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Universidade Federal do Delta do Parnaíba

Campus Ministro Reis Velloso


Curso de Licenciatura em Matemática

ÃO
Fundamentos de Matemática :
Lógica Matemática(1)


AR
por
EP

Cleyton Cunha
PR
EM

Parnaíba, PI,  de 20XX


1 Nos termos da legislação sobre direitos autorais, Lei N° 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, a reprodução
destas lições, seja ela parcial ou total, por qualquer forma, meio (eletrônico ou mecânico, incluindo
fotocópia, gravação e reprodução) ou arquivamento em servidores de acesso ou conteúdo, incluindo sites,
ainda que sem ns lucrativos, deverá ter a autorização do autor.
Capítulo 1

Noções Básicas de Lógica Matemática

ÃO
Podemos dizer sucintamente que o objetivo principal da Lógica Matemática é construir


mecanismos para determinar quando dada instância de um raciocínio matemático é cor-
reto ou não. Assim, o aprendizado da lógica auxilia os estudantes no raciocínio, na
compreensão de conceitos básicos e melhor os prepara para o entendimento do conteúdo
AR
de tópicos mais avançados. Daí a motivação para estas notas.
O estudo da Lógica Matemática é dividido, segundo alguns autores, em:
EP
1. Lógica Indutiva

2. Lógica Dedutiva.
PR

A Lógica Indutiva é útil no estudo da teoria da probabilidade (não será abordada neste
roteiro). A Lógica Dedutiva pode ser dividida em :

· Lógica Clássica: Considerada como o núcleo da lógica dedutiva. Dois Princípios


regem a Lógica Clássica: da Não Contradição e do Terceiro Excluídos os quais serão
EM

abordados mais adiante.

· Lógicas Complementares da Clássica: Complementam de algum modo a lógica


clássica estendendo o seu domínio. Exemplos: lógicas modal , deôntica, epistêmica
, etc.

· Lógicas Não-Clássicas: Assim caracterizadas por derrogarem algum ou alguns


dos princípios da lógica clássica. Exemplos: paracompletas e intuicionistas (der-
rogam o princípio do terceiro excluído); paraconsistentes (derrogam o princípio da

1
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 2

contradição); não-aléticas (derrogam o terceiro excluído e o da contradição); proba-


bilísticas, polivalentes, fuzzy-logic, etc...

O que apresentaremos aqui engloba uma parte do conteúdo acima descrito mais preci-
samente à Lógica Dedutiva Clássica, a qual será citada daqui em diante simplesmente
por Lógica Matemática. Com estas notas tentamos alcançar os objetivos gerais e espe-
cícos propostos pela disciplina Lógica Matemática, os quais resumimos no inicio deste
tópico.

ÃO
1.1 Regras Fundamentais da Lógica Matemática
A Lógica Matemática repousa sobre dois princípios básicos que permitem todo o seu de-


senvolvimento posterior, e que dão validade a todos os atos do pensamento e do raciocínio.
São eles:
AR
ˆ (I) Princípio da não contradição:

Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.

ˆ (II) Princípio do terceiro excluído:


EP
Toda proposição ou é verdadeira ou é falsa, i.e., verica-se sempre um destes casos
e nunca um terceiro.
PR

Passemos agora a algumas denições.

Denição 1.1. Chama-se proposição todo conjunto de palavras ou símbolos que exprimem
um pensamento de sentido completo, i. e., que armam fatos ou exprimem juízos que
EM

formamos a saudação de determinados entes.

Trata-se, a grosso modo, de expressões a respeito das quais faz sentido questionar-se
quanto a veracidade das mesmas. Vejamos alguns exemplos:

ˆ A Lua é um satélite da Terra.



ˆ π> 5.
π
ˆ sen = 1.
2
3
ˆ é um número inteiro.
5
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 3

De acordo com os Princípios (I) e (II), uma proposição admite apenas dois valores lógicos
mutuamente exclusivos:

Verdadeiro (V)

Valores Lógicos

Falso (F)

ÃO
As proposições são classicadas segundo o diagrama abaixo:
Simples
(p,q,r,s)


Classicação

Composta
AR
(P ,Q,R,S)

Onde a simples é formada por uma única proposição e a composta é combinação de


duas ou mais proposições simples.
EP
Nota: Denotaremos uma proposição composta P formada pelas proposições simples
p, q, r, ... da seguinte forma P = P(p, q, r, ...).
As combinações de proposições são feitas mediante o uso dos conectivos lógicos, os
PR

quais são listados a seguir:


/
"e" (∧) conjunção

/
"ou" (∨)
EM

disjunção

/
"não" (∼) negação

Conectivos lógicos "ou ... ou ..." (∨)


/
disjunção exclusiva

/
"se ... então ... " (→) condicional

/
"se, e somente se, ..." (↔) bicondicional
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 4

1.2 Valores lógicos de proposições compostas


(Tabelas - Verdade)
Regra : O valor lógico de qualquer proposição composta depende unicamente dos
valores lógicos das proposições simples componentes.
Vejamos alguns casos a título de exemplo.

