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Foi assim que,de repente,
Kaco, o menino sapeca,
Percebeu que a palavra e a gente
Era uma mistura inteligente.
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Vejam só que mister
Ele achou dentro de mistério.
Também um rio, ela guardava
No finalzinho da palavra.
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Não podia ver galinha
Que já tirava a linha.
A dúvida logo vinha,
Quando lia sacola:
“Tiro saco ou cola?”
Fácil era retirar
A asa da casa,
A vela da fivela,
E o olho do repolho...
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E não parava por aí:
Olha a ema em siriema!
Boia em jiboia!
Pião em escorpião!
E a mão lá no limão!
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E como era esperto,
Chegava mais perto.
Via dentro do sapato
A sapa e o pato.
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Dentro do camaleão,
Encontrava a cama e o leão.
Cara e bola
Ele via na carambola!
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Kaco achava mais divertido
Deixando só o final:
Do baralho, o alho...
Da luva, a uva...
Do tucano, o cano...
Da almofada, a fada...
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Com tanto tira e esconde,
Kaco brincava e sorria.
Vibrava, com alegria,
A cada palavra que descobria.
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E você, também quer viajar
Nessa brincadeira?
Mas eu fico com brinca
Se você quiser a...
Cadeira!
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Franciélia Alves
Sou natural de Limoeiro, mas atualmente
resido em Morada Nova, Terra do Vaqueiro.
Muito cedo, ainda criança, descobri o
prazer que a leitura me proporcionava ao
me debruçar e viajar pelos contos de fada.
Amante dos livros, adoro contar, recriar e ler
boas histórias. Sou professora, graduada em
Pedagogia e Pós-graduada em Gestão Escolar.
Contribuir para o legado cultural das nossas
crianças me deixa muito feliz e, com certeza,
é um incentivo ao meu trabalho de educadora.
Emanuel Oliveira
Sou artista visual, formado pelo IFCE. Gosto
de desenhar desde criança. Na adolescência
fazia revistas em quadrinhos sobre a vida
e sobre amigos, trocando por aí com outros
amigos. Brincar com palavras é quase como
brincar com o traço do desenho. Tem mais
desenhos que eu fiz aqui no: https:
//www.behance.net/desenhosdoemanuel
Apoio
Realização
A bruxa e o
caldeirão
Quando preparava uma sopa com uns olhinhos de couve para
o jantar, a bruxa constatou que o caldeirão estava furado. Não era
muito, não senhor. Um furo pequeníssimo, quase invisível. Mas
era o suficiente para, pinga que pinga, ir vertendo os líquidos e ir
apagando o fogo. Nunca tal lhe tinha sucedido.
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Foi consultar o livro de feitiços, adquirido no tempo em que
andara a tirar o curso superior de bruxaria por correspondência,
folheou-o de ponta a ponta, confirmou no índice e nada encontrou
sobre a forma de resolver o caso. Que haveria de fazer? Uma
bruxa sem caldeirão era como padeiro sem forno. De que forma
poderia ela agora preparar as horríveis poções?
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Para as coisas mais corriqueiras tinha a reserva dos frascos.
Mas se lhe aparecia um daqueles casos em que era necessário
preparar na hora uma mistela? Como o da filha de um aldeão que
engolira uma nuvem e foi preciso fazer um vomitório especial
com trovisco, rosmaninho, três dentes de alho, uma semente de abóbora
seca, uma asa de morcego e cinco aparas de unhas de gato.
Se a moça vomitou a nuvem? Pois não haveria de vomitar?
Com a potência do remédio, além da nuvem, vomitou uma grande
chuvada de granizo que furou os telhados das casas em redor.
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Era muito aborrecido aquele furo no caldeirão. Nem a sopa
do dia-a-dia podia cozinhar. Mantinha-se a pão e água, que
remédio, enquanto não encontrasse uma forma de resolver o caso.
Matutou dias seguidos no assunto e começou a desconfiar se
o mercador que lhe vendera o caldeirão na feira há muitos anos
atrás a não teria enganado com material de segunda categoria. A
ela, bruxa inexperiente e a dar os primeiros passos nas artes
mágicas, podia facilmente ter-lhe dado um caldeirão com defeito.
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Decidiu então ir à próxima feira e levar o caldeirão ao
mercador. Procurando na secção das vendas de apetrechos de
cozinha, a bruxa verificou que o mercador já não era o mesmo.
Era neto do outro e, claro, não se lembrava – nem podia – das
tropelias comerciais do seu falecido avô. Ficou desapontada.
Perguntou-lhe, todavia, o que podia fazer com o caldeirão furado. O
mercador mirou-o, remirou-o, sopesou-o com ambas as mãos e disse:
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– Este está bom é para você pôr ao pé da porta a fazer de
vaso. Com uns pés de sardinheiras ficava bem bonito.
