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O Estudante O Supervisor
……………………………………..… ……………………………………
(Leonel Carlos Alfredo Guiamba ) ( Eng. Gabriel Chico Viegas)
Dedico este trabalho a aqueles que acreditam que podemos respeitar o meio ambiente. De
igual modo, dedico aos meus familiares, em especial a sua filha Yarin da Esa Leonel
Guiamba, e a sua esposa Teresa Inocência Francisco Vuma, que são a razão de suas lutas
constantes, com vista, a melhorar cada vez mais a sua condição de vida.
Agradecimentos
Em primeiro lugar a Deus por me dar saúde e proteção. Aos meus pais por terem-me colocado
no mundo, e pelo apoio e proteção. Ao meu supervisor Eng. Gabriel Chico Viegas, pela
paciência, orientação e compreensão durante a fase da produção do trabalho de final de curso
(Monografia). Ao Serviço Provincial de Infra-Estruturas de Inhambane especialmente ao
Departamento de Recursos Minerais, e sua equipe técnica pela colaboração e disponibilização
do espaço para a realização do estágio. Aos presidentes das Associações e Cooperativas
mineiras pelo apoio e compreensão durante a fase de coleta da informação para a compilação
da presente monografia. Em fim, agradeço a todos que, de alguma forma ou de outra
contribuíram para minha formação académica.
Epigrafe
(João 15.5)
Declaração de Compromisso de honra
Declaro que este trabalho com o título intitulado, Análise do Impacto da Extração de Argila
no distrito de Jangamo, Povoado de Indudo (2015-2021), foi por mim realizado e nunca foi
usado para a obtenção de nenhum grau académico é composto por investigações feita pelo
autor do presente trabalho. Importa referenciar que para a elaboração da monografia foram
usadas as legislações mineiras, ambientais e referências bibliográficas. Este trabalho é
realizado como requisito para a obtenção de grau de licenciatura em Gestão Ambiental na
UnISCED-Centro de Recursos da Maxixe
---------------------------------------------------------------
(Leonel Carlos Alfredo Guiamba)
i
Resumo
O presente estudo, tem por objetivo trazer a luz a análise dos danos ambientais verificados ao
longo das margens do Rio Mutamba, no Povoado de Indudo, Distrito de Jangamo de modo a
adotar melhores medidas, de mitigação dos seus efeitos nefastos. Para alcançar este objetivo,
primeiro fez-se a planificação da pesquisa, definição do assunto, escolha e delimitação do
tema, busca de fontes e fundamentação, elaboração dos objetivos e da justificativa do projeto,
a metodologia adequada à pesquisa, bem como os instrumentos a serem utilizados no decorrer
do trabalho.
Seguidamente fez-se a execução da pesquisa propriamente dita, a definição das áreas a serem
observadas e estudadas no Povoado de Indudo, formulou-se as hipóteses da pesquisa; coletou-
se os dados e informações por meio de visitas, observações, fotografias, digitalização de
imagens de abrangência do Rio, adquiridas pelo satélite online do Sistema de Informação
Geográfica (SIG) disponível no software Google Earth e entrevistas. Por último foi verificado
os dados coletados, analisou-se criticamente os dados, deduziu e criou significadas,
comparações e argumentação e apresentação dos resultados que estão expostos adiante. E por
fim concluiu-se o trabalho mostrando os resultados obtidos, verificando as teorias, deduzindo
causas e consequências.
ii
Abstract
The present study aims to shed light on the analysis of the environmental damage verified
along the banks of the Mutamba River, in Povoado de Indudo, District of Jangamo, in order to
adopt better measures to mitigate its harmful effects. To achieve this objective, first the
research was draped, subject definition, theme choice, theme delimitation, search for sources
and justification, elaboration of the objectives and justification of the project, the appropriate
methodology for the research, as well as the instruments to be used in the course of the work.
Then, the research itself was carried out, the areas to be observed and studied in the town of
Indudo were defined, the research hypotheses were formulated; data and information were
collected through visits, observations, photographs, digitization of images of the river's scope,
acquired by the online satellite of the Geographic Information System (GIS) available in
Google Earth software and interviews.
Finally, the collected data was verified, the data was critically analyzed, deduced and created
meanings, comparisons and, argumentation and presentation of the results that are exposed
below. Finally, the work was concluded, showing the obtained results, verifying the theories,
deducing causes and consequences.