1. P = P(p, q)

ÃO
p q P(p,q)
 1 V V ?

q
V
1 Possibilidades 2 V F ?


V
F
3 F V ?
p 2 4 F F ?
F
V
q 3
AR
F
4
EP
2. P = P(p, q, r)
PR
EM
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 5

p q r P(p,q,r)
1 V V V ?
 2 V V F ?





 3 V F V ?

1 Possibilidades 4 V F F ?


V 


 5 F V V ?

r F
2 6 F V F ?
V

ÃO
7 F F V ?
V
q r 3
V
F
8 F F F ?
F
p 4


F
V V
q r 5

F F
r 6
AR
V

F 7
EP
8

Para completar as tabelas e consequentemente obter os valores lógicos das proposições


PR

compostas em questão necessitamos dos valores lógicos dos conectivos lógicos:


p q p∧q
p ∼p V V V
Negação : V F Conjunção : V F F
EM

F V F V F
F F F

p q p∨q p q p∨q
V V V V V F
Disjunção
Disjunção : V F V V F V
exclusiva :
F V V F V V
F F F F F F
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 6

A seguir um conectivo que é de grande importância para deduções matemáticas:

p q p→q
V V V
Condicional : V F F
F V V
F F V
Olhando para a tabela acima podemos perceber dois fatos interessantes:

ÃO
ˆ Algo verdadeiro nunca implica em algo falso.

ˆ De uma proposição falsa segue qualquer proposição, por mais absurdo que isso possa


parecer.

A título de ilustração, reproduziremos uma anedota envolvendo o matemático G.H.Hardy


:
AR
O grande matemático Hardy foi desaado a mostrar que se 2 + 2 = 6 então ele era o
Papa. Pois bem, ele seguiu o raciocínio:
2 + 2 = 6 ⇒ 4 = 6 ⇒ 2 = 3 ⇒ 1 = 2 ⇒ 2 = 1.
EP
Como ele e o Papa são dois homens e 2 = 1, segue que são apenas um. Logo, Hardy
é o Papa.
Nota: A condicional está associada à implicações.
PR

p q p↔q
V V V
Bicondicional : V F F
EM

F V F
F F V
Nota: A bicondicional está associada à equivalências.
Vejamos agora um pequeno exemplo que ilustra o uso dos conectivos lógicos:

Exemplo 1.2.1. P(p, q) =∼ (p ∧ ∼ q).


Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 7

p q ∼q p ∧∼ q ∼(p∧ ∼q)
V V F F V

V F V V F

F V F F V

F F V F V

As proposições compostas são classicadas segundo o diagrama abaixo.

ÃO
Tautologia
(Sempre verdadeira)

Classicação das proposições compostas Contradição


(Sempre falso)

Contigência
(Indeterminado)
AR
Exemplo 1.2.2. (i) A proposição ∼ (p ∧ ∼ q) é uma contingência.
(ii) p ∨ ∼ p /
Tautologia (Princípio do 3º excluído)
(iii) p ∧ ∼ p /
EP
Contradição
Vejamos a tabela verdade para os casos (ii) e (iii):

p ∼ p p ∧∼ p p ∨∼ p
PR

V F F V

F V F V

1.3 Implicações Lógicas


EM

Denição 1.2. Diz-se que uma proposição composta P implica logicamente, ou apenas

implica, uma proposição Q, se Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.

Em outros termos, Q é uma consequência de P.

Notação: P ⇒ Q.

A relação de Implicação possui as seguintes propriedades:

1. P ⇒ P. (Reexiva)
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 8

2. Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R. (Transitiva)

Exemplo 1.3.1. p ∧ q ⇒ p ∨ q e p ∧ q ⇒ p ↔ q. De fato,

p q p ∧q p ∨ q p ↔ q p → p ∧ q p → q

V V V V V V V

V F F V F F F

F V F V F V V

ÃO
F F F F V V V


 p ∧ q ⇒ p ∨ q;
Assim:
 p ∧ q ⇒ p ↔ q.


Uma caracterização importante das implicações é dada a seguir:

P ⇒ Q se, e somente se, P → Q é uma tautologia.


AR
Em outras palavras, sempre podemos interpretar uma implicação como uma condici-
onal tautológica, e vice-versa.
EP

1.4 Equivalências Lógicas


Denição 1.3. Diz-se que uma proposição composta P é logicamente equivalente, ou
PR

apenas equivalente, a uma proposição Q, se P e Q possuem a mesma tabela - verdade.

Em outros termos, Q é uma consequência de P e vice-versa.