A bruxa irritou-se com a sugestão e, não fosse a gente toda
ali na feira a comprar e a vender, transformava-o em onagro.
Acabou por dizer:
– A solução parece boa, sim senhor. Mas diga-me cá: Se ponho
o caldeirão a fazer de vaso, onde cozinho eu depois?
– Neste novo que aqui tenho e com um preço muito em conta...
A bruxa olhou para o caldeirão que o mercador lhe apontava,
sobressaindo num monte de muitos outros, de um brilhante
avermelhado, mesmo a pedir que o levassem. A bruxa, que tinha
os seus brios de mulher, ficou encantada.
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O mercador aproveitou a ocasião para tecer os maiores elogios
ao artigo, gabando a dureza e a grossura do cobre, os rendilhados
da barriga, o feitio da asa em meia lua, a capacidade e o peso, tão
leve como um bom caldeirão podia ser, fácil de carregar para
qualquer lado.
– Pois bem, levo-o.
O mercador esfregou as mãos de contente.
– Mas aviso-o – acrescentou a bruxa. – Se lhe acontecer o mesmo
que ao outro, pode ter a certeza de que o transformarei em sapo.
O mercador riu-se do disparate enquanto embrulhava o artigo.
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Os anos foram passando e a bruxa continuou no seu labor.
Até que um dia deu por um furo no novo e agora velho caldeirão.
Rogou uma praga tamanha que o neto do segundo mercador que
lho vendera, a essa hora, em vez de estar a comer o caldo na mesa
com a família, estava num charco a apanhar moscas.
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Ficha Técnica
EDITORA
- ...eu nem te conto!
- Conta, vai, conta!
- Está bem! Mas você promete não contar para
mais ninguém?
- Prometo. Juro que não conto!
conto! Se eu contar
quero morrer sequinha na mesma hora...
- Não precisa exagerar! O que vou contar não é
nada assim tão sério. Não precisa jurar.
- Está bem...
Depois de muitos anos, ainda me lembro em detalhes sobre o que
eu e minha prima conversamos. Éramos muito pequenas e eu
passava as férias em sua casa. Nunca brincamos tanto, quanto
naqueles dias!
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- Minha mãe saiu para fazer compras e eu fiz um bolo. Eu
quebrei dois ovos, misturei com a farinha de trigo e o
açúcar. Não deu nada certo. Com medo, eu arrumei tudo,
joguei o bolo fora e até hoje minha mãe não sabe de nada...
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- Ah, minha filha, deixa eu te fazer apenas uma pergunta: a dona do
segredo te autorizou a contá-lo?
- Na verdade, não!
- E você vai dedurar a sua prima? Se for alguma coisa muito grave ela
ficará de castigo. E você não terá com quem brincar. Você já pensou
nisso?
- Não...
Eu não sabia onde enfiar a cara, de tanta vergonha. E para que ninguém
descobrisse os meus pensamentos, me escondi na casinha do fundo do
quintal. Na hora do almoço, saí de lá, pois a fome, nessas horas, é uma
sensata conselheira. E minha tia, com muito cuidado, voltou a tratar do
assunto.
- Eu preciso contar uma coisa pra vocês... Minha avó, quando eu era
pequena, me ensinou uma coisa que nunca mais me esqueci. E hoje,
ouvindo uma notícia no rádio, lembrei-me dela. Ela dizia que nós temos
uma boca e dois ouvidos; por isso, nós temos que mais ouvir do que
falar. E mais: nem tudo o que ouvimos, devemos passar adiante, pois
quem conta um conto, aumenta um ponto. E se o que se conta é um
segredo, pior ainda. Por isso, nessas horas em que a nossa língua coça,
o melhor é lembrar que boca fechada não entra mosquito...
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E contou também histórias de outras gentes: mexeriqueiros,
dedos-duros, fofoqueiros, enfim, a turma do leva-e-traz...
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Nunca rimos tanto!
FIM
ESCREVEU
Abel Sidney
(abelsidney@gmail.com)
Porto Velho - Rondônia
ILUSTROU
Rosana Almendares
(almendares@uol.com.br)
São Leopoldo – Rio Grande do Sul
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Texto: Margarida Viana Mendes
Ilustrações: Ceci Shiki
Texto: Margarida Viana Mendes
Ilustrações: Ceci Shiki
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“Será que estou muito escondido?”,
dizia, Lêdo, ajeitando-se mais na ponta
da prateleira. “Hummm, aqui está
melhor. Agora sim, com certeza, vão
me ver”. Mas ninguém o viu. “O que
está havendo com esses meninos da
escola? Não gostam de ler?”
