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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

GOVERNO DO DISTRITO DA MATOLA


ESCOLA SECUNDÁRIA DE BOQUISSO
12ª CLASSE – ANO 2023
DISCIPLINA D
E FÍSICA TEXTO DE APOIO (TRIMESTRAL) – II TRIMESTRE

UNIDADE III – FÍSICA NUCLEAR


1.0 PARTÍCULAS NUCLEARES E SUA REPRESENTAÇÃO
Física Nuclear: é a parte da física que estuda as interacções que ocorrem ao nível dos núcleos
atómicos e partículas elementares. O núcleo atómico é a parte central do átomo, onde está
concentrada quase toda a sua massa; este é constituído por partículas elementares,
nomeadamente, os protões e os neutrões.
Massa atómica relativa em
Nome da particula Representação u.m.a
Carga
Protão 1
1p
1,00728 e
Neutrão 1
0n
1,00867 0
Electrão 0
−1 e
0,00055 -
e
Positrão 0
1e
0,00055 e
Fotão ou gama 0

0 0
Alfa 4 4
2He ou 2α
4,00278 2e
Tabela 1: Características das partículas elementares
O nuclídeo (representa o núcleo de qualquer elemento químico) de um elemento químico X é
totalmente representado pelo número de massa ou massa atómica (A) e pelo número atómico (Z)
e obedece a seguinte a forma: AZ X
Onde:
X – é o símbolo do elemento químico;
Z – é o número atómico (é sempre igual ao número de protões no núcleo Z =P );
A – é o número de massa (é sempre igual à soma do número de protões, p, e neutrões, n, no
núcleo). Por isso: A=Z + P
Qualquer partícula no interior do núcleo chama-se nucleão. É nucleão qualquer partícula contida
no nuclídeo (protão ou neutrão).
Por exemplo, um nuclídeo de urânio ( 92 U ) possui 235 nucleões, 92 protões e 143 neutrões,
235

porém, na prática, o número de nucleões é igual ao número de massa, A.


Na física nuclear considera-se que o protão e o neutrão são a mesma partícula, mas em estados
diferentes.

2.0 ELEMENTOS ISÓTOPOS E ISÓBAROS


Os elementos químicos distinguem-se pelo seu número atómico e pelo seu número de massa,
porém, o mesmo elemento químico pode ter massas atómicas diferentes e diferentes elementos
químicos podem ter a mesma massa atómica, assim:

1
a) Elementos isótopos: são aqueles que têm o mesmo número atómico mas diferente número de
massa.
Exemplos:
12 14
 O carbono possui dois isótopos: 6 C (carbono – 12) e 6 C (carbono – 14);
1 2 3 3
 O hidrogénio possui três isótopos: 1 H (Prótio); 1 H (Deutério) e 1 H ou 1 T (Trítio)
238 235 234
 O urânio também possui três isótopos: 92 U :
92 U e 92 U
b) Elementos isóbaros: são aqueles que possuem o mesmo número de massa mas diferente
número atómico.
Exemplos:
Potássio-40 ( 19 K ) e Cálcio-40 ( 20 Ca)
40 40

14 14
Carbono-14 6 C e Nitrogénio-14 7 N
Tarefa 3: informe-se sobre Aplicações dos isótopos na Medicina e na Agricultura.

3.0 REACÇÕES NUCLEARES


Reacções nucleares: são transformações que os núcleos atómicos sofrem devido à sua interacção
mútua e com outras partículas elementares.
As reacções nucleares subdividem-se em três grupos distintos:
 Reacções de desintegração nuclear ou radioactiva;
 Reacções de fissão nuclear;
 Reacções de fusão nuclear.
NB: Durante as reacções nucleares é sempre válidas a lei de conservação da massa e a lei de
conservação da carga. Portanto, a soma das massas atómicas dos reagentes
(∑ A reagente ) deve ser igual à soma das massas atómicos dos produtos (∑ A produtos) e a soma dos
números atómicos dos reagentes (∑ reagente ) também deve ser igual
Z

à soma dos números atómicos dos produtos (∑ produtos ) .


Z

4.0 REACÇÕES DE DESINTEGRAÇÃO NUCLEAR OU RADIOACTIVA


O fenómeno da radioactividade é um processo exotérmico (ocorre com a libertação de calor),
descoberto acidentalmente pelo francês Antoine Henri Becquerel por volta de 1895 e 1896. Aos
núcleos que sofrem desintegração designam-se núcleos radioactivos, e aos que não sofrem
desintegração designam-se núcleos estáveis.
Reacções de desintegração nuclear ou radioactiva: é a transformação de um núcleo noutro que
ocorre coma emissão espontânea de radiação electromagnética ou de ambas pelos núcleos
instáveis.