Notação: P ⇔ Q.
EM

A relação de Equivalência possui as seguintes propriedades:

1. P ⇔ P. (Reexiva)

2. Se P ⇔ Q, então Q ⇔ P. (Simetria)

3. Se P ⇔ Q e Q ⇔ R, então P ⇔ R. (Transitiva)
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 9

Exemplo 1.4.1. (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p)
 
. De fato,

p q p ↔q p → q q → p (p → q) ∧ (q → p)

V V V V V V

V F F F V F

F V F V F F

F F V V V V

Uma caracterização importante das equivalências é dada a seguir:

ÃO
P ⇔ Q se, e somente se, P ↔ Q é uma tautologia.

Ou seja, sempre podemos interpretar uma equivalência como uma bicondicional tau-


tológica, e vice-versa.
Com a noção de equivalências podemos listar as principais propriedades dos conectivos
lógicos.
AR
Nota: Nos itens abaixo T representa uma tautologia e C uma contradição.

Idempotente
EP
1. p ∧ p ⇔ p

2. p ∨ p ⇔ p
PR

Simetria

1. p ∧ q ⇔ q ∧ p

2. p ∨ q ⇔ q ∧ p
EM

Associatividade

1. (p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r)

2. (p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r)

Indentidade

1. p ∧ T ⇔ p

2. p ∧ C ⇔ C
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 10

3. p ∨ T ⇔ T

4. p ∨ C ⇔ p

Distributividade

1. p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)

2. p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)

Leis de De Morgan

ÃO
1. ∼ (p ∧ q) ⇔ ∼ p ∨ ∼ q

2. ∼ (p ∨ q) ⇔ ∼ p ∧ ∼ q


Propriedades da Condicional

1. p → q ⇔ (∼ p) ∨ q
AR
2. p → (q ∧ r) ⇔ (p → q) ∧ (p → r)

3. p → (q ∨ r) ⇔ (p → q) ∨ (p → r)
EP
4. p → q ⇔ ∼ q →∼ p (Contrapositiva)

1.5 Quanticadores
PR

As proposições formadas apenas pelos cinco operadores lógicos têm possibilidade limitada
de expressões. Por exemplo, não conseguiríamos simbolizar a sentença Para todo x,
x > 0 como sendo uma proposição verdadeira sobre os inteiros positivos. Portanto novos
EM

conceitos devem ser introduzidos.


Em matemática é frequente o uso de quanticadores, isto é, simbolismos que nos per-
mitem descrever a abrangência de fatos ou propriedades sobre uma determinada colecão
de objetos. Ou seja, são frases do tipo para todo, para cada ou para algum.
Temos dois tipos de quanticadores: o quanticador de existência, escrito simbolica-
mente ∃ (leia existe", "existe um", "para algum"...), e o quanticador de universalidade,
escrito ∀ (leia para todo", "qualquer que seja", "para cada"...). O quanticador de exis-
tência é algumas vezes usado com o ponto de exclamacão ∃! para indicar que certo objeto
existe e é o único que possui as propriedades que o determinam.
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 11

Exemplo 1.5.1. A sentença Para todo x tem-se x > 0 pode ser representada simboli-

camente por : (∀ x)(x > 0).

Exemplo 1.5.2. Para todo x e todo y, x = y implica em y = x pode ser representada

simbolicamente por : (∀ x)(∀ y)(x = y → y = x).

Exemplo 1.5.3. Existe x, x ̸= 0 pode ser representada simbolicamente por :

(∃ x)(x ̸= 0).

ÃO
O valor lógico de expressões envolvendo quanticadores depende do domínio dos ob-
jetos sobre os quais estamos nos referindo, que chamamos de conjunto universo.

Exemplo 1.5.4. A sentença (∀ x)(x ⩾ 3) é verdadeira se considerarmos como universo


{3, 4, 5, .....}. No entanto seria falsa se considerarmos como universo o conjunto dos nú-

meros inteiros Z.

Exemplo 1.5.5. A sentença (∀ x)(∃ y)(x < y) é verdadeira em e falsa em


AR Z
Z− = {x ∈ Z ; x ⩽ 0}.

Note que o quanticador existencial transforma uma condição possível numa proposi-
EP
ção verdadeira e uma condição impossível numa proposição falsa. Além disso, proposições
com o quanticador universal são verdadeiras se a propriedade for válida para todos os
elementos do conjunto estabelecido.
PR

1.5.1 Negação de Quanticadores


Uma proposição envolvendo um quanticador é rotineiramente subdividida em duas par-
tes: o quanticador e o predicado. O predicado é uma expressão proposicional na
EM

variável x, isto é, uma expressão que transforma-se numa proposição ao substituirmos a


variavel x por qualquer designação do domínio da variável.
Em virtude de tal subdivisão, a negação de uma proposição da qual conste um quanti-
cador exige alguns cuidados, tendo em vista a natureza do quanticador e do predicado.
Por exemplo: Se P(x) é o predicado x é um gato preto, tem-se:

(1) (∀ x)(P(x)) signica: todos os gatos são pretos.

(2) (∀ x)(∼ P(x)) signica: todos os gatos não são pretos.


Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 12

(3) (∼ ∀ x)(P(x)) signica: nem todos os gatos são pretos.

