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Enfermagem
na Urgência e
Emergência
Prof. Luís Felipe Pissaia
Prof.ª Maria José de Oliveira
Prof.ª Sandra Letícia Souza Soares Junqueira
Indaial – 2023
1a Edição
Elaboração:
Prof. Luís Felipe Pissaia
Prof.ª Maria José de Oliveira
Prof.ª Sandra Letícia Souza Soares Junqueira
190p.
ISBN XXX-XX-XXX-XXXX-X
“Graduação - EaD”.
1. Enfermagem 2. Urgência 3. Emergência
CDD 610.73
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico, o livro de Assistência de Enfermagem na Urgência e Emergência
tem como propósito oferecer a você elementos que permitam compreender os aspectos
fundamentais no Atendimento às Urgências e Emergências.
O livro está dividido em três unidades, cada qual com objetivos, conteúdo,
atividades de estudo, dicas, sugestões e recomendações.
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS......................................................................................................................111
UNIDADE 3 — ENFERMAGEM EM SITUAÇÃO DE TRAUMA................................................ 113
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 181
UNIDADE 1 -
REDE DE ATENDIMENTO
ÀS URGÊNCIAS E
EMERGÊNCIAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o
objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
A REDE DE ATENDIMENTO ÀS
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, você já ouviu falar de rede de saúde? A Rede de Atenção à Saúde (RAS)
é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico,
logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (BRASIL, 2013a). E
na perspectiva do atendimento de urgência e emergência o Ministério da Saúde, em
2011, por meio da Portaria nº 1.600, de 7 de julho, implementou a Política Nacional de
Atenção as Urgências e instituiu a Rede de Atenção as Urgências no Sistema Único
de Saúde (SUS). De modo que, a Rede de Atendimento às Urgências e Emergências
(RUE) é um fluxo estruturado e articulado entre as unidades de saúde que compõem
os municípios de cada localidade do país (BRASIL, 2011). Dentre os seus objetivos,
destacamos a ampliação do acesso e acolhimento aos casos agudos demandados
aos serviços de saúde em todos os pontos de atenção, contemplando a classificação
de risco e intervenção adequada e necessária aos diferentes agravos. Além disso, ela
busca promover e assegurar a universalidade e integralidade da assistência em saúde,
bem como a equidade de acesso.
3
DICA
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a Portaria nº 1.600, de 7 de
julho, acesse: https://bit.ly/3HFjTYP.
Figura 1 – Unidades de saúde que compõem a RUE e a sua organização no fluxo de atendimento
Para operacionalizar o fluxo de atendimento desta rede, ela está organizada por
níveis de complexidade sendo eles: atenção primária, atenção secundária e atenção
terciária. A atenção primária são as unidades básicas de saúde, a atenção secundária
se refere às unidades de pronto atendimento e aos serviços especializados e a atenção
terciária aos hospitais com estruturas mais complexas para realização de exames e
cirurgias (BRASIL, 2013a). Os níveis de atenção que compõe a RUE foram instituídos
pela Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. A organização por meio da portaria
é importante para sabermos referenciar as urgências e emergências dentro da rede de
atenção à saúde de acordo com a complexidade do caso (BRASIL, 2013a).
4
DICA
Para uma melhor compreensão do funcionamento dos níveis de complexidade
na RUE, assista ao vídeo disponibilizado no link em: https://bit.ly/3LshaTD.
Figura 2 – Representação dos níveis de complexidade e as unidades de saúde que compõem a sua organização
DICA
Veja a importância da RUE para o atendimento da população de um município.
A seguir, para maior aprofundamento da temática leia o artigo “A Rede de
Atenção às Urgências e Emergências em cena: contingências e produção de
cuidado”, disponível em: https://bit.ly/3LwCVlc.
5
2 COMPONENTES DA RUE: UPA, SAMU, PORTAS
HOSPITALARES SOS, LEITOS DE RETAGUARDA E ATENÇÃO
DOMICILIAR – PROGRAMA MELHOR EM CASA
A Portaria nº 1.600/2011, que reformulou a Política Nacional de Atenção às Urgências e
institui a Rede de Atenção às Urgências no SUS, cita em seu Art. 4º os componentes da
RUE, sendo eles: Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde, Atenção Básica em Saúde,
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de Regulação
Médica das Urgências, leitos de retaguarda, Unidades de Pronto Atendimento (UPA
24h) Portas Hospitalares e Atenção Domiciliar (BRASIL, 2013a). Neste sentido, a
Promoção, Prevenção e Vigilância em Saúde tem como objetivo estimular e promover o
desenvolvimento de ações de saúde e educação permanente voltadas para a vigilância
e a prevenção das violências e dos acidentes, das lesões e mortes no trânsito e das
doenças crônicas não transmissíveis, além de ações intersetoriais e da participação e
mobilização da sociedade nessas ações (BRASIL, 2013a).
Caro acadêmico, você sabia que a Política Nacional de Promoção da Saúde
(PNPS) faz parte do componente da RUE e que prioriza, dentre suas ações estratégicas,
a redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras
drogas, por acidentes de trânsito e a prevenção da violência, além do estímulo à cultura
de paz? (BRASIL, 2013a).
DICA
Para um maior aprofundamento desta política acesse o link: https://bit.
ly/42kY8p3.
6
Figura 3 – As unidades básicas de saúde
DICA
Para melhor compreensão do atendimento realizado e dos recursos
disponibilizados nas UBSs, assista ao vídeo, acessando o link: https://bit.
ly/3B9zTyR.
7
Figura 4 – Atendimento do SAMU
DICA
Assista ao vídeo que explica o fluxo de atendimento do SAMU, acesse em:
https://bit.ly/3Vr465J.
8
Figura 5 – Atendimento UPA
9
Ademais, as portas hospitalares que atendem urgência e emergência devem
ter implementado a classificação de risco, identificando o paciente segundo o grau
de sofrimento ou de agravos à saúde e de risco de morte, priorizando aqueles que
necessitem de tratamento imediato. Dentre os principais agravos atendidos nesses
locais, podemos citar: cerebrovascular, cardiovascular, emergências e urgências clínicas
e traumas (BRASIL, 2013a). Atendimentos assim são possíveis, pois possuem equipe
especializada para atendimento e exames de alta complexidade, além de medicamentos
adequados para resolubilidade dos casos. Os pacientes podem chegar por conta própria
ao serviço de emergência, podem ser transferidos de outros componentes da rede ou
pelo transporte do SAMU, decorrente de atendimento no domicílio ou transferência
entre unidades de saúde (BRASIL, 2013a).
10
Figura 8 – Atenção Domiciliar
DICA
Assista a um vídeo sobre a importância da continuidade do cuidado realizado
pela equipe da atenção domiciliar. Acesse em: https://bit.ly/42hygKQ.
11
Figura 9 – Resumo das unidades de saúde que compõem a RUE
12
Figura 10 – Fluxo de atendimento dos pacientes no sistema de triagem
DICA
Para maior conhecimento do funcionamento do protocolo de Manchester,
assista ao vídeo disponível no link: https://bit.ly/3Vr6tFF.
13
Figura 11 – Classificação de cores e o tempo de espera do protocolo de Manchester
Fonte: os autores
14
O protocolo de classificação de risco adaptado pelo Ministério da Saúde, a partir
do protocolo de Manchester, utiliza quatro cores (vermelho, amarelo, verde e azul), e
sugere as situações de saúde que devem ser direcionadas a cada cor, após avaliação
inicial de sinais e sintomas pelo enfermeiro.
Figura 13 – Descrição das sintomatologias que compõem a classificação de risco do protocolo brasileiro
15
A cor azul indica situações menos graves e que podem aguardar até quatro
horas ou até serem encaminhadas a outros pontos da rede de saúde com menor
complexidade. Dentre as situações clínicas neste caso estão: aplicação de medicação
com receita, dores crônicas já diagnosticadas e troca de sondas ou de curativos
(BRASIL, 2004). Observe que a partir da avaliação de sinais e sintomas apresentados
em diferentes níveis de gravidade, podemos indicar qual cor deve ser designada a cada
um dos pacientes atendidos na classificação de risco.
Contudo, para que haja o processo de implantação da classificação de risco nas
unidades de atendimento às urgências emergências, o Ministério da Saúde recomenda
que devem ser direcionados profissionais de saúde de nível superior, mediante
treinamento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos para avaliar o grau
de urgência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para o
atendimento. Sendo assim, o enfermeiro tem sido o profissional indicado para atuar na
classificação de risco dos serviços de urgência e emergência.
DICA
A seguir, para melhor compreensão das atividades do enfermeiro na
classificação de risco, leia o artigo “Atividades do enfermeiro nos sistemas de
triagem/classificação de risco nos serviços de urgência: revisão
integrativa”, disponível em: https://bit.ly/3NASona.
DICA
Para um maior conhecimento da Resolução Cofen nº 661/2021, acesse: https://
bit.ly/41Y6naQ.
16
Lembre-se que, além de todo conhecimento técnico do protocolo de
classificação de risco, este deve ter o conhecimento prévio da RUE do seu local de
atuação, a fim de conseguir realizar as referências adequadas para outros pontos de
atendimento de acordo com as necessidades de saúde dos usuários (COFEN, 2021).
DICA
Para compreender melhor a Portaria nº 2048/2002, acesse: https://bit.
ly/3AQo4x7.
DICA
Para maiores informações acerca do acolhimento na urgência e emergência
assista ao vídeo disponibilizado em: https://bit.ly/40ZNW4j.
17
O acolhimento com a classificação de risco é uma forma de repensar o método
de triagem que se limita na avaliação subliminar do paciente. O método deve possibilitar,
nos serviços de urgência e emergência, um atendimento mais ágil, eficaz e humanizado.
De modo que pressupõe uma mudança das relações profissional e usuário, reconhecendo
o usuário como sujeito e como participante ativo no processo de produção da saúde.
Constituindo, assim, uma relação de inclusão que como base sustentadora à troca
de saberes entre os sujeitos envolvidos, para encontrar estratégias que melhorem o
atendimento de urgência e emergência no SUS.
DICA
A fim de ampliar a discussão sobre o acolhimento com classificação de risco,
leia o artigo intitulado “Desafios no acolhimento com classificação de risco sob
a ótica dos enfermeiros”, disponível em: https://bit.ly/422q8hp.
18
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você estudou:
19
AUTOATIVIDADE
1 A articulação entre os componentes da rede de atendimento às urgências e emergências
(RUE), tem a finalidade de integrar todos os equipamentos, recursos humanos e ampliação
do acesso aos serviços de saúde de forma integral, universal, humanizada e ágil. Com
relação aos serviços que compõem a RUE, assinale a alternativa CORRETA:
I- Ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um melhor acesso aos serviços de
urgência/emergência.
II- Funcionar como um instrumento de ordenação e orientação da assistência, sendo um
sistema de regulação da demanda dos serviços de urgência/emergência.
III- O acolhimento com classificação de risco nos serviços de urgência e emergência, auxilia
o enfermeiro a organizar os pacientes por ordem de chegada.
20
3 Ao realizar o acolhimento do paciente, o enfermeiro irá seguir um protocolo de atendimento
com o qual irá avaliar: a situação do paciente; a queixa principal; a duração dos sintomas;
breve histórico (relatado pelo próprio paciente, familiar ou testemunhas); medicações de
uso habitual; e verificação de sinais vitais. Além disso, deve realizar a verificação da glicemia
e eletrocardiograma, se necessário. A partir dessa avaliação inicial o paciente é classificado
por cores, sendo elas: vermelho, amarelo, verde e azul. De acordo com o protocolo de cores,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A cor vermelha está relacionada à prioridade zero, ou seja, deve-se encaminhar o paciente
o mais rápido possível para sala de estabilização e avisar a equipe médica.
( ) O atendimento inicial da cor verde não deve ultrapassar o tempo de quinze minutos,
devido ao risco de morte iminente.
( ) As situações clinicas relacionadas à cor amarela são: dor abdominal difusa, doença
psiquiátrica, diarreias, idosos e grávidas assintomáticos.
5 Um dos grandes problemas enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é o “pronto
atendimento” aos usuários do sistema. As suas portas de urgência e emergência ainda
apresentam dificuldades evidentes, em maior grau, provocadas pela imensa demanda de
condições clínicas de urgência e emergência. Assim, o Ministério da Saúde, nos últimos anos,
vem realizando esforços permanentes e progressivos no sentido de fortalecer a sua Rede
de Urgência e Emergência (RUE). A busca da resolutividade nesses cenários assistenciais
trata-se de uma das grandes prioridades do sistema. Disserte acerca da diferença entre
rede de saúde e região de saúde em urgência e emergência.
21
22
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
A LEGISLAÇÃO VIGENTE DA REDE
DE ATENDIMENTO ÀS URGÊNCIAS E
EMERGÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, seja bem-vindo ao Tema de Aprendizagem 2, nele serão abordadas
as questões referentes à Política Nacional de Atenção as Urgências e algumas portarias
importantes para construção dessa política. Você sabe a importância da Política Nacional
de Atenção as Urgências? É uma questão complexa e que depende de inúmeras variáveis
para a sua aplicação afim de gerar uma assistência de qualidade.
Além disso, essa política aumentou a carga das ações e serviços de saúde no SUS,
com responsabilização dos diversos profissionais e nos diferentes locais de atendimento,
além de tornar mais resolutiva a atenção às urgências e emergências, e possibilitar um
levantamento das dificuldades da rede, viabilizando correções. Os documentos que
compõem a PNAU apresentam conexão entre si por apresentar uma sequência coerente
de pareceres que consideram a grande extensão territorial do país e que apresenta grandes
distâncias para a rede hospitalar especializada e de alta complexidade, necessitando de
serviços intermediários como unidades de pronto atendimento e o serviço de atendimento
móvel. Evidencia-se a importância dessa política para toda a rede de saúde do SUS,
permitindo organizar o sistema e tendo um impacto efetivo para o bom atendimento dos
seus usuários (BRASIL, 2003b).
23
DICA
Caro acadêmico, para maior conhecimento disponibilizamos a seguir o link da
referida portaria: https://bit.ly/42fOowc.
DICA
A Portaria nº 2.048, de 5 novembro de 2002, pode ser acessada por meio do
link: https://bit.ly/413jJl1.
24
DICA
A leitura da Portaria nº 1.863, de setembro de 2003, pode ser realiza na integra
por meio do link a seguir: https://bit.ly/3NEey7U.
DICA
Para complementar a sua leitura sobre a Portaria nº 2.972/2008, acesse:
https://bit.ly/3LThnk4.