4.1 DESINTEGRAÇÃO ALFA


É aquela que ocorre com a libertação de uma partícula alfa reduzindo em quatro unidades e duas
unidades, respectivamente, a massa atómica e o número atómico do núcleo inicial.
4 4
Refira-se que partícula alfa é o núcleo de hélio 2 H isto é, α= 2 H
A desintegração alfa é observada em núcleos pesados de número de massa atómica
A >200 e com número atómico Z >80 .
A
Em geral, se consideramos o núcleo Z Y (chamado núcleo-mãe) a sofrer desintegração alfa, ele
4 A−4
deve libertar um núcleo de hélio 2 H e um núcleo Z−2 X (chamado núcleo-filho).
2
A 4 A−4 238 4 234
Portanto: Z Y → 2 H + Z−2 X ; Exemplo: 92 U → 2 H + 90 Th , o urânio-238 sofre desintegração alfa,
deve libertar-se um núcleo de hélio e um de tório.

4.2 DESINTEGRAÇÃO BETA


A desintegração beta é o tipo de desintegração mais frequente, ocorrendo para os núcleos e de
quase todos os elementos químicos. Este tipo de desintegração não é determinado pelas forças
nucleares nem electromagnéticas, mas sim pela interacção fraca das partículas. A desintegração
beta é compreendida por três tipos de reacções nucleares.

a) Desintegração β (beta-menos): aquela que ocorre com a libertação de um electrão
aumentando em uma (1) unidade o número atómico do núcleo-mãe e mantendo constante a
sua massa atómica.
Esta resulta da transformação de um neutrão do núcleo-mãe num protão, um electrão e um
antineutrino. Acontece nos átomos com excesso de neutrões.
A −
Em geral, se considerarmos um núcleo-mãe Z Y a sofrer desintegração β , ele deve libertar um
0 A A 0 A 85 0 85
electrão −1 e e um núcleo-filho Z+1 X . Por isso: Z Y → −1 e+ Z+1 X Exemplo: 36 Kr →−1 e+ 37 Rb
onde
Kr é kripton-85 e Rb é rubídio-85.

+
b) Desintegração β (beta-mais): aquela que ocorre com a libertação de um positrão,
diminuindo em uma (1) unidade o número do núcleo-mãe mantendo constante a sua massa
atómica.
+
A desintegração β resulta da transformação de um protão do núcleo-mãe num neutrão, um
positrão e um neutrino. Acontece nos átomos com excesso de protões.
A −
Z Y a sofrer desintegração β , ele deve libertar um
Em geral, se considerarmos um núcleo-mãe
0 A A 0 A 22 0 22
electrão +1 e e um núcleo-filho Z−1 X . Por isso: Z Y → +1 e+ Z−1 X ; Exemplo: 11 Na→+1 e+ 10 Ne
;
onde Na é sódio-22 e Ne é Néon-22.

c) Captura electrónica ou captura K: é aquela em que o núcleo-mãe absorve (capta) um


electrão (geralmente da camada K), diminuindo em uma (1) unidade o seu número atómico e
mantendo constante a sua massa atómico.
Esta consiste na captura de um electrão por parte do núcleo com a libertação de um positrão e um
neutrino.
A −
Z Y a sofrer desintegração β , ele deve libertar um
Em geral, se considerarmos um núcleo-mãe
0 A A 0 A 214 0 214
electrão −1 e e um núcleo-filho Z+1 X . Por isso: Z Y + −1 e→ Z+1 X ; Exemplo: 83 Bi+ −1 e→ 82 Pb
;
onde Bi é Bismuto-214 e Chumbo-214

4.3 DESINTEGRAÇÃO GAMA ( γ )


Desintegração gama ( γ ): é aquela que ocorre com a emissão de ondas electromagnéticas ou
com emissão de fotões. Esta ocorre quando um electrão passa de um nível de maior energia para
outro de menor energia

3
A desintegração beta não é necessariamente independente pois, ela acompanha as
desintegrações, alfa e beta, mas sem causar alterações na carga e na massa das partículas que
participam na reacção.
Tarefa 1: informe-se sobre propriedades da radiação radioactiva e famílias radioactivas.