iii
Lista de Abreviaturas
iv
Lista de Figuras
Gráficos
Gráfico 1: Perfil Topográfico da área em estudo com a cota mais alta de 15m de altitude ................. 24
Tabelas
Tabela 1: Ilustra a distribuição percentual dos principais impactos ambientais na área de estudo. ..... 44
v
ÍNDICE
CAPITULO I. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 8
1.1.Introdução ............................................................................................................................. 8
1.2.Problematização.................................................................................................................... 9
1.3.Objetivos............................................................................................................................... 9
1.3.1.Geral .............................................................................................................................. 9
1.3.2.Específicos ......................................................................................................................... 9
1.4.Justificativa ......................................................................................................................... 10
1.5.Delimitação do Tema.......................................................................................................... 10
1.6.Limitação do Trabalho de Pesquisa .................................................................................... 10
1.7.Questões de Pesquisa .......................................................................................................... 11
CAPÍTULO II. REVISÃO DA LITERATURA....................................................................... 12
2.1.Breve Historial do Povoado de Indudo............................................................................... 12
2.2.Argila .................................................................................................................................. 14
2.3.Mineração e Impactos Ambientais ..................................................................................... 16
2.4.Impactos Causados ............................................................................................................. 19
2.5.Avaliação dos Impactos Ambientais .................................................................................. 19
CAPITULO III: METODOLOGIA .......................................................................................... 21
3.1. Tipo de Pesquisa ................................................................................................................ 21
3.1.1. Quanto aos Objetivos ..................................................................................................... 21
3.1.2. Quanta abordagem .......................................................................................................... 21
3.1.3. Quanto aos procedimentos técnicos ............................................................................... 21
3.2. Universo e Amostra ........................................................................................................... 21
3.2.1. Universo ......................................................................................................................... 21
3.2.2. Amostra .......................................................................................................................... 22
3.2.2.1. Tipo de Amostra .......................................................................................................... 22
3.3. Identificação das áreas de extração a partir de imagens de satélite ................................... 22
3.4. Localização da Área de Estudo ......................................................................................... 23
3.5. Geologia da área de estudo ................................................................................................ 24
3.6. Processo Extrativo ............................................................................................................. 25
3.7. Fluxograma das fases do ciclo da extração da argila até a comercialização dos seus
derivados ................................................................................................................................... 26
3.8. Organização dos operadores mineiros no povoado de Indudo .......................................... 27
vi
3.9. Analise dos Impactos Ambientais e as suas medidas estratégicas de Mitigação .............. 27
3.9.1. Impactos Negativos no meio Biofísico, Durante a fase de construção .......................... 27
3.9.2. Perturbação e/ou perda de Habitat para a Fauna e Flora ................................................ 28
3.9.3. Geração de Resíduos Sólidos e Líquidos ....................................................................... 28
3.9.4. Poluição das Águas Superficiais .................................................................................... 29
3.9.5. Degradação da Qualidade do Ar ..................................................................................... 29
3.9.6. Exposição das covas resultantes da extração da argila ................................................... 30
3.9.7. Plano de Recuperação Ambiental e Paisagista das áreas lavradas ou covas abandonadas
.................................................................................................................................................. 30
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...... 32
4.1. Apresentação dos resultados.............................................................................................. 32
4.1.1. Identificação das áreas de extração a partir de imagens de satélite ................................ 32
4.1.2. Discussão de Resultados................................................................................................. 39
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................... 47
5. 1. Conclusão ......................................................................................................................... 47
5.2. Recomendação ................................................................................................................... 48
6.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 49
Apêndices ................................................................................................................................. 51
vii
CAPITULO I. INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
A argila pode ser definida como um material terroso, de granulação muito fina, que adquire
plasticidade, quando humedecida com água. Este mineral é de grande importância para o
segmento de construção civil, pois, através dele se obtém tijolos, telhas, entre outros produtos
derivados da argila. O uso e exploração intensivos deste recurso natural têm degradado o meio
ambiente de forma significativa, e gera impactos ambientais como, por exemplo, alteração da
paisagem, formação de lagoas, alteração da topografia, alteração na estrutura e biologia do
solo (Cabral & Gustavo (2005).
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presente pesquisa, nesse capítulo são apresentados os principais conceitos sobre o tema em
alusão.
1.2. Problematização
A Extração massiva de Argila para produção de tijolos vem sendo uma estratégia encontrada
para a redução de construção de casas feitas de material precária, com maior incidência no
Distrito de Jangamo, Povoado de Indudo na Província de Inhambane, provocando impactos
ambientais a curto e longo prozo.
O problema que se levanta nessa pesquisa é baseado mediante as observações feitas pelo autor
do presente trabalho nas baixas de inundação ao longo do Rio Mutamba no povoado de
Indudo, localizada no Distrito de Jangamo. Face a estes cenários levanta-se o seguinte
problema:
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✓ Identificar os impactos ambientais ocasionados pela extração e queima da argila para
produção de Tijolo;
✓ Analisar os fatores que mais contribuem para ocorrência de danos ambientais, num
período de 2015 – 2021;
✓ Descrever todo o processo de extração, processamento e comercialização deste a
matéria-prima até ao produto final o tijolo.
1.4. Justificativa
✓ A realização dessa pesquisa justifica-se pela vocação pessoal do autor em resolver um
dos principais problemas ambientais que afetam o distrito e ainda pelo nível de
perigosidade que –se verifica pela extração de Argila sem observância de normas
básicas de gestão ambiental, no Povoado de Indudo, Distrito de Jangamo.
O estudo poderá ser útil ao Governo do Distrito de Jangamo, Serviço Provincial do Ambiente,
Serviço Provincial de Infra-Estruturas, AQUA, (Agência Nacional de Controle de Qualidade
Ambiental), na tomada de decisões, pois, através dessa pesquisa poderá despertar ainda mais
sobre a necessidade de elaboração de políticas com vista a preservação do meio ambiente.
A pesquisa foi realizada nas baixas de inundação ao longo do Rio Mutamba no Povoado de
Indudo, localizada no Distrito de Jangamo, através de questionários feitos aos exploradores
mineiros, estruturas de base locais, Centro de Saúde localizado no Povoado de Indudo,
Serviço Provincial de Infra-estruturas de Inhambane, uso de imagem de satélites através do
Google Eart, Software QKIS versão 3.24.2, fotografias e pesquisas bibliográficas.