DICA
Leia a Portaria nº 1.600, de 7 julho de 2011, em: https://bit.ly/3p7DMRZ.
25
Figura 15 – Fluxo de atendimento da RUE que compõe a Política Nacional de Urgências
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
27
AUTOATIVIDADE
1 A atenção às urgências deve fluir em todos os níveis do SUS, organizando a assistência
desde as Unidade Básicas, equipes de Saúde da Família até os cuidados pós-hospitalares
na convalescença, recuperação e reabilitação à saúde da população. Com relação à
organização e aos objetivos da a Política Nacional de Atenção às Urgências, assinale a
alternativa CORRETA:
2 No ano de 2011 foi criada a Portaria nº 1.600, que tem como objetivo principal reformular
a Política Nacional de Atenção às Urgências e instituir a Rede de Atenção às Urgências
no Sistema Único de Saúde (SUS), nela os serviços oferecidos são agrupados de acordo
com o grau de complexidade necessário para acolher as demandas da população com o
objetivo de proteger, restaurar e manter a saúde dos cidadãos, com equidade, qualidade e
resolutividade. Com base nas definições dos níveis de complexidade que compõem a RUE,
analise as sentenças a seguir:
28
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença I está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
4 Os quadros de saúde que exigem intervenção imediata, acidentes e violência têm forte
impacto sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a sociedade brasileira. Por este motivo, a
área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência
em saúde. Disserte acerca da Política Nacional de Atenção às Urgências no Brasil e sua
importância para na organização da RUE para ao atendimento à população.
29
30
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
A SEGURANÇA DO PACIENTE E A GESTÃO
DE RISCOS EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
1 INTRODUÇÃO
31
DICA
Errar é humano, mas você pode ajudar a identificar problemas de segurança e
contribuir na criação de barreiras para evitar que o erro lhe atinja, prevenindo
danos em serviços de saúde.
Figura 16 – Enfermaria de atendimento de um serviço de urgência e emergência com lotação que aumenta
o risco a segurança do paciente
32
Estudos tem evidenciado a falta de segurança do paciente em serviços de urgência
e emergência. Conforme Paixão et al. (2020) os profissionais de saúde não realizam a
identificação correta dos pacientes e não aplicam nenhum protocolo de risco aos pacientes
na admissão. Além disso, observou-se que 52,8 % das soluções parenterais administradas
aos pacientes não estavam identificadas com rótulos e apenas 29,4% dos pacientes
foram investigados sobre ter alergia a produtos e medicamentos. Corroborando com os
achados, Glickman et al. (2020) argumenta que os serviços de urgência e emergência são
considerados a terceira área dos hospitais com maior ocorrência de eventos adversos.
33
DICA
Para a leitura da Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, na integra, acesse:
https://bit.ly/3ND2KD6.
34
Em relação à área verde, esta deve ser ampla para acomodar os pacientes
estáveis em observação, mas que requerem uso de alguma medicação e muitas vezes
aguardam leitos para internação ou transferência. Deve-se observar para que não
haja muitos pacientes para atender e poucos profissionais disponíveis. Na área azul
geralmente é onde fica a sala de medicação com poltronas ou cadeiras. Neste local há
um potencial grande de erros de medicação, pois são atendidos os pacientes menos
graves que fazem apenas uso de medicação e após são liberados (BRASIL, 2003a).
Figura 18 – A organização e a estrutura da sala de observação dos pacientes que irão internar no hospital
ou mesmo que necessitam ficar em um leito
35
DICA
Assista ao vídeo a seguir sobre como fazer a notificação de um evento adverso,
disponível em: https://bit.ly/3VJtELD.
DICA
Assista ao vídeo a seguir sobre gerenciamento de riscos no serviço de saúde,
disponível em: https://bit.ly/3LRThWY.
Partindo dessa premissa, para que a gestão de riscos nos serviços de urgência
emergência seja realmente realizada, a área deve estar incluída nas ações dos núcleos
de segurança do paciente. Estes núcleos são responsáveis por estabelecer estratégias
e ações voltadas para reduzir ao mínimo os eventos adversos relacionados a assistência
ao paciente. Deve-se realizar a identificação, análise, avaliação, monitoramento e
comunicação dos riscos no serviço de urgência e emergência (BRASIL, 2013c).
Para que a identificação e o gerenciamento dos riscos sejam realizados da forma
correta nos serviços de urgência e emergência, estes seguem as ações sugeridas pelo
Ministério da Saúde relacionadas à implementação de seis metas de identificação de
risco assistencial (BRASIL, 2013c).
36
Figura 19 – Metas internacionais de segurança do paciente que também são utilizadas nos serviços de
urgência e emergência
Caro acadêmico, você sabe como poderíamos aplicar essas metas de segurança
do paciente dentro dos serviços de urgência e emergência para promover a redução dos
eventos adversos? Vamos ao exemplo a seguir para compreendermos como é realizado o
processo de utilização dessas metas pelos profissionais de saúde da urgência e emergência.
37
no fluxo de atendimento e no gerenciamento de riscos na assistência ao paciente dentro
do serviço de urgência e emergência.
DICA
No artigo intitulado “Fatores facilitadores e dificultadores da notificação de
eventos adversos: revisão integrativa”, teremos mais informações sobre a
temática discutida anteriormente. Acesse em: https://bit.ly/3p7WxVu.
38
Figura 21 – Resumo dos conteúdos relacionados a gestão de risco nos serviços de urgência e emergência
39
LEITURA
COMPLEMENTAR
PERCEPÇÕES SOBRE O TRABALHO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM SERVIÇO
HOSPITALAR DE EMERGÊNCIA DE ADULTOS
INTRODUÇÃO
As unidades de urgência e emergência são setores desgastantes dos hospitais,
exigindo procedimentos rápidos e precisos da equipe atuante, para conforto e socorro
ao paciente e seus familiares. Isso resulta em desgaste físico e mental dos profissionais
que ali atuam. O ambiente hospitalar também pode ser considerado um fator estressor,
uma vez que possui condições de insalubridade e periculosidade em relação a outros
tipos de serviços que são prestados por esses profissionais.
40
O trabalho em equipe é impulsor de transformações, e, é uma das formas de trabalho que
muito tem contribuído para o desenvolvimento do processo de melhoria da qualidade
das instituições. Ele surge como uma possibilidade de reorganizar o trabalho e promover
a qualidade dos serviços.
Considera-se que esse modo de trabalho é uma alternativa para alcançar resultados
eficazes, promovendo com qualidade a assistência, sendo este um dos múltiplos fatores
impulsores de transformações possíveis nesse campo de atuação. Registra- -se o
trabalho em equipe por sua própria característica e natureza, suscetível ao fenômeno
do estresse ocupacional, embora este seja observado mesmo naqueles que não estão
lotados em áreas de atendimento crítico.
O conhecimento dos fatores que dificultam o desempenho das equipes é fundamental
para que se indiquem pontos de conflitos e os que restringem esse desempenho
rumo ao atendimento de qualidade na assistência em saúde, assim como aqueles que
potencializam e podem não estar sendo valorizados.
Diante do exposto, torna-se importante conhecer a percepção dos profissionais de
Enfermagem com relação ao trabalho em equipe em uma unidade de Urgência e
Emergência de um hospital público federal, frente às situações de cuidado ao paciente
crítico e ambiente físico. Destaca-se a relevância deste estudo pelo fato de que
a literatura é escassa em relação às pesquisas que focalizam o trabalho em equipe,
particularmente nessas unidades, na perspectiva a que se propõe esta investigação.
MÉTODO
41
Os dados foram extraídos a partir da leitura e releitura atentiva dos discursos
obtidos nas entrevistas, identificação das unidades de significado e codificação a partir
de sua relação com os objetivos do estudo. Na última etapa foi feita a categorização
dos discursos, a partir da classificação dos elementos segundo suas semelhanças e
diferenciações, com posterior reagrupamento em função de características comuns,
que deram origem às categorias temáticas pertinentes aos objetivos do estudo.
Para categorização utilizaram-se os códigos: colchetes ([…]) quando um
fragmento da fala foi excluído e aspas (“…”) para ilustrar as pausas que ocorreram
durante a entrevista. Manteve-se o anonimato dos depoentes, que foram identificados
pelas letras “Enf” para enfermeiro, “Tc” para técnicos, seguidas por número conforme
ordem de entrevista (Enf1, Tc2…). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro sob o parecer n° 1994/11,
atendendo à Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes
que concordaram em participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido apresentado anteriormente à realização das entrevistas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
42
DINÂMICA DO TRABALHO EM EQUIPE
43
A gente sempre trabalha bem junto e temos uma boa interação
no cuidar, principalmente, que a gente está bem acostumada com
paciente crítico, tanto em caráter de emergência como os pacientes
nas enfermarias, são pacientes muito graves, a gente tem uma boa
conduta (Tc13).
44
A presença constante da Enfermagem nas instituições de saúde torna-a
suscetível a situações conflitantes, pois o contexto e natureza do trabalho muitas
vezes são complexos e estressantes, por envolverem relações de vida e morte, poder
e submissão. Diante disso, torna-se relevante saber lidar com essas situações para
manutenção da qualidade da assistência e da organização hospitalar. Em estudo
realizado em unidade de emergência da rede pública no sul do país, observou-se que
a percepção de união e cooperação entre os membros da equipe de Enfermagem
gera satisfação laboral nesse ambiente de trabalho. Ressalta-se a necessidade de
realização de momentos coletivos de reflexão com a finalidade de promover integração
e harmonização.
Tipo assim – “se estivesse assim, eu teria feito isso…” “se tivesse
equipamento ali perto da enfermaria, banheiro, esse paciente
teria pessoas mais próximas dele” então, assim, a gente fica meio
frustrado. Igual hoje, são 20 e tantos pacientes para dois técnicos,
isso não é bom pro próprio paciente e psicológico da gente […] (Tc 25).
[…] então o ambiente não é adequado! Prejudica tanto na parte
física, porque aí já começa a sentir dor na coluna, de posição […]
então fisicamente vai debilitando, a gente sente muitas dores, e
psicologicamente… que você como não tem uma estrutura adequada,
fica com essas macas nos corredores… isso querendo ou não aumenta
a ansiedade da gente, o estresse, o nervosismo, então nisso prejudica
também! Tanto físico, quanto mentalmente […] (Enf 3).
45
A infraestrutura do setor estudado foi avaliada pelos sujeitos de pesquisa
como inadequada e considerada como um aspecto dificultador do trabalho em equipe,
por influenciar de forma negativa a assistência devido à falta de materiais, espaço e
condições adequadas. Outro aspecto ressaltado foi que a falta de condições de trabalho,
como a rotina de serviço e as dificuldades na execução da assistência, permeadas pela
inadequação do ambiente físico, pode ocasionar problemas físicos e psicológicos no
trabalhador. Estudos indicam também que outros fatores importantes, como a escassez
de profissionais, a carga de trabalho elevada, realização de atividades em curto espaço
de tempo, a falta de comunicação eficaz e ambiente físico inadequado da unidade, têm
levado ao surgimento de problemas físicos e psicológicos nos profissionais. As condições
inadequadas de trabalho fazem com que os profissionais estejam mais sujeitos à
frustração, insatisfação e sofrimento, o que prejudica a qualidade da assistência.
CONCLUSÃO
46
Os resultados deste estudo, por serem baseados numa análise qualitativa de
casos heterogêneos, devem ser examinados com cuidado, já que não são passíveis de
generalizações e devem ser reexaminados em futuras pesquisas sobre o tema. Essas
questões merecem ser mais bem exploradas em estudos futuros sobre essa importante
temática, uma vez que estão presentes de forma bastante significativa na realidade dos
profissionais de Enfermagem que trabalham em unidades de atendimento ao paciente
crítico.
Fonte: AMARAL, E. M. S. et al. Percepções sobre o trabalho da equipe de enfermagem em serviço hospitalar
de emergência de adultos. Reme: Revista Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte, v. 21, p. 1-6, nov. 2017.
Disponíve em: https://bit.ly/3ND6Wmk. Acesso em: 3 maio 2023.
47
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você estudou:
48
AUTOATIVIDADE
1 A Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 2004, demostrando preocupação com
a grande incidência de erros relacionados à assistência à saúde, criou a World Alliance for
Patient Safety (Aliança Mundial para a Segurança do Paciente), a qual tem como objetivo,
organizar os conceitos relacionados à segurança do paciente e propor ideias para reduzir os
riscos e eventos adversos. Com relação aos conceitos propostos pela (OMS) para realizar a
Classificação Internacional de Segurança do Paciente, assinale a alternativa CORRETA:
49
( ) Adotar estratégias promocionais de qualidade de vida, buscando identificar os
determinantes e condicionantes das urgências.
( ) A criação de cultura de segurança e a execução sistemática e estruturada dos processos
de gerenciamento de risco dentro dos centros de saúde.
( ) A integração com todos processos de cuidado e articulação com os processos
organizacionais do serviços de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).
50
REFERÊNCIAS
BRASIL. Política Nacional de Humanização – Humaniza SUS. Ministério da Saúde,
Brasília, DF, 2003a. Disponível em: https://bit.ly/42jvZ1Q. Acesso em: 3 maio 2023.
51
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução – RDC nº 36, de 25 de julho de 2013.
Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras provi-
dências. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013c. Disponível em: https://bit.ly/3nvh9q7.
Acesso em: 3 maio 2023.
BRASIL. Legislação SAMU 192. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 25 abr. 2022a. Dis-
ponível em: https://bit.ly/3VrxWXN. Acesso em: 3 maio 2023.
BRASIL. Regiões de Saúde. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 7 dez. 2022b. Disponível
em: https://bit.ly/42nWa7g. Acesso em: 3 maio 2023.
52
GLICKMAN, S. W. et al. A patient reported approach to identify medical errors and im-
prove patient safety in the emergency department. J Patient Safe, [s. l.], v. 16, n. 3, p.
211-215, 2020.
53
54
UNIDADE 2 —
ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM NA
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará auto atividades com o
objetivo de reforçar o conteúdo apresentado
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
55
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
QR Code abaixo:
56
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
A ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO PRÉ
HOSPITALAR E INTRA HOSPITALAR
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tema, abordaremos sobre a atuação da enfermagem no
atendimento pré-hospitalar e intra-hospitalar. Veremos como a enfermagem desempenha
um papel fundamental no atendimento pré-hospitalar e intra-hospitalar. Esses profissionais
são responsáveis por fornecer cuidados de enfermagem de qualidade e ajudar a garantir a
segurança dos pacientes em ambientes de atendimento de emergência.