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“Já sei... Eu estou muito longe da
janela”, falava, Lêdo, aproximando-se
da janela. Era uma manhã bonita de sol.
“Agora sim, com esse sol brilhando em
minha capa, eles me verão”. Ele vê alunos
e alunas passando por perto. “Olha, está
vindo um menino, outro, agora uma
menina e... passaram. Nem me viram.”
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“Mas o que está acontecendo?”,
pensava desanimado, Lêdo. “A minha
historinha é tão legal. Tantas crianças
já riram e se emocionaram comigo.
Por que agora estão me ignorando?”
Sem saber o que fazer, Lêdo foi
procurar o doutor Livraldo, o grande
médico dos livros.
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— Doutor Livraldo! Doutor Livraldo!
gritava Lêdo, na biblioteca.
— Quem me chama assim aos berros?
Apareceu o gordo doutor Livraldo.
— Sou eu, doutor, o Lêdo. Estou
muito preocupado.
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— Ora, e com o quê? Você é um
livro tão jovem.
— Acho que as crianças não
gostam mais de mim.Elas passam nas
prateleiras e não me leem. Estou muito
triste com isso. Desse jeito vou virar
enfeite ou ser esquecido.
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— Me deixe examiná-lo, — falava o
doutor. Abra suas páginas, o prefácio,
a dedicatória, a introdução, o primeiro
capítulo, o segundo e a conclusão.
Huuummmm...
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— E então, doutor, estou bem?
— Não, você não está bem.
— Ai, doutor, eu vou morrer?
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— Calma, Lêdo, não precisa
desesperar-se... Os livros não
morrem. Na verdade, as suas folhas
estão um pouco apagadas de tanto
serem usadas pelas crianças. Elas
gostavam tanto de você que o
marcavam, escreviam em você, e
as letrinhas foram se apagando. Me
deixa restaurar suas páginas.
Assim, Doutor Livraldo mexe
aqui e acolá, pinta, reescreve e
remenda e... “Ah, agora sim, você
está novo de novo.”
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— Legal, doutor Livraldo, estou
novinho em folha!
Daí, Lêdo voltou a sua estante muito
contente e radiante.
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Quando a criançada viu aquele
livro como novo fosse, passou a
pegá-lo na estante, a lê-lo e a contar
as suas histórias. Afinal, Lêdo tinha
muito o que dizer.
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E você, amiguinho ou amiguinha,
será que tem algum amigo na estante
que você ainda não conheça? Vamos
fazer mais amiguinhos na estante?
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Margarida Viana Mendes
Margarida Viana Mendes, nasceu em Quixadá,
no estado do Ceará, no ano de 1982. Estudou
Letras e é graduada em Enfermagem. Filha de
professora, foi incentivada desde a infância
a gostar da leitura. Mãe de dois filhos,
compartilha com eles a herança desse incentivo.
A partir desse universo infantil, reacendeu o
prazer pela magia das narrativas infantis.
Ceci Shiki
Chamo-me Ceci Shiki. Sou do dia 24 de
março e nasci em Fortaleza, moro na cidade
solar há oito anos. Desenhar para crianças
significa exercitar os rabiscos que desde
pequena fizeram parte do meu imaginário.
Participar dessa coleção é ter a oportunidade
de compartilhar esses rabiscos dos cadernos
de desenho, colocar linhas e cores no papel
para as pequenas mentes brilhantes.
Apoio
Realização
EDITORA
O GALO TIÃO E
A DINDA RAPOSA
2004
Lajeado
EDITORA
Autora: Lenira Almeida Heck
40 p. : il. ; 18 cm
CDU 82-93
EDITORA Agradecimentos
Rua Avelino Tallini, 171 - Cx. Postal 155 - CEP 95900-000 - Lajeado - RS A Deus por mais esta obra.
Fone: (51) 3714.7024 - Fone/Fax: (51) 3714.7000 À Júlia e Vehuiah pela inspiração.
E-mail: editora@univates.br - www.univates.br A você que irá ler esta obra.
"Amo as crianças, porque mantenho dentro de mim a essência desse ser". Tudo aconteceu há muito tempo, quando você nem
sequer havia nascido.
Num lugar bem distante chamado Amanhecer
Dedico aos pequenos Dourado, aonde chegamos apenas através da imaginação.
Thomas Nicolau,
Michel, Ingrid e a todos que Nesse lugar, existia um galo muito valente e uma galinha
sonham com dias melhores. muito mansa. Ambos viviam muito solitários, pois animal
algum queria ser amigo deles.
O galo chamava-se Tião, e a galinha, Cocó.