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1.7. Questões de Pesquisa
✓ Quais são as áreas mais afetadas pela extração de Argila no Povoado de Indudo no
Distrito de Jangamo?
✓ Que atividade era exercida antes da extração de argila no povoado de Indudo Distrito
de Jangamo?
✓ Quais são os impactos ambientais que podem ser levantados ao longo do período em
estudo?
✓ Como é que os exploradores mineiros de Argila no Povoado de Indudo estão
organizados?
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CAPÍTULO II. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Breve Historial do Povoado de Indudo
Para alterar esta realidade precisa-se de lidar com os desafios da realidade contemporânea,
redefinir a tradição e ter acesso a mercados onde o produto manufaturado, com vista a dar ou
acrescer o valor na sua utilização.
Todo este ciclo de valores, a médio a longo prazo, aumenta as oportunidades de emprego e os
meios de subsistência, criando um impacto positivo na qualidade da vida das comunidades.
Para o benefício direto das comunidades locais o Ministério dos Recursos Minerais e Energia
designou uma área designada n°5312AD, de 3.521.46Ha para o exercício da atividade
mineira, que abrange o Distrito de Jangamo e Cidade da Maxixe, de acordo com n° 1 do
Artigo 49 da Lei nº20/2014 de 18 de Agosto (Lei de Minas), conjugado com o Artigo 116,
Decreto 31/2015 de 31 de Dezembro.
Na mesma area designada do lado do Distrito de Jangamo que é area de estudo da pesquisa
existem duas cooperativas legalmente constituida, (Oleiros de Mutamba), com 22 membros
sendo 10 mulheres e 11 homens dedicados a exploração e venda de Argila,( Sonho de
Indudo), com 13 homens e uma 1 mulher, igualmente dedicados a exploração e venda de
Tijolos e uma associação mineira legalmente constituida,( Josina Machel), com 11 mulheres
e 1 um homem dedicada a exploração e venda de produtos derivados da argila sendo potes,
panelas de barro entre outros, existem igualmente mais de 500 operadores mineiros informais
que não tem nenhuma filiação legal.
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fértil das zonas baixas, com a falência da fábrica de processamento por sabotagem por parte
dos trabalhadores por falta de pagamento dos seus salários/ordenados em 1970, os
trabalhadores que muito deles eram viventes dos outros distritos mas próximos procuraram
outras formas de sustento e descobriram a Argila e começaram a produzir os tijolos.
Por saber que era uma região com uma quantidade de Argila significativa para ser explorada,
o Serviço Provincial de Infra-estruturas de Inhambane, promoveu campanhas de
sensibilização aos operadores mineiros para se constituírem em associação ou cooperativas
para aderirem ao licenciamento mineiro.
Dentre os segmentos da mineração existe um que tem como objeto de extração mineral
considerados como de interesse social. São assim denominados por serem consumidos
diretamente pela sociedade nas obras e melhorias de infra-estrutura e em edificações, trata-se
dos agregados minerais de emprego imediato na construção civil. Esses minerais desfrutam de
um regime de concessão mineral diferenciado em relação às demais categorias de minério,
trata-se do regime de licenciamento, para o poder privado e regime de extração para o poder
público, que segundo a legislação mineira autorizam a extração mineral de certas substâncias
de grande interesse social, como areias, cascalhos e Argilas.
A mineração, como toda atividade que intervém no meio ambiente, gera impactos no local e
ao redor do empreendimento, esse conceito também vale para os minerais de interesse social
que impõe relativa intervenção antrópica no meio em que se encontram, resultando assim em
impactos que comprometem a qualidade do meio ambiente.
Como o presente estudo teve como objetivo a realização da análise dos impactos ambientais
de áreas mineradas de Argila com base em geotecnologias, serão apresentados alguns
conceitos importantes que deram suporte a realização desse trabalho, o primeiro desses, é um
apanhado conceitual sobre o objeto principal da pesquisa: o minério de Argila.
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2.2.Argila
As Argilas são materiais terrosos naturais que, quando misturados com água, adquirem a
propriedade de apresentar alta plasticidade (Kerry, 2008).
Argilas são materiais terrosas naturais, que misturadas com a água adquirem a
propriedade de apresentar alta plasticidade. As argilas são compostas de partículas
coloidais de diâmetro inferior a 0,005 mm, com alta plasticidade quando húmidos e que
formam torrões de difícil desagregação quando sob pressão (Bar, 2003).
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Quimicamente, as argilas são formadas essencialmente por silicatos hidratados de alumínio,
ferro e magnésio. Designa ainda o nome argila, um grupo de partículas do solo cujas
dimensões se encontram entre uma faixa especificada de valores (Santos, P., 1975).
Santos (1989) citado por (Bastos, 2003) define argila como um material natural, terroso, de
granulometria fina, que geralmente adquire, quando humedecido em água, certa plasticidade
Segundo (Bauer, 1994) as argilas podem ser chamadas de residuais e sedimentares. São
residuais quando o depósito é no próprio local onde houve a decomposição, e são
sedimentares quando o depósito fica longe da localização da pedra e de uma forma geral.
15
A principal matéria-prima para a produção de blocos cerâmicos é a argila. As indústrias de
cerâmica vermelha empregam duas ou mais argilas para a obtenção de uma massa com as
características desejadas (Bastos, 2003).