57
2 A ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR
A enfermagem desempenha um papel essencial no atendimento pré-hospitalar,
também conhecido como Atendimento Pré-Hospitalar (APH), que consiste no primeiro
atendimento de saúde que uma pessoa recebe quando está em uma emergência
(CHAVES, 2017). O atendimento pré-hospitalar é realizado por profissionais de saúde
que são treinados para fornecer assistência de saúde em ambientes fora do hospital,
como nas ruas ou em domicílios.
58
Segundo o Ministério da Saúde a equipe para o atendimento de urgência deve
ser constituída por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutor do
veículo, já as Portarias n° 814, de 01/06/01, e n° 2.048, de 05/11/02, especificam as
funções de cada um dos membros (BRASIL, 2002).
Funções do Socorrista
1.Contatar o serviço de atendimento emergencial da região (SAMU, Corpo de Bombeiros).
2. Fazer o que deve ser feito no momento certo, a fim de: salvar uma vida ou prevenir danos
maiores.
3.Manter o acidentado vivo até a chegada deste atendimento.
4.Manter a calma e a serenidade frente a situação inspirando confiança.
5.Aplicar calmamente os procedimentos de primeiros socorros ao acidentado.
6.Impedir que testemunhas removam ou manuseiem o acidentado, afastando-as do local do
acidente, evitando assim causar o chamado “segundo trauma”, isto é, não ocasionar outras
lesões ou agravar as já existentes.
7.Ser o elo das informações para o serviço de atendimento emergencial.
8.Agir somente até o ponto de seu conhecimento e técnica de atendimento. Saber avaliar seus
limites físicos e de conhecimento.
9.Não tentar transportar um acidentado ou medicá-lo.
59
2.1.1.1 Etapas Básicas do Atendimento Pré Hospitalar Móvel
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de nove pessoas
morrem no mundo a cada minuto devido a um politrauma – seja ele por acidente
automobilístico, queda de médias ou grandes alturas, violência com armas de fogo,
incêndio, entre outros (OMS, 2014).
60
Figura 1 – ABCDE do trauma, segundo ATLS
61
Equipamentos de proteção individual (EPIs) A equipe de atendimento pré-hospitalar móvel
deve estar equipada com os EPIs necessários
para garantir a segurança do paciente e da
equipe, como luvas, máscaras, aventais, óculos
de proteção, entre outros.
Transporte seguro A ambulância móvel deve ser segura e
confortável para o transporte do paciente.
Deve possuir suporte para fixação de maca
e equipamentos médicos, além de espaço
suficiente para a equipe de atendimento.
Monitoramento e rastreamento A ambulância móvel deve possuir um sistema
de monitoramento e rastreamento que
permita a localização e acompanhamento
da unidade em tempo real, facilitando o
acesso a informações importantes durante o
atendimento.
Treinamento e manutenção A equipe de atendimento pré-hospitalar móvel
deve receber treinamento constante para
atualização de conhecimentos e técnicas de
atendimento, além de manter a manutenção
regular dos equipamentos e ambulâncias
móveis.
Fonte: o autor
62
estabelecidas pelos órgãos reguladores da saúde.
63
Avaliação do sistema cardiovascular: o profissional de saúde deve avaliar
a função do sistema cardiovascular, incluindo a avaliação do pulso, pressão arterial,
edema e outros sinais relacionados.
Avaliação do sistema respiratório: a função respiratória também deve ser
avaliada, incluindo a frequência respiratória, ritmo e profundidade, além de sinais de
dificuldade respiratória.
Avaliação do sistema gastrointestinal: a avaliação do sistema
gastrointestinal é importante em casos de doenças ou lesões abdominais, incluindo a
avaliação do abdômen e órgãos internos.
Avaliação do sistema geniturinário: em casos de emergência que envolvam
o sistema geniturinário, é importante avaliar a função dos órgãos urinários e genitais.
Tratamento: com base na avaliação realizada, o profissional de saúde deve
iniciar o tratamento necessário para estabilizar o paciente, incluindo a administração
de medicamentos, terapia de fluidos, intervenções cirúrgicas ou outros procedimentos
necessários.
INTERESSANTE
Esses são os passos gerais da avaliação de emergência que podem ser
aplicados em casos de emergência envolvendo todo o corpo humano. É
importante ressaltar que a avaliação pode variar dependendo da condição
específica do paciente e que a equipe de saúde deve estar preparada
para realizar adaptações conforme necessário para garantir o melhor
atendimento possível.
64
Em ambos os casos, é importante que o enfermeiro esteja atualizado em
relação às melhores práticas e protocolos de atendimento de urgência, além de possuir
habilidades técnicas e de comunicação para lidar com situações de estresse e tomar
decisões rápidas e precisas.
O enfermeiro também deve ter uma abordagem humanizada e acolhedora,
considerando as necessidades emocionais e psicológicas do paciente e de seus
familiares, além de trabalhar em conjunto com a equipe multidisciplinar para garantir o
melhor cuidado possível ao paciente
65
IMPORTANTE
Frente aos cuidados de maior complexidade técnica que exigem tomada de
decisão imediata e o conhecimento específico que a área requer, e com vistas
a garantir a segurança do paciente e do profissional, o presente documento
estabelece conceitos e normas para a atuação e a responsabilidade dos
profissionais de enfermagem no âmbito de suas competências legais, nas
centrais de regulação das urgências, na assistência e no gerenciamento de
serviços de atendimento pré-hospitalar móvel terrestres e aquaviários,
públicos e privados, civis e militares.
Resolução nº 0713/2022
66
3.1.2 Atuação do enfermeiro no gerenciamento da assistência
e de áreas e/ou recursos pré-hospitalares móveis
A atuação do Enfermeiro no gerenciamento da assistência e dos recursos pré-hospitalares
engloba as atividades relacionadas à administração da equipe de enfermagem e das
diferentes áreas da estrutura organizacional dos serviços. Sendo assim, compete ao
Enfermeiro em atividades de gerenciamento:
67
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você estudou:
68
AUTOATIVIDADE
1 Em uma abordagem para prestar primeiros socorros a uma vítima, considere a primeira
etapa: avaliação primária. Acerca do que é característica dessa etapa verificar, assinale a
alternativa CORRETA:
a) ( ) Certo.
b) ( ) Errado.
c) ( ) Não há avaliação primária.
4 Em caso de acidente de trânsito em que a vítima fica presa às ferragens do veículo, qual a
ação prioritária a ser realizada?
69
5 O ABCDE do trauma é uma metodologia utilizada no atendimento pré-hospitalar para
garantir que as vítimas de trauma sejam avaliadas e tratadas de forma rápida e eficaz
(RODRIGUES et al., 2017). Essa técnica consiste em seguir uma sequência de avaliações e
intervenções, de acordo com as prioridades de cada caso. Quais aspectos representam A,
B, C, D e E trauma?
70
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIAS E
EMERGÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 2, abordaremos sobre a Sistematização
da Assistência de Enfermagem (SAE) em urgências e emergências, sendo a SAE uma
importante ferramenta de gerenciamento do cuidado em meio às condições adversas
que permeiam o cenário dos serviços de urgência e emergência.
71
2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
No Brasil, vemos a cada dia a crescente demanda por serviços de saúde caracterizada
pela elevada morbimortalidade devido a causas externas, em especial violência e
acidentes de trânsito, associada à maior expectativa de vida da população e consequente
aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, que chama a atenção
para a reorganização dos serviços de urgência e emergência, a fim de garantir uma
assistência segura e de qualidade (BRASIL, 2013).
Essa crescente demanda por serviços de urgência traz à tona problemas como
superlotação das unidades, dimensionamento de pessoal inadequado, rotatividade dos
pacientes, processo de trabalho fragmentado, conflitos de poder, números de pacientes
superior à quantidade de leitos, sobrecarga de trabalho e pouca articulação das redes
assistenciais (BRASIL, 2013). A superação dos desafios impostos para serem superados
devem estar vinculada à prioridade da prestação de uma assistência contínua e com
qualidade, o que requer, a implementação de processos de trabalho bem definidos e
profissionais de saúde capacitados (MIRANDA et al., 2012).
A Resolução COFEN n° 358/2009 define que a SAE tem por finalidade organizar
o trabalho da Enfermagem, quanto ao método, pessoal e instrumentos, de modo que
seja possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (COFEN, 2009).
Embora bem definida e respaldada por aspectos legais e científicos, a SAE ainda
é pouco presente nesse tipo de serviço de saúde. Sabe-se que, apesar das dificuldades, a
importância da SAE na garantia de uma assistência de qualidade em qualquer ambiente
de saúde sobrepõe os entraves próprios desse cenário (FELIX; RODRIGUES; OLIVEIRA,
2009; MIRANDA et al., 2009).
A SAE é um processo que visa proporcionar uma assistência segura e efetiva
aos pacientes que necessitam de atendimento imediato devido a condições de saúde
críticas. Esse processo é realizado por meio da aplicação do Processo de Enfermagem, que
consiste em cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento de
enfermagem, implementação de enfermagem e avaliação de enfermagem (COFEN, 2009).
72
Figura 3 – Etapas da Sistematização Assistência de Enfermagem
73
2.1.1 Entrevista
A fase de entrevista é um momento crucial na sistematização da assistência de
enfermagem, pois é nesse momento que o enfermeiro realiza a coleta de informações
sobre o paciente, suas condições de saúde, histórico médico e outros fatores relevantes
para a prestação de cuidados de enfermagem adequados.
INTERESSANTE
A fase de entrevista é fundamental na sistematização da assistência de
enfermagem, pois é nesse momento que o enfermeiro coleta informações
cruciais sobre o paciente, estabelece uma relação de confiança e empatia,
e desenvolve um plano de cuidados individualizado e eficaz. É importante
que o enfermeiro seja habilidoso em técnicas de comunicação e demonstre
sensibilidade e preocupação genuína com o paciente, para que o cuidado seja
prestado com excelência.
74
2.1.2 Exame físico de enfermagem
O exame físico de enfermagem na urgência e emergência é uma avaliação rápida e
sistemática do paciente que busca identificar possíveis alterações físicas ou fisiológicas
que possam indicar risco iminente de morte ou comprometimento da saúde. O objetivo
desse exame é avaliar a condição geral do paciente, determinar a urgência de intervenção
médica, estabelecer diagnósticos e planejar cuidados imediatos.
O exame físico de enfermagem na urgência e emergência é realizado em etapas
que estão descritas no Quadro 3:
Fonte: o autor
75
Figura 4 – Pensamento crítico
76
Quadro 4 – Intervenções/ações de enfermagem
Fonte: o autor
IMPORTANTE
As ações de enfermagem, sendo elas intervenções independentes ou
dependentes, necessita da competência técnica e conhecimento científico para
execução. Saber reconhecer os resultados esperados a partir do planejamento
influenciará na avaliação do cliente e requer saber identificar os possíveis
efeitos advindos da ação (COREN/BA, 2016).
Algumas das ações que podem ser prescritas pelo enfermeiro na urgência
incluem:
77
1. Administração de medicamentos: o enfermeiro é responsável pela prática de
administração de medicamentos, prescritos pelo médico, sendo que na urgência e
emergência as principais medicações para alívio da dor, redução de febre, controle
de náuseas e vômitos, entre outras finalidades. Esse é um exemplo de intervenções
interdependentes.
78
A atuação do enfermeiro é fundamental junto à equipe multidisciplinar, sendo
a SAE uma importante ferramenta para gerenciar o cuidado em meio às condições
adversas que estão presentes dentro da assistência serviços de urgência e emergência.
Apesar de ter respaldo ético legal e científico, a SAE ainda não é realidade no serviço
de urgência e emergência (FELIX; RODRIGUES; OLIVEIRA, 2009; MIRANDA et al., 2012).
DICA
Vamos aprofundar nossos conhecimentos?
Consulte: Lei n° 7.498, de 25 de junho de 1986.
Toda equipe de enfermagem deve sempre pronta e agir com destreza, agilidade
e habilidade, sempre capaz de definir prioridades e intervir de maneira consciente,
prestando uma assistência segura ao ser humano, tendo sempre como princípio que
mesmo na emergência o cuidado é o elo de interação entre profissional e paciente
(MARIA, 2012). Para implementar essa assistência de forma eficaz, é importante seguir
as seguintes etapas:
• Avaliação inicial
O enfermeiro deve realizar uma avaliação rápida e sistemática do paciente,
identificando os sinais vitais, os sintomas e as queixas principais, além de realizar uma
rápida avaliação da história clínica do paciente.
• Priorização de atendimento
Com base na avaliação inicial, o enfermeiro deve priorizar o atendimento de
acordo com a gravidade do quadro clínico do paciente.
• Monitorização contínua
É importante manter a monitorização contínua dos sinais vitais, como pressão
arterial, frequência cardíaca, oxigenação, temperatura, entre outros.
79
• Realização de intervenções imediatas
O enfermeiro deve realizar as intervenções imediatas necessárias para estabilizar
o quadro clínico do paciente, como administração de oxigênio, medicamentos para dor,
controle de hemorragias, entre outras.
• Registro adequado
80
O enfermeiro atuante nos setores de urgência e emergência necessitam estar
aptos a obter um histórico do paciente, realizar o exame físico, executar tratamento
imediato, preocupando-se com a manutenção da vida e orientação dos pacientes para
a continuidade de tratamento, situações estas que exigem do enfermeiro habilidades
de comunicação clara, objetiva e acima de tudo empática.
INTERESSANTE
Comunicação em “alça fechada” é quando a mensagem vai do emissor para
o receptor, que deve retornar indicando que ouviu e entendeu a mensagem.
81
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
82
AUTOATIVIDADE
1.Para a avaliação do estado psíquico do paciente, é necessário que se estabeleça uma
relação de confiança já no primeiro contato. O paciente deve ser altamente respeitado
e preservado em sua intimidade, oferecendo, dentro das possibilidades, condições
acolhedoras, confortáveis e de proteção. Assim, acercada das condições para a realização
da avaliação do estado geral e psíquico, assinale a alternativa CORRETA:
83
4 A fim de implementar a assistência de enfermagem em unidades de urgência e emergência
de forma eficaz, é importante seguir algumas etapas, são elas:
84
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
1 INTRODUÇÃO
85
2 PARADA CARDIORRESPIRATORIA (PCR)
A parada cardiopulmonar ou parada cardiorrespiratória (PCR) é definida como a ausência de
atividade mecânica cardíaca, que é confirmada por ausência de pulso detectável, ausência
de responsividade e apneia ou respiração agônica, ofegante. O termo “parada cardíaca” é
mais comumente utilizado quando se refere a um paciente que não está respirando e não
tem pulso palpável (NACER; BARBIERI, 2015). É uma condição que pode levar a pessoa a
morte em um curto intervalo de tempo, caso não receba atendimento adequado.