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Os dois se desentenderam, porque o Sr. Zalin, A luta foi desigual. O galo Tião era perverso e tinha
homem muito sovina, não quis dar-lhe um pouco a mais de muita agilidade. Quando o Sr. Zalin conseguiu se livrar,
milho. O galo, sentindo-se ofendido, se enfureceu e estava tão picado que mais parecia uma peneira.
partiu para a briga. Foi um deus nos acuda! O Sr. Zalin, Enfurecido, ferido e muito dolorido, gritou:
desesperado, pedia por socorro. Toda a vizinhança — Vá para o raio que o parta, seu galo maldito! Suma já
escutou, mas ninguém se aventurou a socorrê-lo. daqui, nunca mais quero vê-lo!
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O galo Tião, ainda ofegante, saiu dali, pegou a sua Os dois, recém tinham se acomodado sobre um dos
companheira Cocó e partiram para além das montanhas. galhos, quando viram chegar ao pé da árvore uma grande
Caminharam muito. Por sorte, a paisagem era belíssima, e Raposa cinza. O galo Tião ficou todo ouriçado, o instinto
a temperatura, muito agradável. No final da tarde, os de briga aguçou-se e... Ploft! Caiu bem perto da Raposa.
dois chegaram ao pé de uma grande árvore. Os últimos Esta levou o maior susto e, sem olhar para trás, fugiu em
raios de sol descambavam por trás da montanha. A noite disparada. Ele ainda tentou alcançá-la, mas estava tão
não tardaria, por isso resolveram dormir por ali. cansado que desistiu.
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Algumas semanas depois... A galinha Cocó estava Ao saber da notícia, a amiga Raposa alegrou-se
muito feliz, pois chocava seus primeiros ovos. Finalmente imensamente. Os três festejaram e até fizeram planos
iria ser mãe. O galo Tião era só alegria. para o futuro.
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Os pintinhos confirmaram a história contada pela Dias depois, enquanto os pintinhos ciscavam ali por
Raposinha. O galo Tião saiu para procurar a cria, mas perto, uma nova tragédia aconteceu: três pintinhos
voltou sem encontrá-la. Muito triste, subiu num galho desapareceram. Apesar de todas as buscas, os pais nada
bem alto e lá ficou vários dias, sem cantar, sem comer e encontraram. Assim, os pintinhos iam desaparecendo de
nem beber, numa tristeza de dar dó. forma misteriosa.
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O galo Tião, que era muito inteligente, ficou quieto. Em seguida, contou a sua história como sendo de
Depois, correu a uma fazenda e assim falou para o algum fazendeiro. O homem ficou vermelho de raiva,
fazendeiro: pegou a espingarda e saiu. Quando avistou a Raposa,
— Sei quem rouba suas galinhas e come todos os seus mirou e... bum! Bum! Assustada, a Raposa saiu em
ovos. disparada, desaparecendo para sempre na longa estrada.
40
Nasci na cidade de São Félix/BA e cresci em Cachoeira/Ba. Aos nove anos minha
família mudou-se para Salvador/BA. Moro em Lajeado/RS desde 1979. Sou professora,
palestrante. Faço palestras para crianças, jovens e adultos. Sou casada com Roque Heck
e mãe de dois filhos: Aline e Davi.
Uma lembrança boa: A infância às margens do rio Paraguaçu, aonde nos dias
quentes de verão aprendi a nadar.
O que não gosto: Ver a miséria e a violência se alastrarem pelo mundo.
Sonho: Ver os homens se unirem para praticar o bem comum.
Defeito: Teimosia. Insisto até conseguir o que quero.
Virtude: Deixo a resposta para os amigos.
Minha marca: O otimismo.
Abraços a todos, que como eu, caminham em busca dos seus sonhos.
EDITORA
9 788598 611228
O GALO TIÃO E
A VACA MALHADA
2005
Lajeado
EDITORA
Autora: Lenira Almeida Heck
ISBN: 85-98611-22-0
CDU 82-93
EDITORA
Agradecimentos
Rua Avelino Tallini, 171 - Cx. Postal 155 - CEP 95900-000 - Lajeado - RS
Fone: (51) 3714.7024 - Fone/Fax: (51) 3714.7000
A Deus, por mais esta obra;
E-mail: editora@univates.br - www.univates.br
À Júlia e Vehuiah, pela inspiração;
A você, que lerá esta obra.
... a todos que, de uma forma ou de outra, fazem parte da minha vida;
... aos meus professores do curso de Letras da Univates, aos que eu tive e
aos que ainda terei, por fazerem parte da minha formação intelectual;
... aos alunos e professores (colegas) das Escolas Municipais de Ensino
Fundamental Santo André e Capitão Felipe Dieter, que fazem parte deste meu
momento.
No dia seguinte...
