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Alexandre Rosa
Gabriel Cardoso Penna
Romilton dos Anjos
PAVIMENTOS DRENANTES
São Paulo
2016
Alexandre Rosa
Gabriel Cardoso Penna
Romilton dos Anjos
PAVIMENTOS DRENANTES
São Paulo
2016
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RESUMO
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELA
Tabela 1 .................................................................................................................................... 10
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Sumário
RESUMO................................................................................................................................... 3
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8
3.2.5. GEOMEMBRANAS..................................................................................................... 24
3.3 MATERIAIS USADOS EM PAVIMENTOS PERMEÁVEIS ......................................... 25
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 40
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1. INTRODUÇÃO
Utilizado com sucesso nos Estados Unidos e em alguns países da Europa como
Inglaterra e Alemanha, o uso de pisos permeáveis vem sendo cada vez mais utilizado no Brasil.
(REVISTA PRISMA, 2011). Em âmbito nacional, há exemplo da prefeitura de São Paulo que
recomenda o uso de blocos de concreto do tipo intertravado para auxiliar na infiltração da água
da chuva. (SÃO PAULO, 2010).
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A facilidade de manutenção também é notória, visto que o pavimento pode ser instalado
e removido a qualquer tempo, há um ganho de produtividade e de recursos quando se pensa no
grande número de subsistemas existentes sob o pavimento. Cria espaços pavimentados com um
belo efeito estético, pois são várias as formas, texturas e cores destas peças.
1.1. JUSTIFICATIVA
Essa pesquisa foi idealizada como fim de apresentar métodos para o auxílio na solução
de um grande problema das grandes metrópoles, a baixa área disponível para escoamento de
águas pluviais. Tendo em vista que essa problemática atinge cada vez mais centros urbanos,
esse trabalho tem como intuito contribuir com a área da Engenharia Civil, na disposição de
possíveis procedimentos para reduzir enchentes e alagamentos.
1.2. OBJETIVOS
Esse material tem como objetivo apresentar os diversos tipos de pavimentos permeáveis,
com o intuito de demonstrar seus meios de execução, índices de escoamento, pontos positivos
e negativos em relação a sua constituição, instalação, e os demais assuntos pertinentes à
abordagem desse recurso de drenagem.
2. DRENAGEM URBANA
Pode-se observar que, desde o início das primeiras civilizações a humanidade vem sendo
forçada a estabelecer seus centros urbanos ligados a cursos d’água. Essa ligação entre
aglomerados urbanos e bacias hidrográficas, era crucial para o desenvolvimento da sociedade,
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facilitando a ligação entre cidades através da navegação, auxiliando na agricultura, além das
necessidades básicas da população como consumo e higienização.
Com as cidades, vilas e vilarejos alterando constantemente o curso natural de lagos, rios
e riachos, começaram a surgir problemáticas através dessa prática. Inicialmente os povoados
ribeirinhos sofriam com enchentes e alagamentos, devido sua proximidade das margens, mas
na época isso era tratado apenas como preço a se pagar pela localização próxima aos leitos.
Tendo em vista essas modificações realizadas pela população ao decorrer dos anos, as
ações antrópicas na ocupação e uso do solo, tanto em áreas rurais como urbanas, interferem
diretamente na quantidade e qualidade do escoamento superficial, alterando vazões máximas e
mínimas dos mananciais. A degradação de estrutura e impermeabilização em áreas urbanas tem
causado altos picos de vazão e, consequentemente, uma frequência cada vez maior de
inundações (Maus & Righes, 2006).
De acordo com dados da Organização das nações (ONU) 2006, a projeção populacional
em centros urbanos que era de 0,73 bi. Em 1950, será de 4,91bi. de habitantes em 2030.
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População mundial para o período de 1950 - 2030 (bilhões)
1950 1975 2000 2005 2030
URBANA 0,73 1,52 2,84 3,15 4,91
RURAL 1,79 2,56 3,24 3,31 3,29
TOTAL 2,52 4,08 6,08 6,46 8,2
Tabela 1 – População mundial e projeção para 2030 (fonte: World Ubanization Prospects – The 2005 Revision
ONU, 2006)
Esses efeitos são gerados por fatores como o impacto do aumento das áreas
impermeáveis, ou a modificação de cursos d’água por exemplo. Podem-se constatar picos de
cheia atuais muito superiores aos anteriores do desenvolvimento urbano, devido ao
agravamento desses problemas com o exponencial crescimento populacional.