(4) (∃ x)(P(x)) signica: existe pelo menos um gato que é preto.

(5) (∼ ∃ x)(P(x)) signica: nenhum gato é preto.

(6) (∃ x)(∼ P(x)) signica: existe pelo menos um gato que não é preto.

Nas proposições (2) e (6) são negados os predicados enquanto que nas proposições (3)
e (5) são negados os quanticadores.

ÃO
A proposição (3), negação do quanticador universal é equivalente a "existem gatos
que não são pretos"ou "existe pelo menos um gato que não é preto", que corresponde à
proposição (6). Disto se conclui (∼ ∀ x)(P(x)) ⇐⇒ (∃x)(∼ P(x)).


Também, dizer que "nenhum gato é preto"(proposição 5) equivale dizer "todos os
gatos não são pretos"(proposição 2). Assim, (∼ ∃ x)(P(x)) ⇐⇒ (∀ x)(∼ P(x)).
Resumindo:
AR
(∼ ∀ x)(P(x)) ⇐⇒ (∃x)(∼ P(x))

e
(∼ ∃ x)(P(x)) ⇐⇒ (∀ x)(∼ P(x)).
EP

1.6 Teoremas, Corolários e Lemas


PR

Denição 1.4. Um Teorema é toda proposição que pode ser provada.

Um teorema é dotado de uma estrutura bastante simples, formado apenas pela Hipó-
tese (H) e pela Tese (T) distribuidos, em geral, na forma condicional ou bicondicional:
EM

H⇒T

ou
H ⇔ T.

Do ponto de vista do vocábulo, tese signica "proposição que se avança, se obtem", e


o prexo "hipo"tem o sentido de "anterior", de dar "suporte". Portanto a hipotese surge
como fundamento capaz de suportar o edifício que constitui a tese.

Exemplo 1.6.1.
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 13

Teorema 1.1. Se dois números são ímpares, então seu produto é ímpar.

Neste caso temos

H: xey são ímpares

e
T : xy é ímpar.

Exemplo 1.6.2.

Teorema 1.2. Se dois lados de um triangulo são congruentes, então os ângulos opostos

ÃO
a esses lados são congruentes.


AR
Figura 1.1:

Neste caso temos


EP
H : AB ≡ AC
e
=C
T: B .
PR

Denição 1.5. Um Corolário é um teorema que resulta de um teorema anterior, i. e.,

um Corolário é uma consequência (muitas vezes imediata).

Exemplo 1.6.3. O teorema seguinte é uma consequência do teorema dado no exemplo


EM

1.6.1.

Corolário 1. Se dois números são ímpares, então seu produto não é múltiplo de quatro.

Exemplo 1.6.4. O teorema seguinte é uma consequência do teorema dado no exemplo

1.6.2.

Corolário 2. Se um triângulo é equilátero, então ele é equiângulo, i. e., possui os três

ângulos iguais.
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 14

Quando a demonstração de um teorema é por demais complicada, ou extensa, é cos-


tume separar tal demonstração em dois ou mais teoremas, de tal modo que a demonstração
do primeiro auxilie na demonstração do outro (ou outros). Esses teoremas auxiliares são
ditos Lemas. Ou seja,

Denição 1.6. Um Lema é um teorema auxiliar.

Via de regra, um lema é um resultado técnico que , isoladamente, não tem um enun-
ciado impactante, mas é parte essencial na prova de um teorema.

ÃO
Encerramos este tópico com um diagrama exibindo a relação existente entre Teoremas,
Corolários e Lemas:
Lema ⇒ Teorema ⇒ Corolário


1.6.1 Condições Necessárias e Condições Sucientes
Em textos matemáticos é comum enunciar teoremas usando expressões do tipo: ...Con-
AR
dição Necessária...., ....Condição Sufuciente... ou ...Condição Necessária e Suciente... .
No que segue veremos como interpretar essas expressões em termos de hipotese e tese.
suciente termos H para
Dado um teorema da forma H ⇒ T , observemos que é
EP
obtermos T . Dizemos, então, que H é uma CONDIÇÃO SUFICIENTE para T . Em
outras palavras, é suciente H se vericar para se vericar T .
PR

Exemplo 1.6.5.

Teorema 1.3. Uma condição suciente para que um quadrilátero seja paralelogramo é

ser retângulo.

Entendemos na forma condicional:


EM

Se um quadrilátero é retângulo, então o mesmo é um paralelogramo.

Exemplo 1.6.6.

Teorema 1.4. Uma condição suciente para que um número seja múltiplo de 3 é que

seja múltiplo de 9.

Entendemos na forma condicional:

Se um número é múltiplo de 9, então é múltiplo de 3.


Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 15

Por outro lado, analisando a tabela verdade do conectivo → observamos que T é


necessário se vericar se H for vericado, pois em caso contrário a implicação é falsa.
Assim, dizemos que T é uma CONDIÇÃO NECESSÁRIA de H. Em outras palavras,
T é consequência necessária de H.