- Olá! D. Malhada. Sou o galo Tião - o defensor deste
lugar. Desde que ajudei o patrão a expulsar a grande
raposa cinza da fazenda, comando este terreiro. Venho
lhe dar as boas vindas e um conselho: eu não como do seu
Logo em seguida, Malhada foi levada para o estábulo, capim, mais ai de você se tocar no meu milho. Não se meta
sempre seguida pelo olhar severo de Tião. no meu caminho.
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Todos ficaram pasmos com a ferocidade daquela O fazendeiro e sua mulher, ambos veterinários,
ave. Foi um procura daqui, outro procura dali, e nada. cuidaram dos ferimentos da vaca Malhada, que parecia
Depois de certo tempo, voltaram às suas funções. O tranqüila, apesar das bicadas.
resto do dia os comentários foram sobre a briga entre o Quando as coisas acalmaram, Tião voltou. O
galo e a vaca. fazendeiro não deu maior importância ao fato.
28 29
Oi,
Sou a Lenira Almeida Heck ou Júlia Vehuiah.
Até logo.
Um abraço carinhoso da Lenira.
Obras da Autora:
1. O Peixinho e o Gato
2. O galo Tião e a dinda Raposa
“Tudo que acontecer à terra,
acontecerá aos filhos da terra.”
Noah Sealth, chefe Seattle
a
e nd ida
v ib
o
pr
Autora
Sandra Aymone
Coordenação editorial
Sílnia N. Martins Prado
Ilustração
Pierre Trabbold
Luiz Rodrigues
Revisão
Katia Rossini
Diagramação
Linea Creativa
Agradecimento especial
Prof. Dr. Carlos C. Cerri
(CENA/USP - Centro de Energia Nuclear da Agricultura)
Realização
Fundação Educar DPaschoal
www.educardpaschoal.org.br
F: (19) 3728-8129
Agradecemos aos nossos parceiros a colaboração na distribuição destes livros: Argius
Transportes Ltda., Atlas Translog, Hiperion Logística, Reunidas Catarinense, RTE Rodonaves,
Transportadora Capivari Ltda.,Transportadora JPN Ltda., TRN Pavan.
Esta obra foi impressa na Gráfica Editora Modelo Ltda. em papelcartão Art Premium Tech (capa)
e papel Couché Suzano Matte (miolo), ambos produzidos pela Suzano Papel e Celulose a partir de
florestas renováveis de eucalipto. Cada árvore foi plantada para este fim. Esta é a 1ª edição, datada de
2008, com tiragem de 27.000 exemplares, para esta 2ª reimpressão.
2 3
– E se a gente escrevesse no fim: “E viveram felizes para sempre!”? – Eu explico – disse o Livro. – Quem de vocês já viu uma estufa? É um
– sugeriu o Vidro. – Já vi muitas histórias ótimas terminarem assim... lugar fechado, construído para cultivar plantas que precisam de calor.
Dentro da estufa fica quente, mesmo que do lado de fora esteja frio.
– Obrigado, mas não serve – respondeu o Livro. – Isso só funciona nos Bem, os cientistas descobriram que o nosso planeta Terra está ficando
contos de fadas. E minha história é diferente... cada vez mais quente e decidiram chamar este fenômeno de “efeito
– Então conte um pouco sobre seu assunto, para podermos saber como estufa”.
vamos conseguir a parte que falta – pediu a Revista. Ao ouvir isso, a Garrafa começou a suar e a se abanar, já sentindo um
– Bem, meu texto fala bastante sobre “efeito estufa”. calorão...
Ninguém sabia o que era aquilo. – Nas minhas páginas, diz que o efeito estufa acontece por vários
motivos.
– Que motivos são estes? – perguntou a Latinha.
4 5
– O efeito estufa acontece principalmente pela ação de certos gases. E
a quantidade desses gases está aumentando por causa da destruição das
florestas e da queima de combustíveis como a gasolina e o óleo diesel...
A fumaça que as fábricas e os carros soltam tem gases que ajudam a
provocar o efeito estufa...
– É mesmo? Que chato... – comentou a Garrafa. – Porque vai ser difícil,
para as pessoas viver sem fábricas e sem automóveis...
Todos quiseram saber mais, para ver se havia solução para o problema...
O Livro continuou a contar:
6 7
do Livro. Contou que gostava muito de ler sobre vários assuntos e,
sempre que podia, entrava na biblioteca da escola que havia ali perto.
– Lá, sou amigo de todos os livros! – disse Foguinho. – Entro à noite,
quando não tem ninguém. Ainda bem que tenho uma luzinha para
iluminar minhas leituras!
Todos adoraram conhecer um vaga-lume tão sabido e acharam que ele
podia ser a solução que procuravam. Claro! Era amigo dos livros! E
ninguém melhor do que os livros para ajudar a encontrar o final de que
o amigo tanto precisava!