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2.3. PROCESSOS DE DRENAGEM URBANA
2.3.2. ARMAZENAMENTO
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2.3.4. DIQUES E ESTAÇÕES DE BOMBEAMENTOS
Em outra concepção do tema, de acordo com Baptista & Nascimento (2005), o assunto
de drenagem pode ser classificado em dois sistemas:
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- Pavimentos porosos ou permeáveis, destinados ao armazenamento temporário e/ou
infiltração d’água;
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Figura 3- Centro de detenção provisória (CDP) – Ministério Público / Poder Judiciário de Apodi
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- Canalizações de cursos d’água com técnicas que favorecem o escoamento lento ou
mesmo a detenção temporária das águas;
- Tratamento do fundo dos vales com zoneamento de planícies de inundação e
delimitação de áreas destinadas ao armazenamento temporário.
Contudo, devido aos problemas de drenagem urbana, em muitos locais, como opção de
deslocamento e contenção do escoamento superficial, são usados os pavimentos permeáveis,
definidos por possuírem espaços livres (poros) entre sua estrutura, por onde a água pode escoar,
podendo infiltrar no solo ou ser transportada através de sistema auxiliar de drenagem. Esse tipo
de pavimentação tende a influenciar a hidrologia local de maneira significativa, causando algum
benefício ao meio ambiente por reduzir a velocidade em que essa água chegará a bacia local.
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Em uma estrutura genérica de um pavimento permeável, o escoamento é infiltrado
rapidamente pela camada fina porosa, podendo ser de asfalto ou concreto, seguindo por dois
filtros de agregados, um com uma camada com diâmetros menores, e o seguinte servindo como
uma espécie de reservatório, com diâmetros maiores. A partir desse reservatório, o escoamento
pode seguir ao subsolo ou coletado por tubos de drenagem. (Araújo et. Al., 2000 – apostila
pavimentos permeáveis e sua influencia sobre a drenagem)****
Esses pavimentos também podem ser classificados quanto a sua composição, sendo
divididos em:
Os blocos de concreto vazado são assentados sobre material granular, como areia, e
preenchidos com Vegetação rasteira, como grama. Filtros geotêxtis, a serem colocados sob a
camada de areia, são importantes para prevenir o carreamento de areia fina para as camadas
granulares inferiores.
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- Pavimentos de bloco de concreto paralelepípedos:
Todo o volume coletado infiltra no solo. Este pavimento é instalado quando o solo do
subleito apresenta alta permeabilidade ou o nível do lençol freático for suficientemente baixo.
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Figura 8– infiltração total (CIRIA,2007)
Todo o volume é coletado por sistema de drenagem com drenos (tubos) perfurados e
espaçados de 3 a 8 m para a condução da água à rede de drenagem. Condição quando solo do
subleito apresenta baixa permeabilidade ou o nível do lençol freático encontra-se elevado
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- Pavimento com infiltração parcial
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3.2.1. REVESTIMENTO, BASE E SUB-BASE
É muito comum a construção de pavimentos com duas camadas acima do subleito até o
revestimento. Diferentes camadas podem ser otimizadas para propósitos especiais definidos
para o pavimento. Além disso, a combinação de materiais em diferentes camadas pode tornar o
pavimento mais econômico (Virgillis, 2009).
Nos pavimentos de superfície impermeável, água não pode infiltrar em nenhuma parte
da estrutura ou solo do subleito, mesmo que a base na estrutura de muitos pavimentos
convencionais seja feita de material poroso. Essa superfície inviabiliza o funcionamento de um
pavimento poroso.
3.2.2. SOBRECAMADA
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sejam mais seguras de dirigir além de aumentar a capacidade de transporte reduzindo os custos
(Virgillis, 2009).
As Sobrecamada porosas, ou CPA (camada porosa de atrito), são aplicadas apenas sobre
determinados trechos de rodovias para eliminação dos efeitos da aquaplanagem e “spray”
provocados pelos veículos em dias chuvosos.
