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Rio de Janeiro
2019
Marcelo André Cordeiro da Silva
Rio de Janeiro
2019
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/B
S586 Silva, Marcelo André Cordeiro da.
Dinâmica dos fluidos computacional aplicada a modelagem de
incêndio e radiação térmica / Marcelo André Cordeiro da Silva. – 2019.
155f.
CDU 532.5:536.33
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
tese, desde que citada a fonte.
Assinatura Data
Marcelo André Cordeiro da Silva
Rio de Janeiro
2019
DEDICATÓRIA
A Deus, Criador, que permitiu que eu pudesse realizar este trabalho e me concedeu
forças para concluir esta jornada com êxito.
À minha esposa Cristiane Fialho Coutinho da Silva, agradeço pelo apoio para que
eu pudesse estudar e realizar este trabalho.
Aos meus filhos Bernardo e Larissa que nasceram no decorrer do curso de mestrado
e me deram alegria, motivação e inspiração para a conquista desta vitória.
Aos meus familiares e amigos que me apoiaram e incentivaram.
Ao meu orientador Prof. Norberto Mangiavacchi pelo empenho em me orientar e
por acreditar e apoiar a ideia de escrever sobre o tema desta dissertação.
Ao meu empregador Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (INEA)
por me dar a oportunidade de cursar o mestrado.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UERJ
pela dedicação e ensino.
À empresa Thunderhead Engineering Consultants, Inc. por fornecer a licença
gratuita de estudante do programa Pyrosim.
RESUMO
The storage of flammable products and fuels is a common activity and widely
used in several locations such as fuel terminals, carrier bases, bus garages, industrial and
petrochemical plants, chemical and petrochemical industries, refineries and industries in
general. This type of activity is related to the production, distribution, supply or con-
sumption of flammable products and fuels. The storage of liquid fuels in large, medium
and small quantities in tanks at atmospheric pressure can be highlighted. This storage
takes place in facilities that depending on their size, may be located in industrial areas
such as large petrochemical plants or mixed use areas between companies and homes such
as carrier bases and bus garages. Storing flammable liquids and volatile fuels at environ-
mental temperature offers the risk of fire causing accidents due to leakage of the inventory
contained in tanks. The types of fires that can occur due to this leak are pool fire, cloud
fire and fireball. The occurrence of fire has among its physical consequences the emission
of thermal radiation that can cause injury or even death to people affected. Given this
fact, the storage activity of flammable substances and volatile fuels at environmental tem-
perature is classified as a hazardous activity, where, according to the considered risk level,
it is necessary to evaluate the consequences of thermal radiation emitted by a possible
fire scenario. Nowadays, risk analysis studies conducted for fire assessment generally use
so-called semi-empirical modeling. In these models fire is usually modeled as a solid and
simplified correlations and equations are employed to find the distances corresponding
to the thermal radiation levels of interest and thus determine the safe distance between
sensitive receivers (homes, schools, gyms, hospitals, etc.) and the location of the possible
fire scenario. This dissertation analyzes the application of computational fluid dynamics
(CFD) to fire modeling and propagation of thermal radiation emitted by it. Using the
CFD program to fire modeling Fire Dynamics Simulator (FDS), fuel pool fire modeling
and simulations in tank and containment basin are performed. Distances reached by the
levels of thermal radiation intensities of interest are found and the application of CFD for
the study of thermal radiation emitted by pool fires is evaluated.
Keywords: fire modeling; thermal radiation; CFD; FDS.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Latinos
a Aceleração
a Vetor aceleração
A Área
cp Calor especı́fico a pressão constante
cp,α Calor especı́fico a pressão constante da espécie α
cv Calor especı́fico a volume constante
D Diâmetro
Df Coeficiente de difusividade mássica
DF Coeficiente de difusividade do combustı́vel
Dα,0 Coeficiente de difusão binário da espécie α em nitrogênio
Dαβ Coeficiente de difusão binário da espécie α na espécie β
E Poder de emissão
EB Poder de emissão de um corpo negro
E1 Poder de emissão do corpo 1
E2 Poder de emissão do corpo 2
EB,λ Poder de emissão monocromático de um corpo negro
Eλ Poder de emissão monocromático
Evc Energia no volume de controle
f Fator de configuração ou fator de forma referente às áreas emissora e
absorvedora de radiação
F Força de corpo
fb Força externa excluindo a força da gravidade
fd,i Força de arrasto devido a partı́culas Lagrangianas não solucionadas
FA Termo de força advectivo
FB Termo de força baroclı́nico
Fn Força normal
Ft Força tangencial
g Aceleração da gravidade
H Pressão total dividida pela densidade (integral de Bernoulli)
He Entalpia
G Peso
h Coeficiente de transferência de calor por convecção
he Entalpia especı́fica do fluido que entra no volume de controle
hesp Entalpia especı́fica
hs Entalpia especı́fica do fluido que sai do volume de controle
ht Altura do tanque
I Intensidade de radiação
Ib Intensidade de radiação do corpo negro
In Intensidade de radiação integrada sobre a banda n
Iλ Intensidade de radiação no comprimento de onda λ
k Coeficiente de condutibilidade térmica
kDN S Coeficiente de condutibilidade térmica para DNS
ksgs Energia cinética de escala de subgrid
kt Coeficiente de condutibilidade térmica turbulenta
kα Coeficiente de condutibilidade térmica da espécie α
l Comprimento
L Comprimento de Obukhov
Lc Comprimento caracterı́stico do escoamento
m Massa
Mα Massa molecular da espécie α
ṁe Fluxo de massa que entra no volume de controle
ṁs Fluxo de massa que sai do volume de controle
ṁ000
α Taxa de produção mássica por unidade de volume de espécies α por reações
quı́micas
ṁ000
b taxa de produção mássica por unidade de volume por evaporação de
gotas/partı́culas
ṁ000
b,α taxa de produção mássica por unidade de volume de espécies α por
evaporação de gotas/partı́culas
n Vetor unitário normal à superfı́cie
p Pressão absoluta
p∞ Pressão na superfı́cie do solo
p̃ Componente de pressão devido a perturbação
p̄m Pressão de fundo
p̄0 Perfil de pressão atmosférica
Pr Número de Prandtl
P rb Probit
P rt Número de Prandtl turbulento
q Fluxo de calor
Q Calor
qa Fluxo de calor gerado pela parcela absorvida pela superfı́cie
qgs Fluxo de calor do gás para a superfı́cie negra
qre Fluxo de calor que não é absorvido pela superfı́cie e é refletido por esta
qr Fluxo de calor da radiação térmica
qsg Fluxo de calor da superfı́cie para o gás
qt Fluxo de calor total se toda energia radiante se transformasse em energia
térmica ao incidir na superfı́cie
qtr Fluxo de calor não absorvido pela superfı́cie e correspondente ao que
atravessa a superfı́cie num fenômeno análogo ao da difração da luz
q̇ 000 taxa de liberação de calor por unidade de volume
Q̇vc Fluxo de calor através do volume de controle
r Raio
R Constante do gás considerado
Re Número de Reynolds
s Vetor de direção da intensidade de radiação
S Entropia
Sct Número de Schmidt turbulento
se Entropia especı́fica de entrada de um volume de controle
Sg Termo de geração interna de calor por unidade de volume
SL Velocidade da chama
ss Entropia especı́fica de saı́da de um volume de controle
Ssis Entropia de um sistema
Svc Entropia de um volume de controle
Ṡger Taxa de geração de entropia
t Tempo
T Temperatura absoluta
Tc Temperatura absoluta da chama
Te Temperatura do escoamento
Tg Temperatura absoluta do gás
Tp Temperatura absoluta da parede
Ts Temperatura absoluta na superfı́cie
T0 Temperatura de fundo
T∞ Temperatura absoluta na superfı́cie do solo
u Componente da velocidade no eixo x
u Vetor velocidade
U Velocidade caracterı́stica do fluido
ub,i Velocidade da pirólise do i-ésimo componente da velocidade
Ur Intensidade radiante integrada
v Componente da velocidade no eixo y
V Volume
ve Velocidade do fluido que entra no volume de controle
vesp Volume especı́fico
vαi Fração volumétrica de espécies primitivas α em espécies combinadas i
vs Velocidade do fluido que sai do volume de controle
Vc Volume da célula
Vo Volume de operação
Vt Volume do tanque
w Componente da velocidade no eixo z
W Trabalho
W Peso médio ponderado
Ẇvc Fluxo de trabalho através do volume de controle
Wα Peso das espécies agrupadas α
Wβ Peso das espécies agrupadas β
X Componente da força de corpo no eixo x
Xα Fração volumétrica da espécie α
Y Componente da força de corpo no eixo y
Yα Fração de massa da espécie α
Ỹα Fração de massa média para a espécie α em cada etapa de tempo
ỸαO Fração de massa média para a espécie α no inı́cio da etapa de tempo
Z Componente da força de corpo no eixo z
z0 Comprimento de rugosidade aerodinâmica
Ze Elevação do fluido na entrada do volume de controle
Zs Elevação do fluido na saı́da do volume de controle
Zα Fração de massa
Gregos