As argilas ideais para fabricação de blocos cerâmicos devem, de modo geral, ser de fácil
desagregação e permitir moldagem adequada; apresentar granulometria fina e distribuição
granulométrica conveniente (para garantir o controle das dimensões finais do produto);
possuir teor de matéria orgânica que possa conferir, juntamente com a granulometria, boa
plasticidade e resistência mecânica suficiente para evitar deformações e permitir o manuseio
das peças cruas; apresentar baixo (ou nenhum) teor de carbonatos, sulfatos e sulfitos, ABC,
(2002).
Sobre esses impactos, (Silva, 2007) afirma que eles alteram intensamente a área minerada e as
áreas vizinhas, onde são realizados os depósitos de estéril e de rejeito. Além do mais, quando
temos a presença de substâncias químicas nocivas na fase de beneficiamento do minério, isto
pode significar um problema sério do ponto de vista ambiental.
Segundo (Bitar,1997) a mineração provoca um conjunto de efeitos não desejados que podem
ser denominados de externalidades. Algumas dessas externalidades são: alterações
ambientais, conflitos de uso do solo, depreciação de imóveis circunvizinhos, geração de áreas
degradadas e transtornos ao tráfego urbano.
16
O autor destaca ainda que estas externalidades geram conflitos com a comunidade, e que
normalmente tem origem quando da implantação do empreendimento, pois o empreendedor
não se informa sobre as expectativas, anseios e preocupações da comunidade que vive nas
proximidades das áreas de mineração. Neste especto se torna favorável que o operador
mineiro cumpra com as normas ambientais, a fim de minimizar esses transtornos.
Sobre o assunto, (Silva, 2007) ressalta que esse processo é ainda mais evidente nas áreas de
extração de agregados para a construção civil, pois a produção desses minerais, por fatores
mercadológicos, impõe sua atuação próxima dos centros consumidores, caracterizando-se
como uma atividade típica das regiões metropolitanas e urbanas.
Por esse motivo pode-se dizer que esse tipo de mineração, se não administrado de maneira
correta, também se configura um problema de gestão ambiental urbana, uma vez que essas
jazidas estão em áreas onde existe certa concentração populacional e afetam direta ou
indiretamente a qualidade ambiental nessas áreas.
Sobre a mineração em áreas urbanas e periurbanas, o (Ibama, 2006) afirma ser um dos fatores
responsáveis pela degradação do subsolo. Atualmente, junto as cidades, é comum a existência
de enormes áreas degradadas, resultante das atividades de extração de argila, entre outros
minerais.
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constituem a Argila) e muitas vezes do próprio solo Argiloso,
sem qualquer cuidado de proteção do entorno ou de
panejamento da extração. Como resultado, verifica-se a quase
impossibilidade de recuperação vegetal, uma vez que não há
mais substrato fértil para o seu desenvolvimento e sim um
substrato árido (quase rocha fresca), com alto índice de acidez,
devido a característica da rocha. Além disso, a degradação pode
encontrar terreno com alta suscetibilidade a movimentos de
massa, ampliando ainda mais a área degradada, especialmente se
houver interferência antrópica, neste caso gerando áreas de
risco.
Segundo (Guerra, 2005) outro impacto da extração mineral é a perda do solo por erosão, que
consiste num problema ambiental que debilita extensas áreas funcionais à agricultura e à
ocupação urbana, além de provocar assoreamento nos mananciais. Isto é devido à falta de
panejamento no uso e manejo dos solos a qual vem despertando grande preocupação das
ciências ambientais.
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2.4. Impactos Causados
Consideram-se impactos ambientais todos e qualquer alteração oriunda das atividades
antropológicas capazes de modificar as características físicas, químicas ou biológicas do meio
natural e social. Cortes de árvores (madeira utilizada como lenha no processo de queima da
cerâmica), degradação ambiental (exploração das jazidas de argila da área local), erosão do
solo na localidade, poluição atmosférica e destinação dos resíduos cerâmicos, são alguns dos
impactos ambientais cuja definição legal, pode ser encontrada no art.º. 1 da Resolução
001/1986 – CONAMA, assim expressa:
Analisando essa resolução, percebemos que qualquer atividade que o homem exerça no meio
ambiente provocará um impacto ambiental. Esse impacto, no entanto, pode ser positivo ou
não. Infelizmente, na grande maioria das vezes, os impactos são negativos, acarretando
degradação e poluição do ambiente.
Os impactos ambientais podem ser avaliados como positivos e negativos. Os negativos estão
em maior destaque por gerarem maiores efeitos danosos na sociedade, no entanto os impactos
positivos não são tão destacados, todavia acontecem frequentemente por meio das inúmeras
ações destinadas à preservação do meio ambiente. Nas olarias de processamento cerâmico o
principal impacto está relacionado com a queima do tijolo pois as cinzas, como produto final
da queima da lenha, por ter origem orgânica e possuir diversas quantidades de micronutrientes
em sua composição pode também auxiliar na agricultura como adubo. Por outro lado, como
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impacto ambiental negativo, o processo de combustão na fabricação do tijolo cerâmico pode
ocasionar problemas a população vizinha dessas olarias, tais como: irritação e ardência nos
olhos, problemas respiratórios podendo ainda ocasionar danos na vegetação local, (Pires,
2001)
20
CAPITULO III: METODOLOGIA
Este capítulo encontra-se reservado para a apresentação de todos os procedimentos e métodos
que foram aplicados para a materialização dessa pesquisa. De acordo com (Prodanov &
Freitas 2017), a metodologia refere-se a caminhos que são usados para o alcance dos objetivos
delimitados nessa pesquisa.
