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Projeto Mecânico de

Linhas de Transmissão
Curvas de nível e perfil topográfico
Introdução

• Em uma planta topográfica, uma curva de nível


caracteriza-se como uma linha imaginária que une
todos os pontos de igual altitude de uma região
representada

• É chamada de "curva" pois normalmente a linha que


resulta do estudo das altitudes de um terreno são em
geral manifestadas por curvas

Curvas de nível representam no mapa a altitude em


metros (m) e o formato do relevo
Porque são importantes?

• A menor ou maior declividade do relevo de uma área


qualquer:
 torna os solos mais ou menos suscetíveis à erosão ou a
escorregamentos
 facilita ou dificulta a construção de cidades, rodovias,
ferrovias, oleodutos ou linhas de transmissão
 favorece ou não a instalação de fábricas ou a
mecanização agrícola.

• A topografia interfere na ocupação do espaço


geográfico.
Declividade

• As curvas de nível permitem a visualização da declividade


(inclinação)
• Declividade entre pontos do terreno é a relação entre a
distância vertical e horizontal entre eles.

Em porcentagem:

dH ou h Em valores angulares:
Inclinação (º) = arctg α
α
D Horizontal ou c
Classificação da declividade

Classe Declividade Declividade Classificação Relevo


% °
A <3 <1,7 Plano Com desníveis  zero
B 3a6 1,7 a 3,4 Ondulado Com desníveis < 20,0 m
C 6 a 12 3,4 a 6,8 Movimentado Com elevações entre 20 e 50 m
D 12 a 20 6,8 a 11,3 Acidentado Com elevações entre 50 e 100 m
E 20 a 40 11,3 a 21,8 Montuoso Com elevações entre 100 e 1000 m
F >40 >21,8 Montanhoso Com elevações superiores a 1000
Fonte: Embrapa
• A legislação ambiental brasileira proíbe o desmate e
plantio em terrenos com declividade maior que 45° por
se tratar de Áreas de Preservação Permanente (APP)
devido a alta tendência a erosão
Geração de Curvas de Nível

 São linhas curvas fechadas formadas a partir da interseção de


vários planos horizontais com a superfície do terreno
 Todos os seus pontos estão situados na mesma cota
altimétrica, ou seja, todos os pontos estão no mesmo nível.
Curva de nível

Curvas mestras

Curvas mestras: (linhas mais escuras)


Número de linhas existente entre elas
nos fornece a equidistância
Equidistância

• É a separação vertical entre as linhas representadas


pelas curvas de nível (distância entre uma curva e
outra)

Representação
única no mapa
Equidistância

• A equidistância vertical das curvas de nível varia com a


escala da planta e recomenda-se os valores abaixo:

Escala Equidistância Escala Equidistância


1:500 0,5 m 1:100.000 50,0 m
1:1.000 1,0 m 1:200.000 100,0 m
1:2.000 2,0 m 1:250.000 100,0 m
1:10.000 10,0 m 1:500.000 200,0 m
1:25.000 10,0 m 1:1.000.000 200,0 m
1:50.000 20,0 m 1:10.000.000 500,0 m
Características

Terrenos planos Terrenos acidentados


Características

Jamais se cruzam

Jamais convergem

Jamais surge do nada e


desaparece

Inicia e termina no mesmo ponto


Características

Nos cumes e depressões o relevo deve ser


representado por pontos cotados
Características

Curvas de maior valor


envolvem as de menor
valor no caso das
depressões e vice-versa
para as elevações
Principais acidentes geográficos
naturais
Espigão – elevação alongada

Corredor – faixa de terreno entre duas


elevações de grande extensão

Talvegue – linha de encontro de duas


vertentes opostas onde a água tende
a se acumular formando cursos
d’água (pela base)
Divisor de águas – linha
formada pelo encontro de
duas vertentes opostas
(pelo cume)
Principais acidentes geográficos
naturais

Vale – superfície côncava


formada pela união de duas
vertentes opostas (pela base)

Dorso – superfície convexa


formada pela reunião de duas
vertentes opostas (pelos
cumes)
Principais acidentes geográficos
naturais
Construção de um perfil topográfico
Construção de um perfil topográfico
Construção de um perfil topográfico