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.1 Mecânica dos fluidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.1.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.1.2 Fluido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.1.3 Tensão de cisalhamento num fluido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.1.4 Viscosidade absoluta ou dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.1.5 Massa especı́fica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.1.6 Peso especı́fico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.1.7 Viscosidade cinemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.1.8 Fluido ideal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.1.9 Fluido ou escoamento incompressı́vel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.1.10 Equação de estado dos gases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.1.11 Pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.1.12 Regimes de escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.1.13 Escoamentos laminar e turbulento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.1.14 Equação da continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.1.15 Conservação da massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.1.16 Equação de Navier-Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.1.17 Conservação do momento linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.2 Termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.2.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.2.2 Volume de controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.2.3 Entalpia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.2.4 Lei zero da termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.2.5 Primeira lei da termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.2.6 Segunda lei da termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.2.7 Entropia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.3 Transmissão de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.3.1 Condução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.3.2 Convecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.3.3 Fluxo de calor local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.3.4 Equação da energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.3.5 Radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.3.6 Absorvidade, refletividade e transmissividade . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.3.7 Corpo negro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.3.8 Poder de emissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.3.9 Lei de Stefan-Boltzmann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.3.10 Lei de Planck . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.3.11 Lei de Kirchhoff . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.3.12 Lei de Lambert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.3.13 Corpo cinzento ou superfı́cie cinzenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.3.14 Radiação entre superfı́cies negras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
1.3.15 Radiação nos gases e vapores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.3.16 Radiações emitidas pelas chamas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
1.4 Fogo e incêndio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.4.1 Fogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.4.2 Combustão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
1.4.3 Mecanismos de ignição dos materiais combustı́veis . . . . . . . . . . . . . 44
1.4.4 Ponto de fulgor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
1.4.5 Ponto de combustão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
1.4.6 Incêndio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
1.4.7 Modelagem semi-empı́rica de incêndio e radiação térmica . . . . . . . . . . 46
1.4.8 Modelagem por CFD de incêndio e radiação térmica . . . . . . . . . . . . 46
1.4.9 Probit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2 MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
2.1 Computational fluid dynamics (CFD) . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
2.1.1 Métodos disponı́veis para solução de problemas de engenharia . . . . . . . 48
2.1.2 Malha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
2.1.3 Aplicação de CFD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
2.1.4 Comprovação da eficácia de um programa de CFD . . . . . . . . . . . . . 54
2.1.5 Efeitos da turbulência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
2.1.6 Reynolds-averaged Navier-Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
2.1.7 Large-eddy simulation . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
2.1.8 Direct numerical simulation . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2.2 Métodos numéricos utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2.2.1 Método das diferenças finitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2.2.2 Método dos volumes finitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
2.3 Programas utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
2.3.1 Fire Dynamics Simulator (FDS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
2.3.2 Smoke View (SMV) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
2.3.3 Pyrosim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
2.3.4 Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
3 MODELAGEM MATEMÁTICA NO FDS . . . . . . . . . . . . . . 69
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.2 Caracterı́sticas gerais de modelagem no FDS no modo padrão . . 71
3.3 Aplicação de large-eddy simulation . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
3.4 Malha numérica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
3.5 Transporte de massa, espécies e entalpia . . . . . . . . . . . . . . . . 73
3.5.1 A equação de estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
3.5.2 Transporte de massa e espécies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
3.5.3 O divergente da velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
3.6 Transporte de quantidade de movimento e pressão . . . . . . . . . 77
3.6.1 Large-eddy simulation (LES) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
3.6.2 A equação da quantidade de movimento para DNS . . . . . . . . . . . . . 77
3.6.3 A equação da quantidade de movimento para LES . . . . . . . . . . . . . 78
3.6.4 Modelos para viscosidade turbulenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
3.6.5 Difusão da condução de calor e das espécies gasosas . . . . . . . . . . . . . 81
3.6.6 Coeficientes de transporte para direct numerical simulation (DNS) . . . . 81
3.6.7 Simplificação da equação da quantidade de movimento . . . . . . . . . . . 83
3.6.8 Aproximação para diferenças finitas da equação da quantidade de movimento 84
3.6.9 A equação de Poisson para pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
3.6.10 Condições de contorno da velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
3.6.11 Gradiente da componente de velocidade tangencial em fronteiras abertas
no FDS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
3.6.12 Restrições de intervalo de tempo e de estabilidade . . . . . . . . . . . . . . 88
3.7 Combustão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
3.7.1 Quı́mica de combustão de hidrocarbonetos padrão . . . . . . . . . . . . . 89
3.7.2 Combustão turbulenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
3.8 Radiação térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
3.8.1 Termo fonte de radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
3.8.2 A participação da radiação na equação da energia . . . . . . . . . . . . . . 94
3.8.3 Correção do termo fonte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
3.8.4 Método numérico aplicado a radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
4 MODELAGEM COMPUTACIONAL E SIMULAÇÕES . . . . . 99
4.1 Método . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
4.2 Modelos e simulações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
4.3 Parâmetros dos modelos e simulações . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
4.3.1 Parâmetros em comum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
4.3.2 Condições climáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
4.4 Medição da radiação térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
4.4.1 Configuração do sistema de medição da radiação térmica . . . . . . . . . . 101
4.5 Estudo de Caso 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
4.5.1 Tanque cilı́ndrico horizontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
4.5.2 Bacia de contenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
4.6 Estudo de Caso 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
4.7 Estudo de Caso 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
4.7.1 Tanque cilı́ndrico vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
4.8 Estudo de Caso 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
4.9 Estudo de Caso 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
4.9.1 Bacia de contenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
4.10 Estudo de Caso 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
5.1 Intensidades de radiação térmica de interesse . . . . . . . . . . . . 127
5.2 Função de probit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
5.2.1 Cálculo da intensidade de radiação térmica correspondente a 1% de morte 128
5.3 Resultados do Estudo de Caso 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
5.4 Resultados do Estudo de Caso 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
5.5 Resultados do Estudo de Caso 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
5.6 Resultados do Estudo de Caso 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
5.7 Resultados do Estudo de Caso 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
5.8 Alcance dos nı́veis de radiação térmica de interesse . . . . . . . . . 131
5.9 Avaliação dos resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
6.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
6.2 Trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
APÊNDICE A – Arquivos de entrada dos Estudos de Caso no FDS . . 139
20
INTRODUÇÃO
Objetivo
Justificativa
Organização da Dissertação
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1.1 Definição
A mecânica dos fluidos é a ciência que estuda o comportamento fı́sico dos fluidos
e as leis que regem este comportamento. Os conceitos da mecânica dos fluidos são de
fundamental importância para o estudo de diversos problemas da engenharia e fenômenos
naturais. Entre as principais aplicações que fazem uso dos seus fundamentos pode-se citar
o armazenamento e o escoamento de lı́quidos e gases, sistemas hidráulicos e pneumáticos,
ventilação, projetos de veı́culos, embarcações, aeronaves, processos industriais, dispersão
de gases e hidrologia.
A mecânica dos fluidos é dividida basicamente em estática dos fluidos e dinâmica
dos fluidos. a estática dos fluidos. A estática dos fluidos trata das propriedades e leis
fı́sicas que regem o comportamento dos fluidos livre da ação de forças externas, estando
o fluido em repouso ou em um deslocamento numa velocidade constante. A dinâmica dos
fluidos trata do estudo e comportamento dos fluidos em regime de deslocamento acelerado
onde forças externas atuam causando o transporte de massa.
1.1.2 Fluido
De acordo com Brunetti (2008) fluido é uma substância que se deforma conti-
nuamente, quando submetida a uma força tangencial constante qualquer ou, em outras
palavras, fluido é uma substância que, submetida a uma força tangencial constante, não
atinge uma nova configuração de equilı́brio estático. O fluido pode ser um lı́quido ou um
gás.
