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CURVAS DE NÍVEL

1
Universidade Federal do Amazonas – UFAM
Curso: Geologia
Topografia
Prof. Maria Clara M. Pereira
2 DEFINIÇÃO

 São linhas que ligam pontos da superfície do terreno, e tem a


mesma cota (mesma altitude).

 É uma forma de representação gráfica de extrema importância.

 As curvas de nível representadas na planta abrangem uma área, o


que permite ao usuário experimentar uma visão imaginativa geral
da sinuosidade do terreno.
3 FINALIDADE

 Representação do relevo do terreno;

 Traçado de qualquer perfil do terreno representado;

 Determinação das inclinações do terreno.


4 EXEMPLOS
5 EXEMPLOS
6 LINHAS NOTÁVEIS

 Para possibilitar o traçado da planta planialtimétrica, o levantamento deve obter dados


que permitam marcar no desenho um número de pontos cotados capaz de caracterizar
o relevo da superfície topográfica através das curvas de nível que melhor o represente.

 Esses pontos notáveis são os pontos onde o terreno apresenta uma mudança
acentuada de declividade em relação as suas proximidades. A união de pontos
notáveis de mesma categoria, da origem as linhas notáveis que se classificam em:

1. Linha de cumeada;
2. Linha de talvegue;
3. Espigão;
4. Linhas notáveis intermediárias.
7 LINHAS NOTÁVEIS

1. Linhas de cumeada, de espigão ou divisórias de águas: são linhas formadas


pela sucessão de pontos notáveis mais altos. As águas das chuvas que caem
sobre uma linha de cumeada se dividem, caindo uma parte em cada uma das
superfícies laterais, chamadas de vertentes das águas.
8 LINHAS NOTÁVEIS
2. Espigão:

Superfície de altitude mais alta da linha de cumeada (linha divisória de


água).
9 LINHAS NOTÁVEIS
3. Linhas de talvegue, são formadas pela sucessão
de pontos notáveis mais baixos, em relação as
suas proximidades. Ao longo das linhas de
talvegue reúnem-se as águas das vertentes,
formando os cursos d’água. É o local mais
profundo do vale, onde correm as águas de
chuva, dos rios e riachos

4. Linhas notáveis intermediárias, sem nome próprio,


caracteriza a forma de sua superfície
topográfica.
10 PROPRIEDADES DAS CURVAS DE NÍVEL
1. As linhas de curvas de nível são uniformemente espaçadas quando a superfície
do terreno é uniformemente inclinada;
2. Para inclinações íngremes, as curvas de nível ficarão próximas umas das outras,
enquanto para áreas relativamente planas elas serão bastante espaçadas;
3. Quando a superfície do terreno é acidentada e irregular, as curvas de nível
serão irregulares;
4. As curvas de nível são desenhadas perpendiculares à direção da inclinação do
terreno e, então, a água escoa perpendicularmente às curvas de nível;
5. Curvas de nível que cortam cursos d’água ou linhas de drenagem tem forma
aproximada de
11 PROPRIEDADES DAS CURVAS DE NÍVEL

6. As curvas de nível conectam pontos de cotas iguais, portanto, não podem se


cruzar, exceto em cavernas ou situações similares;
7. Os topos das elevações e depressões do terreno do terreno tem as mesma
aparência em curvas de nível e não podem ser facilmente distinguidos. Por
esta razão, pontos cotados podem ser mostrados nos pontos mais baixos e mais
altos. Algumas curvas de nível extras podem ser numeradas e até
sombreamento e hachuras podem ser usados;
8. As curvas de nível são interrompidas nas bordas dos prédios;
9. As curvas de nível logo acima das junções de cursos d’água e entre eles
usualmente tem a seguinte forma
12 INTERVALOS ENTRE CURVAS DE NÍVEL
 Os intervalos mais usados entre curvas guarda a sequência 1, 2 e 5. Ou seja,
intervalos de 1m, 2m, 5m, 10m, 20m, 50m, 100m, 200m, 500m. Fora estes
intervalos surgem esporadicamente os intervalos de 2,5m, 25m e 250m.
 O intervalo escolhido em cada trabalho depende basicamente de 2 fatores:
➢ A escala da planta;
➢ A declividade ou sinuosidade do terreno

 Escala 1:100 → Intervalo de 1m


 Escala 1:2000→ Intervalo de 2m

 Obs: Para plantas em escalas maiores que 1:1000 (lotes urbanos) podemos
usar intervalos menores do que 1m → 0,5m; 0,2m.
13 CARACTERÍSTICAS DO TRAÇADO
14 CARACTERÍSTICAS DO TRAÇADO
15 ERROS DE INTERPRETAÇÃO GRÁFICA
 Nenhuma curva de nível pode desaparecer ou aparecer repentinamente.