5.0 REACÇÕES DE FISSÃO


Com a descoberta do neutrão, achou-se uma nova partícula para desencadear reacções nucleares.
O neutrão apresenta, comparativamente às outras partículas (alfa, beta, etc.), a vantagem de ser
electricamente neutro, podendo por isso, aproximar-se do núcleo de qualquer elemento sem que
seja repelido pela carga positiva do núcleo e passando neste caso, a ser a partícula mais usada no
desencadeamento de reacções nucleares.
Reacção de fissão: são aquelas que ocorrem quando um núcleo pesado sofre fragmentação ao ser
bombardeado por um neutrão, originando dois ou mais núcleos mais leves e a libertação de
neutrões de fissão.
235 1 144 90 1
92 U + 0 n → 56 Ba+ 36 Kr+2( 0 n )+E
235 1 140 92 1
92 U + 0 n → 55 Cs+ 37 Rb+4 ( 0 n)+E
Os núcleos originados durante a reacção de fissão possuem energia cinética, pois são expelidos a
altas velocidades durante a fragmentação do núcleo-mãe. Como os núcleos resultantes da
fragmentação do núcleo-mãe são também radioactivos, a reacção pode progredir devido à
presença de neutrões. Este tipo de reacção de desintegração denomina-se fissão em cadeia.

6.0 REACÇÃO DE FISSÃO EM CADEIA


Reacção de fissão em cadeia: é aquela em que cada neutrão de fissão provoca uma nova fissão.
Numa reacção de fissão em cadeia, o número de neutrões de fissão aumenta exponencialmente,
aumentando, deste modo, a energia libertada.
NB: Se na primeira (1ª) etapa de uma reacção de fissão em cadeia, são
1
gerados dois neutrões 2( 0 n) na 2ª etapa, são gerados quatro neutrões
1 1
4 ( 0 n) , na 3ª etapa, são gerados 8 neutrões 8( 0 n) e assim por
diante. O crescimento exponencialmente da reacção de fissão em
n
cadeia é dado pela expressão 2 sendo, 2 a quantidade de neutrões
gerados na primeira etapa e n a ordem da etapa.
Portanto, podemos concluir que, se na 1ª etapa forem gerados 2, 3,
4, 5, etc., neutrões, na etapa de ordem serão gerados,
n n n n
respectivamente, 2 ; 3 ; 4 ; 5 etc., neutrões de fissão.

Tarefa 2: informe-se sobre aplicação da fissão nuclear (condição para a obtenção de uma
reacção de fissão e massa crítica).

7.0 REACÇÕES DE FUSÃO


Contrariamente à fissão nuclear, onde um núcleo pesado se quebra dando origem a dois núcleos
mais leves, durante uma reacção de fusão nuclear, dois ou mais núcleos leves fundem-se para
formarem um núcleo mais pesado.
A fusão nuclear é uma reacção nuclear durante a qual:

4
 Dois núcleos leves juntam-se dando origem a um núcleo mais pesado;
 Ocorre um defeito de massa;
 Liberta-se grande quantidade de energia.
Esta reacção é igualmente designada termonuclear, pois a energia é libertada na forma de energia
térmica.
O exemplo mais simples e conhecido de uma reacção de fusão nuclear, é a que ocorre entre o
deutério e o trítio dando origem a um núcleo de hélio.
2 3 4 1
1 D+ 1 T → 2 He+ 0 n+E
A energia do Sol e de outras estrelas semelhantes provém da energia libertada de reacções de
fusão nuclear. Mas, distinguem-se três reacções que são a fonte energética do Sol e de outras
estrelas:

NB: Durante uma reacção de fissão ou fusão nuclear, ocorre sempre um decréscimo de
massa (variação), que é a causa da energia libertada durante a reacção.

Tarefa 3: informe-se sobre ciclo protão-protão; ciclo C-N-O (carbono-nitrogénio-oxigénio)


e o processo 3α .

8.0 ENERGIA DE LIGAÇÃO DOS NÚCLEOS ATÓMICOS E DEFEITO DE MASSA


Em todos os núcleos, excepto no de hidrogénio, existem, no mínimo, dois nucleões que se
encontram num estado diferente dos seus estados livres. No interior do núcleo, os nucleões
interactuam fortemente com forças de atracção nucleares.
Em 1905, por consequência da sua Teoria de Relatividade, Albert Einstein prova que qualquer
mudança da energia de um corpo causa uma mudança na sua massa. A esta variação da energia,
chamamos energia de ligação.
Energia de ligação ou energia de coesão nuclear: é a energia necessária para a cisão completa
do núcleo nos seus nucleões separados.
A equação para o cálculo da energia de ligação, é determinada equação de Einstein e dada por:
2
E=m. c Onde:

 ΔE – é a variação da energia do corpo


 Δm – é a variação da massa associada a uma variação de energia.
 c – é a velocidade da luz no vácuo ( c=3 . 10 m/ s )
8

Na física nuclear é usual exprimir a energia de ligação em megaeléctrões-volt ( Mev ) e a massa


em Unidades de Massa Atómica (u.m.a):
−19 −13 −23
1ev=1,6.10 j;1 Mev=1,6.10 ;1u.m.a=1,66.10 kg
Δm denomina-se defeito de massa que é, a diferença entre a massa dos produtos e a
Ao valor de

massa dos reagentes duma reacção. A expressão para o seu cálculo é:


Δm=|M p −M R| onde: A
2
energia correspondente ao defeito de massa, Δm , pode ser calculada pela expressão: E=m. c
Neste caso, a energia correspondente a uma unidade de massa atómica é de 931 ,4 Mev . Por
tanto, a equação de Einstein tem a forma: E=931,4. Δm Tomando o Δm em unidade de massa
atómica (u.m.a).