A PCR não tem uma condição especifica para ocorrer, sendo que pode acontecer
a qualquer momento, sendo que entre as causas mais comuns são: doenças cardíacas,
insuficiência respiratória e choque elétrico. Além disso, outras causas incluem: choque
hipovolêmico, envenenamento, acidente vascular cerebral e afogamento.
Alguns sinais de alerta podem surgir logo antes da parada cardíaca e respiratória
ocorrer e podem alertar para essa condição, entre eles estão: dores fortes no peito, que
irradiam para as costas ou abdômen, dores fortes de cabeça, língua enrolada, o que
dificulta a fala; falta de ar ou dificuldade de respirar; formigamento no braço esquerdo e
palpitações fortes.
A avaliação primária (basic life suport – BLS), ou Suporte Básico de Vida (SBV)
envolve o suporte básico de vida associado às manobras para reconhecimento da PCR
e o suporte hemodinâmico e respiratório através da RCP. Este atendimento pode ser
realizado por indivíduos leigos treinados
86
• Avaliação secundária (ALS)
87
emergência pedindo o desfibrilador.
• É importante lembrar que a busca de pulso central isoladamente não é um marcador
confiável de PCR, mesmo quando feita por socorristas treinados, requerendo um
valioso tempo adicional.
• Para o leigo, não se recomenda procurar se há ou não pulso central, sendo
recomendado iniciar imediatamente as compressões torácicas nessa situação
(vítima arresponsiva e sem movimento respiratório ou apenas com gasps agônicos).
• Para os profissionais de saúde, a busca por pulso central não deve ultrapassar 10
segundos.
• Se não houver pulso (ou mesmo se for duvidoso), deve-se iniciar as compressões
torácicas imediatamente. Adicionalmente, o tradicional “ver, ouvir e sentir” a
respiração foi retirado do algoritmo.
88
NOTA
As compreensões torácicas devem obedecer a alguns critérios. Veja no Quadro 1.
Compressões •
Cada ventilação de resgate deve durar 1 segundo.
+ ventilação • Aplicar volume corrente suficiente para elevar o tórax.
• Evitar ventilações rápidas ou forçadas
• Em qualquer momento, quando uma via aérea avançada estiver
colocada, aplicar 8-10 ventilações por minuto não sincronizadas
com as compressões torácicas.
• Volume corrente de 6-7 mL/kg é suficiente.
Fonte: o autor
89
Figura 5 – Posicionamento correto para compressões torácicas
90
• Profissionais habilitados e leigos treinados (e confiantes) devem preferencialmente
utilizar a manobra de elevação da mandíbula e hiperextensão da coluna cervical,
exceto na suspeita de lesão cervical, quando se deve utilizar a manobra de tração
da mandíbula sem hiperextensão cervical.
• Mantendo-se a VA aberta, deve-se verificar a presença de respiração espontânea
na vítima. Conforme já foi citado, nas novas recomendações de atendimento da
PCR, a avaliação através do “ver, ouvir, sentir” foi abandonada por retardar o início
das compressões torácicas.
• Caso se perceba a presença da ventilação no paciente, cabe apenas a checagem de
pulso a cada 2 minutos e o posicionamento da vítima em posição de recuperação
(decúbito lateral, mantendo via aérea aberta) até a chegada do sistema de
emergência.
• Caso não se identifique o movimento respiratório, a vítima realmente encontra-se
em parada respiratória.
• A checagem de pulso carotídeo é obrigatória, mas não deve ultrapassar 10 segundos.
2.2.5 Desfibrilação
• Sabe-se que o ritmo mais frequente presente nos primeiros minutos da PCR extra-
hospitalar é a fibrilação ventricular (FV) ou a taquicardia ventricular sem pulso (TV
sem pulso).
• Sendo assim, quanto mais precoce a desfibrilação, melhores são os resultados na
sobrevida.
• O Desfibrilador Externo Automático (DEA) deve estar facilmente disponível em
ambientes de alto risco de eventos cardiovasculares súbitos como hospitais,
aeroportos e locais de alta concentração de pessoas, na Figura 7 está ilustrado o
DEA.
• A posição recomendada da vítima durante o atendimento é o decúbito dorsal
horizontal sobre superfície rígida; a importância da superfície rígida no resultado do
atendimento ainda não foi definida.
• Se a vítima estiver em posição prona, deve ser colocada em posição supina.
• Durante o posicionamento da vítima, devemos nos lembrar da necessidade de
manter sua coluna cervical sempre alinhada com o restante do tronco durante a
mobilização.
91
Figura 7 – Desfibrilador Externo Automático
Fonte: https://www.trammit.com.br/locacao/3092-locacao-de-desfibrilador-externo-automatico-dea.html.
Acesso em: 4 mai. 2023.
ATENÇÃO
Detecção de FV/TV
O desfibrilador automático/semiautomático possui um programa que lhe
permite identificar e reconhecer os ritmos de FV e TV, indicando então o
choque.
Se o ritmo presente não for uma TV ou FV, o aparelho não indicará o choque,
cabendo ao socorrista manter a massagem cardíaca e as ventilações. Quando
indicado pelo DEA, o choque inicial será de 360 J (monofásico) ou na energia
máxima equivalente nos aparelhos bifásicos (entre 150 e 200 J).
92
2.3 MANOBRAS DE SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (SAV)
Por mais avançados que sejam os recursos disponíveis para o atendimento da PCR, o
suporte básico de vida é crucial para a manutenção da perfusão e oxigenação cerebral
e coronariana.
Ambas, somadas, são responsáveis por até 80% dos casos de morte súbita
e são os ritmos elétricos de melhor prognóstico para reversão, desde que tratadas
adequadamente e em tempo hábil.
93
Figura 9 – Eletrocardiograma de Taquicardia Ventricular
Conduta terapêutica:
94
de orofaringe, sangramento, aspiração, hipoxemia e inserção do tubo no esôfago) e
interrupções inaceitáveis das compressões torácicas.
A via aérea avançada supra glótica é uma alternativa aceitável e tem como
potenciais vantagens: não necessita visualizar a glote, pode ser colocada sem
interromper as compressões e é mais fácil de ensinar e treinar.
95
Na ausência da capnografia quantitativa em forma de onda, é aceitável que se
utilize a (capnografia colorimétrica (sem forma de onda), essa é mais simples e barata,
embora inferior à quantitativa.
A fixação da cânula com material adequado é mandatória.
Assim como na IOT, deve-se proceder ao exame físico para verificar se a via supra glótica
está correta e ventilando adequadamente o paciente e utilizar um dos dispositivos para
a detecção de CO2 exalado descritos. Na Figura 11, podemos observar a posição correta
da cânula supra glótica.
3 HIPOTENSÃO E CHOQUE
INTERESSANTE
A fim de aprofundar seus conhecimentos indicamos a leitura do seguinte
artigo:
I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares
de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia: https://www.scielo.
br/j/abc/a/FzpcTtwTdpf8DDBYMS7vprr/?lang=pt.
Fonte: o autor
97
3.1 ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
Pequenas alterações na pressão arterial média (PAM) ou no metabolismo de
oxigênio ativam barorreceptores e quimiorreceptores localizados no arco aórtico, átrio
direito, corpo carotídeo, vasculatura esplâncnica, aparelho justa glomerular e no sistema
nervoso central.
98
irreversível, na qual a lesão celular é tão extensa que mesmo com tratamento existe
disfunção de múltiplos órgãos, sendo o óbito quase inevitável.
NOTA
Para melhor compreensão do conteúdo indicamos que revise a Fisiologia do
sistema circulatório, bem como seus mecanismos compensatórios.
4 CRISE HIPERTENSIVA
A crise hipertensiva (CH) é uma situação de emergência médica que ocorre quando a
pressão arterial aumenta repentinamente e atinge níveis perigosos, podendo causar
danos aos órgãos vitais, como coração, cérebro, rins e olhos.
99
Se você ou alguém que você conhece estiver passando por uma crise hipertensiva
na emergência, é importante procurar ajuda médica imediatamente. O tratamento deve
ser iniciado rapidamente para reduzir a pressão arterial e prevenir complicações.
100
NOTA
A definição numérica de CH é conceitual e serve como um parâmetro de
conduta, mas não deve ser usada como critério absoluto.
Fonte: o autor
• Coração
- Sintomas: dispneia, ortopneia, escarro hemoptoico, dor precordial ou retroesternal,
edema, palpitações.
- Exame físico: 3ª ou 4ª bulha, crepitação pulmonar, edema, estase jugular, desvio do
ictus, hepatomegalia.
- Exames complementares: ECG: sobrecarga de câmaras, sinais de isquemia (segmento
ST e onda T), arritmias. Raio X de Tórax: aumento de área cardíaca, congestão
101
pulmonar. Ecocardiograma: hipertrofia ventricular, aumento de átrio, disfunção
ventricular sistólica e diastólica.
• Rim
- Sintomas: edema, oligúria, anorexia, perda de peso, náuseas, vômitos, adinamia
- Exame físico: palidez cutânea, hálito urêmico, edema periorbital e de membros
inferiores.
- Exames complementares: níveis elevados de uréia e creatinina, proteinúria, hematúria,
anemia Ultrassom renal: alterações do parênquima renal.
• Cérebro
- Sintomas: Cefaléia, confusão mental, agitação psicomotora, déficit motor, parestesias,
convulsão, náuseas
- Exame físico: Alterações do nível de consciência, paresia ou paralisia de membros,
desvio de rima, anisocoria, alterações de reflexo, sinais de irritação meníngea.
- Exames complementares: Tomografia cerebral – hemorragia, infarto, edema.
Ressonância – infarto, alterações específicas.
• Retina
- Sintomas: embaçamento ou turvação visual, fosfenas, escotomas, amaurose.
- Exame físico: Fundoscopia: exsudatos algodonosos, hemorragias retinianas,
papiledema.
• Aorta
- Sintomas: dor torácica intensa, dorsalgia ou lombalgia.
- Exame físico: assimetria ou ausência de pulsos periféricos. Diferença de pressão
arterial entre os membros.
- Exames complementares: ecocardiograma transesofágico – sinais de dissecção e
insuficiência valvar. Angiotomografia – Nível e extensão da dissecção.
4.3 TRATAMENTO
No tratamento da CH, é muito importante considerar o diagnóstico preciso do tipo
de emergência e as características farmacológicas dos fármacos a serem utilizados,
tais como o principal mecanismo de ação, tempo de ação, efeitos colaterais e as
contraindicações do seu uso. Além disso, deve-se identificar se o paciente já faz uso de
alguma medicação para hipertensão. A definição das metas terapêuticas de redução da
PA é definida através desses aspectos.
102
adultos com emergência hipertensiva, internação em unidade de terapia intensiva para
monitorização contínua da PA e das lesões de órgãos alvo, e para administração de
agentes parenterais apropriados.
Por outro lado, temos as emergências neurológicas, que exigem uma redução
de PA com mais cautela, mantendo em níveis não tão reduzidos nas primeiras horas,
com a normalização sendo recomendada apenas após 24 a 48 horas (BORTOLOTTO et
al., 2018).
No que tange o tratamento medicamentoso, é importante que a enfermagem
conheça a terapêutica utilizada, bem como seu mecanismo de ação e reações adversas
esperadas, afim de inclusão em seu plano de assistencial as intervenções necessárias
para mitigação destes efeitos.
No Quadro 8 vemos descritas as principais medicações utilizadas para CH,
conforme VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016.
103
Quadro 8 – Medicamentos indicados para o tratamento de emergências hipertensivas
104
- Elabora, implementa e supervisiona, em 1conjunto com a equipe médica e
multidisciplinar, o Protocolo de Atenção em Emergências (PAE) nas bases do
acolhimento, pré-atendimento, regulação dos fluxos e humanização do cuidado.
- Presta o cuidado ao paciente juntamente com o médico.
- Prepara e ministra medicamentos.
- Viabiliza a execução de exames complementares necessários à diagnose.
- Instala sondas nasogástricas, nasoenterais e vesicais em pacientes.
- Realiza troca de traqueotomia e punção venosa com cateter.
- Efetua curativos de maior complexidade.
- Preparam instrumentos para intubação, aspiração, monitoramento cardíaco e
desfibrilação, auxiliando a equipe médica na execução dos procedimentos diversos.
- Realiza o controle dos sinais vitais.
- Executa a consulta de enfermagem, diagnóstico, plano de cuidados, terapêutica em
enfermagem e evolução dos pacientes registrando no prontuário.
- Administra, coordena, qualifica e supervisionam todo o cuidado ao paciente, o serviço
de enfermagem em emergência e a equipe de enfermagem sob sua gerência.
105
LEITURA
COMPLEMENTAR
A HUMANIZAÇÃO DA ENFERMAGEM NOS CENÁRIOS DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
Giovanna da Rosa
Sarah Beatriz Rodrigues
Alexandre do Nascimento Almeida
Carolina Sturm Trindade
Karin Viegas
INTRODUÇÃO
Os desafios de humanização são obstáculos a serem superados pelas equipes
multidisciplinares da assistência para fornecer um serviço de saúde com maior
qualidade. Entretanto, a equipe de enfermagem tem um papel de extrema importância
no processo de cuidar para que, na perspectiva dos pacientes adultos, em seu
momento de acolhimento nos serviços de urgência e emergência, encontrem o cuidado
humanizado no atendimento procurado.
106
No âmbito hospitalar, quando se trata de uma situação de emergência, o paciente
pode apresentar ansiedade e desconforto, e dependendo da maneira como ele vivencia
esse momento pode ou não ocasionar uma experiência negativa. A necessidade de
uma conduta hospitalar mais humanizada e atenciosa por parte dos profissionais da
enfermagem se vê extremamente necessária quando considerada, também, a parte
psicológica do paciente.
[ ]
Fonte: SOARES, G. et al. A Humanização da enfermagem nos cenários de urgência e emergência. Enferm
Foco, Porto Alegre, v.13, 2022. Disponível em: https://enfermfoco.org/wp-content/uploads/articles_xml/
2357-707X-enfoco-13-spe1-e-202245spe1/2357-707X-enfoco-13-spe1-e-202245spe1.pdf. Acesso
em: 10 de março de 2023.