Exemplo 1.6.7.

Teorema 1.5. Uma condição necessária para que um quadrilátero seja retângulo é ser

paralelogramo.

ÃO
Entendemos na forma condicional:

Se um quadrilátero é retângulo, então o mesmo é um paralelogramo.


Exemplo 1.6.8.

Teorema 1.6. Uma condição necessária para que um número seja múltiplo de 9 é que

seja múltiplo de 3.
AR
Entendemos na forma condicional:

Se um número é múltiplo de 9, então é múltiplo de 3.


EP
Quanto a expressão condição necessária e suciente, suponha que seja dado um
teorema da forma H ⇔ T . Consideremos tal teorema na forma bicondicional H ↔ T .
Como H ↔ T ⇔ (p → q) ∧ (q → p) , segue que H ⇔ T pode ser vista como uma dupla
 
PR

implicação H ⇒ T e T ⇒ H. Assim, temos que

H é condição suciente para T


T é condição necessária de H,
EM

T é condição necessária de H
H é condição suciente para T .

Isto é,

H é condição suciente e necessária de T


T é condição necessária e suciente de H.

Exemplo 1.6.9.
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 16

Teorema 1.7. Uma condição necessária e suciente para que um quadrilátero seja um

retângulo é que ele seja um paralelogramo com um ângulo reto.

Entendemos na forma bicondicional:

Um quadrilátero é um retângulo se, e somente se, é um paralelogramo com um ângulo

reto.

1.7 Como demonstrar um teorema?

ÃO
Primeiramente, vejamos o que signica "demonstrar". Em Matemática a palavra
demonstrar está associada de modo unívoco à palavra argumentar.
Na realidade uma demonstração é formada por um argumento dedutivo construído


baseando-se na teoria e hipóteses em questão, tendo como conclusão a tese.

P , · · · , Pn ⇒ T
1
AR
Denição 1.7. Por argumento dedutivo entende-se toda sequência nita de premissas ou

proposições que acarreta uma conclusão.

Notação: P , P , . . . , Pn ⊢ Q
EP
1 2

Para convencer-se que sua demonstração está correta você tem de expor as razões que o
levaram a conclusão (justicar). Um argumento poderia ser considerado uma reconstrução
explícita do raciocínio efetuado.
PR

Exemplo 1.7.1. Você me traiu. Pois disse que ia estudar e meu irmão lhe viu na boate.

Um argumento demonstra/prova como a partir dos dados de um problema chegou-se a


uma conclusão. Os Argumentos Dedutivos pretendem que suas premissas forneçam uma
EM

prova conclusiva da veracidade da conclusão.


A validade de um argumento depende exclusivamente da relação existente entre as
premissas e a conclusão.

Denição 1.8. Um argumento dedutivo P , P , . . . , Pn ⊢ Q


1 2 é dito válido quando a con-

clusão Q é verdadeira todas as vezes que as premissas P , P , . . . , Pn


1 2 são verdadeiras. Em

caso contrário o argumento é dito um sosma.

Exemplo 1.7.2. Todo homem é mortal. Sócrates é um homem. Logo, Sócrates é mortal.

(Válido)
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 17

Exemplo 1.7.3. Ela toca piano ou violão. Ela toca piano. Logo, ela não toca violão.

(Inválido)

Observação 1.1. 1. Verdade e Falsidade: são propriedades das proposições e pre-

missas, nunca dos argumentos.

2. Validade ou Invalidade: são propriedades dos argumentos dedutivos que dizem

respeito a inferência ser ou não válida (raciocínio ser ou não correto).

ÃO
Uma caracterização importante de argumentos dedutivos válidos é a seguinte:

P , P , . . . , Pn ⊢ Q é válido ⇔ (P ∧ . . . ∧ Pn ) → Q é uma tautologia.


1 2 1

Existem critérios/regras para vericarmos a validade de um argumento. São as cha-


madas Regras de Inferências. Mais adiante listamos tais regras. Para mais detalhes veja o
livro: Iniciação à Lógica Matemática, com autoria de Edgar de Alencar Filho e publicado
pela editora Nobel.
AR
Resumindo nossa discussão:Para demonstrar um teorema precisamos
construir um argumento dedutivo válido cuja conclusão seja a tese do mesmo.

1.7.1 Demonstrações
EP

Inicialmente gostaríamos de chamar a atenção para o seguinte fato:


PR

Demonstrar um teorema não é vericar alguns casos particular.

Uma demonstração deve ser feita de tal maneira que independa de dados particulares.

Exemplo 1.7.4. Considere o seguinte teorema: Se dois números são ímpares, então seu
EM

produto é ímpar.

Neste caso temos

H: xey são ímpares

e
T : xy é ímpar.

Tomando alguns casos particulares temos:


Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 18

x y xy

1 1 1 (ímpar)

3 1 3 (ímpar)

3 3 9 (ímpar)

3 7 21 (ímpar)

5 5 25 (ímpar)

5 9 45 (ímpar)

ÃO
Aumentando o número de casos apenas aumentamos a credibilidade do teorema.