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– Como é bom ver alguém realizando o seu sonho! – disse o Vidro,
comovido.
– Nem diga! E o seu sonho, qual é? – perguntou a Latinha.
– É virar um vidro de azeitonas! Enjoei de doce! – respondeu ele.
– Então corram! – gritou a Garrafa. – O caminhão de lixo reciclável já
virou a esquina e está chegando!
Todos correram para seus recipientes com o coração aos pulos. Logo
iriam para algum lugar, onde seriam transformados em novos objetos e
voltariam a ser úteis. Era muita emoção!
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FELIPE PEREIRA
O PÁSSARO QUE ENGANOU O
GATO
DISTRIBUIÇÃO
GRATUITA
INSTITUTO LpC
10 EDIÇÃO - 2020
CERTO DIA, UM GATO MUITO SABICHÃO
CAMINHAVA SOBRE O TELHADO DE UMA CASA,
QUANDO AVISTOU UM CANARINHO ASSOBIANDO,
EM UM FIO DA REDE ELÉTRICA.
1ª edição
A447r
Heck, Lenira Almeida
O Ratinho Rói-Rói / Lenira Almeida Heck - Lajeado: Ed. da Univates,
2010.
60 p.: il.
ISBN 978-85-98611-77-8
CDU: 82-93(816.5)
DES R
EN H OS PA RA COLORI
Dedico a
Dedicatória
Agradecimentos:
A Deus, por mais essa obra.
A Júlia, pela vida.
A Vehuiah, pela inspiração.
5
E ra uma vez um
ratinho muito comilão
chamado Rói-Rói.
Depois do
aviso da mãe, os ratinhos
esperaram ansiosos o
anoitecer. Quando tudo
estava silêncioso, D. Rata
• • • • •• •• • • • •• •• • • • • •• • •• • • •• ••••••••••••••••••••••••••••••
procura de alimentos. Todos
pularam de alegria, pois
encontraram pedaços de queijo, restos de
toucinhos e outras delícias na lixeira. Eles
comeram tanto que parecia que iriam estourar.
Rói-Rói, o mais guloso de todos, quase
não conseguia caminhar.
10
Ainda
assustado,
ele correu
para atrás
do armário.
15
Quando já estava
amanhecendo, Rói-Rói lembrou
dos conselhos da D. Rata Zana e
foi correndo esconder-se atrás
do armário. Assim, durante
o dia, ele dormia e, à noite,
andava pela casa.
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abraços,
Outras obras da Autora:
Flávio Colombini
Ilustrações
Capa Francisco Zanella Jr.
Copyright © 2018 by Flávio Colombini
– E agora? –
ele falou,
– Perdi a hora!
O relógio
ficou todo alarmado,
pois estava atrasado!
Ele pensou
no que fazer.
Até que notou
que precisava correr!
Sua amiguinha,
a borrachinha,
resolveu acompanhá-lo.
Sem demora,
o relógio
saiu correndo
atrás da hora.
E ia dizendo:
– E agora,
perdi a hora?
Porém, ele
não conseguiu
alcançar a hora.
Mas o relógio
não desistiu.
Ele saiu
procurando a hora
pelo mundo afora.
Procurou no mato.
Procurou no rio.
Procurou no quente.
Procurou no frio.
Mas o relógio
não conseguiu achar
a hora
em nenhum lugar.
O relógio
estava passado
e muito cansado. Ele dizia:
– E agora,
perdi a hora?
Mas o relógio
não desistiu.
Ele pensou e decidiu
que seria interessante
perguntar para o elefante.
Mas o elefante
respondeu, num instante,
que nunca tinha visto a hora antes.
Depois, foi perguntar
para o tamanduá.
Mas o tamanduá
não tinha visto
a hora passar.
O papagaio
viu a hora
passar como um raio.
E o bicho-preguiça
não tinha nenhuma pista
pois toda a hora
ele perdia a hora.
O relógio
ficou chateado
e desanimado.
Mas ele não desistiu.
Ele pensou e decidiu continuar a caminhar
e a procurar.
Para sua
felicidade,
ele foi parar
numa linda
cidade!
Lá, ele perguntou para uma senhora
se ela tinha visto a hora.
Bem cabreiro,
ele respondeu
que tinha jogado
seu relógio fora,
pois não aguentava mais
olhar a hora.
Depois que procurou
o dia inteiro,
o relógio se alegrou
quando encontrou
um relojoeiro.
O relojoeiro
falou que, para achar a hora,
era só adiantar o ponteiro.
Sem demora,
o relógio
adiantou seu ponteiro
e acertou sua hora.
E o relógio
foi embora,
todo feliz,
porque agora
tinha achado a hora.