107
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você estudou:
108
AUTOATIVIDADE
1 Baseado nos conhecimentos aprendidos, determinada ação se constitui importante dentro
do Planejamento Assistencial de Enfermagem nas Crises Hipertensivas (Implementação da
assistência). Acerca dessa ação, assinale a alternativa CORRETA:
Por vezes a humanização do paciente, muitas vezes está ligado a pequenas ações, como
um diálogo mais interessado e até mesmo em um olhar mais atento. Nos atendimentos de
emergência, tais necessidades podem se fazer ainda mais presentes, já que são instigadas
quando os pacientes se encontram em um momento de desgaste emocional. Acerca da
veracidade dessa informação, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Verdadeira.
b) ( ) Falsa.
c) ( ) Essa informação foi alterada.
4 Quais são as Manobras utilizadas para abertura das Vias Aéreas durante a emergência?
109
110
REFERÊNCIAS
ALFARO-LEFEVRE R. Aplicação do processo de enfermagem: uma ferramenta
para o pensamento crítico. Artmed: Porto Alegre; 2010.
ARAÚJO, I.; PAUL, C.; MARTINS, M. Viver com mais idade em contexto familiar: depen-
dência no autocuidado. Rev Esc Enferm USP, São Paulo, v. 45, n. 4, p. 869-75, 2011.
111
FELIX, N. N.; RODRIGUES, C. D.S.; OLIVEIRA, V.D.C. Desafios encontrados na realização
da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) em unidade de pronto atendi-
mento. Arq Ciência Saúde, Paraná, v. 16, n. 4, p. 155 -60, 2009.
MARTINS, H.S. et al. Emergências clínicas: abordagem prática. 10. ed. Barueri:
Manole, 2015.
MIRANDA, C. A. et al. Opinião de enfermeiros sobre instrumentos de atendimento
sistematizado a paciente em emergência. Revista Rene, Ceará, v. 13, n. 2, p. 396-407,
2012.
SILVA, V.P.M.; SILVA, A.K.; HEINISCH, R.H., HEINISCH, R.H. Caracterização do Perfil da
Demanda da Emergência de Clínica Médica do Hospital Universitário da Universidade
Federal de Santa Catarina. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 36, n. 4, 2007.
112
UNIDADE 3 —
ENFERMAGEM EM
SITUAÇÃO DE TRAUMA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o
objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
113
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
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114
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO
PACIENTE COM TRAUMA NEUROLÓGICO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico! Neste tema de aprendizagem, nós estudaremos a assistência de
enfermagem ao paciente com trauma neurológico. Seja bem-vindo e bons estudos!
115
Neste contexto, o enfermeiro possui o papel essencial na identificação destes
traumas na área da urgência e emergência, que segundo Cardoso et al. (2021), o
profissional possui o dever de utilizar o raciocínio clínico em prol de proteger a vítima
de possíveis lesões com potencial trauma neurológico. Ainda, para Will et al. (2020),
é indicado a utilização de diversas tecnologias para a assistência de enfermagem
ao paciente com trauma neurológico, dentre as quais está o conhecimento teórico e
científico, ferramentas cientificamente validadas, recursos tecnológicos, trabalho em
equipe e o diálogo aberto com o grupo familiar.
Neste contexto, a cinemática pode ser compreendida como a análise dos fatos,
um meio utilizado pelo profissional treinado para identificar danos, na maioria das vezes
não aparentes (IÑIGO et al., 2022). A cinemática direciona o enfermeiro na urgência e
emergência, auxiliando na tomada de decisão sobre o caso e oferecendo agilidade na
condução dos procedimentos e condutas (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013). Ainda, conforme
Rocha, Silva e Silva (2022), a cinemática segue a chamada Primeira Lei de Newton,
em que o corpo em movimento ou repouso permanece neste estado, a não ser que a
física haja contra e exerça uma força externa que o impulsione, causando desta forma
o trauma.
116
como realize a investigação do trauma de origem para posterior conduta e plano de
ações (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013).
Torna-se impossível saber a extensão das lesões logo após o trauma, pois a
evolução dos danos pode persistir por até semanas. Neste contexto, as lesões também
podem ser momentâneas, pequenas incapacidades que ocorrem após o trauma e após
são reestabelecidas pelo próprio organismo (COUTO; SAPETA, 2022; SOUSA et al., 2013).
117
observação clínica por pelo menos seis horas após o trauma, realizando reavaliações
constantes e, em caso de deterioração, considerar piora nas classificações de TCE e TRM.
ATENÇÂO
As práticas aqui indicadas pelos autores podem ser diferentes daquelas
encontradas em serviços de saúde, pois as práticas clínicas são construídas e
implementadas por cada instituição com base na sua responsabilidade na rede
de saúde, disponibilidade de recursos físicos e materiais e necessidades do
público atendidas. Ressalta-se também que as práticas devem estar descritas
e documentadas e protocolos operacionais padrão ou instruções de trabalho.
118
DICA
Aos futuros enfermeiros, indica-se a leitura da Resolução COFEN Nº 641/2020,
sobre a utilização de Dispositivos Extraglóticos (DEG) e outros procedimentos
para acesso à via aérea, por enfermeiros, nas situações de urgência e
emergência, nos ambientes intra e pré-hospitalares. Link do documento:
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-641-2020_80392.html.
ESTUDOS FUTUROS
Uma boa dica de estudos futuros são artigos que tratem da aplicabilidade
do método XABCDE em vítimas de trauma e mais interessante ainda quando
inter-relacionada com a Sistematização da Assistência de Enfermagem.
Segue a referência do estudo mencionado. SANTOS, J. R. Abordagens
Clínicas na Sistematização da Assistência de Enfermagem a Clientes Gravidas
Politraumatizadas no Ambiente Pré-Hospitalar. Brazilian Journal of Health
Review, v. 5, n. 1, p. 895-906, 2022.
119
• A: Possíveis alergias;
• R: Uso contínuo de medicamento ou tratamento atual;
• D: Histórico de saúde e doença. Caso gênero feminino questionar sobre possível
gestação;
• E: Eventos relacionados com a queimadura, possíveis agravos;
• U: Registro da última refeição e consumo de líquidos.
DICA
Aos interessados sobre a aplicabilidade da Sistematização da Assistência
de Enfermagem no trauma, segue a referência de uma dica de leitura.
NASCIMENTO, R. A.; SILVA, L. F.; MESQUITA, A. L. M.; ROCHA, A. S.; PORTELA, A.
M. L. R. Atuação da enfermagem na assistência a pacientes com traumatismo
cranioencefálico: uma revisão integrativa. Research, Society and Development,
v. 11, n. 8, p. e56111831443-e56111831443, 2022.
3 TRAUMAS DIVERSOS
A ocorrência de trauma é uma das grandes causas de óbito nos serviços de urgência e
emergência. Dessa forma é fundamental que o enfermeiro esteja capacitado para exercer
a assistência de qualidade neste tipo de atendimento (BRASIL, 2023). Por este motivo, a
seguir estudaremos os principais tipos de traumas e situações especiais, bem como as
ferramentas que podem ser utilizadas pelo enfermeiro para a correta avaliação da vítima.
120
incidentes em estruturas musculares e esqueléticas, fato que torna ampla a gama de
possibilidades que o englobam (SILVA et al., 2022).
121
compressa de gelo e imobilização do local com auxílio de tala flexível, solicitando a
avaliação de médico especialista na área para condução da terapêutica;
• Luxação: deslocamento das estruturas ósseas principalmente aquelas próximas
às articulações. O cuidado de enfermagem diz respeito à aplicação de compressa
de gelo e imobilização do local com auxílio de tala flexível, solicitando a avaliação de
médico especialista na área para condução da terapêutica;
• Fratura aberta: ruptura total ou parcial do osso, apresentando exposição óssea e
sangramento intenso. Realização da higiene da lesão com soro fisiológico, aplicação
de cobertura para controle de sangramento, imobilização do membro com auxílio
de tala flexível e a ataduras, realizando encaminhamento para avaliação médica e
condução na terapêutica;
• Amputação traumática: quando um membro ou parte dele é amputado pelo
agente causador do trauma, instantaneamente no momento em que o acidente ou
incidente ocorreu. Os cuidados de enfermagem incluem a higienização do local com
soro fisiológico e aplicação de curativo compressivo para contenção de possíveis
sangramentos. O paciente deve ser avaliado por médico especialista para condução
do caso;
• Fratura fechada: ruptura total ou parcial do osso, mantendo a pele integra. O
manejo de enfermagem inclui à aplicação de compressa de gelo e imobilização do
local com auxílio de tala flexível, solicitando a avaliação de médico especialista na
área para condução da terapêutica (PAN et al., 2022; REBOUÇAS et al., 2022).
IMPORTANTE
Para realizar a imobilização é importante que o enfermeiro atente para
o tamanho adequado da tala, garantindo que a sua colocação não seja
desconfortável e cause problemas no transporte durante o atendimento.
122
3.2 TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO E HEMORRAGIAS
CEREBRAIS
O enfermeiro possui um papel importante na identificação do TCE nos serviços de
urgência e emergência, contudo, o profissional precisa desenvolver em si as habilidades
e competências necessárias para tal atividade (SILVA et al., 2023). Compreender as
principais causas do TCE é de extrema importância para o aumento das chances de
sobrevida do paciente, sendo que minutos podem fazer a diferença no momento de
articular as ações e o prognóstico (WILL et al., 2020).
ESTUDOS FUTUROS
Quando indagamos sobre a “energia” do trauma, é importante destacar
que isso se refere a uma área de estudos chamada de Cinemática, por este
motivo indica-se o aprofundamento de tal terminologia e sua aplicabilidade
em estudos futuros. Para iniciar, indicamos o artigo “Cinemática do trauma”,
do autor Maurício Vidal de Carvalho, disponível no link: http://www.ph.uff.br/
artigos/cinematica.pdf.
123
Neste contexto, as lesões cranianas podem ser categorizadas em dois grandes grupos,
as abertas e as fechadas (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013).
• Lesões abertas: englobam todas as lesões causadas por penetração na estrutura
do crânio, envolvendo regiões internas críticas como as meninges e o tecido
cerebral. Este tipo de trauma normalmente é causado por disparos de arma de fogo
ou objetos cortantes que causam o processo de laceração do couro cabeludo e
estrutura óssea do crânio.
• Lesões fechadas: este grupo de lesões envolve situações de trauma sem
penetração, que de forma abrupta causa algum desfecho interno ao crânio.
É importante compreender a cinemática deste tipo de trauma para avaliar o
prognóstico, pois as principais causas estão relacionadas a golpes e pancadas com
objetos, além de movimentos bruscos e inesperados. A lesão fechada é causada
pelo processo de aceleração e desaceleração da massa interna do crânio, dessa
forma, existe um ponto de impacto, caracterizado como golpe, mas também um
contragolpe no polo oposto da cabeça, já que a força do movimento depende da
energia do trauma e pode ser repetitivo até a desaceleração.
IMPORTANTE
Na prática clínica, as lesões fechadas podem ter um desfecho de maior
gravidade, pois os lóbulos frontal e temporal são vulneráveis aos movimentos
de aceleração e desaceleração do impacto. Destaca-se também que a
movimentação brusca da massa cerebral pode resultar no rompimento de
axônios, causando lesão axonal ou ainda o rompimento de vasos sanguíneos
resulta em hemorragias e hematomas localizados ou generalizados (ROCHA;
SILVA, SILVA 2022).
124
• Lesão axonal difusa: a lesão axonal difusa ocorre quando o trauma movimenta a
massa cerebral causando a ruptura generalizada ou localizada de fibras axonais e
também da bainha de mielina. Em suma, o rompimento ocasiona hemorragias na
massa branca, observada em exames de imagem, causando a perda da consciência
momentânea. Em grande escala, a lesão pode causar edema resultando no aumento
da pressão intracraniana;
• Hematoma subdural: o hematoma subdural ocorre devido ao acúmulo de sangue
entre a dura-máter e a máter aracnoide, sendo em sua maioria relacionados à
laceração de veias corticais, ou avulsão das pontes das veias entre o córtex e os
seios durais. Os traumas relacionados com este tipo de hematoma são aqueles
relacionados a quedas ou acidentes automobilísticos e contusões cerebrais. A
evolução do caso pode ocorrer entre dias e semanas, sendo necessário monitorar a
pressão intracraniana;
• Hematoma epidural: o hematoma epidural caracteriza-se pelo acúmulo de sangue
entre a estrutura óssea do crânio e a dura-máter. Está associado com fraturas
ósseas na região temporal que causam sangramento arterial local podendo evoluir
rapidamente para o óbito do paciente quando apresentar perda de grande volume.
E ainda, apresenta-se como trauma leve quando afeta uma estrutura venosa;
• Hematomas intercerebrais: o hematoma intercerebral ou ainda utilizado comumente
pela literatura como hematomas intercerebrais devido a sua característica múltipla
pode ser definido como o acúmulo de sangue na estrutura cerebral. Enquanto trauma
está ligado a contusões, sendo incertos os desfechos de sua ocorrência, dependendo
do grau de impacto, hemorragia e ainda a resposta do edema.
125
potencial alto de causar edema cerebral, ao passo que diminui o suprimento de sangue
no encéfalo e aumentando o volume na caixa craniana, a qual possui espaço limitado
devido à formação óssea (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013).
ATENÇÃO
Existe a chamada Síndrome do Segundo Impacto que, segundo Hutchinson et
al. (2016), caracteriza-se pelo rápido aumento da pressão intracraniana após
um trauma secundário antes da recuperação total do primeiro.
Dessa forma, o enfermeiro precisa estar atento aos sinais e sintomas de pacientes
com TCE, sendo que alguns deles em níveis moderados ou graves perdem a consciência
por segundos ou minutos, além da piora como confusão mental e convulsões durante a
evolução do caso, na ocorrência de edema, como exemplo (CARDOSO et al., 2021). Em
casos específicos como crianças com TCE, elas mostram-se irritáveis (WILL et al., 2020).
126
DICA
Estado de “estupor” refere-se à paralização dos aspectos físicos e psicológicos
do paciente que se mantém imóvel aos estímulos verbais e dolorosos, tal
situação evolui para o coma.
127
DICA
A Glasgow Coma Scale possui um site onde disponibiliza estudos internacionais
sobre o tema, além da escala oficial em diversas línguas. Acesse: https://www.
glasgowcomascale.org/ para saber mais.
DICA
É importante que saiba evidenciar alguns sinais relacionados com fratura na
base do crânio, sendo eles: Rinorreia Liquótica – Extravasamento de líquido
cerebrospinal pelo nariz; Otorreia Liquórica – Extravasamento de líquido
cerebrospinal pelas orelhas; Hemotímpano – Presença de sangue atrás da
membrana timpânica; Sinal de Battle – Equimose atrás da orelha; Olhos de
Guaxinim – Equimose na área periorbital (HUTCHINSON et al., 2016).
