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Al.

Rio Negro, 585


Edifício Jaçari – Conj.93 – Alphaville
Barueri – SP – 06454-000
Tel./fax: (11) 4191-7805
www.gbcbrasil.org.br
Green Building Council Brasil

Referencial GBC Brasil Casa® IMP URA EA MR QAI RS IP CR


Materiais, Recursos e Sistemas (MR) MR 4
Assunto: Crédito 4
1 Ponto

Controle de Materiais Contaminantes


Objetivo
Diminuir a produção de materiais com conteúdos contaminantes e perigosos, com odor potencialmente irritante, forte ou que
possam causar lesão, desconforto ou mal estar aos ocupantes, usuários, instaladores e operários da construção, controlando
seus níveis e índices, dentro de limites estipulados pela legislação.

Requisitos
Restringir o uso de, pelo menos, dois dos componentes abaixo, conforme descrição (um ponto).
 Não utilização de ureia-formaldeido;
 Controle de compostos orgânicos voláteis (COV) para tintas, vernizes, adesivos e selantes, dentro dos limites
estabelecidos;
 Não utilização de metais pesados – chumbo, cádmio e mercúrio.
 Não utilização de halogêneos – bromo e cloro.

Benefícios
Reduzir a quantidade de contaminantes do ar odoríferos, irritantes e/ou nocivos para o conforto e bem estar dos instaladores e
ocupantes da edificação.

Abordagens e implementação
 Não utilização de ureia-formaldeido:
Os compensados de madeira ou produtos confeccionados com fibras agrícolas, incluindo materiais de preenchimento, devem
conter resinas sem a adição de ureia-formaldeído.
Os móveis feitos sob medida, de embutir, montados no local, que utilizem adesivos laminados ou montagens aplicadas nas
oficinas, contendo esses adesivos laminados, não devem conter ureia -formaldeído.

 Controle de compostos orgânicos voláteis (COV) para tintas, vernizes, adesivos e selantes, dentro dos limites
estabelecidos:
Tintas, revestimentos e primers aplicados às paredes internas e em tetos não podem exceder os níveis de COV, nos limites
estabelecidos pelo Green Seal Standard GS-11, Tintas, segunda edição, de 12 de Maio de 2008, ou pela Organização
Internacional de Normalização (ISO), 11890-2 Tintas e vernizes - Determinação das emissões de compostos orgânicos
voláteis (COV). Os limites de COV para Tintas e Vernizes estão listados na Tabela 1 abaixo.
Todos os adesivos e selantes utilizados no interior do edifício (defi nido como “dentro do sistema ambiente interno aplicado
localmente”) devem cumprir os requisitos estabelecidos pela South Coast Air Quality Management District (SCAQMD), regra
#1168. Os limites de COV estão listados na Tabela 2 abaixo e correspondem à data efetiva de 1 de julho de 2002 e alterada
em 7 de janeiro de 2005. Os adesivos do tipo aerossol devem seguir padrões estabelecidos pelo Green Seal Standard para
adesivos comerciais (GS-36), requisitos em vigor desde 19 de outubro de 2000.
Assegurar que os limites de compostos orgânicos voláteis (COV) são claramente indicados em cada seção da especificação.
Produtos comuns para avaliar características gerais de construção incluem colas, adesivos, pavimentação, antifogo, sel antes
para dutos, além de adesivos para tubos e conexões.

Todas as tintas e revestimentos, incluindo primers e selantes devem preencher os seguintes requisitos de desempenho:
 Todos os testes serão realizados no produto fornecido pelo fabricante e não incluem os aditivos existentes no ponto de
venda.
 Tintas e revestimentos para o uso arquitetônico devem ter seu desempenho validado em conformidade com a NBR
15079, de acordo com a regulamentação brasileira que satisfaça a Associação Brasileira de Tintas e Vernizes Manufaturas
(Abrafati).
 Especificar o nível baixo de COV de tintas e revestimentos nos documentos da obra. Assegurar que os limites COV são
claramente indicados em cada seção do caderno de encargos em que as tintas e reve stimentos forem abordados.
 Acompanhar o conteúdo de COV de todas as tintas e revestimentos interiores durante as obras.
 Especificar o limite baixo de COV para os materiais referente na construção.
 O cálculo do limite de COV deve excluir água e corantes adicionados no ponto de venda.
Tabela 1 – Níveis de compostos orgânicos voláteis (COV) para tintas e vernizes
Nível de COV
Tipo de Produto
(g/l)
Acabamentos 50
Acabamentos não-planos 100
Primer ou Selante 100
Tinta para piso 100
Verniz anticorrosivo 250
Parede de revestimento refletora 50
Telhado revestimento reflexivo 100

Tabela 2 – Níveis de compostos orgânicos voláteis (COV) para adesivos e selantes


Aplicações Arquitetonicas Limite COV (g/l)
Adesivos para carpetes internos 50
Adesivos para placas de carpete 50
Adesivos para pisos de madeira 100
Adesivos para pisos de borracha 60
Adesivos para contrapiso 50
Adesivos para blocos cerâmicos 65
Adesivos para composição vinílica e asfáltica 50
Adesivos para painéis drywall 50
Adesivos para rodapés 50
Adesivos multiuso 70
Adesivos para vidros estruturais 100