21
Machel), maior parte dos operadores mineiros exercem atividade mineira ilegalmente isto é
sem a obtenção de nenhum titulo mineiro.
3.2.2. Amostra
Em concordância com (Gil2008 p. 109), a amostra refere-se ao Subconjunto do universo ou
da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse
universo ou população. Para representar aos moradores e responderem as questões que são
relacionadas com os impactos ambientais resultados pela extração e queima da argila no
Povoado de Indudo, baixa de Mutamba, Distrito de Jangamo.
22
Figura 2: Área de exploração delimitada por meio de curvas de nível
Fonte: Leonel Guiamba 2022
3.4. Localização da Área de Estudo
O Rio Mutamba, também conhecido por rio de Inhambane, é um rio de Moçambique, que
nasce próximo da Lagoa Nhangela, no distrito de Inharrime, e que correndo de oeste para
leste desagua na baía de Inhambane. Antigamente teve os nomes de rio do Cobre e rio dos
Reis. O rio tem um comprimento de 65 km e a sua bacia hidrográfica uma área de 748 km2.
23
Gráfico 1: Perfil Topográfico da área em estudo com a cota mais alta de 15m de altitude
24
3.6. Processo Extrativo
A argila se encontra a 1/1.5 a 3 metros de profundidade (de qualquer forma não poderiam
extrair a maior profundidade por causa da lâmina de água e matope). O potencial de produção
é grande, porém na época das chuvas, de Dezembro a Fevereiro, a produção é menor.
A B
✓ São produzidos por volta de 150 a 250 tijolos diários (nos dias em que se produzem).
Ou seja, aproximadamente 1000 tijolos em duas semanas
✓ Preços e especificações;
✓ O Preço do tijolo é de 8 meticais e de 10 meticais no período das chuvas
Os trabalhadores sazonais recebem 1.4 meticais por tijolo produzido as Dimensões do tijolo:
30 x15 x 8 cm.
25
3.7. Fluxograma das fases do ciclo da extração da argila até a comercialização dos seus
derivados
Exploração
Matéria-prima
Etapa primária
(Argila)
Transporte
Matéria-prima
(Argilas)
Desagregação
Mistura
Etapa de transformação
Moldagem
Secagem
(ao ar)
Queima/forno 850°C
Estocagem
Comercialização
26
3.8. Organização dos operadores mineiros no povoado de Indudo
Em termos de organização do trabalho, as cooperativas sonho de Indudo, Oleiros de Mutamba
e associação Josina Machel mantém contratos verbais, e para aceder á área de extração os
mineiros tem que obter autorização e pagar uma taxa. Os mineiros sazonais são pagos pelos
tijolos produzidos por dia. Cada mineiro é responsável por todas as fases até à venda do
produto. Em termos de comercialização, os fogões são vendidos a um único comprador, mas
os tijolos têm diferentes compradores.
Os mineiros incorrem em custos adicionais para a produção do produto final, tendo sido
identificados os seguintes:
Medidas de Mitigação
Para minimizar este impacto sobre o cenário estético-visual da paisagem na área de estudo
caso concreto no Povoado de Indudo na baixa de mutamba é necessário -se observar o
seguinte;
27
✓ As infra-estruturas precisam ser executadas com material que permita reduzir o
contraste paisagístico na área em estudo e nos seus arredores.
Por outro lado os ecossistemas terrestre que dependem de águas da baixa de Mutamba caso
concreto de gado bovino entre outras espécies de aves que habitam estão sendo afetados
devido a modificações do terreno. Medidas de Mitigação׃
A área de estudo é composto por uma flora que a comunidade local e os exploradores
mineiros aproveitam para a produção de lenha usado para queima de tijolo, entre outros fins.
Assim sendo os efeitos acima descritos considera-se negligenciáveis;
28
✓ As garrafas plásticas, latas, vidros, cascas de cana-de-açúcar devem ser depositadas
em latas de lixos devidamente etiquetados;
✓ Aos entulhos de lenhas dispersos podem ser reaproveitados para confeição das suas
refeições uma vez que grande parte de operadores tem as suas residências instaladas
na área estudo.
✓ Construir sanitários a menos de 300 metros dos cursos de água em áreas onde possa
perturbar ou afetar a segurança das comunidades locais;
✓ Deve-se dar atenção ao armazenamento de material fora das linhas dos cursos
existentes e terras húmidas, de forma a minimizar a sedimentação ao longo dos corpos
hídricos
29
✓ Fazer consultas permanentes nos centros de saúde de modo a estar informado sobre
o seu estado de saúde.
C D
30
imediatamente com as mesmas características da área inicial, e manter a vegetação
indígena ao redor do buraco.
✓ Quando a paisagem a recuperação é lenta por isso as atividades de reabilitação devem
ocorrer de forma progressiva com os trabalhos de exploração, procurando-se na
medida do possível a restauração das condições ambientais antes existentes.