Para aceitarmos tal "demonstração"é preciso considerar todos os números ímpares e suas

combinações dois a dois, o que é humanamente impossível.


Abaixo descrevemos alguns passos que julgamos necessários para uma boa demonstra-
ção.
AR
1º Passo Identicar a hipótese (H) e a tese (T). Em outros termos trata-se de
escrever o teorema na forma condicional:

H → T.
EP

Recorde os valores lógicos da condicional:

H T H→T
PR

V V V
V F F
F V V
F F V
EM

Temos 4 possibilidades : VV, VF, FV, FV. Ora, assumimos sempre que o valor lógico
de H é V. Assim, excluimos as duas últimas possibilidades.
Se por intermédio de raciocínios e/ou cálculos pudermos mostrar que o valor lógico
de T é verdadeiro (nosso objetivo), eliminamos a segunda possibilidade. Em resumo, para
demonstrar um teorema consideramos a condicional H → T , mas basta partir de H
verdadeira e obter T verdadeira.
Quanto a "raciocínios e/ou cálculos", é aí onde surgem os passos seguintes:
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 19

2º passo : Domínio da teoria!

3º passo : Técnicas de demonstração:


Implicações lógicas
(Regras de inferência)

(i) Demonstração direta

ÃO
Equivalências lógicas
(Regra de Substituição)

Redução ao Absurdo


(ii) Demonstração indireta
AR
Contrapositiva

(iii) Indução matemática


EP

1.7.2 Demonstração Direta


Esse tipo de demonstração é o mais comum na literatura matemática, consiste em
PR

determinar uma sequência de proposições p1 , p2 , ..., pn = T , de modo que

p ⇒ p ⇒ ..... ⇒ pn = T
1 2

ou
EM

p ⇔ p ⇔ ..... ⇔ pn = T .
1 2

Neste tipo de demonstração raciocína-se segundo as regras de inferência (implicações)


e/ou a regra de substituição (equivalências). A regra de substituição consiste na aplica-
ção das propriedades dos conectivos lógicos listadas anteriormente. Quanto as regras de
inferência, listamos as mesmas a seguir:

REGRAS DE INFERÊNCIA

1) (Adição) p ⇒ p ∨ q.
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 20

2) (Simplicação) p ∧ q ⇒ p; p ∧ q ⇒ q.

3) (Absorção) p → q ⇒ p → (p ∧ q).

4) (Modus Ponens) (p → q) ∧ p ⇒ q.

5) (Modus Tollens) (p → q)∧ ∼ q ⇒∼ p.

6) (Silogismo Disjuntivo) (p ∨ q)∧ ∼ p ⇒ q; (p ∨ q)∧ ∼ q ⇒ p.

7) (Silogismo Hipotético) (p → q) ∧ (q → r) ⇒ p → r.

ÃO
8) (Dilema Construtivo) (p → q) ∧ (r → s) ∧ (p ∨ r) ⇒ q ∨ s.

9) (Dilema Destrutivo) (p → q) ∧ (r → s) ∧ (∼ q∨ ∼ s) ⇒∼ p∨ ∼ r.


Dentre as regras de inferência acima, uma das mais ultilizada é a Modus Ponens. Ela
funciona da seguinte forma: Suponha que a proposição p1 → p2 é verdadeira. Sendo p1
verdade temos por Modus Ponens que p2 é verdade ((p1 → p2 ) ∧ p1 ⇒ p2 ). Em seguida
AR
supomos que se prove que p2 → p3 é verdade, logo do mesmo modo concluí-se que p3 é
verdade. Prosseguindo com o raciocínio, concluímos que a tese pn = T é verdade.

Exemplo 1.7.5.
EP

Teorema 1.8. Se dois lados de um triângulo são congruentes, então os ângulos opostos

a esses lados são congruentes.


PR

Demonstração: Consideremos um triângulo ABC no qual é considerada a hipótese

H verdadeira, e o segmento AM, com M ponto médio do lado BC. Considere os seguintes

fatos:
EM

(1): AB ≡ AC(Hipotese),
(2): AM ≡ AM,
(3): BM ≡ MC.

De (1), (2) e (3) concluímos que △ AMB ≡ △ AMC. Logo, ≡C


B . □

Pondo

p : AM ≡ AM,
q : BM ≡ MC,
r : △ AMB ≡ △ AMC,
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 21

temos na demonstração acima que

p = (H ∧ p ∧ q) ⇒ p = r ⇒ p = T .
1 2 3

1.7.3 Demonstração Indireta


A idéia fundamental de uma demonstração é admitir verdadeira a hipótese e tentar
obter a tese. Mas, muitas vezes, esta linha de raciocínio não é tão simples. Para contornar
este problema fazemos uso das chamadas Demonstrações Indiretas. Conforme vimos no

ÃO
diagrama acima, elas se dividem em demonstração por Contrapositiva e por Redução ao

Absurdo. Vejamos então em que consistem tais recursos.


