Você está na página 1de 280

Texto: Franciélia Alves

Ilustrações: Emanuel Oliveira


Texto: Franciélia Alves
Ilustrações: Emanuel Oliveira

Fortaleza ● Ceará ● 2018


Copyright © 2018 Franciélia Alves
Copyright © 2018 Emanuel Oliveira

Governador Coordenador de Cooperação


Camilo Sobreira de Santana com os Municípios (COPEM)
Vice-Governadora Márcio Pereira de Brito
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Orientadora da Célula de Apoio à Gestão Municipal
Secretário da Educação Gilgleane Silva do Carmo
Rogers Vasconcelos Mendes
Orientador da Célula
Secretária-Executiva da Educação de Fortalecimento da Aprendizagem
Rita de Cássia Tavares Colares Idelson de Almeida Paiva Júnior

Coordenação Editorial, Conselho Editorial


Preparação de Originais e Revisão Maria Fabiana Skeff de Paula Miranda
Raymundo Netto Sammya Santos Araújo
Antônio Élder Monteiro de Sales
Projeto e Coordenação Gráfica
Sandra Maria Silva Leite
Daniel Dias
Antônia Varele da Silva Gama
Revisão Final
Catalogação e Normalização
Marta Maria Braide Lima
Gabriela Alves Gomes

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A474e Alves, Franciélia.


Esconde-esconde das Palavras / Franciélia Alves; ilustrações de Emanuel
Oliveira. - Fortaleza: SEDUC, 2018.
24p.; il.
ISBN 978-85-8171-194-2
1. Literatura infantil. I. Oliveira, Emanuel. II. Título.
CDU 028.5

SEDUC - Secretaria da Educação do Estado do Ceará


Av. Gen. Afonso Albuquerque Lima, s/n - Cambeba - Fortaleza - Ceará | CEP: 60.822-325
(Todos os Direitos Reservados)
A Deus, que é a essência da minha vida. À minha família, esposo
e amigos. E em especial ao meu filho, Gustavo, que já se aventura
pelo mundo da leitura e pela descoberta das palavras.
4
Misturando as palavras
De forma bem divertida.
Brincar, ler e descobrir
A palavra escondida.

5
Foi assim que,de repente,
Kaco, o menino sapeca,
Percebeu que a palavra e a gente
Era uma mistura inteligente.

6
7
Vejam só que mister
Ele achou dentro de mistério.
Também um rio, ela guardava
No finalzinho da palavra.

8
9
10
Não podia ver galinha
Que já tirava a linha.
A dúvida logo vinha,
Quando lia sacola:
“Tiro saco ou cola?”
Fácil era retirar
A asa da casa,
A vela da fivela,
E o olho do repolho...

11
E não parava por aí:
Olha a ema em siriema!
Boia em jiboia!
Pião em escorpião!
E a mão lá no limão!

12
13
14
E como era esperto,
Chegava mais perto.
Via dentro do sapato
A sapa e o pato.

15
Dentro do camaleão,
Encontrava a cama e o leão.
Cara e bola
Ele via na carambola!

16
17
18
Kaco achava mais divertido
Deixando só o final:
Do baralho, o alho...
Da luva, a uva...
Do tucano, o cano...
Da almofada, a fada...

19
Com tanto tira e esconde,
Kaco brincava e sorria.
Vibrava, com alegria,
A cada palavra que descobria.
20
21
22
E você, também quer viajar
Nessa brincadeira?
Mas eu fico com brinca
Se você quiser a...
Cadeira!

23
Franciélia Alves
Sou natural de Limoeiro, mas atualmente
resido em Morada Nova, Terra do Vaqueiro.
Muito cedo, ainda criança, descobri o
prazer que a leitura me proporcionava ao
me debruçar e viajar pelos contos de fada.
Amante dos livros, adoro contar, recriar e ler
boas histórias. Sou professora, graduada em
Pedagogia e Pós-graduada em Gestão Escolar.
Contribuir para o legado cultural das nossas
crianças me deixa muito feliz e, com certeza,
é um incentivo ao meu trabalho de educadora.

Emanuel Oliveira
Sou artista visual, formado pelo IFCE. Gosto
de desenhar desde criança. Na adolescência
fazia revistas em quadrinhos sobre a vida
e sobre amigos, trocando por aí com outros
amigos. Brincar com palavras é quase como
brincar com o traço do desenho. Tem mais
desenhos que eu fiz aqui no: https:
//www.behance.net/desenhosdoemanuel
Apoio

Realização

O Governo do Estado do Ceará desenvolve, com os seus 184 municípios, o


Programa de Aprendizagem na Idade Certa - MAIS PAIC, com o compro-
misso de garantir e elevar a qualidade e os resultados da educação de suas
crianças e seus jovens.
Publicada pela Secretaria da Educação do Estado, através do MAIS PAIC, a
Coleção Paic, Prosa e Poesia, rica em identidade cultural, reúne narrativas
de autores do Ceará que tiveram seus textos selecionados por meio de se-
leção pública. Esse acervo constitui um estímulo a mais para se ler e contar
histórias em sala de aula, garantindo, assim, um letramento competente.
José Leon Machado
Ilustrações de
Alexandre Bandeira Rodrigues

A bruxa e o
caldeirão
Quando preparava uma sopa com uns olhinhos de couve para
o jantar, a bruxa constatou que o caldeirão estava furado. Não era
muito, não senhor. Um furo pequeníssimo, quase invisível. Mas
era o suficiente para, pinga que pinga, ir vertendo os líquidos e ir
apagando o fogo. Nunca tal lhe tinha sucedido.

2
Foi consultar o livro de feitiços, adquirido no tempo em que
andara a tirar o curso superior de bruxaria por correspondência,
folheou-o de ponta a ponta, confirmou no índice e nada encontrou
sobre a forma de resolver o caso. Que haveria de fazer? Uma
bruxa sem caldeirão era como padeiro sem forno. De que forma
poderia ela agora preparar as horríveis poções?
3
Para as coisas mais corriqueiras tinha a reserva dos frascos.
Mas se lhe aparecia um daqueles casos em que era necessário
preparar na hora uma mistela? Como o da filha de um aldeão que
engolira uma nuvem e foi preciso fazer um vomitório especial
com trovisco, rosmaninho, três dentes de alho, uma semente de abóbora
seca, uma asa de morcego e cinco aparas de unhas de gato.
Se a moça vomitou a nuvem? Pois não haveria de vomitar?
Com a potência do remédio, além da nuvem, vomitou uma grande
chuvada de granizo que furou os telhados das casas em redor.

4
Era muito aborrecido aquele furo no caldeirão. Nem a sopa
do dia-a-dia podia cozinhar. Mantinha-se a pão e água, que
remédio, enquanto não encontrasse uma forma de resolver o caso.
Matutou dias seguidos no assunto e começou a desconfiar se
o mercador que lhe vendera o caldeirão na feira há muitos anos
atrás a não teria enganado com material de segunda categoria. A
ela, bruxa inexperiente e a dar os primeiros passos nas artes
mágicas, podia facilmente ter-lhe dado um caldeirão com defeito.

5
Decidiu então ir à próxima feira e levar o caldeirão ao
mercador. Procurando na secção das vendas de apetrechos de
cozinha, a bruxa verificou que o mercador já não era o mesmo.
Era neto do outro e, claro, não se lembrava – nem podia – das
tropelias comerciais do seu falecido avô. Ficou desapontada.
Perguntou-lhe, todavia, o que podia fazer com o caldeirão furado. O
mercador mirou-o, remirou-o, sopesou-o com ambas as mãos e disse:
6
– Este está bom é para você pôr ao pé da porta a fazer de
vaso. Com uns pés de sardinheiras ficava bem bonito.
A bruxa irritou-se com a sugestão e, não fosse a gente toda
ali na feira a comprar e a vender, transformava-o em onagro.
Acabou por dizer:
– A solução parece boa, sim senhor. Mas diga-me cá: Se ponho
o caldeirão a fazer de vaso, onde cozinho eu depois?
– Neste novo que aqui tenho e com um preço muito em conta...
A bruxa olhou para o caldeirão que o mercador lhe apontava,
sobressaindo num monte de muitos outros, de um brilhante
avermelhado, mesmo a pedir que o levassem. A bruxa, que tinha
os seus brios de mulher, ficou encantada.
7
O mercador aproveitou a ocasião para tecer os maiores elogios
ao artigo, gabando a dureza e a grossura do cobre, os rendilhados
da barriga, o feitio da asa em meia lua, a capacidade e o peso, tão
leve como um bom caldeirão podia ser, fácil de carregar para
qualquer lado.
– Pois bem, levo-o.
O mercador esfregou as mãos de contente.
– Mas aviso-o – acrescentou a bruxa. – Se lhe acontecer o mesmo
que ao outro, pode ter a certeza de que o transformarei em sapo.
O mercador riu-se do disparate enquanto embrulhava o artigo.
8
Os anos foram passando e a bruxa continuou no seu labor.
Até que um dia deu por um furo no novo e agora velho caldeirão.
Rogou uma praga tamanha que o neto do segundo mercador que
lho vendera, a essa hora, em vez de estar a comer o caldo na mesa
com a família, estava num charco a apanhar moscas.

9
Ficha Técnica

Título: A Bruxa e o Caldeirão

© Copyright José Leon Machado

Ilustrações de Alexandre Bandeira Rodrigues

Todos os direitos reservados

Edições Vercial, Outubro de 2003


URL: www.ipn.pt/literatura
E-mail: pvercial@iol.pt
EDITORA
LENIRA ALMEIDA HECK
(JÚLIA VEHUIAH)

EDITORA
- ...eu nem te conto!
- Conta, vai, conta!
- Está bem! Mas você promete não contar para
mais ninguém?
- Prometo. Juro que não conto!
conto! Se eu contar
quero morrer sequinha na mesma hora...
- Não precisa exagerar! O que vou contar não é
nada assim tão sério. Não precisa jurar.
- Está bem...
Depois de muitos anos, ainda me lembro em detalhes sobre o que
eu e minha prima conversamos. Éramos muito pequenas e eu
passava as férias em sua casa. Nunca brincamos tanto, quanto
naqueles dias!

Lembro-me do segredo que ela prometeu me contar.

- Olha, eu vou contar, mas é segredo! Não conte para ninguém. Se


você contar eu vou ficar de mal.

- Eu não vou contar, já disse!

O segredo não era nada sério, coisa mesmo de criança naquela


Ilustrações: Rosana Almendares idade. E ela acabou contando...

1
- Minha mãe saiu para fazer compras e eu fiz um bolo. Eu
quebrei dois ovos, misturei com a farinha de trigo e o
açúcar. Não deu nada certo. Com medo, eu arrumei tudo,
joguei o bolo fora e até hoje minha mãe não sabe de nada...

- Meu Deus, sua doida! Você teve coragem de fazer uma


coisa dessas?!

- Tive. Se a minha mãe descobrir, eu não quero nem imaginar


o que ela fará comigo!! Posso ficar uma semana de castigo.
Ou até mais...

A minha língua coçou. Um segredo daqueles não poderia ficar


guardado. Na primeira oportunidade em que eu fiquei
sozinha, procurei minha tia, que estava preparando o almoço.

- Tia, preciso contar uma coisa pra senhora.

- Pois conte, que estou ouvindo. Não posso te dar mais


atenção, senão o almoço não sai...

- É que eu tenho um segredo pra te contar e não sei se


devo...

- O segredo é seu ou dos outros?

- Dos outros... Quer dizer, da prima!

- E por que você quer contar os segredos alheios?

- Bem, eu pensei que a senhora quisesse saber o que


aconteceu...

2
- Ah, minha filha, deixa eu te fazer apenas uma pergunta: a dona do
segredo te autorizou a contá-lo?

- Na verdade, não!

- E por qual motivo você me contaria, então?

- É que... Bem, o que ela fez não é muito certo...