31
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1. Apresentação dos resultados
4.1.1. Identificação das áreas de extração a partir de imagens de satélite
A figura 8 ilustra a digitalização dos contornos das áreas ou focos de extração massiva e
desordenada adjacente ao rio Mutamba, referentes aos seguintes anos, 2015 (cor vermelha),
2016 (cor amarela), 2017 (cor rosa claro), 2018 (cor verde-carregado) 2019 (castanho
carregado) 2020 (cor amarelo). A escolha dos anos para digitalização, levou-se em
consideração dois fatores, a saber: disponibilidade das imagens de satélite e qualidade das
imagens, devido a nebulosidade que apresentavam algumas das imagens. Da digitalização
feita na área de estudo nos anos escolhidos, numa extensão de aproximadamente de 12
hectares, identificou-se 6 pontos críticos de extração desordenada de argila sendo que o ponto
6 e 7 é diretamente influenciado pelos afluentes do rio Mutamba.
32
Na mesma figura acima mostra a disposição dos focos em extração, abandonados e em
processo de restauração ao longo dos afluentes das margens do rio Mutamba, no tempo (2015
a 2021). No ponto do foco 2, observa-se um buraco abandonado com as seguintes dimensões
12M de comprimento, 6 M de Largura e 1.5M de profundidade, cuja sua extração teve o seu
início em 2015, do cálculo de reserva do material extraído consta que foi extraído 108metros
cúbicos de argila como matéria-prima para produção de produtos cerâmicos. Porque a
extração de argila é exercida sem a observação de normas básicas de gestão ambiental
verifica-se a exposição do buraco sem nenhuma ação de reabilitação da área, proporcionado
um perigo iminente de acidentes para os residentes adjacentes área. Nos pontos dos focos 5,
3,e 4, tem quase as mesmas características no que concerne as dimensões sendo de 6M de
comprimento 2M de largura e 40 a 60cm de profundida, notou-se claramente que as
escavações são feitas a céu aberto, de qualquer forma não ultrapassaram 1M de profundidade
por causa da lâmina de água e matope o que faz com que os operadores mineiros abandonem
as frentes de extração para uma outra deixando as áreas sem reabilitação das mesmas. Nos
pontos dos focos 5 e 6, trata-se de focos cuja atividade extrativa Noé muito avança e pela sua
localização próxima aos afluentes das margens do Rio Mutamba, existem tensões e conflitos,
relacionadas ao uso da terra. Basicamente, os agricultores se apropriaram de algumas áreas
dentro da área designada e começaram a plantar bananeiras, inclusive, na área de extração.
Para além deste facto, existe um outro, relacionado com a manutenção das vias de acesso que
têm que ser compartilhadas. Em todos os pontos com a exceção de 6 a7, caracterizou-se com
uma tendência de insegurança devido aos buracos abandonados sem a sua reabilitação.
Figura 9-E: Exposição ao perigo do Buraco abertos 24° 03"00Sˮ 35° 18"10ˮ
Fonte, Leonel Guiamba 2022
33
F
Os moradores dos bairros vizinhos, e também dos próprios oleiros, destinam lixo de forma
inadequada dentro de cavas abandonadas. É possível encontrar estofados inutilizados, garrafas
plásticas, pneus, lixo orgânico, dentre outros. O lixo dificulta o processo de drenagem natural
da água e contamina as mesmas.
34
Figura 11: Fatores que influenciam a degradação ambiental 2015 a 2021
Fonte: Leonel Guiamba 2022
35
G
I J
36
No ponto1 na figura 11 há exposição de resíduos sólidos de garrafas plásticos expelidas pelos
operadores mineiros no chão adjacente ao rio Mutamba, causando inúmeros impactos
ambientais a destacar, o assoreamento do curso normal das águas do rio, perda da
Biodiversidade. Aumento da quantidade de lixo e desequilíbrio dos ecossistemas
prejudicando a vida dos animais marinhos; de acordo com a foto abaixo;
37
L M
38
N
O
Figura 15: Residências construídas junto aos fornos de queima de tijolo N e Operador
mineiro inalando a fumaça durante a queima do tijolo O.
Após a visita in locu, aos focos de extração da argila no terreno culminou na identificação e
classificação dos impactos ambientais de acordo com as várias escalas de tempo, com a
indicação da duração do impacto de 0 a 40 anos. Sendo de curto prazo (0 a 1 ano), médio
prazo (1 a 20 anos), de longo prazo, (20 a 40 anos), permanente (mais de 40 anos), Dessa
forma, observou-se que a maior parte dos impactos afeta o solo e o ar, além desses, há
impactos nos recursos hídricos e construções de habitações em locais propensos a inundações
de acordo com a figuras 22 P.
39
Rio Mutamba
40
Através desse estudo foi possível notar as alterações no ambiente devido à retirada da argila,
o segundo impacto observado foi a perda da camada superficial, (Ademais & Cardoso
2019), afirma que a retirada dessa camada se dá sem um mínimo de estudos e sem as devidas
licenças, o que agrava os impactos.
S T
41
U v
Além do mais, o local em que acontece a extração da argila, ficam enormes crateras a céu
aberto, que não passam por um processo de recuperação, ou seja, estas crateras deveriam ser
recobertas pelos rejeitos. O resultado é que estas crateras inundam com a água da chuva, e por
vez, esta água não serve para a comunidade, pois fica barrenta, imprópria para o consumo
humano. Este impacto classifica-se como sendo de longa duração, (20-40anos).
De acordo com a figura 9 do presente trabalho, da digitalização feita na área de estudo, nos
anos escolhidos, numa extensão de aproximadamente de 5 hectares, identificou-se 6 pontos
críticos de extração desordenada de argila, com maiores incidências para os focos 1e 2, cuja
extração segue em direção a estrada pavimentada que liga Mutamba e Agostinho neto. Esta
extração pode condicionar a circulação de bens e serviços nos próximos 5 anos caso não haja
uma intervenção de quem é de direito.