5
Tarefa 4: informe-se sobre: Leis da desintegração radioactiva Efeitos das radiações nos
seres vivos; A bomba atómica e a bomba de hidrogénio.

9.0 LEIS DA DESINTEGRAÇÃO RADIOACTIVA

A desintegração radioactiva é um processo espontâneo e é determinada pelas propriedades do núcleo. A


propriedade de cada núcleo estável se desintegra espontaneamente durante um certo intervalo e tempo e é
proporcional a esse intervalo de tempo e não depende de factores exteriores (pressão, temperatura,
humidade e interacções químicas).

1ª Lei da desintegração: O processo de desintegração radioactivo não depende das condições


exteriores.

2ª Lei da desintegração: O número de nuclídeos ( ΔN ) que se desintegra na unidade de tempo ( Δt ) é


directamente proporcional ao número de nuclídeos ( N ) ainda por se desintegrar.
ΔN ΔN
≈N ⇒ =λ . N
EM GERAL: Δt Δt ; ONDE: ΔN é o número de nuclídeos desintegrados; Δt é o
intervalo de tempo; N é o número de nuclídeos que restam no instante; λ é constante de desintegração e
representa a probabilidade de um determinada nuclídeo se desintegrar. A sua unidade no S.I é s -1.

Da 2ª lei de desintegração radioactiva conclui-se que a actividade dum nuclídeo é directamente


proporcional ao número de indivíduos restantes (N0 e reciproco ao intervalo de tempo.
A≈ N ⇒ A= λ. N
10. PERÍODO DE S EMI-DESINTEGRAÇÃO

1
(T )
Chama-se período de sem-desintegração 2 ao tempo necessário para que se desintegrem metade
dos nuclídeos existentes num determinado instante ou tempo necessário para que a actividade da amostra
radioactiva se reduza a metade. A sua unidade no S.I é segundos.

O tempo, em média, que um nuclídeo radioactivo permanece ate se desintegrar define outra grandeza
física que é o tempo de média vida. Assim, Chama-se tempo de meia-vida ( t ) ao tempo médio de uma
vida de um determinado nuclídeo, o qual é igual ao valor recíproco da constante da desintegração. A sua
unidade no S.I é segundo (s).

1
t=
A sua expressão para o seu cálculo é: λ ; onde: t é o tempo médio de vida e λ é constante de
desintegração.

A figura abaixo representa um nuclídeo radioactivo cujo


período de semidesintegração é de 20s. No início
existem 800 nuclídeos por se desintegrar e a contagem
foi feita após sucessivos períodos de semidesintegração.
Por isso, a cada período que passa, o número de
nuclídeos reduz-se a sua metade.

6
De a cordo com a contagem do tempo olhando para diagrama acima podemos concluir que:
 Da 1ª para 2ª caixa decorreu 1 período de semidesintegração;
 Da 1ª para 3ª caixa decorreu 2 período de semidesintegração;
 Da 1ª para 4ª caixa decorreu 3 período de semidesintegração;
Nesta sequência, podemos concluir que da 1ª caixa para n-ésima caixa decorreram n períodos de
semidesintegração.
t
n=
t=n.T 1/2 insolando o n teremos:
Por isso, após n períodos de semidesintegração o tempo é
T 1 /2
T
Onde: n é o número de períodos de semidesintegração decorridos; t é o tempo decorrido e 1 /2 é o
período de semidesintegração.
De acordo com a contagem de número de nuclídeos por se desintegrar, podemos afirmar que:
 Da 1ª para 2ª caixa restam 400 nuclídeos por se desintegrar, o que representa metade do número
No
inicial No de nuclídeos, ou seja, 2 ;
 Da 1ª para 3ª caixa restam 200 nuclídeos por se desintegrar, o que representa um quarto do
No
2
número inicial No de nuclídeos, ou seja, 2 ;
 Da 1ª para 4ª caixa restam 100 nuclídeos por se desintegrar, o que representa um oitavo do
No
3
número inicial No de nuclídeos, ou seja, 2 .
Nesta sequência, podemos concluir que da 1ª caixa para n-ésima caixa restam N nuclídeos por se
1 No
n n
desintegrar, o que representa 2 do número inicial No de nuclídeos, ou seja, 2 . Assim, podemos
No
N= n ⇒ N =N o . 2−n
escrever que: 2
Onde: N é o número de nuclídeos por se desintegrar num determinado instante; No é número de nuclídeos
por se desintegrar no inicio; n é o número de período de semidesintegração decorrido.
−n
Multiplicando ambos os membros da equação, N=N o .2 , por λ , resulta a expressão,
N . λ=λ . N o . 2−n , mas como A= λ . N e A o =λ . N o , podemos finalmente escrever: A= A o . 2−n .