Ft
τ= ; (1)
A
24
dv
τ =µ ; (2)
dy
dv
onde dy é o gradiente de velocidade do fluido em função da distância y à superfı́cie sobre
a qual está o fluido.
A viscosidade dinâmica ou absoluta é uma propriedade de cada fluido e seu valor
varia em função da pressão e principalmente da temperatura. De uma forma mais prática,
a viscosidade pode ser definida como a propriedade que indica a maior ou menor dificul-
dade de o fluido escoar. Quanto mais viscoso o fluido mais resistência ele apresentará ao
escoamento.
m
ρ= ; (3)
V
G
γ= ; (4)
V
µ
ν= . (5)
ρ
Fluido ideal é aquele cuja viscosidade é nula. Nenhum fluido possui essa proprie-
dade, sendo essa apenas uma hipótese simplificadora admitida por questões didáticas ou
pelo fato da viscosidade ser um efeito secundário no fenômeno.
p
ρ= ; (6)
RT
1.1.11 Pressão
Sendo Fn a força normal que age numa superfı́cies de área A, e dFn a força normal
que age num infinitésimo de área dA a pressão p atuante num ponto é:
dFn
p= . (7)
dA
ρU Lc U Lc
Re = = ; (8)
µ ν
∂ρ
+ ρ div u = 0; (9)
∂t
∂u ∂v ∂w
+ + = 0; (10)
∂x ∂y ∂z
du 1 1
a= = F − ∇p + ν∇(∇.u) + ν∇2 u; (11)
dt ρ 3
onde F é a força de corpo (sua parcela no campo da gravidade é representada pela força
da gravidade), e a é o vetor aceleração da partı́cula no escoamento.
du 1
a= = F − ∇p + ν∇2 u. (12)
dt ρ
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
∂u ∂u ∂u ∂u ∂p
ρ +u +v +w =− +µ + + + X; (13a)
∂t ∂x ∂y ∂z ∂x ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
29
∂ 2v ∂ 2v ∂ 2v
∂v ∂v ∂v ∂v ∂p
ρ +u +v +w =− +µ + + + Y ; (13b)
∂t ∂x ∂y ∂z ∂y ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
∂ 2w ∂ 2w ∂ 2w
∂w ∂w ∂w ∂w ∂p
ρ +u +v +w =− +µ + + + Z; (13c)
∂t ∂x ∂y ∂z ∂z ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
1.2 Termodinâmica
1.2.1 Definição
1.2.3 Entalpia
He ≡ Ei + pV ; (14)
.
Onde Ei é a energia interna, p é a pressão, V é o volume, ei é a energia interna
especı́fica e vesp é o volume especı́fico.
A lei zero da termodinâmica estabelece que, quando dois corpos têm igualdade de
temperatura com um terceiro corpo, eles terão igualdade de temperatura entre si.
I I
δQ = δW. (16)
H
Onde δQ é a integral cı́clica do calor transferido, a qual representa o calor lı́quido
H
transferido durante o ciclo e δW é integral cı́clica do trabalho, que representa o trabalho
lı́quido durante o ciclo.
A aplicação da primeira lei da termodinâmica a um volume de controle resulta na
seguinte expressão:
X
dEvc X 1 2 1 2
= Q̇vc − Ẇvc + ṁe he + ve + gZe − ṁs hs + vs + gZs . (17)
dt 2 2
Onde:
dEvc
dt
: variação de energia no volume de controle;
Q̇vc : fluxo de calor através do volume de controle;
Ẇvc : fluxo de trabalho através do volume de controle;
ṁe : fluxo de massa que entra no volume de controle;
ṁs : fluxo de massa que sai do volume de controle;
he : entalpia especı́fica do fluido que entra no volume de controle;
hs : entalpia especı́fica do fluido que sai do volume de controle;
ve : velocidade do fluido que entra no volume de controle;
31
1.2.7 Entropia
δQ
dS ≡ . (18)
T rev
O ı́ndice rev indica que o processo é reversı́vel. Entretanto, em casos reais onde
ocorrem efeitos irreversı́veis durante a transferência de calor δQ para o sistema à tempe-
ratura T , a variação da entropia será maior que a do processo reversı́vel.
Pode-se então definir a taxa de variação de entropia para um sistema como:
dSsis X Q̇
= + Ṡger ; (19)
dt T
dSvc X X X Q̇vc
= ṁe se − ṁs ss + Ṡger . (20)
dt T
Sempre que um corpo está a uma temperatura maior que a de outro, ou inclusive,
no mesmo corpo existem temperaturas diferentes, ocorre uma cessão de energia da região
de temperatura mais elevada para a mais baixa. A esse fenômeno dá-se o nome de
transmissão de calor.
A transmissão pode ocorrer de três formas: condução, convecção e radiação. Estas
três formas serão descritas a seguir.
1.3.1 Condução
A condução ocorre devido ao aumento de energia cinética causado por uma ex-
citação térmica qualquer em determinada região de um corpo. O elétrons com mais
energia tornam-se mais velozes e com órbitas mais exteriores, chocam-se com elétrons
vizinhos, resultando daı́ um ganho de energia térmica pelo elétron que recebeu o choque,
e que passa a proceder de forma id entica ao que se chocou com ele gerando-se um reação
em cadeia onde o calor é transportado num processo de difusão.
A condução de calor obedece à lei de Fourier e pode ser descrita pela expressão:
dT
dq = −kdA . (21)
dx
∂ ∂T ∂ ∂T ∂ ∂T ∂T
k + k + k + Q = ρCp . (22)
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z ∂t
Onde Q representa o calor gerado por uma fonte térmica e Cp é o calor especı́fico
a pressão constante.
33
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T 1 1 ∂T
+ + + Q = . (23)
∂x2 ∂y 2 ∂z 2 k αd ∂t
1.3.2 Convecção
O fluxo de calor local, ou seja, em uma dado ponto de uma superfı́cie sólida, devido
a convecção é expresso por:
q = h(Ts − Te ). (24)
Onde q é o fluxo de calor num dado ponto de uma superfı́cie sólida, h é o coeficiente de
transferência de calor por convecção, Ts é a temperatura na superfı́cie do sólido e Te é
uma medida da temperatura do escoamento, podendo ser o valor da temperatura numa
região longe da superfı́cie sólida onde não há mais troca de calor ou um valor médio de
temperatura do escoamento.
34
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T
∂T ∂T ∂T ∂T
ρcp +u +v +w =k + + + µΦ (25)
∂t ∂x ∂y ∂z ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
" 2 2 2 # " 2 2 2 #
∂u ∂v ∂w ∂u ∂v ∂v ∂w ∂w ∂u
Φ=2 + + + + + + + +
∂x ∂y ∂z ∂y ∂x ∂z ∂y ∂x ∂z
2
2 ∂u ∂v ∂w
− + + . (26)
3 ∂x ∂y ∂z
1.3.5 Radiação
Quando uma radiação eletromagnética é recebida por uma superfı́cie, esta radiação
tem sua intensidade parcelada, de forma que uma parte é absorvida, outra é refletida e
outra é transmitida.
Definindo-se:
qt : fluxo de calor total se toda energia radiante se transformasse em energia térmica ao
incidir na superfı́cies;
qa : fluxo de calor gerado pela parcela absorvida pela superfı́cie;
qre r: fluxo de calor que não é absorvido pela superfı́cie e é refletido por esta;
qtr : fluxo de calor não é absorvido pela superfı́cie e correspondente ao que atravessa a
superfı́cie num fenômeno análogo ao da difração da luz.
Pode se escrever então que:
qa qre qtr
+ + = 1. (28)
qt qt qt
Denomina-se então:
qa
= κ; (29a)
qt
qre
= σs e; (29b)
qt
qtr
= τt . (29c)
qt
κ + σs + τt = 1. (30)
Onde a equação (30) demonstra que o somatório dos coeficientes de absorvidade, refleti-
vidade e transmissividade de uma dada superfı́cie é sempre igual a 1.
A Figura 2 mostra um corpo recebendo radiação térmica, que é parte absorvida,
parte refletida e parte transmitida.
Como na prática, quase todos os materiais sólidos podem ser admitidos como tendo
transmissividade nula, excetuado-se membranas muitı́ssimos delgadas, simplificando para
36
κ + σs = 1. (31)
EB = τSB T 4 . (33)
C1 λ−5
EB,λ = . (34)
eC2 /λT − 1
Onde no SI:
λ = comprimento de onda em µm;
C1 = 3, 7438 × 108 W µm4 /m2 ;
C2 = 14387µmK
T = temperatura absoluta em K;
EB,λ = poder de emissão monocromático de um corpo negro em W/µm2 .