• É uma representação gráfica de um corte vertical do


terreno segundo uma direção previamente escolhida e
pode ter diversas aplicações
 delimitação de áreas
 construção de estradas
 edifícios
 barragens
 pontes, túneis, viadutos
 planejamento de linhas de transmissão e
eletrificação
Construção de um perfil topográfico

• A construção de um perfil topográfico compreende as


seguintes etapas:

1) Sobre o mapa topográfico traça-se uma reta, que


corresponde à seção transversal do perfil que
pretende-se construir

2) Cola-se sobre o mapa uma folha de papel milimétrico


ou quadriculado de maneira que o eixo horizontal
sobre o qual se vai construir o perfil seja paralelo à
linha reta que foi traçada no mapa
Construção de um perfil topográfico

3) Projeta-se sobre o eixo horizontal a intersecção de


cada curva de nível com a linha reta, tendo em conta a
cota de altitude correspondente

4) Traça-se um eixo vertical, que representa a altitude


ou cotas

5) Recorrendo ao eixo vertical localiza-se e marca-se o


valor de cada curva de nível projetado

6) Depois de marcados, unem-se todos os pontos


correspondentes às curvas de nível projetadas dando
origem a um perfil topográfico
Construção de um perfil topográfico
Exercício

• Trace o perfil topográfico do relevo abaixo:


Recomendações projeto
Implementação do traçado

• As deflexões da linha projetada deverão ser reduzidos ao


mínimo, tanto em grandeza como em quantidade.

• Nos casos em que, pelos acidentes encontrados, se torne


necessária ou obrigatória uma deflexão grande, deverá ser
levado em consideração o seu possível desdobramento.

• O traçado deverá tanto quanto possível, desenvolver-se


em regiões de fácil acesso, deverá ser desviado de
picos altos, correndo por encostas laterais. Deverá evitar
aproximação com indústrias das quais emanem fumaça
ou gases corrosivos (indústrias químicas, fábricas de
cimento, etc.).
Recomendações projeto
Implementação do traçado

• Deve ser evitada a aproximação com pedreiras,


jazidas de minério em exploração, depósitos de
explosivos ou combustíveis e refinarias, reservas
indígenas e unidades de conservação.

• Deverão também ser evitadas benfeitorias,


construções onerosas, tais como barragens,
aeroportos, autódromos, monumentos, loteamentos e
terrenos muito valorizados, pantanosos, rochosos
ou sujeitos a erosão e obras de interesse social
como escolas, hospitais, igrejas, cemitérios, etc.
Recomendações projeto
Implementação do traçado

• Deverão ser verificados ao longo dos traçados a


existência ou projetos de rodovias, ferrovias, adutoras,
rede de esgotos, rede subterrânea elétrica e telefônica,
linhas aéreas e subterrâneas, obras existentes ou
planejadas, e tudo mais que possa tornar-se fator
decisivo na definição do traçado.

• Para esta verificação deverão ser colhidos dados


perante às Prefeituras e outros órgãos regulares, tais
como: DNIT, BRASIL TELECON, EMBRATEL, etc.
Fatores restritivos a implantação do
traçado
• Fatores que podem determinar modificações no traçado:
• Áreas que requeiram desmatamento excessivo;
• Reservas florestais;
• Áreas povoadas, loteadas ou edificadas:
• Terrenos inacessíveis:
• Terrenos geologicamente instáveis;
• Travessias com linhas de transmissão e comunicações;
• Travessias sobre rios, canais ou reservatórios;
• Obras de interesse social (cemitérios, escolas, hospitais, igrejas...);
• Terrenos pantanosos ou que requeiram fundação especial;
• Reservas indígenas e unidades de conservação ambiental;
• Cruzamentos de estradas de ferro e rodagem;
• Cruzamentos e aproximação com oleodutos, gasodutos e adutoras;
• Picos e regiões muito elevadas;
Material para consulta:

• Eletrosul Centrais Elétricas S.A. Especificação técnica para serviços


de topografia, cadastro e georreferenciamento condições gerais

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