11.0 FRACÇÃO DE NUCLÍDEOS POR SE DESINTEGRAR E DE NUCLÍDEOS


DESINTEGRADOS.

1
QP =
 Fracção de nuclídeos por se desintegrar
Qp
é dada pela expressão: 2n .
1
QD =1− n
Q
 Fracção de nuclídeos desintegrados D é dada pela expressão: 2 .
−n −n
Podemos representar graficamente as expressões N=N o .2 e A= A o . 2 , partindo da definição
do período de semidesintegração. Reparando para os gráficos abaixo podemos ainda concluir que a cada
período de semidesintegração que decorre, tanto o número de partículas como Actividade se reduzem a
metade.

7
.

Dedução da expressão que permite também calcular os casos em que o numero de períodos de
semidesintegração não tem valores inteiros.
−n
Iremos logaritmizar a seguinte expressão: N=N o .2
ln N =ln .(N o . 2−n )⇔ ln N =ln . N o + ln .2−n ⇔ ln . N −ln . N o =−n ln .2
ln 2
− .t
N N N T 1/ 2
⇔ ln =ln . e−n ln 2 ⇔ =e−nln 2 ⇔ =e
No No No ;
t
n=
Onde
T 1 /2 , como ln2 e T são constante, o seu quociente define uma nova constante, a constante de
1/2

ln 2 0. 693
λ= λ=
desintegração λ . Assim,
T 1/2 ou T 1/2 . Então podemos escrever que: N=N o . e−λ . t e por
−λ . t
analogia assim podemos o fazer com a expressão A= A o . e

Unidade 4: Hidrodinâmica – Vazão Volúmica


HIDRODINAMICA
A Hidrodinâmica: estuda as leis que regulam o movimento mecânico dos fluidos.
A grandeza física que caracteriza o escoamento de um fluido é a vazão volúmica ou caudal.
Fluido: substâncias quem podem escoar-se (líquidos ou gases). Um fluido pode ser escoado
através de tubos (corpo cilíndrico, oco e comprido geralmente feito de metal, de plástico ou de
cerâmica).
Se a velocidade de um fluido for constante no decorrer do tempo diz-se que o movimento do
fluido esta em regime permanente.

1.0 VAZÃO VOLÚMICA OU CAUDAL


Vazão volúmica ou caudal – é o volume de fluido que passa através da secção transversal de
um tubo durante um intervalo de tempo.
[V ]
[ Q ]=
A sua expressão matemática para o seu cálculo: [ Δt ]
Onde: Q – é vazão volúmica ou caudal; V – é o volume E Δt - é o intervalo de tempo
No sistema Internacional de Unidades, a unidade de caudal chama-se metro cubico por segundo,
[V ] m 3 m
3
[ Q ]= = ⇔ [Q ]=
isto é, [ Δt ] s s

A figura abaixo mostra um tubo que escoa um fluido com velocidade v


através da secção transversal A do tubo.

8
O volume de água dentro do comprimento x do tubo será: V = A . X

Se o fluido escoar em regime permanente (v=constante), ele vai percorrer o comprimento X do tubo num
intervalo de tempo Δt , isto é, X =v . Δt , e como o volume do tubo é V = A . X , tem-se V = A . v . Δt ,
V
Q=
sendo Δt ,
A .v. Δt
Q=
tem-se, Δt , simplificando a variação de tempo obtemos: Q= A .v

2.0 VISCOSIDADE
Viscosidade – é o atrito entre o fluido e as paredes do recipiente que o escoa.
Quanto maior for a viscosidade do fluido maior será a força do atrito entre este fluido e as
paredes do fluido.
Exemplo: o óleo é mais viscoso que a água, isso significa que o óleo apresenta maior atrito com
as paredes do recipiente que a escoa em relação a água.

3.0 FLUIDO IDEAL


Fluido ideal – é o fluido cujo volume é incompreensível e que não tem forca de atrito interno
O escoamento de um fluido denomina-se permanente quando a sua velocidade for constante.
O escoamento pode ser: Laminar ou Turbulenta
Escoamento Laminar - é aquele em que as partículas do fluido tendem a
percorrer trajectórias paralelas.