38
Existe uma relação definida entre o poder de emissão de um corpo qualquer a uma
certa temperatura e a absorvidade desse corpo na mesma temperatura. Considerando-se
três corpos de mesma área superficial designados por corpo 1, corpo 2 e corpo negro, se I
for a radiação que chega a cada corpo por unidade de área e de tempo, pode-se escrever
que:
E1 E2 EB
I= = = . (35)
κ1 κ2 κB
Onde:
E1 : poder de emissão do corpo 1;
E2 : poder de emissão do corpo 2;
EB : poder de emissão do corpo negro;
κ1 : absorvidade do corpo 1;
κ2 : absorvidade do corpo 2;
κB : absorvidade do corpo negro.
A lei de Kirchhoff pode ser enunciada então da seguinte forma: A uma certa tem-
peratura, o poder de emissão de um corpo qualquer é igual à sua absorvidade multiplicada
pelo poder de emissão do corpo negro à mesma temperatura.
O que poder ser expressado por:
E = κEB (36)
= E/EB . (37)
A lei de Lambert pode ser enunciada como: As radiações emitidas por uma su-
perfı́cie têm idêntica densidade de fluxo em todas as direções.
Considerando duas superfı́cies negras de áreas dA1 e dA2 com temperaturas abso-
lutas T1 e T2 , respectivamente e que estão a uma distância r conforme mostrado na Fig.3.
As áreas dA1 e dA2 ocupam uma posição qualquer no espaço e uma linha imaginária
correspondendo à distância r forma os ângulos φ1 e φ2 com as normais das superfı́cies
dA1 e dA2 , respectivamente.
Supondo que o espaço entre os meios dA1 e dA2 seja um meio que não absorva
radiações, demonstra-se através da configuração geométrica mostrada na Figura 3 e pelas
premissas das leis de Lambert e de Stefan-Boltzmann a seguinte expressão:
onde:
dq12 = fluxo elementar de calor recebido por radiação pela área dA1 oriundo da área dA2
e;
τSB = constante de Stefan-Boltzmann.
Devido à complexidade para se encontrar o valor de dq12 = pela (38) normalmente
se substitui a relação:
τSB cos φ1 cos φ2 dA1 dA2 4
2
(T1 − T24 ),
πr
pelo produto Af , onde:
A = área que emite radiação e;
f = um fator referente a posição e as formas geométricas das áreas emissora e absorvedora
40
Onde:
q12 = fluxo de calor por radiação emitido pela área A1 para a área A2 ;
f12 = fator de configuração da área A1 para a área A2 .
Analogamente pode se expressar que:
Onde:
q21 = fluxo de calor por radiação emitido pela área A2 para a área A1 ;
f21 = fator de configuração da área A2 para área A1 .
Têm-se então que:
q21 = −q21
.
Analogamente, para várias superfı́cies negras de áreas A2 , A3 , A4 , ..., An recebendo
o fluxo de calor por radiação q da área A1 têm-se:
q = τSB A1 f12 (T14 −T24 )+τSB A1 f13 (T14 −T34 )+τSB A1 f14 (T14 −T44 )+...+τSB A1 f1n (T14 −Tn4 ).
(41)
Onde:
qgs = fluxo de calor do gás para a superfı́cie negra;
τSB = constante de Stefan-Boltzmann;
A = área do hemisfério de raio r;
g = emissividade do gás;
Tg = temperatura absoluta do gás.
A absorção de radiação térmica a que um gás se submete quando esta é emitida
por uma superfı́cie pode ser expressa por:
Onde:
qsg = fluxo de calor da superfı́cie para o gás;
τSB = constante de Stefan-Boltzmann;
A = área do hemisfério de raio r;
κ = absorvidade do gás;
Ts = temperatura absoluta na superfı́cie.
De acordo com Araújo (1982) as chamas podem ser divididas em chamas luminosas
e chamas não luminosas.
As chamas não luminosas são emissoras de radiação apenas em certos comprimen-
tos de onda e as equações apresentadas para radiação aplicam-se às chamas não luminosas.
As chamas luminosas obedecem muito de perto a lei de Stefan-Boltzmann e o fluxo
de calor por radiação emitido pelas mesmas para uma parede pode ser expresso por:
Onde:
A = área superficial da chama;
Tc = temperatura absoluta da chama;
Tp = temperatura absoluta da parede;
p = emissividade da parede e;
c = emissividade da chama.
A emissividade da chama é dada em função da temperatura absoluta da chama.
42
1.4.1 Fogo
De acordo com Seito et al. (2008) apesar dos grandes avanços na ciência do fogo,
ainda não há consenso mundial para definir o fogo. Segue abaixo a definição das seguintes
fontes:
1.4.2 Combustão
1.4.6 Incêndio
De acordo com a norma ABNT NBR 13860: O incêndio é o fogo fora de con-
trole. Já a norma internacional ISO 8421-1 define o que: Incêndio é a combustão rápida
disseminando-se de forma descontrolada no tempo e no espaço.
O surgimento e evolução do incêndio é caracterizada pela sequência das seguintes
fases: pré-ignição, crescimento do fogo, incêndio desenvolvido e finalmente, extinção do
incêndio. A Figura 6 apresenta o calor desenvolvido em função do tempo para as fases da
evolução de um incêndio.
Os incêndios em instalações de armazenamento de produtos combustı́veis e in-
flamáveis devido ao vazamento e combustão destes produtos podem ser classificados como:
incêndio em poça, jato de fogo, bola de fogo e incêndio em nuvem.
Um tanque de armazenamento de produtos combustı́veis ou inflamáveis á pressão
atmosférica apresenta o risco de vazamento que pode causar incêndio em poça, incêndio
46
1.4.9 Probit
O cálculo do risco individual e do risco social causado pela radiação térmica emitida
por um incêndio envolve o cálculo da probabilidade de morte de uma pessoa devido à sua
exposição a esta radiação. A probabilidade de morte é calculada utilizando-se funções
probit. A função probit para cálculo da probabilidade de morte devido a radiação térmica
emitida por um incêndio em poça é descrita em VROM (2005a) como:
2 MÉTODOS
• métodos analı́ticos;
• experimentação em laboratório.
Devido a suas simplificações, quando um método analı́tico for suficiente para se atingir a
solução de um problema com um nı́vel de precisão e exigência satisfatórios, este deve ser
preferido.
A experimentação em laboratório possui a vantagem de tratar com a configuração
real a ser abordada. Porém, normalmente possui custo elevado e muitas vezes não é
possı́vel de ser realizada por questões de segurança e de impossibilidade de se retratar
o fenômeno estudado em ensaios de laboratório. O estudo experimental de incêndios,
por exemplo, demanda estrutura para realizações de ensaios em laboratório ou de campo
que atendam a requisitos técnicos e de segurança, que tornam a realização do método
experimental custoso. Em casos onde não se têm modelos matemáticos estabelecidos e
em geometrias extremamente complexas a experimentação em laboratório é muitas vezes
o único método de pesquisa disponı́vel.
O métodos numéricos praticamente não apresentam restrições, podendo resolver
problemas complexos com condições de contorno gerais e em geometrias complexas. Sua
aplicação a simulações numéricas viabiliza a solução de diversos problemas envolvendo
fenômenos fı́sicos e projetos de engenharia que seriam impossı́veis de serem resolvidos
analiticamente ou experimentalmente. Em termos práticos as simulações numéricas com-
putacionais são implementadas com a resolução dos métodos numéricos na forma de al-
goritmos em programas de computador comerciais ou gratuitos, podendo serem escritos
por empresas de software ou pelo próprio pesquisador para uma finalidade especı́fica ou
para aplicações diversas. A utilização de ferramentas numéricas computacionais pode
reduzir em muito o tempo e o custo de pesquisas e de projetos. Dentre os principais
métodos numéricos podem ser citados o método das diferenças finitas (MDF), o método
dos elementos finitos (MEF) e o método dos volumes finitos (MVF).
Os métodos numéricos mais utilizados em programas computacionais de CFD são
o método das diferenças finitas e o método dos volumes finitos. Estes métodos, por serem
aplicados neste trabalho, serão tratados especificamente mais adiante.
As equações governantes do escoamento, por se tratarem de equações diferenci-
ais parciais que retratam situações complexas, são extremamente complicadas de serem
solucionadas analiticamente para a maior parte das aplicações práticas.