Este impacto afeta não só as pessoas que estão trabalhando sem EPI, mas também os
moradores do entorno das áreas em exploração, pois, as plumas de vento transportam o ar
para vários quilómetros do seu local de origem. De acordo com a figura 24 X
42
X
✓ Analise dos fatores que mais contribuem para ocorrência de danos ambientais,
num período de 2015 – 2021;
O impacto ambiental da extração de argila nas olarias pode ser definido, conforme já
mencionado por (Kopezinski, 2000), como negativo, e resulta da ação que induz o dano à
qualidade de um fator ambiental. A ação refere-se à forma de exploração que não atende às
especificações ambientais.
Os fatores ambientais que mais contribuíram param ocorrência de danos ambientais, num
período de 2015 – 2021; envolvem o desmatamento da vegetação nativa, a poluição do ar, a
poluição do solo, a extração desordenada, a construção de moradias nas planícies de
Inundação, o aumento da superfície lacustre, o descumprimento da legislação e a
possibilidade de esgotamento da jazida de argila.
43
✓ Processo de extração, processamento e comercialização desde a matéria-prima
até ao produto final o tijolo.
Ainda por meio das entrevistas e conversas com os operadores mineiros e membros das
comunidades de tal forma a perceber deles sobre os problemas socioeconómicos, ambientais e
culturas que mais afetam a comunidade no processo de exploração mineira de argila. Foram
entrevistadas 7 (sete) membros das comunidades selecionadas de acordo com a idoneidade e
influencia na comunidade local de Indudo, sendo líderes comunitários do 1° 2° e 3° escalão, 2
chefes de bairros, professores. Igualmente entrevistou-se presidentes das associações
mineiras, Josina Machel e cooperativas Sonho de Indudo e Oleiros de Mutamba, enfermeiros
do centro de saúde de indudo e operadores mineiros ilegais que não estão associados a
nenhuma cooperativa ou associação trabalhando por conta própria.
Tabela 1: Ilustra a distribuição percentual dos principais impactos ambientais na área de estudo.
Há esgotamento completo da vegetação nativa na área onde se explora a argila, por isso os
oleiros compram lenha de outras localidades para a queima do tijolo. Segundo os
representantes das Associações e cooperativas, quando havia árvore nas proximidades, o custo
44
da produção era bem menor; atualmente, a utilização de madeira consome grande parte dos
lucros de produção. De referenciar que outro impacto negativa com maior destaque de acordo
com os inqueridos é a exposição de covas/ou buracos abandonados a pós a extração o que
resulta no afogamento de crianças e animais domésticos.
Por causa da retirada da vegetação para o processo de escavação e retirada da argila, parte do
solo local fica desprotegido provocando processos de compactação em determinadas situações
e em lixiviação por outra. “Lixiviação do solo é um processo erosivo ocasionado a partir da
lavagem da camada superficial pelo escoamento das águas superficiais” (Ribeiro, 2020).
Uma vez o solo lixiviado fica impróprio para a agricultura, sendo assim, os terrenos que são
utilizados para a extração da argila acabam sendo abandonados pelos donos, que sobrevivem
da agricultura de subsistência
Além do mais, o local em que acontece a extração da argila, ficam enormes crateras a céu
aberto, que não passam por um processo de recuperação, ou seja, estas crateras deveriam ser
recobertas pelo rejeitos, camada superficial de solo com matéria orgânica que é removida do
local e não serve para a construção de peças cerâmicas para a construção civil. O resultado é
que estas crateras inundam com a água da chuva, e por vez, esta água não serve para a
comunidade, pois fica barrenta, imprópria para o consumo, em certos casos as escavações
transforma-se em cativeiro para a criação do peixe que é sustento para a comunidade local de
cordo com a figura 25 Y e Z.
y
Z
45
das encostas tendo como consequências o assoreamento e a desmoronada da mata ciliar
contribuindo para que estes recursos hídricos tornarem mais secos.
Ao extrair a argila, os operadores mineiros deitam o rejeito, ou seja, a parte superficial do solo
que é retirado, no leito do rio. Onde tira a argila fica uma cratera sem nenhuma proteção
vegetal, fazendo com que a área fique inabitável para o desenvolvimento da vegetação. O
rejeito é lançado ao rio e quando vem a enchente no período das chuvas ele é arrastado pela
correnteza da água contribuindo para o assoreamento destes e das lagoas.
46
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5. 1. Conclusão
Em termos de impactos sócio ambiental conclui-se que os fornos encontra-se perto das
residências o que propicia que a poluição gerada pelo cozimento do tijolo e do uso de
combustíveis lenhosos altamente poluentes não só afeta aos operadores mineiros e a
população onde estão localizados os fornos, mas também para cidades próximas porque os
fumos viajam, levando cinzas no ar e espalhando através da nuvem de fumaça que é gerada;
além do mal que está causando ao meio ambiente também, identificou-se a degradação de
vegetação nativa, essencialmente, pelo corte de árvores para obter lenha para o forno.
✓ Luvas não são usadas no manuseio dos produtos cerâmicos no processo de queima
✓ Botas não são usadas nas diferentes etapas de produção
✓ Máscaras de proteção não são usadas durante o manuseio dos fornos de queima.