Escoamento Turbulento - é aquele em que as trajectórias das partículas


são curvilíneas, não paralelas, alteram-se em sentido, sendo irregulares.

4.0 PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE


Consideremos um escoamento em regime
permanente, a densidade e a pressão do fluido não
variam com o tempo.
O principio de continuidade estabelece que: ”No
caso de um líquido ideal, em regime permante o
caudal permanece constante” ( Q=cons tan te )

Por isso, para o caso da figura acima teremos: Q=const ⇒Q 1 =Q 2 ⇒ v 1 . A 1 =v 2 . A 2


Com base na equação deduzida pode-se ainda concluir que:
As velocidades de escoamento são inversamente proporcionais a secção transversal do tubo que
escoa o liquido.
Isso significa que quanto maior é a área da secção transversal do tubo, menor é a velocidade de
escoamento e vice-versa.

5.0 PRINCÍPIO DE BERNOULLI

9
A figura ao lado representa um líquido que é
elevado de uma altura h1, a uma pressão p1 e a uma
velocidade v1, para uma altura h2, para uma pressão
p2 e a uma velocidade v2.
Para o liquido elevar-se há realização de trabalho, isto é, vimos que W =F . Δx (1) e também
F
P=
vimos que A (2), insolando o F tem-se F=P. A (3) substituindo equação (3) em (1) temos,
W=P . A . Δx (4) da vazão volúmica sabemos que V = A . x (5), substituindo a equação (5) em (4)
W
P=
temos W=P .V , Insolando o p tem-se: V trabalho específico
Onde: P – é pressão; W – é o trabalho; V – é o volume
Isso significa que: o trabalho por unidade de velocidade de volume chama-se trabalho específico,
e é igual a pressão.
1
E C = mv 2
Devido a velocidade o líquido possui energia cinética. Dai que, 2 (1) e da equação da
m
ρ=
densidade de um líquido sabemos que V (2) insolando a massa (m), tem-se m=ρ .V (3),
1
E C = ρ . Vv 2
substituindo a equação (3) em (1) temos 2 .
NB: a energia cinética por unidade do volume chama-se energia cinética especifica, isto é,
1 Ec 1
E C = ρ . Vv 2 = ρ.v2
2 ⇒ V 2
Devido a altura a que o liquido se encontra ele possui energia potencial. Assim, da equação da
energia potencial temos Ep=m .g.h (1), e da equação da densidade de um líquido sabemos que
m
ρ=
V (2) insolando a massa (m) na equação da densidade, tem-se m=ρ .V (3), substituindo a
Ep=ρ .V . g.h Ep
=ρ. g .h
equação (3) em (1) temos: ⇒ V .
E
Onde: p – é a energia potencial; V- é o volume; ρ - é a densidade; h- é a altura e g – é aceleração
de gravidade
NB: a energia potencial por unidade do volume chama-se energia potencial especifica, isto é,
Ep
=ρ. g . h
V
O principio de Bernoulli exprime o principio de conservação de energia, que estabelece que: para
um líquido ideal, a soma de trabalho específico, da energia cinética específica e da energia
potencial específica é constante.
W EC E P 1
+ + =P+ ρ. v 2 + ρ gh=CONSTANTE
Assim, V V V 2

10
1 1
P 1 + ρ . v 21 + ρ. g .h 1 =P 2 + ρ . v 22 +ρ . g . h 2
LOGO: 2 2 EQUAÇÃO DE BERNOULLI
Aplicando a equação de Bernoulli para a figura abaixo, teremos h1 =h2 =h (constante). Isto
significa que a variação da energia potencial especifica é nula.
1 1 1
P 1 + ρ . v 2 =P 2 + ρ. v 2 ⇒ P 1 −P2 = ρ ( v 22 −v 21 )
Desta feita teremos: 2 2 2 ,
2 2
Mas como v 2 > v 1 ⇒ v 2 −v 1 > 0⇒ P 1 −P2 >0 ⇒ P 1 > P 2 , deste modo, podemos concluir que:

 A velocidade de um fluido é inversamente proporcional á sua pressão; Isto significa


que nos pontos de maior velocidade a pressão é menor e vice-versa.

Nos pontos de maior área de secção transversal, a velocidade de escoamento é menor e a pressão
é maior, isto é, A 1 > A 2 ⇒ v 1 <v 2 ⇒ P 1 > P 2 ;

Nos pontos de menor área de secção transversal, a velocidade de escoamento é maior e a pressão
é menor, isto é, A 1 < A 2 ⇒ v 1 > v 2 ⇒ P 1 <P 2
Tarefa 5: Informe-se sobre Aplicações do Principio de Bernoulli

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
238
1. Considere um átomo de Urânio 92 U
a) Quantos portões têm o átomo?
b) Indica o número de neutros existentes neste átomo.
c) Quantos núcleos existem neste átomo?
2. Qual dos seguintes pares é isóbaro?