A ocorrência de TRM está associada a faixa etária dos quinze a quarenta anos de
idade, tendo como causas específicas os acidentes automobilísticos, queda de altura,
disparos com arma de fogo e violências diversas com impacto local (CARDOSO et al.,
2021). Ainda, conforme Neto, Barros e Morais (2021) e Ramos et al. (2021), o trauma de
maior ocorrência é a concussão na medula espinhal, podendo caracterizar-se como
uma contusão, laceração e compressão do líquor, situações em que o paciente se
128
recupera sem perdas funcionais. Em contrapartida, pode ocorrer à transecção completa
da medula espinhal, fato que paralisa as funções abaixo do nível lesionado, devido ao
corte das inervações entre a lombar e o tronco cerebral.
A lesão traumática de TRM é causada por algum agente que transfere impulso
por meio da energia, ocasionando o rompimento de axônios, lesão das células nervosas
e ruptura dos vasos sanguíneos. Neste momento, ocorre à lesão primária, sendo que
ocorre a hemorragia e necrose da massa cinzenta, seguida pelo edema espinhal
e hemorragia ao longo de toda a coluna cervical. Em segundo momento, a necrose
espalha-se com a massa branca, interrompendo o fluxo sanguíneo local. A separação dos
axônios é um processo gradual, podendo levar dias, contudo em ferimentos cortantes,
como o por arma de fogo, ocorre à secção imediata da medula espinhal, interrompendo
a comunicação e limitando a lesão (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013).
129
O enfermeiro que atua em urgência e emergência pode utilizar a classificação
do grau de incapacidade da Associação Americana do TRM por meio da escala Avaliação
da ASIA (American Spine Injury Association) indicando se é uma lesão completa ou
incompleta.
DICA
Acadêmico, indica-se o aprofundamento de leituras sobre a aplicação da
Avaliação da ASIA. Segue uma dica de estudo. OLIVEIRA, D. D.; GARCIA, M.
Bases teóricas e práticas sobre o uso do Protocolo da ASIA em Lesão Medular
Traumática. Revista de Trabalhos Acadêmicos –Universo, Belo Horizonte, v. 1,
n. 5, 2022.
130
• Choque medular: o choque medular pode ser caracterizado como a completa
arreflexia da medula espinhal, ocorrido logo após o trauma. Esta condição indica
a perda total de sensibilidade dos movimentos ou reflexos do paciente vítima do
TRM, sendo que o final do choque medular é marcado pelo retorno do reflexo bulbo
cavernoso e possibilita a correta identificação do grau de perda funcional;
• Choque neurogênico: o choque neurogênico é próprio de pacientes com
lesão medular, caracterizado pela queda na pressão arterial, seguida por intensa
bradicardia;
• Trombose venosa profunda: ocasionada pelo acúmulo de sangue perifericamente,
com maior ocorrência nos membros inferiores e pacientes que perderam o
movimento do mesmo a partir do TRM;
• Disrreflexia autonômica: relacionada com pacientes que lesionaram a medula
cervical acima do fluxo simpático e possui como sintomas a hiperextensão
abdominal, hipertensão arterial, sudorese profunda, rubor facial, congestão nasal e
cefaleia intensa;
• Bexiga neurogênica: ocorre posteriormente a um trauma grave na medula
espinhal em que a bexiga permanece contraída, retendo totalmente a urina. Em
casos não tratados com brevidade, o paciente permanece com a retenção ao longo
da vida, sendo necessário o uso de sondagens de alívio ou de demora;
• Intestino neurogênico: pacientes com lesão medular em sua maioria possuem
perda na função intestinal, no que diz respeito à sensibilidade e controle da
eliminação, sendo necessária a indução e uso de dispositivos para evacuação sem
o consentimento;
• Lesão por pressão: a lesão por pressão é uma ocorrência comum ao paciente com
TRM que faz uso de cadeira de rodas ou encontra-se acamado, uma vez que o
contato direto e contínuo com o colchão, lençóis e quaisquer superfícies favorecem
o seu aparecimento. Dificuldades na troca de decúbito também ocasionam lesões
por pressão, bem como fatores debilitantes como diminuição na perfusão tissular,
má alimentação e hidratação.
ESTUDOS FUTUROS
A enfermagem possui um papel de suma importância na prevenção
e tratamento de lesões por pressão, dessa forma pertinente que seja
realizado leituras sobre este tipo de prática. Segue a referência de
um estudo sobre o tema. SMANIOTTO, M. C.; RIBEIRO, M. C.; RICHTER,
S. A.; QUADROS, A. Conhecimento da equipe de enfermagem na
prevenção de lesão por pressão no ambiente hospitalar. Rev. Enferm.
Atual In Derme, p. 1-18, 2022.
131
3.4 TRAUMA TORÁCICO
A compreensão do trauma torácico é fundamental para que o enfermeiro realize o
atendimento de qualidade na urgência e emergência, indagando que se trata de uma lesão
física na região do peito e que devido à localização é considerada grave (OLIVARES et al.,
2022). As lesões neste tipo de trauma comprometem a estrutura óssea e cartilaginosa das
costelas, além dos órgãos internos como o coração e o pulmão (SILVA; NASCIMENTO, 2022).
O trauma torácico pode ser causado por diversos tipos de contusões, como:
acidente automobilístico, acidente com impacto, violência com arma de fogo ou objeto
cortante, dentre outros (GONZALES et al., 2022). As lesões torácicas mais comuns são:
contusão pulmonar, pneumotórax e hemotórax (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013).
• Contusão pulmonar: a contusão pulmonar pode ser compreendida como um
hematoma pulmonar que pode causar hemorragia e edema. Os sinais mais
frequentes são dor atrelada a região torácica devido ao trauma e dispneia variando
de intensidade conforme o grau de comprometimento pulmonar. O enfermeiro deve
atuar na realização da avaliação inicial e a identificação desses sinais, encaminhando
para a realização de exames de imagem e auxiliando a equipe médica na condução
do caso (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013);
• Pneumotórax: compreende-se como pneumotórax a presença de ar entre as duas
camadas da pleura, fato causado por traumas principalmente de origem torácica
e que comprometem a estrutura pulmonar. O principal sintoma relacionado é dor
local torácica e dispneia. O manejo de enfermagem é realizar a aspiração das vias
aéreas do paciente quando pertinente, monitorar os sinais vitais com enfoque na
oxigenação e adotar a posição de Fowler para a estabilidade do paciente (ATALLAH;
HIGA; BAFI, 2013);
• Hemotórax: ocorre quando há o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede
torácica. Dentre os principais sinais está a dispneia seguida de desmaio, dor na região
torácica e déficit na perfusão tissular. Dentre os cuidados de enfermagem está o
monitoramento dos sinais vitais com foco na oxigenação, realização da avaliação
de enfermagem completa para identificação do trauma causador além de auxiliar
o médico na inserção de treno observando a terapêutica empregada para o caso.
Destaca-se que o enfermeiro realiza os cuidados inerentes a manutenção do dreno
de tórax seguindo os protocolos do serviço de saúde (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013).
132
3.5 TRAUMA ABDOMINAL E PÉLVICO
Na prática de enfermagem em urgência e emergência é preciso atentar-se para
as diferentes situações que batem à porta do serviço, estando o profissional capacitado
para atender da melhor forma possível ao paciente (REBOUÇAS et al., 2022). No trauma
abdominal e pélvico, a avaliação de enfermagem é essencial para a sobrevivência da
vítima, uma vez que deve ser realizada a avaliação no modelo de atenção ao trauma,
XABCDE, com atenção especial para a hemorragia e a circulação (PERIN et al., 2022).
133
este motivo é importante estar atento ao contexto de ocorrência do trauma e
monitorar as condições de saúde após o fato. O profissional de enfermagem precisa
estar ciente de que o trauma em gestante pode aumentar drasticamente o risco de
aborto, além de situações como parto prematuro, ruptura uterina, hemorragia feto-
materna, descolamento prematuro de placenta e amniorrexe prematura. O trauma
deve ser avaliado individualmente, quanto ao agente causador e grau de exposição,
por este motivo, a consulta de enfermagem é de suma importância (SANTOS, 2022);
• Trauma em criança: o trauma em crianças é variável, pois ela está exposta a
situações próprias do crescimento que provocam quedas, engasgue, pequenos
ferimentos e também a acidentes e incidentes que levam a contusões, lacerações
e luxações. A criança pode ainda sofrer abusos e violências que levem ao trauma
físico. Sendo que as complicações estão relacionadas com a idade e intensidade
do trauma, principalmente aquelas que interferem no crescimento das estruturas
ósseas e articulares (MARQUES et al., 2022).
134
A condução do atendimento de enfermagem no trauma com múltiplas vítimas
segue o processo de triagem que busca identificar e priorizar os atendimentos, dividindo
as urgências, das emergências (PERIN et al., 2022). Conforme Silva e Cavazana (2022),
o método mais difundido no Brasil é o Simple Triage and Rapid Treatment (START) que
utiliza uma classificação de vítimas por cores, sendo a vermelha com prioridade imediata
e as demais amarelo, verde e preto com decréscimo no nível prioritário para atendimento.
Complementando, a utilização da avaliação do trauma no modelo XABCDE, preconizada
internacionalmente e que direciona corretamente o profissional nas necessidades do
paciente (ROCHA; LIMA, 2022).
135
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você estudou:
136
AUTOATIVIDADE
1 A pressão intracraniana é um indicador de suma importância na avaliação do paciente com
trauma neurológico, principalmente, quando se trata de um traumatismo cranioencefálico.
Por este motivo, o enfermeiro e a equipe médica mantém este indicador monitorado
constantemente. Sobre as causas do aumento da pressão intracraniana, assinale a
alternativa correta:
137
3 O traumatismo raquimedular está associado à população jovem, na faixa etária dos quinze
a quarenta anos de idade, sendo um grupo ativo profissionalmente e que se torna um
problema de saúde pública devido ao alto custo para o tratamento, internações prolongadas,
incapacidade laboral, sofrimento para o grupo familiar, dentre outras situações. Sobre o
traumatismo raquimedular é incorreto afirmar:
138
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO
PACIENTE COM QUEIMADURAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico! Seja bem-vindo ao Tema de Aprendizagem 2, nele serão abordadas
as questões referentes à assistência de enfermagem ao paciente com queimaduras. Você
sabe o que é uma queimadura? E quais os cuidados que o enfermeiro precisa desenvolver
com o paciente? São questões complexas e que dependem de inúmeras variáveis para a
condução de uma assistência de qualidade.
139
atuante na unidade de urgência e emergência deve possuir a preocupação máxima em
oferecer o atendimento imediato de qualidade, buscando em seu conhecimento técnico
e científico a eficiência da terapêutica (BEITUM et al., 2023).
2.1 PELE
A pele é considerada um órgão e no conjunto de sistemas que compõe o nosso
organismo, ele é o maior e para Lousada et al. (2022) e Beitum et al. (2023) possui
como função essencial a de proteção contra quaisquer agendes causadores de
injúria. No que diz respeito às formas de injúria, Silva et al. (2023) determinam os
fatores ambientais como principais causadores, sendo microrganismos, radiação
ultravioleta, substâncias químicas, escoriações por material cortante, dentre outras
que podem causar lesões neste órgão.
140
A pele é formada por três camadas, sendo elas a epiderme, a derme e a
hipoderme, como podem ser visualizadas na Figura 3, a seguir.
INTERESSANTE
A epiderme é avascularizada, ou seja, seu aporte sanguíneo para nutrição
ocorre por meio da derme.
141
“amortecedor”. Ainda segundo Silva et al. (2023) e Cardoso et al. (2022) a espessura
da camada de gordura depende do biotipo e hábitos de cada indivíduo, pois está
diretamente ligada ao acúmulo de energia para as funções orgânicas e até mesmo
doenças crônicas, como a obesidade.
NOTA
Em algumas literaturas, a hipoderme é também tratada como tecido
subcutâneo, assim denominado devido à localização. Interessante também é
que a camada é uma via de administração de medicamentos, a subcutânea.
NOTA
O termo “descontinuidade” aplicado à pele, se refere a qualquer tipo de lesão
que por sua etiologia causou a “abertura” do tecido.
142
• Fase inflamatória: esta fase dura entre 24 e 48 horas após a lesão inicial. Este
momento é localizado espacialmente logo após a ocorrência da lesão na pele,
normalmente seguida por liberação de sangue, o qual precisa ser contido por meio
de substâncias vasoconstritoras, as quais trabalham na rápida coagulação local,
diminuindo a perda de volume sanguíneo. É importante destacar que o coágulo é
formado por colágeno, plaquetas e trombina. As mesmas plaquetas ligam-se aos
vasos rompidos, liberando citocinas para iniciar a cicatrização local. Neste momento,
a resposta inflamatória inicial é por meio da vasodilatação vascular e a migração de
neutrófilos para a ferida. Os neutrófilos por sua vez, são os primeiros a chegar à
lesão, sendo o maior pico de intervenção em 24 horas após o incidente, a função
destas células é a destruição bacteriana. Neste momento, os neutrófilos abrem
espaço para os macrófagos que iniciam a fagocitose das bactérias e a posterior
formação de secreção purulenta para expulsão de corpos estranhos. E por fim, os
fibroblastos iniciam a replicação tecidual, agindo diretamente na transição para a
fase proliferativa (PRZEKORA, 2020).
• Fase proliferativa ou granulação: esta fase inicia após o 4º dia da lesão,
estendendo-se até a segunda semana. A fase proliferativa é intensa e encontra-se
no intermédio entre as primeiras ações do organismo e as últimas para a cicatrização
de uma lesão. Dessa forma, constitui-se de quatro momentos: epitelização,
angiogênese, formação de tecido de granulação e depósito de colágeno, seguindo
esta ordem. Caso a membrana basal esteja intacta, a epitelização ocorre em média
nos três primeiros dias, já que as células epiteliais migram para a direção superior
realizando o fechamento da lesão. Em lesões profundas em que a membrana basal
esteja danificada ou inexistente, as células epiteliais localizadas nas bordas da
lesão iniciam o processo de proliferação na tentativa de reestabelecer a barreira.
O percurso encontra a angiogênese, caracterizada pela migração das células
endoteliais e a formação de capilares. Da mesma forma, os fibroblastos migram
em grande quantidade para a lesão, produzindo colágeno em abundância. E por
fim, com o auxílio dos fibroblastos e do colágeno, o tecido de granulação inicia o
crescimento e expansão dentre a lesão (PRZEKORA, 2020).