3.2.3. RESERVATÓRIOS
O volume de água é estocado nos espaços vazios entre agregados, esses reservatórios
podem ser chamados de colchões drenantes. A água armazenada no pavimento poderá ser
eliminada lentamente através de tubo laterais. A baixa velocidade de descarga retarda o pico de
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cheia, minimiza os efeitos da erosão além de reduzir os custos das estruturas dos sistemas de
drenagem.
Quando a água armazenada infiltra para o subleito, além dos benefícios acima, contribui
adicionalmente para a recarga de aquíferos aumentando nível do lençol freático e o escoamento
básico.
Toda água que passa através do poros de qualquer camada de pavimento, naturalmente
é filtrada e tratada pela atividade bioquímica dos microrganismos (Tucci, 2003)
3.2.4. GEOTÊXTEIS
Material aplicado entre duas camadas ou entre a camada de base e o subleito com a
finalidade de separação de seus materiais. A separação é necessária para manter a porosidade
evitando o carregamento de partículas para outra camada além de manter a integridade
estrutural das camadas. Trata-se de manta não-tecida de filamentos de polipropileno que
possibilita a livre passagem das águas de infiltração para o meio drenante ou camada adjacente.
Alternativamente a separação entre camadas pode ser feita de material granular selecionado de
tamanho intermediário. Os geotêxteis são permeáveis e inibem a movimentação de pequenas
partículas atuando como filtros. Em alguns pavimentos o geotêxtil proporciona ainda
resistência às tensões de deformação.
3.2.5. GEOMEMBRANAS
Alguns pavimentos porosos têm sua parte inferior revestida com o propósito de impedir
a penetração de água para o subleito. O termo técnico para extensos lençóis de plásticoresistente
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é “geomembrana” que s eaplica a um tecido impermeável geralmente plástico ou Polietileno de
Alta Densidade (PEAD) utilizando sistemas
1) Agregados
2) Gramíneos
3) Geocélulas plásticas
4) Concreto poroso
5) Blocos vazados
6) Blocos intertravados de concreto
7) Concreto asfáltico poroso
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3.3.1. AGREGADOS
3.3.2. GRAMÍNEOS
Uma superfície gramada pode suportar tráfego de pedestres e algum tráfego veicular. A
permeabilidade dos gramíneos é maior quando não compactados por excesso de trafego. A
transpiração desse tipo de revestimento reduz a formação de ilhas urbanas de calor. Quando
plantadas sobre argila plástica possuem maior possibilidade de serem danificadas pela
passagem repetitiva que empurra a argila para dentro da placa de grama e colmata a superfície.
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São muito usadas em passeios e áreas de estacionamento que sejam utilizados com frequência.
Com a ajuda de grelhas plásticas, geocélulas e blocos vazados de concreto podem suportar
carregamentos maiores de tráfego.
São constituídas de tiras de polietileno de alta densidade (PEAD), soldadas entre si, que
quando abertas formam células contíguas tridimensionais semelhantes a uma colmeia que pode
ser preenchida com areia, brita concreto ou solo conforme for a disponibilidade e a finalidade.
Foi concebida originalmente com o objetivo de fazer da areia um material de construção. Sua
utilização pioneira se deu na construção de estradas de acesso a praias e desertos. Pode ser
usada em várias aplicações como suporte de cargas na estabilização de pavimentos rodoviários
e ferroviários, em estruturas de contenção de terra e na prevenção e controle da erosão de
taludes. Na maioria dos modelos, as tiras de plástico ocupam uma pequena parte da área de
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superfície permitindo, quando preenchidas com material poroso de alta permeabilidade,
controle térmico e apelo visual ecológico no caso de preenchimento com grama vegetal.
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Figura 16– Bloco de concreto poroso permeável
Não existem muitas empresas que fabricam esse tipo de material de revestimento, por
isso seu custo é alto em relação a outros materiais inclusive em comparação aos blocos de
concreto intertravado.
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Figura 17– Blocos de concreto vazados
Esse tipo de revestimento permite tráfego de vários tipos. Blocos maciços de concreto,
alinhados lado a lado são os mais comuns. São geralmente assentados sobre camada de areia
que confere ao conjunto porosidade e permeabilidade.
Muitos blocos que possuem boa durabilidade e resistência permitindo a vida útil mais
longa e consequentemente economia sob o aspecto custo beneficiam. Alguns blocos podem
suportar tráfego pesado, porem são relativamente caros quando comparados a outros
pavimentos. São sensíveis as deformações longitudinais assim como as deformações na base e
no subleito. Quando assentados devem ser confinado as bordas rígidas que impedem que as
peças fiquem livres de tensão e possam se soltar. Geralmente são limitados nas suas
extremidades a sarjetas ou vigotas de concreto.