Flávio Colombini
Tchau!
Lenira Almeida Heck
(Júlia Vehuiah)
Vehuiah)
O PEIXINHO
E O GATO
EDITORA
Lenira Almeida Heck
(Júlia Vehuiah)
2ª edição
2005
Lajeado
EDITORA
Autora: Lenira Almeida Heck
39 p. : il. ; 18 cm
ISBN 85-86573-37-X
CDU 82-93
EDITORA Agradecimentos
Rua Avelino Tallini, 171 - Cx. Postal 155 - CEP 95900-000 - Lajeado - RS a Deus.
Fone: (51) 3714.7024 - Fax: (51) 3714.7001 a Júlia e Vehuiah pela inspiração e a
E-mail: editora@univates.br - www.univates.br todos que estiveram comigo nesta trajetória.
Vocês serão eternamente meus amigos.
Vermelho já tinha escutado algumas histórias a Apesar de estar sendo bem tratado, suspirava ao
respeito dos peixinhos que eram capturados para lembrar o tempo em que nadava em cardume, com os
servirem de atração para os homens. Porém, jamais amigos, aprontando algumas das suas peraltices em
imaginou que algum dia estivesse naquela situação. algum lugar no fundo do mar.
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Passado o susto, o Gato voltou a colocar a pata O Gato, surpreso, logo percebeu a agilidade do seu
dentro do aquário e, sem querer, plaft! Derrubou o adversário. Por alguns instantes, ficou imóvel,
aquário no chão. O bichano quase morreu de susto! observando o pula-pula do peixinho tentando se salvar.
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Nasci na cidade de São Félix/BA e cresci em Cachoeira/Ba. Aos nove anos minha
família mudou-se para Salvador/BA. Moro em Lajeado/RS desde 1979. Sou professora,
palestrante. Faço palestras para crianças, jovens e adultos. Sou casada com Roque Heck
e mãe de dois filhos: Aline e Davi.
Uma lembrança boa: A infância às margens do rio Paraguaçu, aonde nos dias
quentes de verão aprendi a nadar.
O que não gosto: Ver a miséria e a violência se alastrarem pelo mundo.
Sonho: Ver os homens se unirem para praticar o bem comum.
Defeito: Teimosia. Insisto até conseguir o que quero.
Virtude: Deixo a resposta para os amigos.
Minha marca: O otimismo.
O Sapo
de Sapato
Copyright © 2008 Antonio Filho
Ilustrador: Breno Macedo
Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice-Governador
Francisco José Pinheiro
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Coordenadora de Cooperação
com os Municípios
Márcia Oliveira Cavalcante Campos
C387s
Ceará. Secretaria de Educação.
O sapo de sapato / Antônio Filho; ilustrações de Breno Macedo. – Fortaleza: SEDUC, 2008.
24p.; il. A Lucilene Carvalho,
ISBN: 978-85-62362-11-8 dona das três dimensões da criação: espaço, tempo e corpo.
1. Lendas. 2. Fábulas. 3. Contos. 4. Literatura infanto-juvenil. I. Título.
CDD 028.5
A Clara Ana,
CDU 37+028.1(813.1) que me acendeu a chama da literatura infantil, luz e som
que ilumina e encanta muitas letras dessas linhas.
Eu vi um sapo
que pulava pela rua.
Eu vi um sapo
cantando, encantando a lua.
Eu vi um sapo
no seu canto enluarado.
Mas o sapo de sapato
só pulava enchendo o papo.
Eu vi um sapo
coaxando para a lua
e vi um sapo
batendo perna na rua.
Eu vi um sapo
de papo e perna pro ar,
pois o sapo de sapato
não parava de pular.
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Eu vi um sapo
tomar banho de sapato
e outro sapo
mergulhar dentro do rio.
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Eu vi um sapo
no rio tremer de frio,
quando o sapo de sapato
passeava de navio.
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Eu vi um sapo
procurando o que papar
e vi o sapo
com o papo papando o ar.
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Eu vi um sapo
sem sapato sem jantar,
mas o sapo de sapato
não parava de papar.
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Eu vi um sapo
cururu lavando o pé
e vi um sapo
de sapato com chulé.
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O cururu
com cuidado lava o pé,
pois o pé, que não se preza,
tem chulé só porque quer.