O uso de métodos experimentais têm desempenhado um importante papel na va-
lidação e na exploração dos limites das diversas aproximações das equações governantes
do escoamento, porém não são capazes fornecer informações para se retratar com grande
fidelidade situações diferentes das já testadas levando, em alguns casos, a formulação de
correlações empı́ricas.
Entretanto, os métodos numéricos podem ser utilizados para solucionar as equações
diferenciais parciais governantes do escoamento substituindo estas equações por sistemas
algébricos. Em situações práticas, estes sistemas algébricos normalmente envolvem um
número gigantesco de cálculos para se chegar a soluções, o que torna necessário a utilização
50
2.1.2 Malha
tudado. Neste caso, os resultados obtidos com a utilização dos métodos numéricos no
programa de CFD são comparados aos resultados obtidos experimentalmente para um
mesmo modelo. Neste caso, os resultados obtidos computacionalmente com a utilização
de CFD devem estar com num nı́vel adequado de concordância com os resultados obtidos
experimentalmente.
Todo os resultados de validação fı́sica e numérica de um programa de CFD devem
estar devidamente documentados.
lização de uma série de Taylor truncada. Por sua simplicidade sua aplicação é mais
adequada a malhas uniformes. A malha precisa ser estruturada e seus nós precisam estar
localizados em pontos de interseção de famı́lias de curvas retilı́neas.
Para explicar o método, consideremos um caso unidimensional onde uma variável
independente θ é função da coordenada de x como mostrado na Figura 13. O domı́nio
espacial considerado da função é discretizado em intervalos de tempo iguais a ∆x. Consi-
deremos três pontos arbitrários vizinhos no domı́nio da função, como mostrado na Figura
14.
Aplica-se uma expansão de série de Taylor que fornece o valor da variável θi−1 no
ponto i − 1 em função da variável θi e das derivadas da função θ no ponto i conforme
abaixo:
d2 θ dn θ
dθ 1 1
θi−1 = θi − ∆x + (∆x)2 − ...... + (∆x)n − ...... (46)
dx i 2 dx2 i n! dxn i
59
d2 θ dn θ
dθ θi − θi−1 1 1
= + (∆x) − ...... + (∆x)n−1 − ...... (47)
dx i ∆x 2 dx2 i n! dxn i
dθ θi − θi−1
= (48)
dx i ∆x
d2 θ dn θ
dθ 1 1
θi+1 = θi + ∆x + (∆x)2 + ...... + (∆x)n + ...... (49)
dx i 2 dx2 i n! dxn i
d2 θ dn θ
dθ θi+1 − θi 1 1
= + (∆x) − ...... + (∆x)n−1 − ...... (50)
dx i ∆x 2 dx2 i n! dxn i
dθ θi+1 − θi
= (51)
dx i ∆x
dθ θi+1 − θi−1
= (52)
dx i 2∆x
d2 θ
θi−1 − 2θi + θi+1
= (53)
dx2 i (∆x)2
∂ 2T ∂ 2T
+ = 0. (54)
∂x2 ∂y 2
Uma equação similar pode ser obtida analogamente para cada ponto da malha.
Para pontos na fronteira da malha a discretização vai depender das condições de contorno
aplicáveis. Se a condição de contorno a ser aplicada for uma temperatura especı́fica,
então a equação para o ponto na fronteira é desconsiderada e substituı́da pela referida
62
O método dos volumes finitos (MVF) foi desenvolvido no inı́cio da década de 1970.
Este método pode ser visto como uma caso especial do método de resı́duos ponderados,
que serve de base para o método dos elementos finitos (MEF). O método dos elementos
finitos, por sua vez, foi desenvolvido entre os anos de 1940 e 1960, principalmente para
problemas de dinâmica de estruturas, sendo mais tarde estendido para a área da dinâmica
dos fluidos.
O método dos volumes finitos distingue-se do método das diferenças finitas por
apresentar a vantagem de poder trabalhar facilmente com geometrias complexas, já que
pode utilizar malhas irregulares capazes de assumirem formas variadas num domı́nio es-
pacial. Apresenta também a vantagem de fornecer um conjunto de funções que dão a
variação das equações diferenciais entre os pontos da malha, enquanto que o método das
diferenças finitas fornece somente os valores das variáveis nos pontos da malha.
No método dos volumes finitos a função ponderada W i assume a seguinte forma:
W i = 1. (57)
d du dp
µ − = F; (58)
dx dx dx
Z e Z e
d dT
dx + Sg dx = 0; (60)
w dx dx w
resultando na expressão:
Z e
dT dT
k − k + Sg dx = 0 (61)
dx e dx w w
TE − TP TP − TW
ke − kw + S¯g ∆x = 0. (62)
∆xe ∆xw
Legenda: Célula incompleta na fronteira da malha (a) e; célula acrescida de nó virtual (b).
desejável por permitir que se trabalhe com maior precisão em geometrias complexas.
Geralmente uma solução mais precisa é obtida com a utilização de uma malha mais
refinada (com menor espaçamento entre as células), porém não é necessário se utilizar
uma malha refinada em em regiões onde a variável de campo muda de valor lentamente
em função da variação da coordenada espacial.
Equações na forma discretizada podem ser formuladas para cada célula conforme
apresentado. Para pontos na fronteira da malha a última célula pode não estar completa
conforme a parte (a) da Figura 19. Neste caso, as condições de contorno do problema
devem ser aplicadas de acordo com o seu tipo.
Quando o valor da variável é dado no problema, então não é necessário calcular
o valor da variável na fronteira, sendo a equação para o cálculo da variável na fronteira
substituı́da pelo valor já especificado. Já para um dado gradiente no campo de escoamento
é dado um tratamento similar ao dado para a situação análoga já apresentada para o
método das diferenças finitas.
O procedimento para tratamento de gradiente na fronteira, que assegura precisão
de segunda ordem na discretização, consiste em se adicionar ao domı́nio do problema um
ponto de nó virtual que completa a célula conforme representado na parte (b) Figura 19.
O valor da variável de campo no ponto ou nó virtual, é computado em termos dos valores
no dois nós internos vizinhos aplicando-se o método de cálculo utilizado para uma célula
inteiramente real. Feito isso, uma equação para o nó na fronteira é estabelecida.
66
Para realização deste trabalho foram utilizados os programas Fire Dynamics Si-
mulator (FDS), Smoke View (SMV), Pyrosim e Matlab. O programa Fire Dynamics Si-
mulator (FDS) foi o programa de CFD utilizado para modelagem, simulação de incêndio
e obtenção dos dados de radiação térmica. O programa Smoke View (SMV) foi utilizado
para visualização das imagens da simulação. O programa Pyrosim foi utilizado como
interface para facilitar a elaboração e visualização dos modelos e simulações de incêndio.
Os resultados de saı́da das simulações no FDS foram inseridos em rotinas no programa
Matlab para fornecer as distâncias correspondentes aos nı́veis de radiação térmica de
interesse, e as curvas de isonı́vel referentes a estes nı́veis de radiação térmica.
A seguir será apresentada uma breve descrição de cada programa, sendo que a
modelagem matemática no FDS é apresentada com maiores detalhes no capı́tulo 3.
• Modelo de combustão: Para a maioria dos casos, utiliza uma reação quı́mica
de mistura de espécies simplificada que utiliza três combinações de espécies (ar,
combustı́vel e produtos). No modo padrão, o combustı́vel e os produtos são expli-
citamente computados. Possui disponibilidade para inclusão de múltiplas reações e
de reações de mistura não controlada.
• Múltiplas malhas: Pode utilizar várias malhas numa modelagem. Permite utilizar
malhas separadas num modelo para facilitar os cálculos, sendo possı́vel se trabalhar
com malhas mais refinadas em algumas regiões do modelo e menos refinadas em
outras.
O processamento das malhas pode ser dividido entre os núcleos de um mesmo pro-
cessador. Para clusters de computadores, o FDS emprega Message Passing Interface
(MPI).
2.3.3 Pyrosim
2.3.4 Matlab
3.1 Introdução
• O combustı́vel que alimenta o incêndio na maior parte dos cenários não foi concebido
para ser queimado num acidente. Devido a isto, os modelos matemáticos e os
dados necessários para caracterizar a degradação do material na fase condensada que
serve de combustı́vel para o incêndio podem não estar disponı́veis. A modelagem
matemática da fı́sica e quı́mica da transformação de materiais reais durante suas
queimas ainda está nos seus primórdios.