- E você vai dedurar a sua prima? Se for alguma coisa muito grave ela
ficará de castigo. E você não terá com quem brincar. Você já pensou
nisso?

- Não...

- Pois pense. E depois volte aqui para conversarmos...

Eu não sabia onde enfiar a cara, de tanta vergonha. E para que ninguém
descobrisse os meus pensamentos, me escondi na casinha do fundo do
quintal. Na hora do almoço, saí de lá, pois a fome, nessas horas, é uma
sensata conselheira. E minha tia, com muito cuidado, voltou a tratar do
assunto.

- Eu preciso contar uma coisa pra vocês... Minha avó, quando eu era
pequena, me ensinou uma coisa que nunca mais me esqueci. E hoje,
ouvindo uma notícia no rádio, lembrei-me dela. Ela dizia que nós temos
uma boca e dois ouvidos; por isso, nós temos que mais ouvir do que
falar. E mais: nem tudo o que ouvimos, devemos passar adiante, pois
quem conta um conto, aumenta um ponto. E se o que se conta é um
segredo, pior ainda. Por isso, nessas horas em que a nossa língua coça,
o melhor é lembrar que boca fechada não entra mosquito...

3
E contou também histórias de outras gentes: mexeriqueiros,
dedos-duros, fofoqueiros, enfim, a turma do leva-e-traz...

Naquela tarde, ainda preocupada que lessem os meus


pensamentos, fiquei murchinha, daqui para ali, inventando o
que fazer...

Só no dia seguinte, quando minha prima decidiu contar para


mim outro dos seus segredos, foi que eu tomei coragem de
me sentar ao seu lado, bem quietinha. Disse ela:

- Sabe, o outro segredo é mais sério que o primeiro...

E fez suspense – disse, repentinamente que estava com sede


e foi buscar água na cozinha... Depois de retornar, bebeu a
água bem devagarinho, até recomeçar:

- Olha, eu tenho um grande defeito. Às vezes eu me escondo


na cozinha, para ouvir a conversa de minha mãe com as outras
pessoas. E por acaso eu estava ontem, tranqüilamente
sentada no meu cantinho secreto, quando alguém chegou para
conversar com ela. Como esta pessoa é minha conhecida (e eu
gosto muito dela), não posso contar o que aconteceu por lá... É
uma pena! Eu só posso dizer que essa pessoa é uma língua de
trapo, uma linguaruda...

4
Nunca rimos tanto!

Eu, na verdade, não sabia se me sentia agradecida ou


envergonhada...

E passado tantos anos, ainda hoje nós fazemos questão de


relembrar este episódio.

Nossos filhos compreendem, então, porque somos tão amigas


e cúmplices. E olha que eles nem imaginam o que ocorreu anos
depois, quando éramos jovens e começamos a paquerar, sem
saber, o mesmo cara...

Bem, mas isto é segredo e eu não posso contar!

FIM

ESCREVEU
Abel Sidney
(abelsidney@gmail.com)
Porto Velho - Rondônia

ILUSTROU
Rosana Almendares
(almendares@uol.com.br)
São Leopoldo – Rio Grande do Sul

5
Texto: Margarida Viana Mendes
Ilustrações: Ceci Shiki
Texto: Margarida Viana Mendes
Ilustrações: Ceci Shiki

Fortaleza ● Ceará ● 2018


Copyright © 2018 Luísa Margarida Viana Mendes
Copyright © 2018 Ceci Shiki

Governador Coordenador de Cooperação


Camilo Sobreira de Santana com os Municípios (COPEM)
Vice-Governadora Márcio Pereira de Brito
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Orientadora da Célula de Apoio à Gestão Municipal
Secretário da Educação Gilgleane Silva do Carmo
Rogers Vasconcelos Mendes
Orientador da Célula
Secretária-Executiva da Educação de Fortalecimento da Aprendizagem
Rita de Cássia Tavares Colares Idelson de Almeida Paiva Júnior

Coordenação Editorial, Conselho Editorial


Preparação de Originais e Revisão Maria Fabiana Skeff de Paula Miranda
Raymundo Netto Sammya Santos Araújo
Antônio Élder Monteiro de Sales
Projeto e Coordenação Gráfica
Sandra Maria Silva Leite
Daniel Dias
Antônia Varele da Silva Gama
Revisão Final
Catalogação e Normalização
Marta Maria Braide Lima
Gabriela Alves Gomes

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

M538l Mendes, Margarida Viana.


Lêdo, o livrinho que queria ser lido / Margarida Viana Mendes; ilustrações
de Shiki. - Fortaleza: SEDUC, 2018.
24p.; il.
ISBN 978-85-8171-196-6
1. Literatura infantil. I. Shiki. II. Título.
CDU 028.5

SEDUC - Secretaria da Educação do Estado do Ceará


Av. Gen. Afonso Albuquerque Lima, s/n - Cambeba - Fortaleza - Ceará | CEP: 60.822-325
(Todos os Direitos Reservados)
Aos meus filhos.
4
“Ninguém me vê...”, murmurava,
Lêdo, o livrinho esquecido na prateleira.
“Já sei, quando o vento passar por mim,
abrirei as minhas páginas. Quem sabe
não aparece alguém para me ler”.
O vento veio, passou e nada:
“Ah, ninguém me percebeu...”

5
“Será que estou muito escondido?”,
dizia, Lêdo, ajeitando-se mais na ponta
da prateleira. “Hummm, aqui está
melhor. Agora sim, com certeza, vão
me ver”. Mas ninguém o viu. “O que
está havendo com esses meninos da
escola? Não gostam de ler?”

6
7
“Já sei... Eu estou muito longe da
janela”, falava, Lêdo, aproximando-se
da janela. Era uma manhã bonita de sol.
“Agora sim, com esse sol brilhando em
minha capa, eles me verão”. Ele vê alunos
e alunas passando por perto. “Olha, está
vindo um menino, outro, agora uma
menina e... passaram. Nem me viram.”

8
9
10
“Mas o que está acontecendo?”,
pensava desanimado, Lêdo. “A minha
historinha é tão legal. Tantas crianças
já riram e se emocionaram comigo.
Por que agora estão me ignorando?”
Sem saber o que fazer, Lêdo foi
procurar o doutor Livraldo, o grande
médico dos livros.
11
— Doutor Livraldo! Doutor Livraldo!
gritava Lêdo, na biblioteca.
— Quem me chama assim aos berros?
Apareceu o gordo doutor Livraldo.
— Sou eu, doutor, o Lêdo. Estou
muito preocupado.

12
13
14
— Ora, e com o quê? Você é um
livro tão jovem.
— Acho que as crianças não
gostam mais de mim.Elas passam nas
prateleiras e não me leem. Estou muito
triste com isso. Desse jeito vou virar
enfeite ou ser esquecido.
15
— Me deixe examiná-lo, — falava o
doutor. Abra suas páginas, o prefácio,
a dedicatória, a introdução, o primeiro
capítulo, o segundo e a conclusão.
Huuummmm...

16
— E então, doutor, estou bem?
— Não, você não está bem.
— Ai, doutor, eu vou morrer?
17
— Calma, Lêdo, não precisa
desesperar-se... Os livros não
morrem. Na verdade, as suas folhas
estão um pouco apagadas de tanto
serem usadas pelas crianças. Elas
gostavam tanto de você que o
marcavam, escreviam em você, e
as letrinhas foram se apagando. Me
deixa restaurar suas páginas.
Assim, Doutor Livraldo mexe
aqui e acolá, pinta, reescreve e
remenda e... “Ah, agora sim, você
está novo de novo.”

18
— Legal, doutor Livraldo, estou
novinho em folha!
Daí, Lêdo voltou a sua estante muito
contente e radiante.

19
Quando a criançada viu aquele
livro como novo fosse, passou a
pegá-lo na estante, a lê-lo e a contar
as suas histórias. Afinal, Lêdo tinha
muito o que dizer.
20
21
22
E você, amiguinho ou amiguinha,
será que tem algum amigo na estante
que você ainda não conheça? Vamos
fazer mais amiguinhos na estante?

23
Margarida Viana Mendes
Margarida Viana Mendes, nasceu em Quixadá,
no estado do Ceará, no ano de 1982. Estudou
Letras e é graduada em Enfermagem. Filha de
professora, foi incentivada desde a infância
a gostar da leitura. Mãe de dois filhos,
compartilha com eles a herança desse incentivo.
A partir desse universo infantil, reacendeu o
prazer pela magia das narrativas infantis.

Ceci Shiki
Chamo-me Ceci Shiki. Sou do dia 24 de
março e nasci em Fortaleza, moro na cidade
solar há oito anos. Desenhar para crianças
significa exercitar os rabiscos que desde
pequena fizeram parte do meu imaginário.
Participar dessa coleção é ter a oportunidade
de compartilhar esses rabiscos dos cadernos
de desenho, colocar linhas e cores no papel
para as pequenas mentes brilhantes.
Apoio

Realização

O Governo do Estado do Ceará desenvolve, com os seus 184 municípios, o


Programa de Aprendizagem na Idade Certa - MAIS PAIC, com o compro-
misso de garantir e elevar a qualidade e os resultados da educação de suas
crianças e seus jovens.
Publicada pela Secretaria da Educação do Estado, através do MAIS PAIC, a
Coleção Paic, Prosa e Poesia, rica em identidade cultural, reúne narrativas
de autores do Ceará que tiveram seus textos selecionados por meio de se-
leção pública. Esse acervo constitui um estímulo a mais para se ler e contar
histórias em sala de aula, garantindo, assim, um letramento competente.
O GALO TIÃO E A DINDA RAPOSA

Esta bela história narra a vida de um galo treinado


para lutar, que um dia ataca o próprio dono e é expulso da
propriedade. Junto com sua companheira, a galinha Cocó,
parte sem rumo. Após longa caminhada, encontra a
Raposa cinza de quem se torna amigo. A galinha Cocó
choca os seus primeiros ovos. A Raposa é convidada para
madrinha dos pintinhos. Esta protege os afilhados dos
predadores. Mesmo com tantos cuidados alguns pintinhos
desaparecem misteriosamente. O Galo Tião pensa num
inteligente plano para pegar o provável culpado.

Faixa etária - a partir dos 04 anos

EDITORA
O GALO TIÃO E
A DINDA RAPOSA

Lenira Almeida Heck


(Júlia Vehuiah)

2004

Lajeado

EDITORA
Autora: Lenira Almeida Heck

Inspirada por: Júlia e Vehuiah (meus Anjos)

Ilustrações: Adriana Schnorr Dessoy

Editora de arte: Vera R. T. Sulzbach

H448g Heck, Lenira Almeida


O galo Tião e a dinda Raposa / Lenira Almeida Heck (Julia Vehuiah) ;
ilustrado por Adriana Schnorr Dessoy. -- Lajeado, RS : UNIVATES, 2004.

40 p. : il. ; 18 cm

1. Literatura infanto-juvenil. I. Vehuiah, Julia. II. Dessoy, Adriana Schnorr.


III. Título.

CDU 82-93

Catalogação na fonte. Biblioteca Central Univates.

EDITORA Agradecimentos

Rua Avelino Tallini, 171 - Cx. Postal 155 - CEP 95900-000 - Lajeado - RS A Deus por mais esta obra.
Fone: (51) 3714.7024 - Fone/Fax: (51) 3714.7000 À Júlia e Vehuiah pela inspiração.
E-mail: editora@univates.br - www.univates.br A você que irá ler esta obra.