Aplicações Específicas Limite COV (g/l)


Metal a metal 30
Espumas plásticas 50
Materiais porosos (menos madeira) 50
Madeira 30
Fibra-de-vidro 80

Aplicações Especiais Limite COV (g/l)


Selante PVC 510
Selante CPVC 490
Selante ABS 325
Selante cimento plástico 250
Adesivo primer para plásticos 550
Adesivo de contato 80
Adesivo especial 250
Adesivo para estrutura de madeira 140
Revestimento borracha 850
Adesivo top & trim 250

 Não utilização de metais pesados – chumbo, cádmio e mercúrio:


Chumbo e cádmio:
Restringir o uso total de metais pesados para os fios e cabos elétricos, pois os riscos associados à sua utilização estão ent re
os mais prejudiciais à saúde humana e ao ambiente.
Os metais pesados constituem um grupo de materiais metálicos; são elementos extraídos a partir de minérios, que podem ser
altamente tóxicos na sua forma elementar, ou em compostos. As definições de metais pesados variam; dentre os que são
considerados mais perigosos para a saúde humana e/ou para a contaminação das águas , destacam-se: arsênico, antimônio,
cádmio, crómio, cobalto, cobre, chumbo, mercúrio e zinco. Os metais pesados são utilizados de inúmeras formas, como, por
exemplo: como estabilizadores de material plástico de vinil, para o isolamento de fios, PVC e outros produtos, para coberturas,
para radiação de soldagem, em blindagens e em corantes para tintas e têxteis, entre outros.
A utilização de produtos que possuem metais pesados em sua composição libera esses tóxicos para o ambiente durante sua
extração, produção, uso e descarte, podendo ocasionar graves consequências negativas para a saúde humana e para o
ambiente.
O chumbo e o mercúrio, por exemplo, são potentes neurotóxicos, particularmente prejudiciais para os cérebros dos fetos e de
crianças em crescimento. A utilização do mercúrio na indústria da construção civil foi reduzida significativamente nos último s
anos no Brasil, mas o chumbo ainda continua a ser empregado em alguns materiais de construção.
O cádmio é uma substância cancerígena e pode causar danos aos rins e aos pulmões.

Mercúrio:
Desenvolver um programa de aquisição das lâmpadas especificadas para o edifício e suas áreas correlatas, incluindo as de
uso interno, externo e também as portáteis, que limite os níveis máximos de mercúrio permitidos. Esse programa deve
determinar uma meta aceitável para a média total do teor de mercúrio nas lâmpadas de 90 picogramas por lúmen-hora ou
menor. O plano deve exigir que 100% das lâmpadas instaladas cumpram esse objetivo.
As lâmpadas fluorescentes compactas do tipo rosqueadas na base (CFLs) podem ser excluídas do plano e do cálculo de
desempenho, se cumprirem as diretrizes voluntárias praticadas pela indústria para o limite máximo de mercúrio publicado pela
Associação Nacional dos Fabricantes Elétricos (NEMA). As lâmpadas fluorescentes compactas do tipo rosqueadas na base
(CFLs) que não cumprirem com as diretrizes do NEMA devem ser incluídas no plano de lâmpadas e no cálculo do
desempenho.
A avaliação de desempenho para as lâmpadas – incluindo o índice de mercúrio (MG/lamp), a quantidade de luz média ( em
lumens) e a vida útil (em horas) – deve estar de acordo com os padrões industriais, conforme descrito s no pré-requisito EA5 e
no crédito EA5, desse referencial.
Estabelecer e manter um programa de redução de material tóxico, com o objetivo de diminuir a quantidade de mercúrio nos
edifícios e no ambiente, por meio da política de substituição das lâmpadas com alto teor de mercúrio.

 Não utilização de halogêneos – Bromo e Cloro:


Para fios e cabos elétricos:
Os compostos bromados são, pelo menos, duas vezes mais eficientes do que os clorados, e como são utilizados em menores
quantidades, afetam menos as propriedades mecânicas dos polímeros. Tanto os alifáticos como os aromáticos suportam
temperaturas maiores e apresentam alta estabilidade hidrolílica. São indicados em plásticos de engenharia como poliamidas e
poliésteres.