 Na figura, o terreno na secção AB terá que passar da cota 37 para a 39 sem passar pela
cota 38.
16 ERROS DE INTERPRETAÇÃO GRÁFICA

 Não existe cruzamento entre duas ou mais curvas de nível.

 O erro pode ser visto no corte AB, onde as não seguem uma ordem lógica. Outro erro
é um mesmo ponto no terreno apresentar duas cotas diferentes.
17 ERROS DE INTERPRETAÇÃO GRÁFICA
 Pela figura vemos que trata-se de um vale. O que é impossível é fundo do vale coincidir
com a cota 37 em toda sua extensão, ou seja, tratar-se de um vale cujo fundo ("talveg") é
horizontal para esquerda e para a direita.

 O fundo de um vale não pode ter uma mesma cota, pois este não pode ser horizontal.
18 Métodos de obtenção das curvas de nível

 Um MDT (Modelo Digital de Elevação) pode ser gerado a partir dos seguintes conjuntos
de dados:

➢ Conjunto de pontos cotados distribuídos regularmente ou irregularmente no espaço;


➢ Conjunto de curvas de nível;
➢ Associação de curvas de nível e pontos cotados.

 O traçado de curvas de nível pode ser obtido por digitalização da cartografia


analógica, ou por estero-restituição de pares estereoscópicos preocessados em
estações fotogramétricas digitais. As curvas de nível pode ser representadas em 3D no
sistema digital, de modo a poder gerar o MDT.
19 Métodos de obtenção das curvas de nível
20 Perfis a partir de curvas de nível
21 Métodos de obtenção das curvas de nível

 Até chegarmos ao ponto de conseguir traçar numa planta as curvas de


nível, devemos proceder a uma série de medidas no terreno caso se
aplique qualquer um dos processos topográficos. São eles:

1. Quadriculação;
2. Irradiação taqueométrica;
3. Seções transversais.
22 Aplicabilidade dos métodos

 QUADRICULAÇÃO:

 Método de maior precisão , quase perfeito quando aplicado com cuidado. A


localização dos pontos do quadriculado no terreno poderá ter um erro
desprezível, caso se tirem as perpendiculares com teodolitos e as distâncias sejam
medidas cuidadosamente com a trena. O nivelamento geométrico das estacas,
por sua vez, também apresenta erro desprezível.

 A escolha do valor “d”(lado do quadrado) deve estar de acordo com a


sinuosidade do terreno. É um método extremamente demorado e
consequentemente oneroso. Isso faz com que esse método seja praticamente
obrigatório para pequenas áreas e proibitivo para áreas maiores.
23 Aplicabilidade dos métodos

 IRRADIAÇÃO TAQUEOMÉTRICA

 Destinada a grandes áreas. É um método onde as curvas de nível podem


parecer um pouco deslocadas da realidade, porém não deformadas,
sempre considerando que o método tenha sido bem aplicado,
naturalmente. Sua falha está na obtenção das cotas dos pontos irradiados
por taqueometria.
24 Aplicabilidade dos métodos

 SEÇÕES TRANSVERAIS

 Sempre aplicado para a obtenção de curvas de nível em faixas, ou seja,


terrenos com pouca largura e muito comprimento. É o caso de linhas de
transporte em geral, estradas, adutoras, etc. Sua precisão é baixa, porém
suficientemente boa para a fase do projeto.
25 Método da quadriculação
 GENERALIDADES:

 É o processo de maior precisão, quase perfeito se executado corretamente,


porém o mais demorado e dispendioso. Facilmente aplicado para pequenas
áreas e impossível para grandes áreas.

 ATIVIDADES NO CAMPO:

a) Fazer a quadriculação do terreno, colocando estacas em cada vértice dos


quadrados;
b) Proceder ao nivelamento geométrico de todas as estacas.
26 Método da quadriculação
 QUADRICULAÇÃO DO TERRENO

 A quadriculação é feito com o emprego do teodolito, para dar as direções, e


a trena, para a marcação das distâncias. De início escolhe-se uma direção
básica e vamos colocando as estacas de d em d metros. Em seguidas serão
tiradas perpendiculares nos pontos mais favoráveis, que também receberão
estacas a cada d metros.
27 Método da quadriculação

 ESCOLHA DO VALOR D

 Caberá ao profissional escolher o valor mais indicado para d, em função da


sinuosidade da superfície do solo, das dimensões do terreno e da maior ou
menor necessidade de precisão.

 No escritório, iniciamos pelo desenho da quadrícula na escala escolhida, em


seguida procedemos a interpolação para marcar no desenho os pontos de
cota inteira. Finalmente, ligando os pontos de mesma cota, são traçadas as
curvas de nível.
28 Método da quadriculação
 INTERPOLAÇÃO

 Trata-se de uma atividade simples, pois considera-se o terreno como uma


linha reta entre os dois pontos de cota conhecida, determinando assim os
pontos de cota inteira entre eles.