Tiragem: 700 exemplares


Copyright: Lenira Almeida Heck (Júlia Vehuiah)
Rua General Flores da Cunha, 84/102 - Bairro Florestal - Lajeado/RS - Fone: (51) 3714-2472
05

"Amo as crianças, porque mantenho dentro de mim a essência desse ser". Tudo aconteceu há muito tempo, quando você nem
sequer havia nascido.
Num lugar bem distante chamado Amanhecer
Dedico aos pequenos Dourado, aonde chegamos apenas através da imaginação.
Thomas Nicolau,
Michel, Ingrid e a todos que Nesse lugar, existia um galo muito valente e uma galinha
sonham com dias melhores. muito mansa. Ambos viviam muito solitários, pois animal
algum queria ser amigo deles.
O galo chamava-se Tião, e a galinha, Cocó.
06 07

Tião era treinado para brigar. Lutava com quantos


aparecessem. O Sr. Zalin tinha o maior orgulho de ser o
seu dono. Nas brigas de galo, Tião era sempre o
vencedor; derrotava seus adversários brincando. Todos
os galos o temiam. Nos campeonatos, a platéia se reunia
para assistir à sangrenta disputa. Com o tempo, Tião
trouxe fama e fortuna para o seu dono.
08 09

O galo Tião tornou-se o guardião da propriedade. Já


Por causa da fama, muitos curiosos invadiam a não temia mais nada, nem ninguém. Até mesmo os
propriedade do Sr. Zalin, para ver de perto o vencedor cachorros mais ferozes não se atreviam a enfrentá-lo.
das inúmeras competições. Em virtude desse fato, Tião Um dia, um pastor alemão, recém-chegado ao vilarejo,
começou a ser treinado para atacar as pessoas que ousou avançar contra o galo campeão: coitado! Quando os
pusessem os pés no terreiro. donos conseguiram acudi-lo, era tarde demais.
10 11

Diante desse e de outros episódios, o galo Tião


ganhou notoriedade, e o pequeno vilarejo Amanhecer Mas um dia... Bem, um dia o rei dos galos — o temível
Dourado ganhou fama nacional. Nunca uma ave havia campeão — atacou o próprio dono. Então tudo mudou. O
conseguido alterar a rotina de um lugar, nem se tornar Sr. Zalin sentiu na pele a fúria da fera que ele havia
tão famosa! criado.
12 13

Os dois se desentenderam, porque o Sr. Zalin, A luta foi desigual. O galo Tião era perverso e tinha
homem muito sovina, não quis dar-lhe um pouco a mais de muita agilidade. Quando o Sr. Zalin conseguiu se livrar,
milho. O galo, sentindo-se ofendido, se enfureceu e estava tão picado que mais parecia uma peneira.
partiu para a briga. Foi um deus nos acuda! O Sr. Zalin, Enfurecido, ferido e muito dolorido, gritou:
desesperado, pedia por socorro. Toda a vizinhança — Vá para o raio que o parta, seu galo maldito! Suma já
escutou, mas ninguém se aventurou a socorrê-lo. daqui, nunca mais quero vê-lo!
14 15

O galo Tião, ainda ofegante, saiu dali, pegou a sua Os dois, recém tinham se acomodado sobre um dos
companheira Cocó e partiram para além das montanhas. galhos, quando viram chegar ao pé da árvore uma grande
Caminharam muito. Por sorte, a paisagem era belíssima, e Raposa cinza. O galo Tião ficou todo ouriçado, o instinto
a temperatura, muito agradável. No final da tarde, os de briga aguçou-se e... Ploft! Caiu bem perto da Raposa.
dois chegaram ao pé de uma grande árvore. Os últimos Esta levou o maior susto e, sem olhar para trás, fugiu em
raios de sol descambavam por trás da montanha. A noite disparada. Ele ainda tentou alcançá-la, mas estava tão
não tardaria, por isso resolveram dormir por ali. cansado que desistiu.
16 17

O tempo passou, e a amizade se estabeleceu. Os três


No dia seguinte, os três se encontraram ao pé da tornaram-se grandes amigos. Os outros animais
grande árvore. A Raposa parecia muito simpática. avisaram para o galo Tião que a Raposa tinha fama de
Conversa vai, conversa vem e os três fizeram amizade. muito esperta e de devoradora de aves, mas ele não
No início, tudo parecia muito estranho. acreditou e ainda meteu o bico em todos eles.
18 19

Algumas semanas depois... A galinha Cocó estava Ao saber da notícia, a amiga Raposa alegrou-se
muito feliz, pois chocava seus primeiros ovos. Finalmente imensamente. Os três festejaram e até fizeram planos
iria ser mãe. O galo Tião era só alegria. para o futuro.
20 21

Ao sair dali, a Raposa sentou-se numa pedra e


começou a chorar e a maldizer a sua triste sorte: — E
— Amiga Raposa, nós ficaremos muito honrados se agora, que farei? Todos sabem que amizade entre raposa
você aceitar ser madrinha dos nossos pintinhos. A e galinha nunca deu certo. Por que isto tinha de contecer
Raposa, pega de surpresa, arregalou os olhos e abriu a comigo? E chorou tanto que logo uma pequena lagoa
boca de tal forma que os compadres pensaram que a formou-se ao seu redor. E, por estar ilhada nas próprias
futura comadre estava passando mal. Refeita do susto, a lágrimas, ficou vários dias sem aparecer na casa dos
Raposa recuperou a postura e aceitou o convite. futuros compadres.
22 23

Tião e Cocó já estavam preocupados, quando, de


repente, apareceu a amiga Raposa, magra e abatida. A Por ironia do destino, naquele exato momento, os
alegria foi imensa. Os compadres queriam saber o motivo pintinhos começaram a surgir para a vida perante o olhar
da ausência e, por mais que perguntassem, menos a pasmo e cobiçoso da dinda Raposa. Um era mais lindo que
Raposa respondia. o outro. Todos tinham cores diferentes.
24 25

O galo Tião cantava de felicidade no meio da tarde. A


Foram momentos de rara beleza. Cocó, emocionada, galinha Cocó cacarejava radiante, e a dinda Raposa, de
acolheu a todos embaixo de suas asas. língua para fora, babava na maior aflição.
26 27

No decorrer dos dias, os pintinhos iam ficando mais


espertos. A dinda Raposa não conseguia mais se
controlar. Vê-los, estava se tornando um suplício. Então,
pensou:
Com muito esforço, a Raposa conseguiu dominar o — Não posso causar uma tristeza tão grande aos
seu instinto e até ajudou os compadres a proteger os meus compadres, devo vencer meus instintos em nome
pintinhos contra outros animais. da amizade.
28 29

Numa bela manhã ensolarada, a Raposa pegou seus


filhotes e foi até a casa dos compadres pedir permissão
para levar os afilhados para um passeio matinal. Para
convencê-los, explicou que caminhar fazia bem à saúde. No caminho, as raposinhas e os pintinhos seguiam
Após muita insistência, finalmente, recebeu o tão felizes e saltitantes, que nem perceberam quando o
consentimento. pintinho Amarelo, já cansado, ficou para trás.
30 31

A Raposa, demonstrando grande preocupação,


chamou os que estavam na frente e perguntou: — Onde Depois de procurarem por todos os lugares,
está o pintinho Amarelo? Foi então que os outros decidiram retornar, pois Amarelo poderia ter voltado
pintinhos notaram a ausência do irmão. Angustiados, para casa. Ao aproximar-se da casa, ou melhor, da grande
iniciaram a procura, chamando bem alto: — Amarelo! árvore que servia de galinheiro, a Raposa começou a uivar
Onde está você? Amarelo! Amarelo! Só o eco repetia - de forma descontrolada. Diante de tal desespero, a
Amarelo, Amarelo! — A Raposa também procurava. galinha Cocó logo pensou no pior.
32 33

A Raposa não conseguia parar de uivar. Foi uma


raposinha quem explicou para a galinha Cocó o que havia
Trêmula de aflição, Cocó veio ao encontro da Raposa, sucedido. Ao ouvir a notícia... Ploft! Cocó caiu desmaiada.
perguntando: Foi um corre-corre: um ventila de cá, outro ventila de lá,
— Por todos os deuses, comadre, o que aconteceu?! até que Cocó voltou a si.
34 35

Os pintinhos confirmaram a história contada pela Dias depois, enquanto os pintinhos ciscavam ali por
Raposinha. O galo Tião saiu para procurar a cria, mas perto, uma nova tragédia aconteceu: três pintinhos
voltou sem encontrá-la. Muito triste, subiu num galho desapareceram. Apesar de todas as buscas, os pais nada
bem alto e lá ficou vários dias, sem cantar, sem comer e encontraram. Assim, os pintinhos iam desaparecendo de
nem beber, numa tristeza de dar dó. forma misteriosa.
36 37

Contudo, o galo Tião que há algum tempo vinha


observando com cuidado o comportamento da comadre
A Raposa, sempre muito boa, não media esforços Raposa, pensou: — Posso estar enganado, mas não custa
para ajudar nas buscas. Os animais da floresta a tudo tentar. Então pediu permissão à comadre para levar seus
observavam, mas não abriam a boca, por mais que o galo filhotes para passear. Esta, muito zangada, respondeu:
Tião lhes perguntasse alguma coisa. — Nãaoo!! Nem morta deixarei as minhas rapozinhas contigo.
38 39

O galo Tião, que era muito inteligente, ficou quieto. Em seguida, contou a sua história como sendo de
Depois, correu a uma fazenda e assim falou para o algum fazendeiro. O homem ficou vermelho de raiva,
fazendeiro: pegou a espingarda e saiu. Quando avistou a Raposa,
— Sei quem rouba suas galinhas e come todos os seus mirou e... bum! Bum! Assustada, a Raposa saiu em
ovos. disparada, desaparecendo para sempre na longa estrada.
40

Naquele mesmo dia o galo Tião, a galinha Cocó e os


pintinhos que sobreviveram foram morar na fazenda,
num confortável galinheiro. Tião, por sua vez, trocou a
fama de valente e passou a ser o despertador do lugar. O
fazendeiro, seus filhos e toda a vizinhança acordavam
todos os dias com o seu belo có-có-ró-có.
Cocó chocou novos ovos, e deles nasceram lindos
pintinhos coloridos, e todos foram muito felizes
enquanto viveram.
Saiba quem é Lenira Almeida Heck
Pseudo: Júlia Vehuiah

Nasci na cidade de São Félix/BA e cresci em Cachoeira/Ba. Aos nove anos minha
família mudou-se para Salvador/BA. Moro em Lajeado/RS desde 1979. Sou professora,
palestrante. Faço palestras para crianças, jovens e adultos. Sou casada com Roque Heck
e mãe de dois filhos: Aline e Davi.
Uma lembrança boa: A infância às margens do rio Paraguaçu, aonde nos dias
quentes de verão aprendi a nadar.
O que não gosto: Ver a miséria e a violência se alastrarem pelo mundo.
Sonho: Ver os homens se unirem para praticar o bem comum.
Defeito: Teimosia. Insisto até conseguir o que quero.
Virtude: Deixo a resposta para os amigos.
Minha marca: O otimismo.

Abraços a todos, que como eu, caminham em busca dos seus sonhos.

Livro lançado pela autora: "O Peixinho e o Gato"


O GALO TIÃO E A VACA MALHADA

Esta é mais uma história do Galo Tião. Esta aventura


acontece numa fazenda com a chegada da Vaca Malhada e
culmina com o encontro inesperado do Galo Tião com a
faminta onça pintada.

EDITORA
9 788598 611228
O GALO TIÃO E
A VACA MALHADA

Lenira Almeida Heck


(Júlia Vehuiah)

2005

Lajeado

EDITORA
Autora: Lenira Almeida Heck

Inspirada por: Júlia e Vehuiah (meus Anjos)

Ilustradora: Adriana Schnorr Dessoy

Editora de arte: Vera R. T. Sulzbach

A esperança é o incentivo que Deus pôs no


coração dos homens para não desistirem
H448g Heck, Lenira Almeida da sua caminhada.
O Galo Tião e a Vaca Malhada / Lenira Almeida Heck (Júlia Vehuiah) ;
ilustrado por Adriana Schnorr Dessoy. -- Lajeado, RS : UNIVATES, 2005.
"Júlia Vehuiah"
40 p. : il. ; 18 cm

ISBN: 85-98611-22-0

1. Literatura infanto-juvenil. I. Vehuiah, Júlia. II. Dessoy, Adriana Schnorr.


III. Título.

CDU 82-93

Catalogação na fonte. Biblioteca Central Univates.