Redução ao Absurdo
Esse tipo de demonstração, usa o seguinte silogismo:

(H → T ) ⇔ (H∧ ∼ T ) → C , (1.1)
 
AR
onde C representa uma contradição. Ou seja, para demonstrar que H ⇒ T , admite-se as
hipoteses, nega-se a tese e tenta-se chegar a uma contradição.
EP
A validade desse tipo de argumento é vericada a seguir:

(H∧ ∼ T ) → C ⇔∼ (H∧ ∼ T )∧ ∼ C ⇔∼ (H∧ ∼ T ) ∧ T


     
PR

⇔∼ (H∧ ∼ T ) ⇔ H → T .

Exemplo 1.7.6.
Teorema 1.9. Se duas retas são concorrentes e uma delas é paralella a uma terceira,
EM

então a outra é concorrente com a terceira reta.

Figura 1.2:

Demonstração:
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 22

 t ∩ r = {A}
H:
 r//s

T : t ∩ s ̸= ∅

Procederemos por redução ao absurdo. Neste caso as novas hipóteses e tese cam:


 t ∩ r = {A}


H: r//s



 t∩s=∅

ÃO
T : Contradição

Temos então: t//s (pois t∩s = ∅ por H) e r//s (por H). Logo, por A existem


duas retas paralelas à reta s. Mas pelo postulado de Euclides temos: Por A existe uma

e somente uma reta paralela à reta s. Portanto, temos uma contradição (ou absurdo).


AR
Contrapositiva
Uma demonstração por contrapositiva usa a seguinte propriedade do conectivo lógico
EP
→:
H → T ⇔ ∼ T →∼ H.

Na realidade tal técnica é uma caso particular da demonstração por redução ao absurdo
PR

onde, neste caso, a contradição que se obtém é H∧ ∼ H. Em outras palavras, assumimos


∼ T como verdade e juntamente com a hipótese H tentamos chegar à ∼ H.

Exemplo 1.7.7. Sejam m, n, 1 e 2 como na gura abaixo. Se 1 = 2, então as retas m


e n são paralelas.
EM

Figura 1.3:

Demonstração:
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 23

H : 1 = 2,

T : m//n.

Procederemos por contrapositiva. Neste caso as novas hipóteses e tese cam:



 1 = 2,
H:
 m e n não são paralelas,

T : ∼ H.

ÃO
Se m interceptasse n em algum ponto P, como indicado na gura abaixo, formar-se-ia

um triângulo ABP.


AR
Figura 1.4:
EP

Neste triângulo 1 é ângulo externo e 2 é um ângulo interno não adjacente ao ângulo

2, ou vice-versa. Assim, pelo teorema do ângulo externo teríamos 1 ̸= 2 o que contradiz
PR

a hipótese. Portanto, m e n não se interceptam, isto é, m//n. □

1.7.4 Demonstração por Indução


A demonstração por indução é um eciente método de demonstração referente aos
EM

números naturais. Tal método possui raízes no chamado axioma da indução:

Seja X um subconjunto dos números naturais. Se 1∈N e se, além disso, o sucessor de

todo elemento de X ainda pertence a X, então X = N.

Nota: Um Axioma (ou postulado) é uma proposição verdadeira independente de de-


monstração. Por exemplo: Por um ponto passam innitas retas.

De modo preciso uma demonstração por indução é feita segundo o roteiro abaixo.
Seja P(n) uma propriedade relativa aos números naturais. Suponhamos que:
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 24

i) P(1) é válida;

′ ′
ii) Para todo n ∈ N, a validade de P(n) implica a validade de P(n ), onde n é o
sucessor de n.

Nestas condições P(n) é válida para todo n ∈ N.


Para vericar a validade do argumento acima, procede-se da seguinte forma: Façamos

X = {n ∈ N; P(n) é verdadeira}. Por i) 1 ∈ X. Por outro lado, ii) nos dá n ∈ X ⇒ n ∈ X.
Logo, pelo axioma da indução, concluímos que X = N. Isto é, P(n) é válida para todo

ÃO
n ∈ N.
Nota: A demonstração por indução não se trata de mostrar que uma certa proposição
(em N) é válida para uma grande quantidade de números naturais mas, trata-se de provar


que uma tal proposição é verdadeira para todos os naturais.
A título de exemplo, considere a propriedade

P(n) : n = n + (n − 1)(n − 2)(n − 3) · · · (n − 10000).


AR
É claro que P(1), P(2), ..., P(10000) é verdadeiro. No entanto P(10001) é falso.