• Fase de maturação ou remodelamento: lembra-se do colágeno depositado na
lesão durante a fase anterior? Pois bem, a maturação da lesão e o remodelamento
da cicatriz dependem da intensificação deste colágeno. Lembrando que esta fase
pode durar entre meses, até um ano após a ocorrência da descontinuidade da pele.
É importante destacar que o colágeno produzido durante o final da granulação
é fino, sendo reabsorvido neste momento para dar espaço a outro, espesso com
característica de organização em linhas de concentração dependendo da fisiologia
do local em que a lesão se encontra. Esta reorganização é importante ao passo
que os fibroblastos e os leucócitos secretam uma substância chamada colagenase
que desfaz a matriz antiga e impulsiona o crescimento da nova, remodelando e
tencionando a lesão na busca pelo padrão da pele do organismo (PRZEKORA, 2020).
143
As três fases, bem como as suas características e tempos de ocorrência são
encontradas na Figura 4, a seguir.
144
3.1 ADMISSÃO DO PACIENTE COM QUEIMADURA
A queimadura como indagada anteriormente é uma situação de injúria e que conforme
Cardoso et al. (2022), possui a gravidade atrelada à etiologia, ou seja, ao fator causador,
na maioria das vezes térmico. Dessa forma, a queimadura acontece por meio da
transferência de energia, normalmente, uma fonte térmica, química ou elétrica entre
um objeto ou material com o organismo, iniciando pela primeira camada da pele, a
epiderme, seguindo para as demais conforme o tempo em que a troca acontece (VIDAL
et al., 2022; BEITUM et al., 2023).
IMPORTANTE
Os instrumentos e protocolos de avaliação de queimaduras são variados e
podem diferenciar-se entre si em serviços da saúde, sendo necessário buscar
nas práticas institucionais as orientações e o foco necessário para a atuação
profissional.
145
Em alguns casos, como as queimaduras de origem térmica citada por Garcia et
al. (2022) causam traumas secundários no organismo, como aqueles relacionados ao
pulmão devido à inalação de fumaça ou gases perigosos. Os mesmos autores indicam
também a necessidade de a equipe de enfermagem estar muito atenta ao contexto das
lesões secundárias a queimadura, sendo que recursos materiais e tecnológicos precisar
ser empregados para o diagnóstico correto.
NOTA
Destaca-se que práticas como despir o paciente para a avaliação inicial de
enfermagem devem ser discutidas em conjunto com a gestão do serviço de
saúde e com os demais membros da equipe multiprofissional. A avaliação
do contexto em que a prática ocorre deve ser documentada e analisada
eticamente, preservando o direito de intimidade do paciente.
146
O primeiro atendimento de enfermagem é para Caetano et al. (2022) e Geovaini
(2014), essencial no prognóstico do paciente, atuando em três pontos fundamentais:
• Permeabilidade das vias aéreas – avaliação das vias aéreas e sua
liberação natural ou mecânica, bem como a oferta de oxigênio quando
necessário para as funções vitais;
• Reposição de fluídos – relacionado com possíveis sangramentos ou
hemorragias comuns em pacientes com queimaduras e que necessitam
repor os fluídos corporais por meio da infusão de substâncias hidratantes
por meio de acesso venoso periférico, central ou ósseo;
• Controle da dor – o uso de medidas de conforto, como afastamento do
agente causador da queimadura e a infusão de medicações são eficientes e
garantes o bem-estar ao paciente.
147
DICA
É fundamental que o enfermeiro saiba realizar a avaliação completa da
queimadura, dominando com exatidão as características de definem a
classificação da lesão pela profundidade e extensão. Ambas as classificações
demandam da realização do exame físico completo e a articulação do
raciocínio clínico.
148
ATENÇÃO
Acadêmico, você perceberá que na literatura sobre queimados, alguns
autores também utilizam a classificação de “quarto grau” sendo ela um
desmembramento daquela de terceiro grau e que atinge as estruturas
musculares e ósseas.
A Regra dos Nove determina que cada segmento corporal recebe o valor de
nove ou múltiplos dele quando a área é aumenta em relação à anterior, conforme
a descrição a seguir para um adulto: Cabeça: 9%; Troco frente: 18%; Tronco costas:
18%; Membros superiores: 9% cada; Membros inferiores: 18% cada e Órgãos genitais:
1%. Na Figura 6 é possível visualizar os valores em percentual para avaliação da SCQ
em adultos e crianças.
149
Figura 6 – Percentual para cálculo de superfície corporal queimada de adulto e criança
Outra forma interessante para avaliar a SCQ é a Regra da Palma da Mão. Neste
método, a palma da mão de um indivíduo é considerada a representação de 1% da área
corporal, podendo desta forma estimar a extensão da queimadura conforme o somatório
de palmas de mão correspondentes ao tamanho da lesão (VALE, 2005).
IMPORTANTE
No método da palma da mão é importante que a palma da mão utilizada como
medida seja correspondente com a da vítima. Um adulto medindo outro adulto
com o mesmo biotipo corporal, por exemplo.
150
Com base no resultado de um ou dos dois cálculos, mais a avaliação visual
crítica quanto aos graus, o enfermeiro pode documentar o percentual da SCQ, definindo
com exatidão a extensão da queimadura seguindo os parâmetros a seguir (VALE, 2005):
• Queimado leve: as queimaduras de segundo grau atingem até 10% da SCQ em
pacientes maiores de 12 anos e até 5% em menores de 12 anos. Caracteriza também
indivíduos de qualquer idade com lesão de primeiro grau indiferente da extensão
(VALE, 2005);
• Queimado médio: são aquelas queimaduras classificadas em segundo grau que
acometem certa de 10% a 20% da SCQ em pacientes maiores de 12 anos e 5% a 15%
em menores que esta idade. Quando queimadura de terceiro grau com até 10% de
SCQ em maiores de 12 anos e até 5% em menores de 12 anos, sem comprometimento
visual da face, mãos, pé e períneo, áreas críticas. Entram nesta nomenclatura
também as queimaduras de segundo grau que atinjam as áreas críticas – mão, pé,
face, pescoço, axila e ainda grandes articulações, neste caso independente da faixa
etária (VALE, 2005);
• Queimado grave: neste grupo são as queimaduras de segundo grau em mais
de 20% da SCQ em pacientes acima dos 12 anos de idade e mais do que 15% em
indivíduos abaixo dos 12 anos de idade. Nas de terceiro grau são definidas como
graves aquelas com SCQ maior que 10% em maiores de 12 anos e maior que 5% em
menores de 12 anos. Aquelas queimaduras de segundo ou terceiro grau na região
do períneo em qualquer idade e também queimadura por eletricidade em terceiro
grau que atingem mão, pé, face, pescoço, axila – áreas críticas independentemente
da idade (VALE, 2005).
ATENÇÃO
Áreas críticas para queimaduras são aquelas que possuem potencial para
agravamento do caso e até mesmo óbito. Importante refletir sobre as regiões
do corpo sensíveis, com presença de mucosa, estruturas dos sentidos, ampla
vascularização ou ainda articulações expostas
151
INTERESSANTE
No dia 27 de janeiro de 2013, o incêndio na Boate Kiss na cidade de Santa
Maria, no Rio Grande do Sul, deixou centenas de mortos e outros tantos de
feridos, sendo em sua maioria vítimas de queimaduras de diferentes graus e
agentes causadores, como a inalação de fumaça tóxica.
INTERESSANTE
A corrente elétrica é encontrada também na natureza, no fenômeno chamado
de raio, considerado também um agente físico causador de queimadura.
• Radiante: aquela que é ocasionada pela radiação, seja a mais comum causada pelo
Sol ou até mesmo as de origem nuclear.
152
4 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE QUEIMADO
O cuidado de enfermagem ao paciente queimado é uma doação, pois o indivíduo
necessita de um olhar aguçado do profissional, agindo rapidamente na contenção da
fonte de queimadura, no alívio da dor e no reestabelecimento das funções orgânicas,
além de atentar-se ao bem-estar psicológico de ambos (BENITO et al., 2022; BEITUM
et al., 2023). Destaca-se que na área de queimaduras, o enfermeiro é um profissional
estratégico para a realização de ações de educação em saúde voltada para a prevenção,
segundo Queiroz et al. (2022), o enfermeiro possui o conhecimento teórico e prático
sobre o contexto das queimaduras, favorecendo qualquer tipo de iniciativa ou inserção
no meio do ensino, como por exemplo ações em escolas.
DICA
Procure na legislação do exercício profissional da sua categoria, as atividades
preconizadas, bem como as habilidades e competências necessárias para a
formação. E, caso tenha dúvidas sobre determinado tema, é importante buscar
materiais seguros para capacitação.
153
Dessa forma, compete ao enfermeiro o levantamento das informações sobre o
caso, intuindo que a anamnese é fundamental para que o cuidado atenda às necessidades
do paciente queimado (PIMENTA et al., 2022). No primeiro momento, o enfermeiro em
conjunto com os demais membros da equipe de enfermagem deve estabilizar o paciente,
física e psicologicamente, pois as lesões causadas pela queimadura são variáveis e
podem ter comportamentos diferentes entre si (CARDOSO et al., 2022).
DICA
Acadêmico, provavelmente o tema “anamnese” seja algo comum na sua
prática acadêmica. Contudo deixamos como sugestão a leitura deste material
complementar sobre a anamnese em pacientes queimados. Referência:
MORAIS, M. E. F. F. et al. Abordagem global do paciente queimado: uma revisão
de literatura. Revista Eletrônica Acervo Médico, v. 8, p. e10155-e10155, 2022.
ATENÇÃO
Acadêmico, retorne à Cinemática do trauma e assistência ao paciente vítima
de trauma. No trecho em especial, você poderá revisar o modelo XABCDE de
avaliação primária da vítima no fluxo preconizado ao enfermeiro pelo National
Association of Emergency Medical Technicians.
154
Quanto aos procedimentos relacionados à queimadura, destaca-se a remoção
de contaminantes (terra, pedra, vidros, madeira, dentre outros) e medicamentos caseiros
por ventura utilizados antes do atendimento da equipe de saúde. A higienização local
deve ser realizada com sabão neutro ou glicerinado com soro fisiológico abundante,
em temperatura ambiente. Não realizar a retirada imediata de agentes aderentes, pois
podem ferir ainda mais a área queimada, manusear com cuidado, aplicando o soro
fisiológico em abundância. A higienização da queimadura depende do agente causador,
da profundidade e extensão, sendo necessário aplicar soro fisiológico em abundância
conforme avaliação do enfermeiro ou profissional que coordena o caso. A aplicação de
soluções neutralizadoras do agente causador deve passar por avaliação e prescrição
médica (GEOVANINI, 2014; CARDOSO et al., 2022; BEITUM et al., 2023).
ATENÇÃO
Os protocolos de higienização de queimaduras indicam a utilização de soro
fisiológico para a prática, sobretudo na atenção à prevenção de possíveis
processos infeciosos no local. Contudo, algumas literaturas ainda trazem a
utilizam de água, sendo avaliado o contexto de disponibilidade de recursos e
financiamento das soluções.
155
auxiliem nas trocas de informações e práticas, como o compartilhamento do plano de
cuidados fundamentado na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e no
uso do prontuário eletrônico (PIMENTA et al., 2022).
ESTUDOS FUTUROS
Acadêmico, é importante que reserve um tempo nos seus estudos
para compreender o significado e a aplicabilidade da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) tendo em vista que é uma atividade
privativa do enfermeiro e sua realização obrigatória nos serviços de
saúde públicos e privados.
156
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você estudou:
157
AUTOATIVIDADE
1 O trauma de origem térmica pode ocorrer por meio da exposição do indivíduo com a
chama do fogo, superfícies ou líquidos aquecidos, causando a transferência do calor para
o corpo humano, causando por si, lesões em formato de queimadura cuja gravidade será
determinada pelo tempo de exposição ao agente. Em relação aos cuidados com a paciente
vítima de queimadura térmica, é correto afirmar:
a) ( ) É importante expor a vítima, retirando todas as roupas ainda no local em que ocorreu
o incidente.
b) ( ) Uma das medidas de conforto a dor do paciente é a aplicação de gelo local. O frio do
gelo acalma o calor gerado pela queimadura e para o processo de piora da lesão.
c) ( ) As lesões térmicas de primeiro grau atingem e epiderme, primeira camada da pele,
sendo que a sua principal característica é a formação de bolhas esbranquiçadas e úmidas.
d) ( ) A queimadura térmica deve ser avaliada quanto a sua causa e profundidade, mas
mesmo assim é importante irrigar abundantemente o local com água ou soro fisiológico em
temperatura ambiente, posteriormente realizando uma cobertura antiaderente e oclusiva.
2 A queimadura é um trauma doloroso para o ser humano, pois na maioria das vezes está
envolvido com uma situação de incidente traumático. Por este motivo, é importante que
o enfermeiro compreenda a fisiologia do corpo humano, sobretudo da pele para a correta
implementação do plano de cuidados. Em suma, os cuidados iniciais visam à manutenção
da vida do paciente e, em segundo plano o reestabelecimento da área lesionada, por meio
de procedimentos cirúrgicos e ambulatórias, como o curativo. Avaliando este contexto,
assinale a opção correta:
a) ( ) Áreas articulares não são regiões sensíveis para queimaduras, pois dificilmente
apresentam rica vascularização, presença de tendões ou órgãos vitais.
b) ( ) A fase proliferativa é caracterizada pela presença de coágulos sanguíneos que
empurram o tecido epitelial para fora da lesão, formando a nova borda esbranquiçada da
lesão.
c) ( ) A derme é a camada intermediária da pele, formada principalmente de fibras de
colágeno e elastina que promovem a tonicidade e elasticidade da pele.
d) ( ) A epiderme é também chamada de tecido conjuntivo, pois está localizado próximo ao
músculo e ossos, constituindo-se como a terceira camada de pele.
158
3 O enfermeiro é o profissional capacitado para realizar a correta avaliação da gravidade de
uma queimadura por meio da classificação quanto à extensão e profundidade. No que tange
à profundidade, as queimaduras são classificadas em primeiro, segundo e terceiro graus
conforme as características básicas e comprometimento no corpo humano. Responda
V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas relacionadas a características de uma
queimadura de terceiro grau.