EDITORA
Agradecimentos
Rua Avelino Tallini, 171 - Cx. Postal 155 - CEP 95900-000 - Lajeado - RS
Fone: (51) 3714.7024 - Fone/Fax: (51) 3714.7000
A Deus, por mais esta obra;
E-mail: editora@univates.br - www.univates.br
À Júlia e Vehuiah, pela inspiração;
A você, que lerá esta obra.

Tiragem: 700 exemplares


Copyright: Lenira Almeida Heck (Júlia Vehuiah)
Rua General Flores da Cunha, 84/102 - Bairro Florestal - Lajeado/RS
E-mail: lenira@univates.br - Fone: (51)3714-2472
O GALO TIÃO E
A VACA MALHADA

Dedico esta obra:

... a todos que, de uma forma ou de outra, fazem parte da minha vida;
... aos meus professores do curso de Letras da Univates, aos que eu tive e
aos que ainda terei, por fazerem parte da minha formação intelectual;
... aos alunos e professores (colegas) das Escolas Municipais de Ensino
Fundamental Santo André e Capitão Felipe Dieter, que fazem parte deste meu
momento.

Deus abençoe o Brasil e todos os brasileiros que vivem na esperança de dias


melhores.
06 07

A ausência de Tião o transformou num mito, tanto que o


O Galo Tião, invicto campeão das rinhas de galo, prefeito mandou colocar uma estátua do campeão na Praça
deixou para trás a cidade Amanhecer Dourado por causa Meio do Mundo, para lembrar as suas façanhas na arena.
do seu dono e treinador, Sr. Zalim, que lhe negou comida. No dia da inauguração, os fãs homenagearam o ídolo,
Revoltado, Tião o atacou e foi expulso da propriedade. e os protetores dos animais aproveitaram a ocasião para
A cidade perdeu a sua grande atração, e o protestar pedindo o fim das brigas de galo. Em frente ao
Sr.Zalim, a sua fonte de renda. Tião partiu; ninguém monumento, gritavam:
sabia se estava perto ou longe dali. - Queremos o fim das rinhas! Queremos o fim das rinhas!
08 09

Enquanto isso, em algum lugar... Tião vivia alegre na


fazenda que o acolhera. O fazendeiro era um homem
trabalhador. Cultivava a terra, preservava a natureza e Tião, além de valente, era charmoso. Não havia
cuidava dos animais sem sequer desconfiar que entre galinha que não suspirasse por ele. Seus corações
eles havia uma ave que valia uma fortuna. pulsavam num compasso apaixonado: Tião! Tião! Tião!
10 11

Algum tempo depois, chegou à fazenda um pequeno


caminhão.
Tião, com toda a sua valentia, rendia-se aos Tião quis saber do que se tratava. Foi então que se
encantos da bela Cocó, sua fiel companheira. Ele a deparou com um grande animal que, ao vê-lo, sapateou,
protegia dos possíveis ataques de alguma raposa mugiu: muuu! Muuu! Sapateou novamente, depois ficou
faminta, que às vezes, rondava o galinheiro. parado, olhando-o desconfiado.
12 13

Após desembarcarem a vaca, as crianças correram


para vê-la de perto.
O novo animal sacudiu o rabo e mugiu: muuu!!!
- Veja, ela gostou de nós! - falaram as crianças,
contentes.
Quando o fazendeiro se aproximou, disseram: O fazendeiro orgulhava-se daquela bela ave que
- Olha, pai, ela é toda malhada! E o nome ficou. despertava o interesse e a admiração de todos e que
Tião ficou com muito ciúme do animal recém-chegado. havia se tornado o guardião do galinheiro.
14 15

No dia seguinte...
- Olá! D. Malhada. Sou o galo Tião - o defensor deste
lugar. Desde que ajudei o patrão a expulsar a grande
raposa cinza da fazenda, comando este terreiro. Venho
lhe dar as boas vindas e um conselho: eu não como do seu
Logo em seguida, Malhada foi levada para o estábulo, capim, mais ai de você se tocar no meu milho. Não se meta
sempre seguida pelo olhar severo de Tião. no meu caminho.
16 17

Foi uma raposa de quem eu e Cocó nos tornamos


Certa manhã, quando Malhada pastava próximo ao amigos. Um dia começaram a desaparecer os nossos
galinheiro, Tião se aproximou zombeteiro, dizendo: pintinhos. Então procurei o fazendeiro e contei
- Olá! Comendo o seu capim fresquinho, hein?! tudo pra ele.
Malhada, após responder o cumprimento, foi direto Ao finalizar a narrativa, Tião estava emocionado.
ao assunto: Malhada, após ouvir tudo, comentou:
- Tião, o que aconteceu entre a raposa cinza e você? - Isto daria uma bela história, cujo título poderia ser
Surpreso com a pergunta, Tião respondeu: "O Galo Tião e a Dinda Raposa".
18 19

- Ich! D. Malhada, eu tenho muitos outros casos


para contar...
- Conhece a cozinheira da fazenda? - perguntou o
Tião. - Pois bem, um dia ela resolveu me pegar. Saí correndo
que nem um galo maluco, em zigue-zague. Lá pelas tantas, a
velhota ficou tonta, começou a tropeçar e caiu toda Tião, que era muito invocado, não gostou da risada.
esparramada. Com muita raiva começou a gritar: "Seu galo - Você ri porque não foi com você. A vida dos galos
maldito! Se te pego, te coloco no tacho, só pra me vingar". Para vale menos do que a de um pássaro. Também vou rir
enraivecê-la ainda mais, comecei a cantar. quando o fazendeiro carnear um animal grande como
Malhada começou a rir ao imaginar a cena. você. E tomara que não demore muito.
20 21

A partir daquele dia, Tião jurou para si mesmo que,


antes de uma ave ir para o abate, iria uma rês. Não
importava qual. Como não simpatizava com Malhada, até
E saiu dali, furioso. A sós, Tião lembrou do dia em que preferia que fosse ela. Então passou a persegui-la.
pegaram o velho galo Amanso, que, horas depois, estava Certa manhã, ao encontrá-la, disse-lhe:
de pernas para cima dentro de uma panela, enquanto no - Malhada, o patrão vai dar uma grande festa, e
prado, centenas de reses pastavam tranqüilas. adivinhe quem vai ser carneada? Você mesma...!!!
22 23

Furioso, Tião gritou:


- Eu não credito que você não ama a própria vida!
Malhada percebeu que Tião estava lhe armando Malhada levantou-se, saboreou uma porção de capim
alguma cilada . Deitada, olhou para ele e, muito tranqüila, e, sem encará-lo, disse:
respondeu: - É por amar a minha vida que vou esperar para ver a
- Enquanto eu der leite, o patrão não fará nada festa começar, e reze para que não sirvam galo ou galinha
contra mim. Quanto a você... aconselho a se cuidar. ao molho pardo.
24 25

Um peão que passava por ali correu para ver o que


estava acontecendo. Logo em seguida, apareceu um
Tião, ao perceber que o seu plano falhara, voou em outro, trazendo uma rede. Ao vê-lo, Tião acertou-lhe
direção à Malhada, bicando-a muitas vezes. A vaca uma bicada tão forte no braço que o homem se contorceu
tentava se defender desferindo alguns coices, mas era de dor. Satisfeita a sua ira, Tião aproveitou a confusão
em vão. Tião era muito mais rápido. para escapar.
26 27

Todos ficaram pasmos com a ferocidade daquela O fazendeiro e sua mulher, ambos veterinários,
ave. Foi um procura daqui, outro procura dali, e nada. cuidaram dos ferimentos da vaca Malhada, que parecia
Depois de certo tempo, voltaram às suas funções. O tranqüila, apesar das bicadas.
resto do dia os comentários foram sobre a briga entre o Quando as coisas acalmaram, Tião voltou. O
galo e a vaca. fazendeiro não deu maior importância ao fato.
28 29

O grande felino se aproximava cada vez mais de Tião


Quando estavam retornando para a sede da fazenda, e de seu dono, que pressentiu o perigo. Nesse momento,
eis que surge uma onça pintada. O animal parecia faminto e Tião lembrou de Cocó e da briga que tivera com Malhada
assustado. Suas patas eram grandes, com garras afiadas e e até prometeu a si mesmo que, se escapasse com vida,
um bocão com dentes enormes! esta seria a dinda dos seus futuros pintinhos. Enquanto
O fazendeiro ficou parado. As crianças, assustadas, pensava, a onça deu-lhe uma patada. Para fugir dos
abraçaram-se. golpes, Tião voou de um lado para o outro, como um
A vaca Malhada e Cocó conseguiram correr. acrobata.
30 31

Quando os peões chegaram, tudo já havia terminado.


Depois de amarrada, a Onça Pintada foi levada ao zoológico,
de onde havia fugido há alguns dias. O fazendeiro recebeu
uma recompensa pela sua captura.
Tião, olhando para Malhada, disse:
Lá pelas tantas, o animal invasor foi dando sinais de - E aí, companheira, que tal perdoar este galo nervoso e
cansaço. Então, com a maestria dos campeões, Tião encrenqueiro?
partiu para o ataque. E bica daqui, bica dali, bica acolá, Malhada, cuja mansidão todos admiravam, respondeu:
até que a Onça Pintada... Ploft, tombou sob o olhar de - Oh, Tião! Seu ato de bravura apagou qualquer mal
espanto do fazendeiro e das crianças. que tenha praticado.
Tião, ao ver a adversária caída, afastou-se para O Galo Tião e a Vaca Malhada tornaram-se amigos.
contemplá-la. E todos foram felizes.
32

Oi,
Sou a Lenira Almeida Heck ou Júlia Vehuiah.

Nasci em 20/03/54 na cidade de São Félix/BA. Cresci em Cachoeira/BA, tomando banho


no rio Paraguaçu até os 9 anos. Depois fui morar em Salvador/BA, onde troquei o rio pelo mar.
Moro em Lajeado/RS desde 1979. Aqui também tem um rio muito bonito, chamado Taquari. Sou
casada, professora, mãe de dois filhos (Aline e Davi).
Eu continuo me aperfeiçoando. Sou acadêmica do curso de letras da Univates. Acho bem
legal essa coisa de estudar, porque aprender coisas novas é sempre bom. Quem estuda nunca
envelhece, porque a mente está sempre em atividade. Às vezes complica, mas isso é assim
mesmo, senão não teria graça.
Talvez por eu ter uma alma inquieta, estou sempre buscando aquilo que não perdi. Isso é
bom, porque para mim os dias nunca são iguais.
Adoro a Deus e sei que, sem Ele, eu nada sou.
Gosto da pureza das crianças e da amizade dos animais.Tenho uma gata cinza, chamada
Mine, não tem pedigree, mas gosto dela mesmo assim.
Um dia eu e você nos conheceremos. Enquanto isso não acontece, deixo aqui um beijo
bem gordo e um abraço bem apertado!

Até logo.
Um abraço carinhoso da Lenira.

Obras da Autora:
1. O Peixinho e o Gato
2. O galo Tião e a dinda Raposa
“Tudo que acontecer à terra,
acontecerá aos filhos da terra.”
Noah Sealth, chefe Seattle

Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto.

a
e nd ida
v ib
o
pr
Autora
Sandra Aymone

Coordenação editorial
Sílnia N. Martins Prado

Ilustração
Pierre Trabbold
Luiz Rodrigues

Revisão
Katia Rossini

Diagramação
Linea Creativa

Agradecimento especial
Prof. Dr. Carlos C. Cerri
(CENA/USP - Centro de Energia Nuclear da Agricultura)

Realização
Fundação Educar DPaschoal
www.educardpaschoal.org.br
F: (19) 3728-8129
Agradecemos aos nossos parceiros a colaboração na distribuição destes livros: Argius
Transportes Ltda., Atlas Translog, Hiperion Logística, Reunidas Catarinense, RTE Rodonaves,
Transportadora Capivari Ltda.,Transportadora JPN Ltda., TRN Pavan.