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Figura 18– Blocos de concreto vazados
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Figura 19– Pavimento de concreto asfáltico permeável
- Bloco de concreto poroso – Possui estrutura aberta, o que o torna permeável em todo
seu volume. Essa estrutura aberta é permitida de acordo com uma composição específica do
concreto;
- Bloco de concreto com juntas alargadas – Trata-se de blocos de utilização comum em
pavimentação, no entanto, possuem afastadores que permitem a criação de junta mais larga no
momento da execução. Tais juntas permitem que a água escoe mais rapidamente;
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- Bloco de concreto com aberturas de drenagem – São blocos com aberturas em forma
de meia-lua que permitem a infiltração da água existente na superfície.
Esse tipo de pavimento deve, portanto, ser utilizado em locais de trafego leve, muito
leve e em locais onde não existe trafego de veículos pesados.
Podem-se citar estacionamentos, pátios industriais, ruas residenciais, praças, ruas para
pedestres, ciclovias, terraços, centros comerciais, entre outros, como locais para aplicação dos
pavimentos permeáveis.
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3.4.6. MÉTODO DE EXECUÇÃO
Quando especificado em projeto, a manta geotêxtil tem como principal função evitar o
carreamento de finos para a camada de sub-base. A manta deve ser posicionada logo acima do
subleito e deve ser deixada uma sobra nas laterais de 0,3 m no caso de solos com Índice de
Suporte Califórnia (CBR) maior que 5 e de 0,6 m em solos mais fracos, com CBR menor ou
igual a 5.
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material de assentamento é então nivelado manualmente por meio de régua metálica, correndo
a régua sobre as mestras ou de modo mecanizado, resultando em uma superfície sem
irregularidades. Após o nivelamento a camada de assentamento não deve ser submetida ao
tráfego de equipamentos ou pedestres antes da instalação das peças de concreto. Os espaços
deixados pela régua metálica devem ser preenchidos com material de assentamento. O
assentamento das peças pode ser manual ou mecanizado, e deve ser executado sem modificar a
espessura e uniformidade da camada de assentamento. A primeira fiada deve ser assentada de
acordo com o padrão de assentamento estabelecido no projeto, respeitando-se o esquadro e o
alinhamento previamente marcados e a peça não deve ser arrastada sobre a camada de
assentamento até sua posição final. Manter as linhas guia na frente da área de assentamento das
peças, verificando-se regularmente o alinhamento longitudinal e transversal e efetuar os ajustes
de alinhamento das peças, mantendo-se a espessura das juntas uniforme.
Etapa 5: Rejuntamento
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Etapa 6: Compactação
Manutenção
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Figura 21- Pavimento permeável com colmatação Figura 22-Crescimento de vegetação
das juntas
nas juntas devido ao acumulo de
sedimentos.
4. ESTUDO DE CASO
A obra será iniciada no mês de Dezembro de 2016, e serão acompanhadas todas as fases
de implementação do pavimento. De acordo com o projeto, o nível da água no subsolo se
encontra a 80cm do nível do terreno, tendo a necessidade de redirecionar o fluxo de águas
pluviais a um reservatório, com o fim de não gerar saturação do solo, assim evitando o possível
recalque do edifício com a alteração na vazão do lençol freático.
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Será realizado um enchimento de 40cm do terreno, que já possui uma camada pré-
existente de concreto como pavimento. O idealizado para a canalização de águas pluviais, será
manter o concreto da camada existente in loco, acrescentando apenas uma leve inclinação, e
construindo sob ele, as camadas drenantes, junto ao pavimento de concreto poroso. Essa prática
foi adotada com o fim econômico de privar a demolição do atual pavimento, o reutilizando para
evitar o escoamento excessivo direto ao solo, se fazendo também dispensável a aplicação de
uma geomembrana.
3 CONCLUSÃO PARCIAL
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REFERÊNCIAS
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VIRGILIIS, Afonso Luís Corrêa (Execução de Pavimentos Permeáveis/A.L.C Virgiliis
– ed. rev.- São Paulo, 2009)
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