 Pode ser feita pelo método gráfico ou pelo método analítico


29 Método da quadriculação
 Utiliza-se uma regra de três para a interpolação das curvas de nível. Devem ser
conhecidas as cotas dos pontos, a distância entre eles e a equidistância das curvas de
nível.
30 Método da quadriculação
 sabe-se que a distância entre os pontos A e B no desenho é de 7,5 cm e que o desnível
entre eles é de 12,9m. Deseja-se interpolar a posição por onde passaria a curva com
cota 75m.

 É possível calcular o desnível entre o ponto A e a curva de nível com cota 75m (75m -
73,2 = 1,8m). Sabendo-se que em 7,5 cm o desnível entre os pontos é de 12,9 m, em "x"
metros este desnível será de 1,8 m.
31 Método da quadriculação

 Neste caso, a curva de nível com cota 75m estará passando a 1,05cm do ponto A. Da
mesma forma, é possível calcular os valores para as curvas 80 e 85m (respectivamente
3,9 e 6,9cm).
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33
Método da quadriculação
 OBTENÇÃO DA CURVA DE NÍVEL POR MEIO DA CONSTRUÇÃO DE PERFIS TOPOGRÁFICOS

Pode-se obter as curvas de nível,


montando perfis topográficos de cada
segmento da quadriculação:

A1 → E1
A1→A7

Em cada perfil encontra-se os pontos de


cotas inteiras desejados e sua distância
pelo gráfico. E após isso monta-se as
curvas de nível.
34 Método da irradiação taqueométrica

 ATIVIDADES NO CAMPO:

a) Estabelecimento e levantamento planimétrico das poligonais principais e


secundárias;
b) Nivelamento geométrico das poligonais principais e secundárias;
c) Irradiação taqueométrica
35 Método da irradiação taqueométrica

 ESTABELECIMENTO E LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO DAS POLIGONAIS

 Processo aplicável em terrenos de maior porte, onde o método da


quadriculação se torna impróprio. A escolha das poligonais é livre, mas deve ser
feita de modo racional, para que de suas estacas possam ser atingidas
taqueometricamente todas as regiões do terreno (alcance taqueométrico
máximo de 80m)

 O levantamento planimétrico das poligonais deve ser feito por caminhamento


com teodolito e trena. Os ângulos horizontais devem ser medidos e verificados
e as distâncias medidas à trena.
36 Método da irradiação taqueométrica

 NIVELAMENTO GEOMÉTRICO DAS ESTACAS DAS POLIGONAIS

 As estacas das poligonais devem ter suas cotas determinadas com precisão
centimétrica, porque servirão de base para a irradiação taqueométrica.
Somente o caminhamento por nivelamento geométrico pode ser
empregado.
37 Método da irradiação taqueométrica

 IRRADIAÇÃO TAQUEOMÉTRICA

 O taqueômetro visa para a mira onde são feitas 3 leituras (superior, inferior e médio); é
lido o ângulo vertical e o horizontal.
38 Método da irradiação taqueométrica

 ATIVIDADES NO ESCRITÓRIO

a) Cálculo e desenho das poligonais;


b) Locação dos pontos irradiados;
c) Interpolação;
d) Traçado das curvas de nível.
39 Método da irradiação taqueométrica

 CÁLCULO E DESENHO DAS POLIGONAIS

 As poligonais serão calculadas na sequência do cálculo analítico de poligonal. O


desenho será feito com as coordenadas totais.

 LOCAÇÃO DOS PONTOS IRRADIADOS


 INTERPOLAÇÃO ENTRE OS PONTOS IRRADIADOS

1) Somente interpolar pontos imediatamente próximos;


2) Não cruzar direções de interpolação;
3) Não passar uma direção de interpolação muito perto de pontos de cota conhecida.
40 Método das seções transversais
 GENERALIDADES:

 Especificamente usado para a obtenção de curvas de nível em faixas.


Facilmente relacionado com projetos de linhas de transporte. São obtidas
curvas de nível em faixas com cerca de 300m de largura com o
comprimento previsto pela estrada
41 Método das seções transversais
 ATIVIDADES NO CAMPO:

a) Estabelecimento e levantamento planimétrico da poligonal;


b) Nivelamento geométrico da poligonal;
c) Levantamento planialtimétrico das seções transversais

 ATIVIDADES NO ESCRITÓRIO

a) Cálculo e desenho da poligonal;


b) Desenho das seções transversais;
c) Interpolação;
d) Traçado das curvas de nível
42 Método das seções transversais
43 EXERCÍCIOS

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