Esta obra foi impressa na Gráfica Editora Modelo Ltda. em papelcartão Art Premium Tech (capa)
e papel Couché Suzano Matte (miolo), ambos produzidos pela Suzano Papel e Celulose a partir de
florestas renováveis de eucalipto. Cada árvore foi plantada para este fim. Esta é a 1ª edição, datada de
2008, com tiragem de 27.000 exemplares, para esta 2ª reimpressão.

A tiragem e a prestação de contas referentes a esta


publicação foram conferidas pela Deloitte.

Sobre a Fundação Educar DPaschoal


A Fundação Educar DPaschoal — investimento social do grupo DPaschoal — foi criada há 18
anos com o objetivo de estimular pessoas a adotarem a educação para a cidadania como estratégia de
transformação social e econômica.
Em oito anos, por meio do projeto “Leia Comigo!”, já editou 30 milhões de livros infantis distribuídos
gratuitamente a escolas públicas, organizações sociais e bibliotecas. Mais que isso, este projeto
preocupa-se com um conteúdo que estimule o gosto pela leitura, reforce valores e incentive a atitude
cidadã.
Com a “Academia Educar”, promove o desenvolvimento de jovens do ensino médio, tendo a escola
pública como centro de cidadania na comunidade; e com o projeto “Trote da Cidadania”, forma
futuros líderes socialmente responsáveis, que utilizam sua energia para a mobilização universitária.
Naquela tarde, o silêncio era geral na pracinha do bairro. Ou quase.
Porque, em um dos cantos da praça, onde estavam as caixas próprias
para lixo reciclável, uma garrafinha plástica ouviu algo. Era uma voz que
dizia, bem baixinho:
– Não, não, não! Isso não pode ser! Ainda sou muito útil para ser
reciclado, meu lugar não é aqui!
O som parecia vir de dentro da caixa destinada aos papéis. Curiosa, a
garrafa saiu de onde estava e foi até lá. Num instante encontrou, falando
sozinho, um livro que tinha um nome esquisito: “Aquecimento global”.

– Qual é o problema, senhor Livro? – perguntou a Garrafa – Não está


contente por ser reciclado?
– Na verdade não, Garrafinha – respondeu ele – O assunto que trago em
minhas páginas é muito atual e importante. Mas me colocaram no lixo
porque minhas últimas páginas estão em branco. Minha história não
tem fim!... Se eu encontrasse um final para ela, poderia ir viver numa
biblioteca!
A Garrafa concordou em que aquele problema merecia uma solução e
chamou seus amigos nas outras caixas: a Latinha de refrigerante, o Vidro
de doce de leite vazio e a Revista usada. Depois de ouvirem o caso, todos
decidiram ajudar o Livro a encontrar um fim para sua história.

2 3
– E se a gente escrevesse no fim: “E viveram felizes para sempre!”? – Eu explico – disse o Livro. – Quem de vocês já viu uma estufa? É um
– sugeriu o Vidro. – Já vi muitas histórias ótimas terminarem assim... lugar fechado, construído para cultivar plantas que precisam de calor.
Dentro da estufa fica quente, mesmo que do lado de fora esteja frio.
– Obrigado, mas não serve – respondeu o Livro. – Isso só funciona nos Bem, os cientistas descobriram que o nosso planeta Terra está ficando
contos de fadas. E minha história é diferente... cada vez mais quente e decidiram chamar este fenômeno de “efeito
– Então conte um pouco sobre seu assunto, para podermos saber como estufa”.
vamos conseguir a parte que falta – pediu a Revista. Ao ouvir isso, a Garrafa começou a suar e a se abanar, já sentindo um
– Bem, meu texto fala bastante sobre “efeito estufa”. calorão...
Ninguém sabia o que era aquilo. – Nas minhas páginas, diz que o efeito estufa acontece por vários
motivos.
– Que motivos são estes? – perguntou a Latinha.

4 5
– O efeito estufa acontece principalmente pela ação de certos gases. E
a quantidade desses gases está aumentando por causa da destruição das
florestas e da queima de combustíveis como a gasolina e o óleo diesel...
A fumaça que as fábricas e os carros soltam tem gases que ajudam a
provocar o efeito estufa...
– É mesmo? Que chato... – comentou a Garrafa. – Porque vai ser difícil,
para as pessoas viver sem fábricas e sem automóveis...
Todos quiseram saber mais, para ver se havia solução para o problema...
O Livro continuou a contar:

– A temperatura da Terra está subindo, mas isso acontece bem devagar.


Vai levar muitos anos pra ficar quente demais. Só que o calor faz o gelo
dos pólos derreter, e isso aumenta a quantidade de água nos oceanos...
– Mas isso é ruim? Ter mais água não é uma coisa boa? – opinou a
Revista.
– Infelizmente, é ruim, sim. O urso-polar, por exemplo, cada vez tem
menos lugares pra caçar sua comida. Além disso, o mar pode subir e
prejudicar as cidades que ficam perto das praias.

6 7
do Livro. Contou que gostava muito de ler sobre vários assuntos e,
sempre que podia, entrava na biblioteca da escola que havia ali perto.
– Lá, sou amigo de todos os livros! – disse Foguinho. – Entro à noite,
quando não tem ninguém. Ainda bem que tenho uma luzinha para
iluminar minhas leituras!
Todos adoraram conhecer um vaga-lume tão sabido e acharam que ele
podia ser a solução que procuravam. Claro! Era amigo dos livros! E
ninguém melhor do que os livros para ajudar a encontrar o final de que
o amigo tanto precisava!

Enquanto o Livro falava, começou a escurecer. A noite estava chegando.


– Que escuridão! – exclamou a Latinha. – A lâmpada do poste queimou!
Mas vem vindo lá um vaga-lume. Vamos ver se ele topa iluminar nossa
conversa...
Chamaram, então o vaga-lume, que se chamava Foguinho. Ele
concordou em emprestar sua luz e também se interessou pelo problema
8 9
– Tudo bem! – concordou Foguinho. – Posso ir hoje mesmo falar com
eles. Mas precisamos saber mais ou menos como deverá ser esse final. –
E, voltando-se para o Livro, perguntou: – Você pode contar mais um
pouco do que suas páginas dizem?
– Claro – respondeu o Livro, todo agradecido. – Os cientistas dizem que
o aquecimento da Terra pode provocar falta de água própria para beber,
secas, tempestades, ondas de calor, tufões e furacões.
– Nooooooossa, Livro! – espantou-se a Garrafa. – Não tem nada de bom
na sua história? Será que tem algum jeito
de evitar que tudo isso aconteça?

– Infelizmente, não sei! – disse o Livro. – Depois dessa parte, começam


as minhas páginas em branco... Não tem mais nada...
– Então é isso! – animou-se a Latinha. – Vamos encontrar para ele um
final feliz, ensinando às crianças tudo o que se pode fazer para evitar o
efeito estufa! Corra lá, Foguinho! Converse com os livros da biblioteca!
Com certeza eles têm uma resposta pra isso!
– Tenho uma sugestão! – disse o Vidro. – Com tudo o que aprendemos
até agora, enquanto Foguinho vai lá, nós já podemos começar a nossa
lista. Vamos criar um capítulo chamado “O que você pode fazer para
ajudar o planeta Terra”. Que tal?
10 11
Todos adoraram a idéia! Foguinho saiu como um raio. Foi direto
conversar com seus amigos, os livros, na biblioteca da escola. Enquanto
isso, a Garrafa, a Latinha, o Vidro, a Revista e o Livro começaram a criar
o final da história. Ficou assim:
O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA AJUDAR O PLANETA TERRA
1. Plante árvores. Se não puder plantar, cuide das que já existem. As árvores
diminuem a quantidade de gases perigosos no ar (principalmente o gás
carbônico), que provocam o efeito estufa.
2. Não queime pneus! Além de poluir o ar, a queima de pneus produz muitos
litros de óleo, que contaminam o solo (quem lembrou esta foi o Vidro, que
tinha um amigo pneu). Pneus usados também não devem ser jogados em rios,
terrenos baldios etc. Eles podem ser reciclados e devem ser entregues em locais
próprios para isso.
3. Nunca coloque fogo no mato.
4. Não queime plásticos, pois eles liberam gases poluentes (a Garrafa adorou
este item!).

Neste ponto, chegou o vaga-lume de volta. Contou que todos os livros


tinham sido muito bacanas, ajudando no que puderam, e que tinham
convidado o Livro para ir morar lá, depois que estivesse completo!
– Que bom! – disse o Livro, todo feliz. – Então, por favor, diga logo tudo
o que aprendeu!
Rapidamente, a lista ganhou novos itens:
5. Sempre que puder, evite andar de carro. Caminhe, ande de bicicleta, ou de
ônibus, alguns dias na semana.
12 13
6. Conte a seus pais que, ao comprar um carro, devem preferir os que são Quando economizamos energia, evitamos que novas usinas sejam construídas.
movidos por combustíveis e produzem menos gases poluentes, como álcool Por exemplo: apagar a luz ao sair de um lugar, desligar som e TV quando não
de cana (etanol) e biodiesel. O biodiesel é obtido de óleos vegetais e animais, estiver usando, não abrir a geladeira toda hora etc.
como óleo de soja, de mamona, de girassol e sebo de boi. Também é importante
9. Lembre-se destas quatro palavras: REDUZIR, REUTILIZAR,
manter o carro sempre regulado. Veículo que economiza combustível solta
RECICLAR e RACIONALIZAR.
menos gases perigosos.
Reduza a quantidade de lixo que você produz. Não jogue fora nada que possa
Foguinho falou:
ser reutilizado. Separe todo lixo seco (papéis, metais, plásticos e vidros) e
– Os livros lembraram que não basta diminuir a produção de gases para coloque-o em lugar próprio para lixo reciclável.
ajudar o planeta. É preciso proteger a natureza, economizando água e
Todos acharam que o trabalho tinha ficado ótimo! Finalmente, o Livro
energia e diminuindo a produção de lixo.
estava completo e podia ir viver na biblioteca, onde seus ensinamentos
– Reciclagem de lixo é com a gente mesmo! – exclamou a Garrafa, seriam aproveitados por muitas crianças!
dando pulinhos. – É por isso que estamos aqui! Nós estamos fazendo a
Na maior alegria do mundo, ele se despediu dos amigos e foi embora
nossa parte!
com Foguinho, que se ofereceu para mostrar o caminho. O dia já estava
Os últimos itens da lista ficaram assim: amanhecendo.
7. Economize água. Nunca deixe a torneira ou o chuveiro abertos sem
necessidade. Verifique se existem vazamentos nos canos, ou torneiras pingando.
8. A energia elétrica é produzida pelas usinas hidrelétricas. Para construir
essas usinas, é preciso alagar grandes regiões, prejudicando a natureza.

14 15
– Como é bom ver alguém realizando o seu sonho! – disse o Vidro,
comovido.
– Nem diga! E o seu sonho, qual é? – perguntou a Latinha.
– É virar um vidro de azeitonas! Enjoei de doce! – respondeu ele.
– Então corram! – gritou a Garrafa. – O caminhão de lixo reciclável já
virou a esquina e está chegando!
Todos correram para seus recipientes com o coração aos pulos. Logo
iriam para algum lugar, onde seriam transformados em novos objetos e
voltariam a ser úteis. Era muita emoção!

16
FELIPE PEREIRA
O PÁSSARO QUE ENGANOU O
GATO

DISTRIBUIÇÃO
GRATUITA

INSTITUTO LpC
10 EDIÇÃO - 2020
CERTO DIA, UM GATO MUITO SABICHÃO
CAMINHAVA SOBRE O TELHADO DE UMA CASA,
QUANDO AVISTOU UM CANARINHO ASSOBIANDO,
EM UM FIO DA REDE ELÉTRICA.