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Antonio Filho
Nasceu numa linda cidade do interior do Ceará
chamada Baturité. Lá foi menino a soltar peões
e arraias, a jogar de bola e bila, a tomar banhos
de rio. Lá, aprendeu as primeiras letras e teve
o primeiro contato com os livros. Também foi
importante na sua formação, Mundaú, uma vila
de pescadores, para onde ia durante as férias
escolares. Ali, à noite, na calçada da mercearia
do Vovô Almeida, aquele homem de cabelos
prateados como a lua, alto, magro e moreno
como os antigos deuses, o maior contador de
estórias que o mundo já conheceu, ao ouvir-lhe
os contos de almas penadas, mulas-sem-cabeça
e espíritos noturnos dos mares e dos rios,
a semente da criação literária foi plantada em seu
espírito. Tentando seguir os passos de seu avô,
agora escreve letras de música, poesia e ficção,
e tem alguns livros a publicar.
Breno Macedo
Graduando em artes visuais pelo Centro Federal
de Educação Tecnológica do Ceará - CEFET-CE.
Estuda piano no conservatório de música Alberto
Nepomuceno, como também a língua japonesa no
Núcleo de Línguas Estrangeiras da Universidade
Estadual do Ceará - UECE. Participou do
projeto educativo Draco para o Museu de Arte
Contemporânea (MAC) do centro Dragão do Mar
de Arte e Cultura, onde eram usadas histórias em
quadrinhos para falar sobre arte contemporânea
para o público infantil. Fez parte da primeira
amostra do curso superior de Artes Plásticas no
MAUC (Museu de Arte da UFC) em 2005.
Texto: Ana Paula Marques
Ilustrações: Waleska Félix
Texto: Ana Paula Marques
Ilustrações: Waleska Félix
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— Sobre o mar, eu sei muitas
coisas. Aprendi muito sobre seus
encantos e mistérios.
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“E quem foi que a ensinou?”
— Quem me ensinou tudo o que sei
foi um simples pescador em seu velho
barco. Mas, para mim, na verdade, ele
mais parecia um grande capitão em seu
poderoso navio.
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“E o que ele ensinou a você?”
— Ah, primeiro, ele me ensinou que
é preciso respeitar a força das águas do
mar. Só entramos nelas quando estão bem
calmas e se não estiverem, nada de teimar,
é melhor esperar toda a fúria passar.
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— Depois me ensinou que no alto-
mar só navega marujo forte e corajoso,
pois, por lá, o mar é ainda mais furioso
e quem é fraquinho sente logo vontade
de vomitar.
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— Também foi ele quem me ajudou a
aprender a nadar. Jogava-me naquelas
águas inquietas. Me dizia para bater os
braços e as pernas e me ensinou a flutuar.
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— Aprendi com ele que sentar na beira
do mar é uma tremenda enrascada. Pois,
ali, onde a onda quebra, enche o biquíni de
areia e a bundinha da gente fica irritada.
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— Meu capitão me mostrou que o mar
é a mais pura perfeição da natureza. Por
isso ficava tão triste quando encontrava
lixo jogado, pelas pessoas, no mar,
prejudicando a sua beleza.
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— Mas de tudo que esse pescador me
ensinou sobre o mar, o mais importante
foi aprender a gostar das águas, das
ondas, da inquietude, do embalo, da
calma, da brisa, do sal, dos peixes e até
mesmo das histórias de pescador.
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“E, afinal, quem era esse simples
pescador tão sabido?”
— Esse pescador era o meu pai.
E na imensidão de tudo que ele me
ensinou, esse mar se tornou, para mim,
o significado de amor.
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Ana Paula Marques
Nasci na cidade de Fortaleza/CE e, desde muito
pequena, tenho uma profunda admiração pelos mares
e oceanos. Conforme apresento na história deste livro,
sou filha de um pescador, que foi o grande responsável
por me apresentar as belezas da vida marinha. Sempre
gostei de ouvir e de contar histórias. Lembro-me dos
contos de minha mãe, de meu pai, de minhas avós, de
minhas professoras e de outras pessoas que marcaram
a minha infância. Também, sempre gostei de inventar
meus próprios contos, de criar personagens e de
brincar em um universo de possibilidades chamado:
imaginação. Hoje, sou professora de Educação Infantil
e busco encantar as crianças através da leitura e da
contação de histórias.
Waleska Félix
Olá, sou a Waleska, nasci em Fortaleza-CE, mas já
moro há 9 anos em Juazeiro do Norte-CE. Além deste
livro, já ilustrei outros livros, entre eles, Minha Lista
de Vontades. Ilustrar esse livro teve um gostinho
especial, porque pude contar com as mãos preciosas e o
auxílio generoso de dois amigos queridos ilustradores:
Reginaldo Farias e Débora Rodrigues. Das lições que
aprendi com o mar? Aprendi o quanto é bom contar
com amigos para segurar firme na nossa mão quando
a gente treme de medo para pular ondas maiores ou se
é derrubado por uma delas. E você, que lição aprendeu
com o mar? Conta pra gente e diz o que achou das
ilustrações: waleskafelix@gmail.com.
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