A metodologia adotada pelo FDS para solução das equações governantes na mode-
lagem e simulação de fluxos termicamente dirigidos têm como modo padrão as seguintes
premissas:
• Conceito de dissipação de vórtice (quı́mica rápida) para reação de etapa única entre
combustı́vel e oxidante;
O FDS trabalha apenas com célula retilı́nea e malha uniforme. Malhas uniformes
são consideradas preferı́veis quando se trabalha com modelos de large-eddy simulation
(LES). Para definição de uma malha o usuário precisa escolher apenas os valores das
três dimensões da malha e o número de células contidas na mesma. As razões entre
as dimensões nos eixos cartesianos x, y e z e o número de células da malha referentes
aos respectivos eixos definem a resolução do modelo. As obstruções retangulares que
definem a geometria se encaixam na grade subjacente, sendo uma forma muito elementar
de immersed boundary method (IBM) – método de limite imerso.
Múltiplas malhas podem ser processadas paralelamente usando-se bibliotecas Mes-
sage Passing Interface (MPI). Grandezas escalares são localizadas no centro de cada
célula, as componentes de velocidade nas faces de célula apropriadas e as componentes
de vorticidade nas arestas das células. O que se define por grade escalonada. A figura 20
73
Legenda: As setas indicam a direção positiva da variável dada. Variáveis escalares como a
densidade ρ, temperatura T , e pressão, p, são definidas no centro da célula.
Componentes de velocidade, u = (u, v, w) são definidas nas suas respectivas faces de
células, e as componentes de vorticidade, ω
~ = (ωx , ωy , ωz ) ficam localizadas nas
arestas das células.
75
dp̄0
= −ρ0 (z)g (66)
dz
fundo T0 (z),
Z z
Wg 0
p̄0 (z) = p∞ exp − dz , (67)
z∞ RT0 (z 0 )
onde o subscrito infinito geralmente se refere ao solo. Uma estratificação linear da tempe-
ratura da atmosfera pode ser especificada pelo usuário do FDS fazendo-se T0 (z) = T∞ +Γz
onde T∞ é a temperatura na superfı́cie do solo em K, Γ é a taxa de lapso em K/m, e
z é a dimensão da coordenada espacial de altura em m. Para Γ 6= 0 a estratificação de
pressão se torna:
W g/RT
T0 (z)
p̄0 (z) = p∞ (68)
T∞
∂ρui ∂ ∂p τij
+ (ρui uj ) = − − + ρgi + fd,i + ṁ000
b ub,i . (71)
∂t ∂xj ∂xi ∂xj
Onde fd,i representa a força de arrasto devido a partı́culas Lagrangianas não solucionadas
e ṁ000
b ub,i , representam os efeitos da evaporação e da pirólise. Para que a equação (71)
seja aplicável, a resolução da grade deve ser menor que a escala de Kolmogorov, η, que é
o comprimento de escala do menor vórtice de turbulência.
η ≡ (ν 3 /Φ)1/4 . (72)
78
∂ρui ∂ ∂ p̄ ∂ τ̄ij
+ (ρui uj ) = − − + ρ̄gi + f¯d,i + ṁ000
b ub,i . (75)
∂t ∂xj ∂xi ∂xj
O valor médio na célula ρui uj não é uma variável primária no cálculo por não se conseguir
um modo para computar o termo sob barra para avanço no tempo. Torna-se necessário
decompor os termos e isto leva a problemas fechados.
Aplica-se no próximo passo o filtro de Favre,
∂ ρ̄e
ui ∂ ∂ p̄ ∂ τ̄ij
+ i uj ) = −
(ρ̄ug − + ρ̄gi + f¯d,i + ṁ000
b u eb,i . (76)
∂t ∂xj ∂xi ∂xj
O primeiro termo é então separado, já que pode se obter o valor para ρ̄. Não há um modo
de computar ug i uj na malha. Para isso, utiliza-se a definição de tensão de escala de subgrid
τijsgs ≡ ρ̄(ug
i uj − u
ei uej ). (77)
79
1 sgs
ksgs ≡ τkk . (80)
2
2
p̄ ≡ p + ksgs . (81)
3
∂ ρ̄e
ui ∂ ∂ p̄ ∂τijdev
+ (ρ̄uei uej ) = − − + ρ̄gi + f¯d,i + ṁ
¯ 000
b u eb,i . (82)
∂t ∂xj ∂xi ∂xj
O FDS possui como opções disponı́veis para cálculo da viscosidade turbulenta (µt )
os seguintes modelos:
• Modelo de Deardorff;
• Modelo de Vreman;
O modelo de Deardorff é adotado como padrão pelo FDS. Sua escolha foi realizada
com base em comparações com uma larga variedade de experimentos de grande escala.
Devido a estas caracterı́sticas, o modelo de Deardorff será o adotado nas modelagens
realizadas neste trabalho.
Como padrão o FDS utiliza a seguinte variação do modelo de Deardorff (1980):
p
µt = ρcv ∆ ksgs ; (83)
1
ksgs = ((ū − ūˆ)2 + (v̄ − v̄ˆ)2 + (w̄ − w̄ˆ )2 ). (84)
2
uijk + ui−1,jk
ūijk = ; (85)
2
Os termos v̄ e w̄ são análogos a ū, e os termos v̄ˆ e w̄ˆ são análogos a ūˆ. Onde o calor
especı́fico a volume constante Cv = 0, 1 (POPE, 2000) foi extraı́do da literatura. A forma
algébrica de subgrid da energia cinética é baseada nos conceitos apresentados no modelo
de similaridade de escala de Bardina, Ferziger e Reynolds (1980). Deardorff solucionou
uma equação de transporte para ksgs (DEARDORFF, 1980).
81
µ t cp
kt = ; (87)
P rt
µt
(ρDf )t = . (88)
Sct
µα cp,α
kα = [=]W/(m.K). (90)
Pr
82
P 1/2
α kα Xα Mα
kDN S = P 1/2
. (92)
α xα Mα
2, 66 × 10−7 T 3/2
Dαβ = 1 [=]m2 /s. (93)
2
Wαβ σαβ2
ΩD
Onde:
∂(ρu)
+ ∇ · ρuu + ∇p = ρg + fb + ∇ · τij . (97)
∂t
(u · ∇)u = ∇|u|2 /2 − u × ω;
5. Define-se
H ≡ |u|2 /2 + p̃/ρ
Onde:
1
FA = −u × ω − [(ρ − ρ0 )g + fb + ∇ · τij (101)
ρ
84
e
1
FB = −p̃∇ . (102)
ρ
∂u
+ F + ∇H = 0; (103)
∂t
F = FA + FB .
1 ∂τxx ∂τxy ∂τxz ∂ 1
FA,x = wωy − vωz − (ρ − ρn )gx + fx + + + ; FB,x = −p̃ ;
ρ ∂x ∂y ∂z ∂x ρ
(104)
1 ∂τyx ∂τyy ∂τyz ∂ 1
FA,y = uωz − wωx − (ρ − ρn )gy + fy + + + ; FB,y = −p̃ ;
ρ ∂x ∂y ∂z ∂y ρ
(105)
1 ∂τzx ∂τzy ∂τzz ∂ 1
FA,z = vωx − uωy − (ρ − ρn )gz + fz + + + ; FB,z = −p̃ .
ρ ∂x ∂y ∂z ∂z ρ
(106)
O termo de gradiente de pressão ∇H, onde H como já informado não é uma pressão, na
sua forma discretizada fica:
∂u Hi+1,jk − Hijk
+ Fx,ijk + = 0; (107)
∂t δx
∂v Hi,j+1,k − Hijk
+ Fy,ijk + = 0; (108)
∂t δy
∂w Hi,j,k+1 − Hijk
+ Fz,ijk + = 0. (109)
∂t δz
85
Onde Hijk é tomada no centro de célula ijk, uijk e Fx,ijk são tomadas na face da célula
voltada para o sentido positivo de x, vijk e Fy,ijk são tomadas na face da célula voltada
para a o sentido positivo de y, e wijk e Fz,ijk são tomadas na face da célula voltada para
o sentido positivo de z.