“EI! BELO PÁSSARO CANTOR, JÁ SABE DA


NOVIDADE?” DISSE O BICHANO OLHANDO PARA O
ALTO.
“QUE NOVIDADE?” PERGUNTOU O PASSARINHO, JÁ
DESCONFIADO.

“UMA NOVA LEI FOI APROVADA... AGORA TODOS


OS BICHOS TERÃO DE SER AMIGOS, NÃO HAVERÁ
MAIS RIVALIDADE, NEM PRESAS, NEM PREDADORES
E TODOS TERÃO QUE VIVER EM HARMONIA”.
“SÉRIO?!!” QUESTIONOU O CANÁRIO.

“SIM, E PARA COMEMORAR, VOE ATÉ AQUI E


VENHA-ME DAR UM ABRAÇO, SEJAMOS AMIGOS!”.
- TUDO BEM - DISSE O CANÁRIO. - VOU POUSAR
PRÓXIMO À CASINHA DO REX, AQUELE GRANDE
PASTOR ALEMÃO ALI NO QUINTAL E ENTÃO NOS
ABRAÇAREMOS E COMEMORAREMOS OS TRÊS
JUNTOS.
OUVINDO ISTO, O FELINO SALTOU TENTANDO
AGARRAR O PÁSSARO, QUE VOOU RAPIDAMENTE E
GARGALHOU DO GATO.

- LEI NOVA... HA, HA, HA, HA!!!


O GATO SAIU FRUSTRADO E RESMUNGANDO, POIS
NÃO CONTAVA COM A ASTÚCIA DO PEQUENO
PÁSSARO.
O RATINHO
RÓI-RÓI
Lenira Almeida Heck
(Júlia Vehuiah)

1ª edição

Lajeado, abril de 2010


Univates Editora
Coordenação e Revisão Final: Ivete Maria Hammes
Editoração: Bruno Henrique Braun, Marlon Alceu Cristófoli e Paulo Alexandre Fritsch
Capa: Marlon Alceu Cristófoli
Ilustrações: Adriana Schnorr Dessoy
Revisão Linguística: Veranice Zen

Avelino Talini, 171 - Bairro Universitário


Cx. Postal 155 - CEP 95900-000, Lajeado - RS, Brasil
Fone: (51) 3714-7024 - Fone/Fax: (51) 3714-7000
E-mail: editora@univates.br - http://www.univates.br/editora

A447r
Heck, Lenira Almeida
O Ratinho Rói-Rói / Lenira Almeida Heck - Lajeado: Ed. da Univates,
2010.
60 p.: il.

ISBN 978-85-98611-77-8

1. Literatura infanto-juvenil I.Título

CDU: 82-93(816.5)

Ficha catalográfica elaborada por Carla Barzotto CRB - 10/1922

Todos os textos são de exclusiva responsabilidade da autora.

Tiragem: 500 exemplares


Copyright: Lenira Almeida Heck (Júlia Vehuiah)
Rua General Flores da Cunha, 84/102 - Bairro Florestal - CEP 95900-000 - Lajeado/RS
E-mail: lenira@universo.univates.br - Fone: (51) 3714-2472, (51) 8406-9804
O RATINHO
RÓI-RÓI

DES R
EN H OS PA RA COLORI
Dedico a

Dedicatória

Ricardo Piantá e Aline, que a chama mantenha-se


acesa por toda a vida
Ao Davi, pelo sucesso alcançado
A equipe da Editora, pela dedicação
A todos os meus amigos, pela convivência
A você, que fará da leitura um momento de êxtase.

Agradecimentos:
A Deus, por mais essa obra.
A Júlia, pela vida.
A Vehuiah, pela inspiração.
5

E ra uma vez um
ratinho muito comilão
chamado Rói-Rói.

Ele morava com a família num pequeno bueiro.


Sua mãe, uma rata muito simpática chamada Zana,
• •• • • •• • • • • • •• •• • • ••• • • •• • • • • • •• • • •• • •• • • •• • • • • • •• • ••••••••
Rói.
6

Certo dia D. Rata Zana


saiu à procura de novo
lugar para morar. Depois
de muito caminhar,
encontrou uma toca funda
• •• • • • • • • • • • ••• • • •• • • • • •••••••••••
num pequeno jardim de
uma casa.
O lugar era ótimo. Na calçada havia duas lixeiras:
uma para lixo seco e outra para lixo orgânico - tudo
muito organizado.
7

De vez em quando alguns cachorros espalhavam o


lixo para tudo quanto era lado, deixando o local feio e
completamente sujo.

Próximo do jardim havia um bueiro que conduzia


à rede de esgoto. O lugar era ideal para os ratinhos
crescerem fortes e saudáveis. Era uma maravilha de
lugar.
8

D. Rata Zana, preocupada com a segurança dos


• •• • • ••• •• • • ••• • • •••••••••••••••••••••
- Escutem com atenção! De hoje em diante vocês não
andarão na rua durante o dia. Esperarão anoitecer,
pois, se nos descobrirem, irão nos expulsar sem
piedade. Entenderam?
- Sim, mamãe! Gritaram todos.
Mas o que eles não sabiam era que naquele lugar
morava uma enorme gata cinza-malhada chamada Mini,
considerada o terror dos ratos e dos pássaros.
9

Depois do
aviso da mãe, os ratinhos
esperaram ansiosos o
anoitecer. Quando tudo
estava silêncioso, D. Rata
• • • • •• •• • • • •• •• • • • • •• • •• • • •• ••••••••••••••••••••••••••••••
procura de alimentos. Todos
pularam de alegria, pois
encontraram pedaços de queijo, restos de
toucinhos e outras delícias na lixeira. Eles
comeram tanto que parecia que iriam estourar.
Rói-Rói, o mais guloso de todos, quase
não conseguia caminhar.
10

A comida ali era tão boa que eles nem queriam


lembrar da época em que moravam no pequeno bueiro
mal-cheiroso e lá quase não tinham com o que se
alimentar. Como estavam felizes!
Mas certa noite apareceu a temível gata de bigodes
brancos e rabo tremulante.
11

Os ratos levaram o maior susto!


Foi um correndo pra cá, outro
• • • • • • • • •• • • ••• ••• • • • ••• • • • • •••••••••••••••••••••••
conseguiram escapar!
Opa! Quase todos! Rói-Rói não
conseguiu fugir.
12

Para salvar Rói-Rói, D. Rata Zana avançou


corajosamente contra a enorme fera. Mas nada pôde
fazer, porque logo recebeu uma patada que a jogou
longe.

Em seguida, viu a gata sair em disparada levando a


caça entre os dentes.
13
Chegando na casa soltou
Rói-Rói e passou a se divertir.
Quanto mais ele corria, mais
ela o perseguia.

Lá pelas tantas Rói-Rói


implorou ao Deus dos animais
dizendo:
- Meu Deus! Salve-me das
garras do meu perseguidor.
Se me ajudar, prometo
que serei um bom rato:
não transmitirei doenças,
não morderei as pessoas, não
estragarei as feijoadas das
donas de casa e repartirei
com meus irmãos
todo o queijo que
encontrar.
14

Não demorou, a gata se desinteressou de brincar,


subiu no sofá e lá adormeceu.
O coração de Rói-Rói batia acelerado: Tum-tum,
tum-tum, tum-tum!

Ainda
assustado,
ele correu
para atrás
do armário.
15

Era madrugada quando Rói-Rói arriscou-se a sair do


seu esconderijo. Com muito cuidado, subiu na mesa e
comeu tudo o que encontrou. Enquanto a gata dormia,
Rói-Rói se divertia.
16

Quando já estava
amanhecendo, Rói-Rói lembrou
dos conselhos da D. Rata Zana e
foi correndo esconder-se atrás
do armário. Assim, durante
o dia, ele dormia e, à noite,
andava pela casa.
17

Uma noite, a dona da casa acordou e, ao acender


a luz, deparou-se com Rói-Rói em cima da mesa.
Assustados, Rói-Rói correu para atrás do armário e a
mulher saiu gritando apavorada!
- Um rato! Um raaaato! Um raaaato! Ploft. Caiu dura
a mulher.
• • • •• •• • • • •• • ••• • • •• • •• •• •• • • •• • • • • • • • • •• ••• •• • • • • • ••••••••
Dona Ana desmaiada. Abriram a porta para ventilar
o ambiente. O susto foi grande, mas nada de grave
aconteceu.
Naquele instante, Rói-Rói aproveitou para escapar.
18

Enquanto isso... Mini dormia sossegada.


No dia seguinte, lá estava Rói-
Rói belo e faceiro, porque
no meio da confusão
encontrou o caminho de
volta para casa.
Na toca, todos
festejaram a sua
volta. Rói-Rói viveu
muitos anos e gerou
muitos ratinhos, e
todos viveram felizes
para sempre.
Olá,
Sou a Lenira, mas muitos me conhecem
como Júlia Vehuiah. Sou professora,
graduada em Letras; faço palestras
e gosto muito de escrever e contar
histórias.
Em entrevistas, sempre me perguntam:
Onde você nasceu?
– Em São Félix/BA.
Quando?
– Em 20 de março de l954.
Onde mais você morou?
– Morei em Cachoeira/BA, e em
Salvador/BA
Onde você mora atualmente?
– Na Cidade de Lajeado/RS. Fica no Vale do Taquari.
• • • •• •• • • • ••••••••••••
• •• •• ••• • • •• • • • • • •• •• • • • • •• • •• •• •• • • ••• ••• • •• •• • • •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Tem algum animal de estimação?
• •• ••• •• •••• •• • • •• • • • •• •• • • ••• • • • • • • •• • • •• • •• •• • • •• •• • ••••••••••••••••••••••••••••••••••
Quando criança, você gostava de ler?
– Sim. Desde que aprendi a ler, a leitura passou a fazer parte da
minha vida.
Você se considera boa escritora?
– Não sei. Mas tomara que eu não seja uma das piores.
Você gosta de escrever?
– Adoro. Para mim é prazeroso.
Você continua estudando, por quê?
– Porque além de manter o meu cérebro em atividade, o estudo é
fonte de energia para alcançarmos os nossos ideais.
Do que você mais gosta?
– De Deus, das pessoas, da natureza e dos animais

Desejo homenagear nossa ilustradora Adriana S. Dessoy por mais


este trabalho.
Meus amigos, é isso aí. Escrever este livro foi muito divertido.
Espero que vocês gostem!

abraços,
Outras obras da Autora:
Flávio Colombini

Ilustrações
Capa Francisco Zanella Jr.
Copyright © 2018 by Flávio Colombini

Texto e diagramação: Flávio Colombini


Capa e ilustrações: Francisco Zanella Jr.
Quando o relógio
despertou,
ele reparou
que tinha perdido a hora!

– E agora? –
ele falou,
– Perdi a hora!

O relógio
ficou todo alarmado,
pois estava atrasado!
Ele pensou
no que fazer.
Até que notou
que precisava correr!

Sua amiguinha,
a borrachinha,
resolveu acompanhá-lo.
Sem demora,
o relógio
saiu correndo
atrás da hora.

E ia dizendo:
– E agora,
perdi a hora?
Porém, ele
não conseguiu
alcançar a hora.

Mas o relógio
não desistiu.
Ele saiu
procurando a hora
pelo mundo afora.
Procurou no mato.
Procurou no rio.
Procurou no quente.
Procurou no frio.
Mas o relógio
não conseguiu achar
a hora
em nenhum lugar.
O relógio
estava passado
e muito cansado. Ele dizia:
– E agora,
perdi a hora?

Mas o relógio
não desistiu.
Ele pensou e decidiu
que seria interessante
perguntar para o elefante.

Mas o elefante
respondeu, num instante,
que nunca tinha visto a hora antes.
Depois, foi perguntar
para o tamanduá.