Exemplo 1.7.8.
EP
Vamos demonstrar por indução a seguinte propriedade:

n(n + 1)
P(n) : 1 + 2 + · · · + n = .
2
n(n + 1)
PR

Note que P(n) arma que a soma dos n primeiros números naturais vale .
2
1( 1 + 1)
(i) P(1) é verdade, pois 1= .
2

(ii) Supondo P(n) verdade, temos


EM

n(n + 1)
1 + 2 + ··· + n = .
2

Assim, temos

n(n + 1) (n + 1)(n + 2)
1+2+· · ·+n+(n+1) = (1+2+· · ·+n)+(n+1) = +(n+1) = ,
2 2

logo P(n+ 1) é verdadeira. Pelo axioma da indução P(n) é verdade para todo n ∈ N.

Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 25

1.8 Exercícios
1. Mostre que:
a) p ↔ q ⇒ p → q b) p ↔ q ⇒ q → p c) p ∧ q ⇒ p d) p ∧ q ⇒ q
e) (p ∧ q) ⇔ (q ∧ p) f) ∼ (p∧ ∼ q) ⇔∼ p ∨ q.

2. Demonstre as Leis de De Morgan.

3. Dadas as proposições p : 5 ⩾ 3 e q : 2 + 2 ⩽ 5, escreva a recíproca, a contrária e a

ÃO
contrapositiva da proposição p → q, sob forma simbólica.

4. Considerando que P(x) equivale a x é ave e x voa, traduza para linguagem corrente:
(a) (∃ x)(P(x)) (b) (∼ ∃ x)(P(x)) (c) (∃ x)(∼ P(x)) (d) (∃! x)(P(x))


(e) (∀ x)(P(x)) (f) (∀ x)(∼ P(x)) (g) (∼ ∀ x)(P(x))

5. Qual o domínio da variavel x na questão anterior? Determine os valores lógicos das


proposições da questão anterior.
AR
6. Qual é a negação das proposições:
(a) Nenhuma ave é quadrúpede.
EP
(b) Todo homem é mortal.
(c) Todo homem não é mortal.
(d) Algum homem é imortal.
PR

(e) Nem todo animal é quadrúpede.

7. (CVM/2000) Dizer que a armação "todos os economistas são médicos"é falsa, do


ponto de vista lógico, equivale a dizer que a seguinte armação é verdadeira:
a) pelo menos um economista não é médico.
EM

b) nenhum economista é médico.


c) nenhum médico é economista.
d) pelo menos um médico não é economista.
e) todos os não médicos são não economistas.

8. (TTN-98 ESAF) Se é verdade que "Alguns A são R"e que "Nenhum G é R", então
é necessariamente verdadeiro que:
a) algum A não é G.
b) algum A é G.
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 26

c) nenhum A é G.
d) algum G é A.
e) nenhum G é A.

9. (Fiscal Trabalho 98 ESAF) Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se,
também, que todo B é C. Segue-se, portanto, necessariamente que
a) todo C é B.
b) todo C é A.

ÃO
c) algum A é C.
d) nada que não seja C é A.
e) algum A não é C.


10. Se "Alguns prossionais são administradores"e "Todos os administradores são pes-
soas competentes", então, necessariamente, com as proposições apresentadas, pode-
se inferir:
AR
(a) Algum prossional é uma pessoa competente.
(b) Toda pessoa competente é administradora.
(c) Todo administrador é prossional.
EP
(d) Nenhuma pessoa competente é prossional.
(e) Nenhum prossional não é competente.

11. (SERPRO 2001 ESAF) Todos os alunos de matemática são, também, alunos de
PR

inglês, mas nenhum aluno de inglês é aluno de história. Todos os alunos de português
são também alunos de informática, e alguns alunos de informática são também
alunos de história. Como nenhum aluno de informática é aluno de inglês, e como
nenhum aluno de português é aluno de história, então:
EM

a) pelo menos um aluno de português é aluno de inglês.


b) pelo menos um aluno de matemática é aluno de história.
c) nenhum aluno de português é aluno de matemática.
d) todos os alunos de informática são alunos de matemática.
e) todos os alunos de informática são alunos de português.

12. (AFCE TCU 99 ESAF) Em uma comunidade, todo trabalhador é responsável. Todo
artista, se não for lósofo, ou é trabalhador ou é poeta. Ora, não há lósofo e não
há poeta que não seja responsável. Portanto, tem-se que, necessariamente,
Capítulo 1. Noções Básicas de Lógica Matemática 27

a) todo responsável é artista.


b) todo responsável é lósofo ou poeta.
c)) todo artista é responsável.
d) algum lósofo é poeta.
e) algum trabalhador é lósofo.

ÃO

AR
EP
PR
EM
Referências Bibliográcas

ÃO
[1] Filho, E. de A.,Iniciação à Lógica Matemática. São Paulo: Editora Nobel, 2002.

[2] Hefez, A., Curso de Álgebra, vol. 1. Coleção Matemática Universitária. 4ª Edição. Rio
de Janeiro: IMPA, 2010.


[3] Barbosa, J. L. M., Geometria Euclidiana Plana. Coleção do Professor de Matemática.
Rio de Janeiro: IMPA, 1995.
AR
EP
PR
EM

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