Na discretização de FA , as componentes de vorticidade (ωx , ωy , ωz ) são localizadas
no entorno das arestas das células paralelas aos eixos x, y e z, respectivamente, tomando-
se o sentido horário como positivo. Igualmente para os termos fora da diagonal do tensor
de tensões viscosas: τzy = τyz , τxz = τzx , e τxy = τyx que são localizados nas respectivas
faces e direções. Os componentes do tensor de tensões, τxx , τyy e τzz e os componentes
de força externa, fx , fy e fz ficam localizados nas suas respectivas faces de célula. Após
discretizada, FA assume a seguinte forma:
1 1
FA,x,ijk = (wi+ 1 ,jk ωy,ijk + wi+ 1 ,j,k−1 ωy,ij,k−1 ) − (vi+ 1 ,jk ωz,ijk + vi+ 1 ,j−1,k ωz,i,j−1,k )
2 2 2 2 2 2
1 τxx,i+1,jk − τxx,ijk τxy,ijk − τxy,i,j−1,k τxz,ijk − τxz,ij,k−1
− fx,ijk + + + ; (110a)
ρi+ 1 ,jk δx δy δz
2
1 1
FA,y,ijk = (ui,j+ 1 ,k ωz,ijk + ui−1,j+ 1 ,k ωz,i−1,j,k ) − (wi,j+ 1 ,k ωx,ijk + wi,j+ 1 ,k−1 ωx,i,j,k−1 )
2 2 2 2 2 2
1 τyx,ijk − τyx,i−1,jk τyy,i,j+1,k − τyy,ijk τyz,ijk − τyz,ij,k−1
− fy,ijk + + + ; (110b)
ρi,j+ 1 ,k δx δy δz
2
1 1
FA,z,ijk = (vi,j,k+ 1 ωx,ijk + vi,j−1,k+ 1 ωx,i,j−1,k ) − (uij,k+ 1 ωy,ijk + ui−1,j,k+ 1 ωy,i−1,jk )
2 2 2 2 2 2
1 τzx,ijk − τzx,i−1,jk τzy,ijk − τzy,i,j−1,k τzz,ij,k+1 − τzz,ijk
− fz,ijk + + + . (110c)
ρij,k+ 1 δx δy δz
2
∂(∇ · u)
∇2 H = − − ∇ · (FA + FB ) (115)
∂t
87
e Wengle (1991), a solução nesta região é aproximada pela combinação das regiões de
viscosidade e de log em y + = 11, 81. Para a determinação da componente tangencial
da velocidade em paredes rugosas o FDS adota a lei logarı́tmica apresentada por Pope
(2000):
1 y
u+ = ln + B̃(s+ ); (118)
κ s
onde B̃max = 9, 5.
Uma fronteira aberta é o local onde o fluido pode entrar e sair no domı́nio com-
putacional com base nos gradientes de pressão. No FDS, normalmente os gradientes das
componentes de velocidade numa fronteira aberta são tomados iguais a zero. Significando
que os valores das componentes tangenciais de velocidade são colocados iguais para a ghost
cell (célula fantasma) e para as primeiras células localizadas nas fronteiras. Caso o usuário
especifique um campo de vento, os valores das componentes tangenciais da velocidade são
ajustados para os seus respectivos valores no campo em todas as fronteiras abertas de
entrada de fluxo. Em fronteiras abertas de saı́da de fluxo, a condição de gradiente de
pressão das componentes tangenciais da velocidade se mantém igual a zero.
3.7 Combustão
W1
ν2 vCO,2 = −ν1 yCO ; (121)
WCO
W1
ν2 vS,2 = −ν1 yS . (122)
WS
substâncias inertes) que estão em certo grau de mistura. Geralmente a taxa de mistura é
governada pela turbulência.
No FDS o tempo de mistura está baseado no estado local do campo de escoa-
mento. São considerados os três processos fı́sicos de difusão, advecção de escala de subgrid
(SGS) e aceleração flutuante e então é tomado o mais rápido destes processos (localmente)
como o controlador da escala de tempo de escoamento (MCDERMOTT; MCGRATTAN;
FLOYD., 2011). A variação do filtro de LES é um fator importante a ser considerado
nesse processo.
A escala de tempo de reação tem que ser maior ou igual a escala de tempo quı́mica
τchem , a qual é da ordem do tempo transversal da espessura da chama, τchem ∼ ∆/sL ,
onde δ = DF /sL , DF é a difusividade do combustı́vel, e sL é a velocidade da chama. A
mistura é controlada por difusão molecular.
A Figura 21 apresenta o modelo de escala de tempo para reação de combustão.
No seu diagrama, ∆ representa a largura do filtro de LES (tamanho da célula), τmix ,
representa o tempo da mistura, O(η) a ordem de grandeza da escala de Kolmogorov η,
que é o comprimento de escala dos menores vórtices de turbulência (nesses casos assume-
se o número de Schmidt, Sc, sendo de ordem um). Os regimes de tempo de escala da
reação de combustão são representados por τchem , τf lame (escala de tempo da chama), τd ,
τu , e τg . No regime de tempo de escala τd a solução numérica da reação é por DNS, e
esta ordem de escala é válida enquanto ∆ é menor do que a escala de Kolmogorov η. Em
τu a advecção turbulenta controla a taxa de mistura e em τg e escala de tempo de reação
está baseada numa aceleração constante. A altura da chama apresenta um limite para a
escala de tempo de reação em τf lame , no qual todo o combustı́vel precisa ser consumido
dentro de uma única célula.
92
∆2
τd = ; (124a)
DF
Cu ∆
τu = p ; (124b)
(2/3)ksgs
p
τg = 2∆/g. (124c)
Onde q̇ 000 é o calor liberado por unidade de volume; ρ é a densidade; Ỹα é a fração de
massa média para a espécie α em cada etapa de tempo δt; ỸαO é a fração de massa média
para a espécie α no inı́cio da etapa de tempo; e ∆hO
f,α é o calor de formação da espécie α.
93
σT (x)4
Ib (x) = . (131)
π
Este é o modo padrão do FDS. Nos casos de chamas opticamente finas, onde o ren-
dimento de fuligem é pequeno comparado ao de CO2 e vapor d’água, a premissa do
gás cinzento pode levar a um resultado de radiação superdimensionado para a radiação
emitida. Através de uma série de experimentos numéricos utilizando-se o metano como
combustı́vel, conclui-se que seis bandas (N = 6) fornecem uma representação precisa das
mais importantes radiações de banda do combustı́vel, CO2 e vapor d’água (HOSTIKKA;
MCGRATTAN; HAMINS, 2003).
Considerando o gás como cinzento, a contribuição da fase gasosa no termo de perda por
radiação na equação da energia fica:
N
X
−∇ · q00r (x)(gas) = κ(x)Ur,n (x) − 4πBn (x); (135)
n=1
Z
Ur,n (x) = In (x, s0 )ds0 . (136)
4π
σT (x)4
Ib,f (x) = C ; (137)
π " #!
000 000
P
qijk > 0(χr qijk + κijk Uijk )dV
C = min 100, max 1, P 000 4
. (138)
qijk > 0(4κijk σTijk )dV
vinda da região da chama. Em incêndio com diâmetro de poça menor que 1m o χr local
é aproximadamente igual ao seu valor global, porém a medida que o incêndio aumenta,
este valor global normalmente decai devido a reabsorção lı́quida de radiação térmica pelo
crescimento do manto de fumaça (TAKAHASHI; KOSEKI; HIRANO, 1999).
Levando em conta a possibilidade de que diferentes combustı́veis podem ter dife-
rentes valores de fração radiativa, χr é definida numa base por reação, similar a abordagem
de Gupta et al. (2015) para valores múltiplos de χr , O FDS gera um χr local com a média
ponderada dos valores especı́ficos de χr por reação pelas taxas de reação locais.
Nθ
X
Nω = Nφ (θi ). (139)
i=1
Nθ = 1, 17Nω1/2,26 ; (140)
arredondado para o inteiro par mais próximo. O número de φ-ângulos em cada banda é:
arredondado para o inteiro divisı́vel por 4 mais próximo. θ− e θ+ são os limites inferior e
superior da θ-banda, respectivamente. A discretização é simétrica em relação aos planos
x = 0, y = 0 e z = 0, e esta simetria possui três benefı́cios importantes: Primeiro, evita os
problemas causados pelo fato do esquema de contra vento de primeira ordem, usado para
calcular intensidades nos limites das células, é mais difusivo em direções não axiais do que
axiais. Segundo, o tratamento dos limites de espelho torna-se muito simples. Terceiro,
evita as chamadas situações de ressaltos, onde s · i, s · j ou s · k mudam de sinal dentro
do ângulo de controle.
Em casos axialmente simétricos estes ressaltos não podem ser evitados, sendo então
aplicado um tratamento especial desenvolvido por Murthy e Mathur (1998). Nestes casos
Nφ (θi ) é mantido constante, e o número total de ângulos é Nω = Nθ × Nφ , e o ângulo do
plano vertical do cilindro é escolhido para ser δφ.