Mas o tamanduá
não tinha visto
a hora passar.
O papagaio
viu a hora
passar como um raio.
E o bicho-preguiça
não tinha nenhuma pista
pois toda a hora
ele perdia a hora.
O relógio
ficou chateado
e desanimado.
Mas ele não desistiu.
Ele pensou e decidiu continuar a caminhar
e a procurar.
Para sua
felicidade,
ele foi parar
numa linda
cidade!
Lá, ele perguntou para uma senhora
se ela tinha visto a hora.

E a senhora falou, com muita paz,


que outrora ela reparava na hora,
embora agora não mais.
Então, perguntou
para um porteiro.

Bem cabreiro,
ele respondeu
que tinha jogado
seu relógio fora,
pois não aguentava mais
olhar a hora.
Depois que procurou
o dia inteiro,
o relógio se alegrou
quando encontrou
um relojoeiro.

O relojoeiro
falou que, para achar a hora,
era só adiantar o ponteiro.
Sem demora,
o relógio
adiantou seu ponteiro
e acertou sua hora.
E o relógio
foi embora,
todo feliz,
porque agora
tinha achado a hora.
Flávio Colombini

Escrevi esta história em mais ou menos uma hora,


num dia muito alegre. Depois revisei o texto diversas
vezes e convidei o experiente ilustrador Francisco
Zanella Jr. para fazer as ilustrações. Juntos, nós
preparamos este livro com muito carinho.
Não foi nada fácil publicá-lo. Porém, da mesma forma
que o relógio não desistiu de procurar a hora, nós
também nunca desistimos de publicar esta obra. E
agora, depois de muito tempo e esforço, finalmente
conseguimos. Nosso desejo é que a aventura do
reloginho ofereça momentos alegres a todas as
crianças e adultos que leiam este livro.
Se você quiser conhecer os outros livros, poemas,
peças e filmes que eu fiz, visite o meu site:
www.flavito.com.br
Se você gostou deste livro...
• Curta a página do autor:
www.facebook.com/flavito10
• Inscreva-se no canal dele:
www.youtube.com/Flaviocolombini
• Siga o perfl dele:
www.instagram.com/flaviocolombini

Tchau!
Lenira Almeida Heck
(Júlia Vehuiah)
Vehuiah)

O PEIXINHO
E O GATO

Esta história levará as crianças e os adultos


a navegarem pelas ondas da imaginação, numa
aventura emocionante, que começa no fundo do
mar e culmina com a luta pela vida entre o bravo
peixinho Vermelho, capturado por uma rede de
pescador, e o seu rival – o terrível Sr. Gato.

Faixa etária – a partir dos 04 anos

EDITORA
Lenira Almeida Heck
(Júlia Vehuiah)

2ª edição

2005

Lajeado

EDITORA
Autora: Lenira Almeida Heck

Inspirada por: Júlia Vehuiah (meus Anjos)

Ilustrações: Adriana Schnorr Dessoy

Editora de arte: Vera R. Theves Sulzbach

H448p Heck, Lenira Almeida


O peixinho e o gato / Lenira Almeida Heck (Julia Vehuiah) ; ilustrado por
Adriana Schnorr Dessoy. 2ª edição -- Lajeado, RS : UNIVATES Editora, 2003.

39 p. : il. ; 18 cm

ISBN 85-86573-37-X

1. Literatura infanto-juvenil. I. Vehuiah, Julia. II. Dessoy, Adriana Schnorr.


III. Título.

CDU 82-93

Catalogação na fonte. Biblioteca Central Univates.

EDITORA Agradecimentos

Rua Avelino Tallini, 171 - Cx. Postal 155 - CEP 95900-000 - Lajeado - RS a Deus.
Fone: (51) 3714.7024 - Fax: (51) 3714.7001 a Júlia e Vehuiah pela inspiração e a
E-mail: editora@univates.br - www.univates.br todos que estiveram comigo nesta trajetória.
Vocês serão eternamente meus amigos.

Tiragem: 500 exemplares


Copyright: Lenira Almeida Heck (Júlia Vehuiah)
Rua General Flores da Cunha, 84/102 - Bairro Florestal - Lajeado/RS - Fone: (51) 3714-2472
06 07

Certo dia, o Sr. Peixe chamou os peixinhos Vermelho,


Amarelo e Dourado, para alertá-los dos perigos que os
cercavam quando saíam para brincar longe de casa. Falou – Todo peixinho tem direito a brincar, mas fiquem
sobre os pescadores que lançavam suas redes ao mar, das longe das redes e da beira do mar, pois nesses lugares é
aves e de outros animais, entre eles, o gato, que se que mora o perigo – falou o Sr. Peixe com os olhos
alimentavam de peixes. marejados de lágrimas.
08 09

Por mais que se debatesse, não conseguia livrar-se.


Passado algum tempo, Vermelho pediu permissão aos Então, começou a gritar:
pais para ir à casa de um amigo para brincar. Após ajudar a – Socorro! Por favor, alguém me ajude a sair daqui!
mãe, despediu-se e lá foi todo contente. No caminho, No entanto, ninguém o escutava, porque estava num
encontrou alguns amigos e a todos cumprimentou alegremente. lugar pouco movimentado.
Minutos depois, sentiu que algo o havia prendido. Angustiado, começou a chorar.
10 11

O pescador, por sua vez, ao puxar a rede, ficou muito


contente ao ver aquele belo peixinho saltitante e tomou
todos os cuidados para não machucá-lo. Ao chegar em
casa, colocou-o num vidro cheio de água.
Vermelho, assustado, percebeu que havia perdido a Naquele momento, ao se dar conta da fatalidade que
liberdade e que, talvez, nunca mais voltasse a nadar nas havia se abatido sobre ele, procurou ser forte e manter
profundezas do oceano. Muito triste, o pranto voltou a rolar. a calma, pois de nada adiantaria gritar ou se debater.
12 13

Após rodar bastante, o homem finalmente parou em


Naquele mesmo dia, Vermelho foi transportado com frente a uma grande loja. Vermelho estava receoso, pois
muito cuidado para um outro lugar. não sabia o que iriam fazer com ele.
14 15

Ao entrar na loja, notou que o lugar era amplo e


agradável. Lá estavam algumas criaturas estranhas e
muito barulhentas; umas gorjeavam, outras latiam, O comerciante estava sorridente, orgulhoso da sua
algumas miavam, outras comiam cenouras sem parar. nova aquisição, então, colocou Vermelho junto com
Todas estavam em grandes gaiolas. outros peixinhos. O local, apesar de pequeno, imitava o
O peixinho Vermelho pressentiu que ali seria o seu "habitat" do fundo do mar. Todos o olharam com
cativeiro. Tremeu só de pensar. curiosidade, mas logo se tornaram amigos.
16 17

Vermelho já tinha escutado algumas histórias a Apesar de estar sendo bem tratado, suspirava ao
respeito dos peixinhos que eram capturados para lembrar o tempo em que nadava em cardume, com os
servirem de atração para os homens. Porém, jamais amigos, aprontando algumas das suas peraltices em
imaginou que algum dia estivesse naquela situação. algum lugar no fundo do mar.
18 19

Chegando ao novo lar, Vermelho notou uma criatura


Certo dia, entrou na loja um casal com três filhos. com cara de bonzinho, igual ao que tinha lá na loja. De vez
Duda, o mais velho, ficou maravilhado ao observar aquele em quando, ele se mexia, abria os olhos, espreguiçava-se
belo peixinho Vermelho que nadava de um lado para outro e voltava a enrolar-se. Agora, mais despreocupado, o
no aquário. Os pais, notando o seu interesse, compraram- peixinho continuava nadando de um lado para o outro em
no e deram de presente ao filho. seu pequeno cativeiro.
20 21

O Gato, por sua vez, andava impaciente, não via a


Certo dia, Vermelho escutou seus novos donos hora de ficar a sós com o novo morador da casa. Para não
chamarem carinhosamente aquela estranha criatura de levantar suspeitas, fingia nem notar a sua presença.
meu "Gatinho". Então, pensou: Duda estava muito contente com os seus dois bichos
– Ah! Então esse é o famoso Sr. Gato... O perigoso de estimação, uma vez que o gato e o peixinho viviam em
devorador de peixes! harmonia.
22 23

Numa bela manhã de domingo, após tratar o gato e o


peixinho, a família saiu para passear. Antes, porém, por O Gato balançou o rabo, fez piruetas, enroscou-se
precaução, Duda colocou o aquário bem no alto e, na perna do menino, rindo da sua inocência. Depois,
brincando, falou para o Gato cuidar bem do amiguinho. sentou-se e ali ficou.
24 25

O Gato, muito malandro, fingia nada ver; no entanto,


estava se deliciando com o nervosismo do peixinho. Lá
pelas tantas, o bichano levantou-se, lambeu-se,
Vermelho estava apreensivo e nadava nervoso de espreguiçou-se e então resolveu apavorá-lo ainda mais:
um lado para o outro sem parar. Parecia pressentir que – Peixinho! Huu, huu! Agora que estamos a sós,
algo iria acontecer. prepara-te que vou te pegar!
26 27

O peixinho Vermelho estava tenso. As coisas


estavam ficando muito difíceis, e ele sabia que logo
O peixinho, apesar de corajoso, estava preocupado, ficariam bem piores. O peixinho, de vermelho, estava
pensando numa maneira de defender-se, caso o temível quase branco de tanto pavor, mas seria bravo, morreria
inimigo resolvesse atacá-lo. lutando, pensou.
28 29

O peixinho Vermelho estava parado num canto do


aquário e lá pelas tantas, disse:
– Por favor, Sr. Gato, comporte-se, não me faça O Gato levantou-se, arqueou-se, lambeu os beiços de
nenhum mal, hein! Pense no que disse o nosso dono. Ele forma assustadora. Em seguida, derrubando alguns
confia tanto no senhor, até pediu para que cuidasse de objetos, subiu na estante e, num piscar de olhos, estava
mim, lembra? em cima da geladeira, ao lado do aquário.
30 31

Muito senhor de si, o gato respondeu:


– Escuta aqui, peixinho otário: se eu fosse honesto,
não teria a fama que tenho. Além do mais, não adianta Depois, numa rapidez própria dos felinos, enfiou uma
bancar o espertinho, nem tentar me convencer, porque das patas dentro do aquário. Vermelho, ligeiro como uma
eu vou te pegar, sim! E, quando o meu dono chegar, miarei flecha, num ato de bravura, deu uma mordida na sua pata,
suavemente, me enroscarei na sua perna, lançarei um quase tirando-lhe um pedaço. O bichano, assustado,
doce olhar, e tudo estará resolvido. recuou.
32 33

Passado o susto, o Gato voltou a colocar a pata O Gato, surpreso, logo percebeu a agilidade do seu
dentro do aquário e, sem querer, plaft! Derrubou o adversário. Por alguns instantes, ficou imóvel,
aquário no chão. O bichano quase morreu de susto! observando o pula-pula do peixinho tentando se salvar.
34 35

Em seguida, começou o combate. Vermelho


defendia-se dando pulos no ar, parecia um acrobata. O Quando o Gato estava quase conseguindo vencer o
Gato reconheceu a sua valentia e o admirou por isso. Era peixinho, chegaram Duda e a família. Todos levaram o
um pula pra cá, outro pula pra lá, e o peixinho sempre maior susto ao ver a bagunça. Tinha água e caco de vidro
conseguia escorregar das garras do seu perseguidor. para tudo quanto era lado.
36 37

Enquanto isso, o peixinho Vermelho agonizava. Em tempo


Duda ficou muito desapontado com o comporta- chegou o socorro e logo foi posto num pequenino aquário.
mento do gato maroto. Pegou-o pelas patas, levando-o Duda, chocado com o ocorrido e preocupado com a
por alguns instantes para fora de casa. segurança do peixinho, pediu para o pai devolvê-lo ao mar.
38 39

No lugar onde morava, era só alegria. Os peixes


deram uma grande festa para comemorar a sua volta.
Vermelho foi recebido como herói. A sua odisséia teve
grande repercussão em todo o oceano. Até o rei dos
Vermelho ficou muito emocionado ao avistar o mares o recebeu em solene audiência.
imenso mar azul que o esperava. Ao ser posto dentro Em seus poucos momentos de solidão, o peixinho
d'água, sem demora desapareceu, indo reencontrar a sua Vermelho relembrava a grande aventura que viveu na
família e todos os seus amigos. terra no meio daquelas criaturas muito estranhas...
Saiba quem é Lenira Almeida Heck
Pseudo: Júlia Vehuiah

Nasci na cidade de São Félix/BA e cresci em Cachoeira/Ba. Aos nove anos minha
família mudou-se para Salvador/BA. Moro em Lajeado/RS desde 1979. Sou professora,
palestrante. Faço palestras para crianças, jovens e adultos. Sou casada com Roque Heck
e mãe de dois filhos: Aline e Davi.
Uma lembrança boa: A infância às margens do rio Paraguaçu, aonde nos dias
quentes de verão aprendi a nadar.
O que não gosto: Ver a miséria e a violência se alastrarem pelo mundo.
Sonho: Ver os homens se unirem para praticar o bem comum.
Defeito: Teimosia. Insisto até conseguir o que quero.
Virtude: Deixo a resposta para os amigos.
Minha marca: O otimismo.