47
5.2. Recomendação
A extração de argila no Povoado de Indudo, na baixa de Mutamba, distrito de Jangamo é
considerada uma atividade lucrativa e que gera renda. Mas o processo de extração é feito sem
preocupação com a recuperação das áreas de onde é retirado o material argiloso. Nesse
sentido o processo de exploração desse recurso causa uma série de impactos ambientais.
Dentre esses impactos existe um positivo, que é a geração de renda. Os demais foram
negativos como: assoreamento dos afluentes do rio Mutamba, retirada da mata ciliar,
compactação do solo, crateras a céu aberto que são inundadas com águas do próprio rio
Mutamba e da chuva e impróprias para a utilização humana. Impactos esses provocando
repercussões socioeconómicas uma vez que compromete a realização das atividades agrícolas
nas áreas em que realizam tal atividade extrativa.
48
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
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Região de Ji-Paraná/RO. Anais IX Simpósio de Sensoriamento Remoto, Santos,
Brasil, 11-18 de Setembro, p. 89-98.
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Bertrand Brasil.
✓ Batista, F. G. (2004), Caracterização física e mecanística dos agregados de argila
calcinada produzidos com solos finos na BR 163/PA. Rio de Janeiro Dissertação
(Mestrado).
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Região Metropolitana de São Paulo.
✓ Bitar, O. Y. (1997), Avaliação da recuperação de áreas degradadas por mineração na
região metropolitana de São Paulo. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo.
✓ Cabral, G. L. (2005), Metodologia de produção e emprego de agregados de argila
calcinada para pavimentação Dissertação (Mestrado).
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✓ Decreto n° 31/2015-aprova o Regulamento da Lei de Minas e seus anexo;
✓ Decreto n°20/2011-aprova o Regulamento de Comercialização de Produtos Minerais;
✓ Decreto n°26/2004-Regulamento Ambiental para Actividade Mineira;
✓ Farias, C.E.G.(2002), Mineração e meio ambiente no Brasil. Relatório do
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cerâmica vermelha. Ministério de Ciência e Tecnologia/Setembro 2022.
✓ Imap – Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Estado do Amapá.
Disponível em < http://imap-ap.com.br/infotexto.php?rg=1655894849>. Acessado em
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49
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operação de olaria. Engenharia Ambiental - Espírito Santo do Pinhal, v. 8, n. 1, p. 134-
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✓ Pires, J. N. (2021), Meio Ambiente – Gerenciamento de resíduos sólidos gerados no
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final do projeto. Belém: CPRM. 33p.
✓ Silva, (2010), Diagnóstico de área degradada por extração de saibro. Vianna Sapiens,
Juiz de Fora, v.1, edição especial.
✓ Souza, S.(2008), Geoprocessamento aplicado à identificação de áreas potencia à
degradação da qualidade da água. XI curso de especialização em geoprocessamento,
UFMG, departamento de cartografia.
✓ Valverde, F. Mendes. ( 2001) Agregados para Construção Civil. Balanço Mineral
Brasileiro.
50
Apêndices
51
Figura 16: Alpendres Feitos de Material não Convencional para a secagam de blocos de
Tijolos
52
Figura 17: Via de acesso principal que da acesso a diferentes frentes de extração na mina
53
Figura 18: Bloco de Tijolo após a queima
54
Figura 19: Rio Mutamba
55
Figura 20: Futura área de exploração
56
57
58
59
60
61
Guião de Entrevista aplicado aos operadores mineiros e Agregados Familiares
residentes no Povoado de Indudo, na Baixa de Mutamba Distrito de Jangamo.
Córdias Saudações,
Meu nome é Leonel Carlos Alfredo Guiamba, sou estudante da Universidade Aberta
ISCED e estou a desenvolver uma pesquisa, sobre Análise do Impacto da Extracção de Argila
no distrito de Jangamo, povoado de Indudo (2015-2021).Gostaria de convida-lo a responder
as seguintes questões.
62
6. Na sua opinião que impactos socioeconómicos a mineração criou nesse Povoado
nos últimos 6 anos?--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
7. O que acha que o governo poderia fazer junto aos operadores mineiros mineiros para
minimizar os problemas ambientais existente no Povoado de Indudo para?---------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
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8. Actividade que desenvolve tem senha mineira?-----------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
9. A quanto tempo pratica a mineração nessa área?----------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
10. A mineração sua principal fonte de rendimento?---------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
11. Em que período do ano pratica a mineração? --------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
12. Nos últimos 12 meses, qual foi o valor mais elevado das suas vendas nesta actividade?
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
13. Nos últimos 12 meses, qual foi o valor mais baixo das suas vendas nesta actividade----
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
14. Quantas pessoas prestam serviço para si-------------------------------------------------------
15. O senhor trabalha para uma associação ou cooperativa---------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
16. Dois mineiros explorados qual foi a sua produção em quantidade da ultima vez nos
ultimos12 meses-----------------------------------------------------------------------------------
17. Para quem vende a sua produção-----------------------------------------------------------------
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Questionário feito aos membros das comunidades
Este questionário foi direcionado a pessoas idóneas e influentes na comunidade local; lideres
comunitários, chefes das povoações, anciões isto é pessoas que conhecem a realidade da
comunidade local.
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10. Existem conflitos entre mineradores e moradores locais?------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
11. Quais são as principais causas de conflitos?----------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
12. Na vossa opinião acham que a mineração artesanal devia continuar nessa área?--------
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