A grade utilizada pelo solver da equação de transporte de radiação (ETR) é a
mesma utilizada pelo solver do modelo hidrodinâmico do FDS. A equação de transporte
de radiação (127) é resolvida utilizando-se técnicas similares ao método dos volumes fi-
nitos para a resolução da convecção no escoamento de fluidos (RAITHBY; CHUI, 1990).
Denominou-se então a técnica para resolução da equação de transporte de radiação no
FDS como Método dos Volumes Finitos (HOSTIKKA, 2008).
O espectro da radiação térmica é primeiramente, dividido em bandas como já
descrito no inı́cio desta seção. O procedimento de discretização é aplicado para cada
banda, e aqui o subscrito n é omitido para facilitar a clareza da expressão matemática. A
esfera unitária apresentada é discretizada e então o domı́nio computacional é é dividido
na grade numérica do modelo. Em cada célula da malha, uma equação discretizada
é encontrada pela integração da equação (127) sobre o volume de célula ijk e sobre o
ângulo δΩl para se obter:
Z Z Z Z
0 0 0 0 0
s · ∇I(x , s )dx ds = κx0 )[Ib (x0 ) − I(x0 , s0 )]dx0 ds0 . (142)
δΩl Vijk δΩl Vijk
6
X Z
l
Am Im (s0 · nm )ds0 = κijk [Ib,ijk − Iijk
l
]Vijk δΩl . (144)
m=1 δΩl
l l
Onde Iijk é a intensidade de radiação na direção l; Im é a intensidade de radiação na face
m da célula; Ib,ijk é a intensidade de radiação de corpo negro na célula; δΩl é o ângulo
sólido correspondente a direção l; Vijk é o volume da célula ijk; Am é a área da face m
da célula; e nm é o vetor normal unitário da face m da célula. Pode ser observado que
enquanto a intensidade de radiação é considerada constante dentro do ângulo δΩl , sua
direção cobre exatamente o ângulo δΩl .
A intensidade de incidência de radiação local é:
l=1
X
l
Uijk = Iijk δΩl . (145)
NΩ
m=1
X
l l l
Am Im Dm = κijk [Ib,ijk − Iijk ]Vijk δΩl . (147)
6
l
As intensidades de radiação nas faces de células Im são calculadas utilizando-se um es-
quema de upwind de primeira ordem.
99
4.1 Método
1. Estudo de Caso 1;
2. Estudo de Caso 2;
3. Estudo de Caso 3;
4. Estudo de Caso 4;
5. Estudo de Caso 5 e;
6. Estudo de Caso 6.
2. Caracterı́sticas da malha:
(a) Unitária;
(b) Retilı́nea;
(c) Arestas nos eixo cartesianos x, y, z:
- Eixo x: −15m a 15m;
- Eixo y: −15m a 15m;
- Eixo z: 0 a 30m;
(d) Número de células em cada uma das direções dos eixos x, y, z: 100;
(e) Dimensões de cada aresta das células: 3cm;
3. Reação de combustão:
4. Superfı́cie da chama:
A temperatura ambiente adotada nas simulações dos estudos de caso foi de 20◦ C,
que é o valor padrão no FDS, e que não necessita ser descrita no modelo.
Nos Estudos de Caso 1, 3 e 5 não se considerou a existência de vento e não se
especificou outras condições climáticas.
Nos Estudos de Caso 2, 4 e 6 considerou-se a existência de vento e dos parâmetros
atmosféricos de comprimento de Obukhov e de comprimento de rugosidade aerodinâmica
(MCGRATTAN et al., 2018a).
O comprimento de Obukhov (L) caracteriza a estabilidade térmica da atmosfera, e
está relacionado com a estratificação da temperatura da atmosfera. Quando L é negativo,
a atmosfera está instavelmente estratificada e, quando L é positivo a atmosfera está
estavelmente estratificada, o que determina o quanto a temperatura aumenta ou diminui
relativamente à temperatura do solo. Um valor negativo de L indica que o solo está mais
quente que o ar atmosférico. Os efeitos estabilizantes ou desestabilizantes da estratificação
da atmosfera são mais intensos quando L está próximo de zero.
O comprimento de rugosidade aerodinâmica está relacionado com a interferência
de obstáculos na superfı́cie para a passagem do vento.
O Estudo de Caso 1 trata de um incêndio em poça que ocorre numa bacia de con-
tenção onde existe um tanque cilı́ndrico horizontal instalado. Nesta modelagem considera-
se que todo o volume de combustı́vel contido no tanque vazou para a bacia de contenção
e, posteriormente a isto, deu-se inı́cio a um incêndio em poça confinado na bacia de con-
tenção. Considerou-se que o volume de combustı́vel que vazou do tanque para a bacia
de contenção corresponde ao volume de operação do tanque. Seguem abaixo os dados do
modelo.
• Área da base: A
• Volume do tanque: Vt ;
103
• Volume de operação: Vo .
Vo = 0, 90 · Vt = 0, 90 · 20m3 = 18m3 .
• Comprimento = 6, 0m;
• Largura = 6, 0m e;
O Estudo de Caso 3 trata de um incêndio em poça que ocorre num tanque cilı́ndrico
vertical. Nesta modelagem considerou-se que o tanque perdeu a cobertura de seu teto
devido ao incêndio e que o tanque continha uma quantidade de combustı́vel igual ao seu
volume de operação. Seguem abaixo os dados do modelo.
• Área da base: A
• Volume do tanque: Vt ;
• Volume de operação: Vo .
• Direção do vento = 0◦ ;
• Comprimento = 6, 0m;
• Largura = 6, 0m e;
• Direção do vento = 0◦ ;
5 RESULTADOS
4
P rb = −36, 38 + 2, 56 ln qr · t ;
3
(148)
v
u P rb +36,38 !3
u
4 e 2,56
qr = t . (149)
t
qr = 9, 81kW/m2
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 Conclusões
ebulição, também precisa de abordagem por CFD. A capacidade da dinâmica dos fluidos
computacional de modelar a dispersão de gases e sua concentração pode ser aplicada para
analisar a possibilidade de incêndio em nuvem, quando a nuvem de gases inflamáveis
estiver dentro dos limites inferior e superior de inflamabilidade.
Como sugestão para trabalhos futuros sobre a temática da utilização de CFD para
modelagem de incêndio e radiação térmica pode se destacar:
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139
Caso 1.fds
Generated partially by PyroSim - Version 2018.3.1210
&REAC ID=’Gasolina’,
FUEL=’REAC FUEL’,
FORMULA=’C8H18’,
CRITICAL FLAME TEMPERATURE=1507.0,
AUTO IGNITION TEMPERATURE=0.0,
CO YIELD=0.011,
SOOT YIELD=0.038,
HEAT OF COMBUSTION=4.45E4,
RADIATIVE FRACTION=0.4/
&SURF ID=’Grama’,
TEXTURE MAP=’grass.jpg’,
TEXTURE WIDTH=30.0,
TEXTURE HEIGHT=30.0/
140
&SURF ID=’Surface01’,
FYI=’Gasolina’,
COLOR=’RED’,
MLRPUA=0.055,
EMISSIVITY=1.0/
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XB=-15.0,15.0,-15.0,15.0,30.0,30.0/
&TAIL /
Caso 2.fds
Generated partially by PyroSim - Version 2018.3.1210
&REAC ID=’Gasolina’,
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144
Caso 3.fds
Generated partially by PyroSim - Version 2018.3.1210
&REAC ID=’Gasolina’,
FUEL=’REAC FUEL’,
FORMULA=’C8H18’,
CRITICAL FLAME TEMPERATURE=1507.0,
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Caso 4.fds
Generated partially by PyroSim - Version 2018.3.1210
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Caso 5.fds
Generated partially by PyroSim - Version 2018.3.1210
&REAC ID=’Gasolina’,
FUEL=’REAC FUEL’,
FORMULA=’C8H18’,
CO YIELD=0.011,
SOOT YIELD=0.038,
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152
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Caso 6.fds
Generated partially by PyroSim - Version 2018.3.1210
&REAC ID=’Gasolina’,
FUEL=’REAC FUEL’,
FORMULA=’C8H18’,
CO YIELD=0.011,
SOOT YIELD=0.038,
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154
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QUANTITY=’RADIATIVE HEAT FLUX GAS’, HIDE COORDINATES=.TRUE. /
&TAIL /