159
160
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM
SITUAÇÕES ESPECIAIS
1 INTRODUÇÃO
161
2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EMERGÊNCIA
PSIQUIÁTRICA
Acadêmico! Dentre as situações especiais que o enfermeiro precisa estar atento e
realizar correta assistência, está a emergência psiquiátrica. As questões psicológicas da
população se desenham como um desafio para a equipe multiprofissional e o enfermeiro,
compondo desta forma como uma área de especialidade e atuação, visto o grau de
especificidade e necessidade de qualificação das práticas (PYPCAK et al., 2022).
DICA
A Consulta de Enfermagem é uma tecnologia necessária para a atuação do
profissional, dessa forma, sugere-se a leitura do material a seguir. ROSTIROLLA,
L. M.; ADAMY, E. K.; VENDRUSCOLO, C. Tecnologias educacionais para a consulta
do enfermeiro: revisão integrativa. Saberes plurais: educação na saúde, v. 6, n.
1, p. 81-98, 2022.
162
Os fatores de risco para emergências psiquiátricas nem sempre são regra, pois
em alguns casos graves não há sinais claros, ao passo que o sofrimento está no campo
dos pensamentos, ideias, planejamento e principalmente o desejo de estar morto, ao
passo que o suicídio é um ato, uma ação intencional, bem como as tentativas entram
neste campo de observação (SILVA; SORATTO, 2024). A avaliação de enfermagem deve
ocorrer permanentemente, como ação preventiva quando identificado o risco e com o
intuito de reabilitar após uma tentativa (SANTOS et al., 2022).
ATENÇÃO
Acadêmico! Devido ao risco de tentativa e/ou suicídio na assistência a
este perfil de pacientes, é necessário que você tenha em mente o fluxo de
trabalho e direcionamento do serviço em situações de risco ou urgências
e emergências. O fluxo é próprio de cada serviço de saúde e deve estar
documentado em formato de protocolo operacional padrão, instrução de
trabalho, dentre outras nomenclaturas de arquivamento.
163
emergência é de adultos que apresentam intoxicação exógena por drogas lícitas e
ilícitas, além de crianças que tiveram contato acidental com agente tóxico (MESQUITA;
VILARINHO; BARBOSA, 2022). A intoxicação exógena relaciona-se principalmente com
medicamentos, produtos químicos de uso domiciliar e industrial, agrotóxicos, plantas,
drogas lícitas e ilícitas, dentre outros (SIRTOLI, 2022).
No contexto deste tipo de acidente, Rodrigues et al. (2023), destaca que o maior
número de casos ocorre entre a população de baixa renda e que reside em regiões e
164
países subdesenvolvidos, tendo como principal causador a falta de saneamento básico.
Na urgência e emergência, o enfermeiro precisa estar atento aos sinais e sintomas dos
indivíduos, sendo imprescindível identificar o animal responsável pelo acidente, sendo
um fator determinante para o correto atendimento. Dentre os sinais e sintomas está
a presença de náusea e vômito, sangramentos, hipotensão, diminuição gradativas na
frequência cardíaca e respiratória, dor no local da picada e formigamento local ou no
membro afetado (SOUZA et al., 2022). O atendimento de enfermagem visa administrar
o antídoto contra o veneno após a identificação do animal causador, a higienização e
proteção do local afetado, hidratação do indivíduo na maioria das vezes via endovenosa,
manutenção da calma do paciente e acompanhante (caso presente) e observar
frequentemente a evolução do caso (JÚNIOR; SILVA; CALDEIRA, 2023).
165
5.1 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
A parada cardiorrespiratória pode ser compreendida como a parada do coração e dos
pulmões devido a algum trauma, ocasionando a diminuição gradativa na frequência
cardíaca e respiratória, até zerar (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013). Para os mesmos
autores, a parada cardiorrespiratória resulta de algum distúrbio na condução elétrica
do coração, sendo alguns dos sintomas, as dores torácicas, hemiparesia, desmaio e
perda da consciência.
166
Figura 7 – Posicionamento do enfermeiro e vítima na compressão torácica
167
Figura 8 – Técnicas de compressão torácica em crianças
168
de saúde para atendimento em caso de parada cardiorrespiratória, fato que qualifica
o atendimento prestado ao paciente. A educação continuada e permanente da equipe
também é fundamental na construção de um serviço qualificado a favor da segurança
da população (ATALLAH; HIGA; BAFI, 2013).
ESTUDOS FUTUROS
Prezado acadêmico! Sugerimos a leitura do seguinte artigo sobre primeiros
socorros no ambiente escolar, ideal para ampliar a sua compreensão
sobre a atuação do enfermeiro com o público infantil. Referência:
SILVA, B. R.; LIMA, F. R. P.; ELIAS, E. A.; CARDOSO, F. B. Conhecimento e
abordagem de primeiros socorros em ambiente escolar: educação em
saúde e enfermagem. Research, Society and Development, v. 12, n. 1, p.
e10312139609-e10312139609, 2023.
DICA
Indica-se a leitura do protocolo disponibilizado pelo Ministério da Saúde,
intitulado Linha de cuidado do adulto com hipertensão arterial sistêmica.
Disponível no link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_
adulto_hipertens%C3%A3o_arterial.pdf.
169
Bezerra (2022) é caracterizada pela rápida elevação da pressão arterial, apresentando-
se na maioria dos casos com sintomatologia intensa.
170
LEITURA
COMPLEMENTAR
TECNOLOGIAS UTILIZADAS PELA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE VÍTIMAS
DE QUEIMADURAS EM CUIDADOS INTENSIVOS: SCOPING REVIEW
RESUMO
171
INTRODUÇÃO
Diversos fatores devem ser observados diante de uma vítima com queimadura
e esses influenciam na escolha do tratamento, entre eles estão: profundidade, extensão
e localização, idade da vítima, doenças prévias, condições agravantes e a inalação de
fumaça. No que tange à extensão, para uma avaliação precisa, utiliza-se a regra dos
noves, que necessita ser ajustada em crianças menores de 10 anos. Seguindo essa
regra, estima-se que a cabeça e pescoço e cada membro superior correspondem a 9%,
cada membro inferior 18% e o tórax 36%.
172
insuficiência hepática, diabetes, distúrbios da coagulação hemostasia, embolia
pulmonar, infarto agudo do miocárdio, quadros infecciosos graves decorrentes ou não
da queimadura, síndrome compartimental, doenças consumptivas ou qualquer outra
afecção que possa ser fator de complicação à queimadura; A realização dos curativos
nas lesões por queimaduras é imprescindível para a limpeza da lesão, estimulação
do processo cicatricial, prevenção de infecção e redução da dor associada à injúria.
Para esses objetivos serem alcançados em conjunto, tecnologias na área de curativos
e cuidados com lesões devem ser utilizadas, levando em consideração o cuidado
individualizado, analisando os aspectos biopsicossociais do paciente.
Portanto, o uso de tecnologias para esse fim também pode apresentar tais
características. Desse modo, pode-se pensar nas tecnologias enquanto conceito
abrangente que ultrapassa a simples utilização de máquinas; não é apenas considerado
produto, mas também resultado de trabalho e de um conjunto de ações abstratas que
possuem um objetivo: o cuidado em saúde.
173
OBJETIVO
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo descrever as principais tecnologias
utilizadas pela equipe de enfermagem no tratamento de lesões cutâneas por
queimaduras, para pacientes em cuidados intensivos.
[...]
DISCUSSÃO
Este estudo contribuiu com investigações sobre as principais tecnologias utilizadas
pela equipe de enfermagem no tratamento de lesões cutâneas por queimaduras, para
pacientes em cuidados intensivos.
Algumas das referências desta amostra versam sobre o uso de pele artificial,
considerado para queimaduras de espessura parcial da região púbica, especialmente
por pacientes submetidos à anestesia geral para queimaduras em outras partes do
corpo. A aplicação bem-sucedida deste curativo biossintético minimizou a infecção e
promoveu a cicatrização de feridas, sendo necessária a combinação da cobertura com
a remoção dos pelos pubianos e inserção de um cateter vesical, permitindo a cobertura
completa da ferida. Em outro estudo, cita-se os benefícios observados ao usar este
curativo em pacientes com necrólise epidérmica, como a diminuição na dor, redução no
tempo e frequência das trocas de curativos e benefícios de redução de custo.
174
propriedades terapêuticas esperadas no manejo das lesões por queimaduras, auxiliando
também na oclusão das terminações nervosas, diminuindo a dor de queimaduras de
segundo grau. A utilização de pomadas de regeneração cutânea se dá na fase final
do tratamento ou quando não há cavidades que precisam ser granuladas, elas atuam
estimulando o processo de epitelização. No estudo, houve um processo cicatricial
efetivo de apenas cinco dias, sem injúrias maiores ao paciente e com ausência de
complicações associadas ao trauma da queimadura.
Uma tecnologia muito utilizada em feridas de diversas etiologias e citada por cerca
de 99% dos estudos, é a papaína, usada como desbridante, tem função anti-inflamatória
e age na junção de bordos por estimular citocinas a reprodução celular e dificultar o
crescimento de microrganismos. Além dos seus inúmeros benefícios no leito da lesão,
possui um preço baixo quando comparado a outros tipos de coberturas de cunho industrial.
A papaína pode ser utilizada em diversas concentrações, para tecido de granulação (2%), (4
a 6%) se houver necrose de liquefação e (8 a 10%) se houver necrose de coagulação.
175
A Terapia de Feridas por Pressão Negativa (TFPN) é um tipo de tratamento ativo
da ferida que promove sua cicatrização em ambiente úmido, por meio de uma pressão
subatmosférica controlada e aplicada localmente. Um ensaio clínico randomizado
com crianças com queimaduras térmicas agudas cobrindo menos de 5% de sua área
de superfície corporal total evidenciou que um total de 96 dos 101 participantes (95%)
alcançou a reepitelização total espontaneamente. Ademais, o tempo médio para a
reepitelização foi de 10 dias no grupo de controle e 8 dias no grupo TFPN. A diminuição
do tempo esperado para o fechamento da ferida em 22% correspondeu a uma redução
no número de trocas de curativos necessárias. A intervenção foi realizada por meio de
uma bomba de vácuo ajustada para uma pressão subatmosférica contínua de 80 mmHg.
Para queimaduras envolvendo as extremidades em crianças com menos de 12 meses,
uma pressão de 40 mmHg foi empregada para reduzir o risco de dano isquêmico.
Uma pesquisa foi realizada com o intuito de obter novos derivados do triterpeno
natural lupeol e avaliar seus potenciais como substâncias ativas no tratamento de
lesões cutâneas. Isonicotinato de lupeol, acetato e propionato foram os compostos
mais eficazes na estimulação da proliferação de células da pele humana, resultando em
mais de 30% de aumento na concentração de células em comparação com as amostras
de controle. Os ésteres de lupeol apresentam atividade promissora na estimulação
dos processos de reparação da pele e podem ser aplicados como substâncias ativas
em formulações de aplicação tópica principalmente no tratamento de queimaduras
cutâneas.
176
O fator de crescimento transformador beta 3 (TGF-ß3) recombinante humano
(avotermina), gera uma restituição epidérmica e uma organização mais semelhante à
original tanto na derme papilar quanto na reticular. A avotermina intradérmica acelerou
significativamente a redução do eritema da cicatriz. O TGF-ß3, é capaz de influenciar
diversas etapas da cicatrização, como a migração de fibroblastos e miofibroblastos para
o sítio da ferida. Ademais, esse mediador estimula a expressão aumentada nas moléculas
de remodelação da MEC (metaloproteinases), que permite uma redução dos excessos
de colágeno. O TGF-ß3 também possibilita maior migração de células epiteliais; leva a
uma restauração mais rápida das interações epiteliais-mesenquimais e acelera tanto a
angiogênese quanto a maturação da cicatriz.
Limitações do estudo
[...]
IMPORTANTE
Observação: Devido à limitação de espaço do presente material didático, são
apresentados os principais fragmentos do artigo original, sendo recomendada
a leitura do texto integral seguindo a referência do mesmo. CLEMENTINO, K.
M. F. et al. Tecnologias utilizadas pela enfermagem no tratamento de vítimas de
queimaduras em cuidados intensivos: scoping review. OSF Preprints, 29 mar.
2022. Web. Link de acesso: https://osf.io/xfevw. Acesso em: 2 mar. 2023.
177
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você estudou:
178
AUTOATIVIDADE
1 A Hipertensão Arterial Sistêmica pode ser definida como uma condição multifatorial
caracterizada pela alteração significativa na pressão arterial. Os cuidados relacionados
à Hipertensão Arterial Sistêmica incluem o uso de medicações anti-hipertensivas e a
reeducação de hábitos importantes. Sobre os hábitos relacionados ao tratamento da
Hipertensão Arterial Sistêmica e por consequente a redução de Crises Hipertensivas,
assinale a alternativa correta.
a) ( ) Aos indivíduos hipertensos é indicado que seja praticada atividade física diariamente,
com o tempo mínimo determinado de duas horas.
b) ( ) Práticas como meditação e yoga ajudam na redução do estresse e por consequência
ajudam na diminuição da pressão arterial.
c) ( ) A realização de exames de sangue a cada três meses são uma forma de prevenção
das crises hipertensivas.
d) ( ) Os pacientes hipertensos precisam manter acompanhamento nutricional por toda a
vida, devido a constante reeducação alimentar que necessitam.
2 Os acidentes com animais peçonhentos, bem como outros animais, podem ocasionar
diferentes agravos e até mesmo o óbito do paciente. Este tipo de acidente é compreendido
como aquele em que o animal injeta algum tipo de veneno no organismo humano por meio
de picada ou outras vias. No contexto de atendimento a vítima na urgência e emergência é
correta a seguinte afirmativa:
179
a) ( ) A assistência de enfermagem deve ser incisiva, focada em descobrir o problema do
indivíduo e curar as necessidades.
b) ( ) O acolhimento e a vinculação com o paciente compõem as ferramentas mais eficazes
para a assistência de enfermagem.
c) ( ) A avaliação de enfermagem possui o dever de induzir o cliente por novas práticas e
esquecer do problema inicial.
d) ( ) Para a Consulta de Enfermagem é importante que o enfermeiro convoque o grupo
familiar e amigos para participar do momento junto com o paciente, trabalhando todas as
questões em conjunto e dando abertura para opinião de todos.
5 O manejo do paciente em crise hipertensiva deve ser constante e detalhado para o correto
direcionamento da assistência. O enfermeiro que atua no serviço de urgência e emergência
está ciente da gravidade do caso e necessidade de realizar a Consulta de Enfermagem
completa e de forma holística. Neste contexto, descreva os pontos importantes que o
enfermeiro precisa estar atento e realizar na assistência ao paciente em crise hipertensiva.
180
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