A 1H1 e 1 H 2 B 1H 2 e 1H 3 C 6 C12 e 6C13 D 15 P30 e 14 Si30


3. Na reacção nuclear 23592U +01n→3890Sr + Y +301n , qual é a partícula representado pela letra
Y?
4. Qual é o número de protões e neutrões do seguinte núcleo 3890Sr ?
A: 38 protões e52 neutrões
B: 128 protões e 90 neutrões
C: 52 protões e 38neutroes
D: 90 protões e 128 neutrões
5. Qual dos seguintes elementos são Isótopos?
13 14 13 13 13 13 13 14
A: 6 C e 6 C B: 6 C e 7 C C: 6 C e 6 C D: 6 C e 7 C
6. Completa a frase: os elementos isóbaros são aqueles que têm respectivamente:
A: o mesmo número de massa e diferente número atómico.
B: o mesmo número atómico mas diferentes de massa.
C: o mesmo número de massa e número atómico.
D: o mesmo número atómico e número de massa.

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7. No tubo representado, as áreas das secções transversais são A 1 =
2 2
80 cm e A2 = 20 cm . Qual é, em m/s, a velocidade de um fluido
na parte estreita, se a velocidade na parte larga é de 2 m/s?
A: 2 B: 4 C: 6 D: 8

8. Na conduta representada na figura, escoa um fluido. Se a relação


entre os raios das secções (1) e (2) é r1 = 2r2, qual é a relação entre as
velocidades nas secções (1) e (2)?
A: v2= v1 B: v2= 2v1 C: v2 = 4v1 D: v2 = 8 V1
9. Um fluido escoa por um cano uniforme de 4cm de diâmetro e com uma velocidade média de 10
3 -3 -3 -3
m/s. Qual é, em m /s, a vazão? A: 1,256.10 B: 12,56 10 C: 125,6.10
D: 1256.10-3
10. A secção recta de um tubo horizontal, sofre uma redução de 100 cm de diâmetro para 5 cm.
Se um fluido estiver escoando no sentido da secção larga para a parte estreita, a velocidade...
A: e a pressão aumentarão. C: aumentará mas a pressão diminuirá.
B: e a pressão diminuirão. D: diminuirá mas a pressão aumentará
11. Um fluido escoa no trecho de tubulação da figura. Na secção (1), tem-se
2
S1 = 20 cm e v1= 15 m/s. Na secção (2), a velocidade é de 30m/s. Qual é,
2
em cm , a área da secção S2?
A: 30 B: 20 C: 10
D: 5
12. Em uma secção transversal de um tubo de raio igual a 0,50m, escoa um fluido ideal com uma
3
vazão de 1,33m /s. Qual é, em m/s, a velocidade da água nessa secção? A: 0,5 B: 1,
C: 2,1 D: 3,2
13. O Plutónio – 240 sofre desintegração alfa. Qual das seguintes equações representa
correctamente este processo de desintegração?
A: 240 4
94 Pu → 2α + 92 Np
240
C: 240 4 236
94 Pu → 2 α + 92U
240 0 240
B: 94 Pu→ +1 β+ 95 Am D: 240 0 240
94 Pu → 0 γ + 93 Np
14. O Iodo 131 sofre desintegração beta. Qual das seguintes equações representa
correctamente este processo de desintegração?
A : 131 0 131
53 I → 1 β + 52 Xe C: 131 4 127
53 I → 2α+ 51 As
131 0 131
B: 53 I → 0γ+ 53Te D: 131 1 130
53 I → 0n+ 53 I
15. Observe as reacções seguintes:
4 8 214 214 60 60 0
2 He+ X → 4 Be ; 83 Bi +Z → 82 Pb ; 27 Co→ 28 ¿ +Y +−1 e
Quais são, respectivamente, as partículas emitidas representadas pelas letras X, Z e Y?
A: Beta, alfa e gama C: Alfa, electrão e gama
B: Alfa, beta e gama D: Neutrão, gama e alfa
16. Um electrão da camada K é capturado pelo núcleo atómico de Berílio 4Be7 tendo se
obtido:
6 7 7 8
A: 3 Li B: 2 Be C: 3 Li D: 5 Be
17. Qual das seguintes reacções é verdadeira?
214 210
A : 78 Pt → 82Pb +α C: 238 234
92 U → 90 Th + α
214 210
B: 84 Po → 82 Pb + β D:234 234
90 Tj → 91 Pa +α
18. A fusão de um núcleo de Deutério e outro de Trítio dão origem a um núcleo de Hélio e
mais uma partícula. De que partícula se trata?
A: Partícula gama B: Positrão C: Átomo de hélio D: neutrão