Para instalações hidráulicas de tubos e conexões:


Dentre os vários tipos de plásticos, o PVC tem sido um dos mais utilizados na construção civil. Além de cumprir os requisitos
de durabilidade, resistência e estética, o PVC, tanto na versão rígido como flexível tem se mostrado uma boa opção por ser
reciclável, autoextinguível e por possuir ampla gama de aplicações.
O PVC, no entanto, é considerado prejudicial à saúde e ao ambiente. O Cloro é um elemento instável e se combina facilmente
com outros elementos, durante o processo de fabricação do PVC e, em caso de ocorrência de queima do material. Novos
compostos químicos são gerados com a liberação do Cloro, que podem provocar câncer em humanos, especialmente por
ocasião de sua manipulação, durante a fabricação. Tais compostos contribuem, ainda, para a degradação da camada de
ozônio.
Em substituição aos tubos de PVC, é possível utilizar: tubos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) para água fria; tubos de
Polipropileno (PP) para água quente e fria; tubos de Polipropileno Copolíme ro Random (PPR) para água quente e fria; tubos
flexíveis de Polietileno Reticulado (PEX) para água quente e fria.
Exemplos de aplicações: Tubulação de água fria e conexões em Polipropileno (PPR), tubulação de esgoto em PPR ou PET,
tubulação de água pluvial em polipropileno, tubulação em polietileno virgem PEAD e caixa d’água em polietileno.

Referência de normas
- Regra Costa Sul # 1168 de 3 de outubro de 2003. Alteração da South Coast Air Quality Management District.
- Green Seal Norma 36 (GS-36), efetivada em 19 de Outubro de 2000.
- National Electrical Manufacturers Association (NEMA) - Voluntary Commitment on Mercury in Compact Fluorescent Lights.

Prazos e responsabilidades
Material de suporte para a Equipe de Projeto:
- Fornecer uma lista, especificando cada tinta, verniz, adesivo, selante e selante primer utilizado no projeto. Incluir o nome do
fabricante, o nome do produto; detalhar os limites de COV (em g/L, menos água) para cada produto, e indicar os limites
correspondentes admissíveis de COV, conforme a referida norma.
- Fornecer os laudos técnicos disponíveis que indiquem os níveis alcançados, ou termos referenciais que comprovem a baixa
emissão de COV.
- Fornecer laudos técnicos ou indicações de fabricantes, que comprovem a não u tilização de ureia-formaldeído.
- Fornecer laudos técnicos ou indicações de fabricantes, que comprovem o controle da não utilização de metais pesados como
chumbo, cádmio e mercúrio.
- Fornecer uma descrição para quaisquer circunstâncias especiais, ou não padrão para todas as etapas cumpridas no projeto.

Material de suporte para a Equipe de Verificação:


- Verificar todas as listagens enviadas e se os produtos utilizados são compatíveis com as normas exigidas.

Cálculos
Não há.
Exemplos de aplicação
Descrever exemplos de atendimento desse crédito.

Desempenho exemplar
Não há indicadores de desempenho exemplar para esse crédito.

Variação regional
Não há.

Considerações sobre a gestão e manutenção


Descrever, caso existam, as considerações sobre a gestão e manutenção referentes a esse crédito.

Recursos
Descrever os aqui recursos complementares para o entendimento desse pré-requisito ou crédito, como sites, artigos etc.

Definições
Adesivo – Qualquer substância usada para colar uma superfície à outra, por adesão. Incluem os adesivos de colagem
primários, adesivos primários, adesivos primários para plástico e qualquer outro primer. O adesivo aerossol é aquele com a
embalagem do tipo aerossol, em que o mecanismo de spray é permanentemente alojado em um refil não recarregável,
idealizado para aplicação manual, sem a necessidade de equipamentos auxiliares, como mangueiras ou spray. Esse tipo inclui
adesivos spray para propósitos especiais, spray em forma de névoa, ou em forma de teia.
Os adesivos destinados para as dependências internas, selantes ou primers, são aqueles aplicados no local, no interior da
edificação, sem interferência com o ambiente externo.

Selante – Qualquer material com propriedades adesivas, formulado, principalmente, para preencher, selar, ou impermeabilizar
lacunas ou articulações entre duas superfícies. Incluem selantes, primers e cals.
Os selantes indicados para materiais porosos (com pequenas aberturas – poros – muitas vezes microscópicas, que podem
absorver fluidos) incluem (mas não estão limitados) os seguintes materiais: madeira, tecido, papel, papelão ondulado e
espuma plástica.
Os selantes indicados para materiais não porosos (que não tem aberturas – poros – para a absorção de fluidos) incluem (mas
não estão limitados) os seguintes materiais: plástico e metal.

Primer – Material aplicado a um substrato para melhorar o resultado do adesivo aplicado posteriormente.

Compostos orgânicos voláteis (COV) – São compostos de carbono que participam em reações fotoquímicas atmosféricas,
excluindo o monóxido de carbono, dióxido de carbono, ácido carbônico, carbonetos metálico s e carbonatos, e carbonato de
amônio. Os compostos vaporizam, tornam-se um gás, à temperatura ambiente, que podem ser inalados, causando diversas
reações nos seres humanos.
Existem atualmente no mercado produtos que atendem a limites inferiores de COV, se comparados à tabela LEED,
principalmente no que se refere aos selantes. Os novos valores de COV propostos ao LEED podem ser vistos como um
avanço tecnológico na área de adesivos e selantes em busca de menor agressão a o ambiente.

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