Abraço os meus amigos de hoje e aqueles que conquistarei amanhã.

Outros livros lançados pela autora:


"O Galo Tião e a Dinda Raposa"
"O Galo Tião e a Vaca Malhada"
Texto: Antonio Filho
Ilustrações: Breno Macedo

O Sapo
de Sapato
Copyright © 2008 Antonio Filho
Ilustrador: Breno Macedo

Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice-Governador
Francisco José Pinheiro
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Coordenadora de Cooperação
com os Municípios
Márcia Oliveira Cavalcante Campos

Autor Conselho Editorial


Antonio Filho Maria Fabiana Skeff de Paula Miranda
Marta Maria Braide Lima
Organização e Coordenação Editorial
Leniza Romero Frota Quinderé
Kelsen Bravos da Silva
Haristelma Maria de Almeida Moreira
Preparação de originais Sammya Santos Araújo
Lidiane Maria Gomes Moura
Catalogação e Normalização
Projeto, Diagramação e Coordenação Gráfica Gabriela Alves Gomes
Daniel Diaz Maria do Carmo Andrade
Revisão
Marcus Túlio Dias Monteiro
Kelsen Bravos da Silva
Marta Maria Braide Lima
Haristelma Maria de Almeida Moreira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C387s
Ceará. Secretaria de Educação.
O sapo de sapato / Antônio Filho; ilustrações de Breno Macedo. – Fortaleza: SEDUC, 2008.
24p.; il. A Lucilene Carvalho,
ISBN: 978-85-62362-11-8 dona das três dimensões da criação: espaço, tempo e corpo.
1. Lendas. 2. Fábulas. 3. Contos. 4. Literatura infanto-juvenil. I. Título.
CDD 028.5
A Clara Ana,
CDU 37+028.1(813.1) que me acendeu a chama da literatura infantil, luz e som
que ilumina e encanta muitas letras dessas linhas.
Eu vi um sapo
que pulava pela rua.
Eu vi um sapo
cantando, encantando a lua.
 
Eu vi um sapo
no seu canto enluarado.
Mas o sapo de sapato
só pulava enchendo o papo.

 
Eu vi um sapo
coaxando para a lua
e vi um sapo
batendo perna na rua.

 
Eu vi um sapo
de papo e perna pro ar,
pois o sapo de sapato
não parava de pular.

10 11
Eu vi um sapo
tomar banho de sapato
e outro sapo
mergulhar dentro do rio.

12 13
Eu vi um sapo
no rio tremer de frio,
quando o sapo de sapato
passeava de navio.

14 15
Eu vi um sapo
procurando o que papar
e vi o sapo
com o papo papando o ar.

16 17
Eu vi um sapo
sem sapato sem jantar,
mas o sapo de sapato
não parava de papar.

18 19
Eu vi um sapo
cururu lavando o pé
e vi um sapo
de sapato com chulé.

20 21
O cururu
com cuidado lava o pé,
pois o pé, que não se preza,
tem chulé só porque quer.

22 23
Antonio Filho
Nasceu numa linda cidade do interior do Ceará
chamada Baturité. Lá foi menino a soltar peões
e arraias, a jogar de bola e bila, a tomar banhos
de rio. Lá, aprendeu as primeiras letras e teve
o primeiro contato com os livros. Também foi
importante na sua formação, Mundaú, uma vila
de pescadores, para onde ia durante as férias
escolares. Ali, à noite, na calçada da mercearia
do Vovô Almeida, aquele homem de cabelos
prateados como a lua, alto, magro e moreno
como os antigos deuses, o maior contador de
estórias que o mundo já conheceu, ao ouvir-lhe
os contos de almas penadas, mulas-sem-cabeça
e espíritos noturnos dos mares e dos rios,
a semente da criação literária foi plantada em seu
espírito. Tentando seguir os passos de seu avô,
agora escreve letras de música, poesia e ficção,
e tem alguns livros a publicar.

Breno Macedo
Graduando em artes visuais pelo Centro Federal
de Educação Tecnológica do Ceará - CEFET-CE.
Estuda piano no conservatório de música Alberto
Nepomuceno, como também a língua japonesa no
Núcleo de Línguas Estrangeiras da Universidade
Estadual do Ceará - UECE. Participou do
projeto educativo Draco para o Museu de Arte
Contemporânea (MAC) do centro Dragão do Mar
de Arte e Cultura, onde eram usadas histórias em
quadrinhos para falar sobre arte contemporânea
para o público infantil. Fez parte da primeira
amostra do curso superior de Artes Plásticas no
MAUC (Museu de Arte da UFC) em 2005.
Texto: Ana Paula Marques
Ilustrações: Waleska Félix
Texto: Ana Paula Marques
Ilustrações: Waleska Félix

Fortaleza ● Ceará ● 2018


Copyright © 2018 Ana Paula Marques
Copyright © 2018 Waleska Félix

Governador Coordenador de Cooperação


Camilo Sobreira de Santana com os Municípios (COPEM)
Vice-Governadora Márcio Pereira de Brito
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Orientadora da Célula de Apoio à Gestão Municipal
Secretário da Educação Gilgleane Silva do Carmo
Rogers Vasconcelos Mendes
Orientador da Célula
Secretária-Executiva da Educação de Fortalecimento da Aprendizagem
Rita de Cássia Tavares Colares Idelson de Almeida Paiva Júnior

Coordenação Editorial, Conselho Editorial


Preparação de Originais e Revisão Maria Fabiana Skeff de Paula Miranda
Raymundo Netto Sammya Santos Araújo
Antônio Élder Monteiro de Sales
Projeto e Coordenação Gráfica
Sandra Maria Silva Leite
Daniel Dias
Antônia Varele da Silva Gama
Revisão Final
Catalogação e Normalização
Marta Maria Braide Lima
Gabriela Alves Gomes

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

M357t Marques, Ana Paula.


Tudo o que sei sobre o mar / Ana Paula Marques; ilustrações de Waleska
Félix. - Fortaleza: SEDUC, 2018.
24p.; il.
ISBN 978-85-8171-187-4
1. Literatura infantil. I Félix, Waleska. II. Título.
CDU 028.5

SEDUC - Secretaria da Educação do Estado do Ceará


Av. Gen. Afonso Albuquerque Lima, s/n - Cambeba - Fortaleza - Ceará | CEP: 60.822-325
(Todos os Direitos Reservados)
Ao meu querido pai, aos pescadores do
Mucuripe (Fortaleza/CE) e às suas famílias.
4
“Ei, menina, o que você sabe
sobre o mar?”

5
6
— Sobre o mar, eu sei muitas
coisas. Aprendi muito sobre seus
encantos e mistérios.

7
“E quem foi que a ensinou?”
— Quem me ensinou tudo o que sei
foi um simples pescador em seu velho
barco. Mas, para mim, na verdade, ele
mais parecia um grande capitão em seu
poderoso navio.

8
9
10
“E o que ele ensinou a você?”
— Ah, primeiro, ele me ensinou que
é preciso respeitar a força das águas do
mar. Só entramos nelas quando estão bem
calmas e se não estiverem, nada de teimar,
é melhor esperar toda a fúria passar.

11
— Depois me ensinou que no alto-
mar só navega marujo forte e corajoso,
pois, por lá, o mar é ainda mais furioso
e quem é fraquinho sente logo vontade
de vomitar.

12
13
14
— Também foi ele quem me ajudou a
aprender a nadar. Jogava-me naquelas
águas inquietas. Me dizia para bater os
braços e as pernas e me ensinou a flutuar.

15
— Aprendi com ele que sentar na beira
do mar é uma tremenda enrascada. Pois,
ali, onde a onda quebra, enche o biquíni de
areia e a bundinha da gente fica irritada.

16
17
18
— Meu capitão me mostrou que o mar
é a mais pura perfeição da natureza. Por
isso ficava tão triste quando encontrava
lixo jogado, pelas pessoas, no mar,
prejudicando a sua beleza.

19
— Mas de tudo que esse pescador me
ensinou sobre o mar, o mais importante
foi aprender a gostar das águas, das
ondas, da inquietude, do embalo, da
calma, da brisa, do sal, dos peixes e até
mesmo das histórias de pescador.

20
21
22
“E, afinal, quem era esse simples
pescador tão sabido?”
— Esse pescador era o meu pai.
E na imensidão de tudo que ele me
ensinou, esse mar se tornou, para mim,
o significado de amor.

23
Ana Paula Marques
Nasci na cidade de Fortaleza/CE e, desde muito
pequena, tenho uma profunda admiração pelos mares
e oceanos. Conforme apresento na história deste livro,
sou filha de um pescador, que foi o grande responsável
por me apresentar as belezas da vida marinha. Sempre
gostei de ouvir e de contar histórias. Lembro-me dos
contos de minha mãe, de meu pai, de minhas avós, de
minhas professoras e de outras pessoas que marcaram
a minha infância. Também, sempre gostei de inventar
meus próprios contos, de criar personagens e de
brincar em um universo de possibilidades chamado:
imaginação. Hoje, sou professora de Educação Infantil
e busco encantar as crianças através da leitura e da
contação de histórias.

Waleska Félix
Olá, sou a Waleska, nasci em Fortaleza-CE, mas já
moro há 9 anos em Juazeiro do Norte-CE. Além deste
livro, já ilustrei outros livros, entre eles, Minha Lista
de Vontades. Ilustrar esse livro teve um gostinho
especial, porque pude contar com as mãos preciosas e o
auxílio generoso de dois amigos queridos ilustradores:
Reginaldo Farias e Débora Rodrigues. Das lições que
aprendi com o mar? Aprendi o quanto é bom contar
com amigos para segurar firme na nossa mão quando
a gente treme de medo para pular ondas maiores ou se
é derrubado por uma delas. E você, que lição aprendeu
com o mar? Conta pra gente e diz o que achou das
ilustrações: waleskafelix@gmail.com.
Apoio

Realização

O Governo do Estado do Ceará desenvolve, com os seus 184 municípios, o


Programa de Aprendizagem na Idade Certa - MAIS PAIC, com o compro-
misso de garantir e elevar a qualidade e os resultados da educação de suas
crianças e seus jovens.
Publicada pela Secretaria da Educação do Estado, através do MAIS PAIC, a
Coleção Paic, Prosa e Poesia, rica em identidade cultural, reúne narrativas
de autores do Ceará que tiveram seus textos selecionados por meio de se-
leção pública. Esse acervo constitui um estímulo a mais para se ler e contar
histórias em sala de aula, garantindo, assim, um letramento competente.

Você também pode gostar