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19. Na equação 49Be+ α → 126C + X , Qual é a partícula representada pela letra X?
A : Alfa B: Gama C: neutrão D: Positrão
20. Uma das possíveis reacções nucleares do urânio 234 usado na bomba atómica é:
234 1
92 U + 0 n→ 139 94
56 Ba+ 36 Kr+ X + Energia , nessa reacção X corresponde a:

2 ( 10 n ) 3 ( 10 n )
A: B: α C: D:
1
1P
21. Na reacção nuclear 23592U +01n→3890Sr + Y +301n , qual dos isótopos é representado pela letra Y?
143 144 143 145
A: 54 Xe B: 54 Xe C: 53 I D: 53 I
22. Considere a reacção: 11 Na + 2 He → 12 Mg + X . Qual é a partícula representada pela letra X?
23 4 26

A: Neutrão B: Protão C: Alfa D:


Deutério
23. O volume de um gás sofre alteração de 25.10-6m para 45.10-6m em uma transformação à
pressão constante de 3.105N/m2. Qual foi o trabalho em joules, realizado pelo gás? A: 1
B: 8 C: 6 D: 4
24. Num tubo passa 5.10 m de água, após 2s, Qual é em m3/s a vazão volumétrica?
2 3

A: 250 B: 200 C: 150 D: 100


25. A secção 1 é de 2m e a velocidade é de 40m/s. Qual é, em m, o valor da secção 2 se a
velocidade de escoamento for de 50m/s? A: 2 B: 1,6 C: 2,6
D: 3

25. 26. O esquema ao lado indica os níveis de energia para o átomo de hidrogénio. Qual
será a frequência requerida para um electrão sofrer uma transição do nível 3 para o
nível 2? (h = 4,14.10-15eV.s)
14 −14 15
A: 4,6.10 B: 4,6.10 C: 4,6.10
−15
D: 4,6.10
234 4 230
27. A equação 92 U → 2 He+ 90 Th , corresponde a desintegração….
A: gama B: beta + C: alfa D: beta –

28. As partículas ( α , β ,γ ) , são respectivamente:


A: alfa, beta e gama C: protão, gama e positrão
B: alfa, gama e electrão D: gama, electrão e beta
60 0 60
29. Na equação de desintegração 27 Co→ −1 e+ 28 Ni+? , houve libertação da partícula…
+
A: α B: β C: β D: γ
238 235 234
30. Os elementos 92 U , 92 U , 92 U, podem se classificados como…
A: isótonos B: isóbaros C: isótopos D: isómeros
234 1 131 102 1
19. A reacção nuclear 92 U + 0 n→ 50 Sn+ 42 Mo+30 n
, corresponde a uma…
A: fissão nuclear B: fusão nuclear C: desintegração alfa D: desintegração beta
31. Das reacções abaixo, qual é que corresponde a uma fusão nuclear?
232 224 4 22 0 22
A: 90 Th→ 86 Rn+22 He C: 11 Na→ +1 e +10 Ne
2 2 3 1 18 18
B: 1 H + 1 H →2 H + 0 n D: 9 F → 8 O+Y
32. Fluido ideal é aquele cujo volume é…
A: compressível B: incompressível C: desprezível D: indesprezivel

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33. Num sistema hidráulico flui água com maior velocidade na secção 1 que na secção 2.
Nestas condições podemos afirmar que a secção…
A: 2 é menor que a secção 1
B: 1 é igual a secção 2
C: 2 é maior que a secção 1
D: 2 é menor ou igual a secção 1
34. A figura representa um tubo por onde escoa um fluido. Assim, pode-se dizer que a
pressão em…
A: Y é menor que em X
B: Y é maior que em X
C: X é igual a pressão em Y
D: X é desprezível em relação a Y

35. A figura representa um tubo de secção variável onde flui água. Assim, em relação a
vazão volumétrica pode-se afirmar que…
A: QA>QB<QC
B: QA=QB=QC
C: QA>QB<QC
D: QA>QB>QC
36. Um fluido, no ponto em que passa com maior velocidade pode-se dizer que a sua
pressão é…
A: maior em relação a outros pontos.
B: nula em relação a outros pontos.
C: menor em relação a outros pontos.
D: igual em relação a outros pontos.
FIM BOM TRABALHO

Qualquer dúvida contacte o professor de disciplina.


84 20 29 833 ou 87 90 53 906
“Nenhum obstáculo será grande se a sua vontade de vencer for maior”

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