punida.
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CONCLUSÃO
Essa dissertação não encerra a discussão sobre o assunto tratado, é apenas mais um
argumento para se refletir e considerar a importância de a sociedade não criminalizar as
escolhas da mulher, sendo que tais escolhas também são direitos.
REFERÊNCIAS
COULAGENS, De Fustel. A cidade antiga. Edição 5ª. Editora Martins Fontes. São
Paulo,2006.
Elisa B. Saitovitch, Betina S. Lima & Márcia C. Barbosa, Mulheres na Física: Por que
tão poucas? In: Mulheres na Física, Ed. CRG-SBF, Editora Livraria da Física. Disponível
em:http://www.if.ufrgs.br/~barbosa/Publications/Gender/barbosa-mulheres-mundo-brasil.pdf
PRIORE, Mary Del. História das mulheres no Brasil. Edição 10ª. Editora Contexto
São Paulo, 1997
STEARNS, Peter N. História das relações de gênero. Edição 2ª. Editora Contexto.
São Paulo, 2006