28/03/2019 A Criança e a Aprendizagem - Aprendizado a toda hora e em todo lugar

A Criança e a Aprendizagem
Aprendizado só na escola? Brincar não é importante? É hora de mudar esses conceitos e mostrar que a criança adquire novos conhecimentos em todo lugar, desde a gestação

Aprendizado a toda hora e em todo lugar

A conquista da autonomia

A importância do brincar

Educação Infantil (creche e pré-escola)

Aprendizado a toda hora e em todo lugar

É forte a crença por parte da sociedade de que a criança só aprende quando começa a falar ou mesmo apenas quando ingressa na escola. Para 53% dos brasileiros, o
aprendizado tem início a partir dos 6 meses de idade.[73] Ou seja, algum tempo após o nascimento. Apenas 22% acreditam que as crianças aprendem ainda no útero.

Para muitos brasileiros, o período mais importante da infância se inicia juntamente com a formação das lembranças que a criança levará consigo até a fase adulta, ou seja, entre
os 2 e os 4 anos. E a maioria da população não considera que atividades como andar, correr, falar, entre outras, também façam parte do aprendizado cognitivo.[74]

Informações que valem ser divulgadas

Estudos comprovam que o bebê começa a aprender ainda no útero da mãe.[75] Por isso, é importante enfatizar que a aprendizagem tem início antes mesmo do
nascimento e dar exemplos do que o bebê aprende nas diferentes fases da gestação (veja mais abaixo Ferramentas de comunicação e outras inspirações).

A criança aprende por meio da interação e de relacionamentos significativos, nos quais há afeto e estabelecimento de vínculo com outra criança, com outro adulto, com
ela mesma etc. (veja mais sobre o assunto em A criança e os outros).

O aprendizado na primeira infância acontece nos mais diversos contextos e espaços, como em casa, na escola, no parque, no clube, na comunidade, ou seja, em todo
lugar e, por isso, é importante a qualidade dos ambientes. Especialistas enfatizam a importância do acesso da criança a áreas de lazer seguras e a locais com saneamento,
tanto quanto a postos de saúde e a creches/pré-escolas/escolas.

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Crianças com bom vocabulário aos 2 anos de idade chegam ao jardim de infância mais bem preparadas.[76]

Além de auxiliar o processo de aquisição de linguagem, ampliando a capacidade linguística do bebê, a leitura também amplia o vínculo afetivo entre pais e filhos,
fortalecendo a estrutura psíquica e emocional da criança, importante para que ela se sinta segura ao construir seu caminho de autonomia e de relacionamento social.[77]

Informação sem complicação

Procure destacar a importância da qualidade dos ambientes a que a criança é exposta para o seu desenvolvimento, utilizando exemplos, depoimentos ou menções a
estudos. Ela precisa de diferentes espaços para brincar e fazer as próprias descobertas. E esses espaços devem ser seguros, saudáveis e protegidos para evitar a
exposição a violência, doenças e acidentes.

Para abordar a importância dos relacionamentos para o aprendizado, pode ser usada a metáfora do Bate-Bola. Assim como no futebol, as crianças e as pessoas que
convivem com elas precisam estar atentas umas às outras para conseguir fazer a troca de passes e levar a bola adiante (veja mais em A criança e os outros).

Lembre que a leitura, além de desenvolver a linguagem oral, ainda fortalece o vínculo com quem lê; desenvolve a atenção, a concentração, o vocabulário, a memória e o
raciocínio; e estimula a curiosidade, a imaginação e a criatividade.

Ferramentas de comunicação e outras inspirações

Sugestões de imagens

Para ilustrar a importância do relacionamento para o aprendizado, procure usar imagens de crianças em atividades com adultos e/ou com outras crianças, como
brincando, lendo, cantando.

Crédito: Guga Ferri

Procure destacar os diversos locais em que o aprendizado se dá com imagens de crianças em creches, parques, praia, clube e em diferentes ambientes de sua casa –
sala, quarto, quintal, cozinha.

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Crédito: Thinkstock

Para mostrar que o aprendizado ocorre desde a gestação, você pode usar imagens de ultrassom que mostre bebês sugando, bocejando ou executando outros
movimentos.

Crédito: Thinkstock

A metáfora do Bate-Bola pode ser ilustrada com imagens de uma criança realizando alguma outra atividade lúdica em companhia de um adulto, que responde a ela a
cada ação.

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Crédito: Léo Sanches

Procure mostrar crianças lendo ou adulto lendo para a criança.

Crédito: Léo Sanches

O aprendizado no útero

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Relatar as conquistas do feto ao longo da gestação é uma boa maneira de mostrar o quanto o bebê aprende ainda na barriga. Veja alguns exemplos que você pode citar:

A partir do quinto mês de gravidez, o feto já começa a realizar movimentos faciais, como franzir a testa, abrir a boca e bocejar.

No segundo trimestre da gestação, sabe-se que o bebê já tem os sentidos desenvolvidos, como a audição e o tato.

Por volta da 21ª semana de gravidez, o feto já começa a distinguir a voz dos pais.[78]

A partir do terceiro trimestre de gravidez, o bebê também começa a chupar o dedo. Ele faz isso para fortalecer a musculatura relacionada ao movimento de sucção.

Ao fim da gestação, o bebê realiza movimentos e expressões semelhantes aos de um recém-nascido.

[73] FUNDAÇÃO MARIA CECILIA SOUTO VIDIGAL et al. Pesquisa percepções e práticas da sociedade em relação à primeira infância. 2012. O estudo teve três etapas. O número de 53% dos
brasileiros que acreditam que a criança começa a aprender a partir dos 6 meses é referente à Etapa 2 – Ibope Bus – População. Base: amostra total (2.002 entrevistas). Estimulado. Resposta única.

[74] BARAN et al., 2014.

[75] DE CASPER, A. J.; FIFER, W.P. Of human bonding: newborn prefer their mothers’ voices. Science, v. 208, p. 1174-1176 1980.

[76] O GLOBO. Crianças com bom vocabulário aos 2 anos chegam mais preparadas ao jardim de infância. O Globo, 18 ago. 2015. Disponível aqui. Acesso em: 01 out. 2017.

[77] Receite um livro: fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo: a importância de recomendar a leitura para crianças de 0 a 6 anos. Apoio: Fundação Itaú Social, Fundação Maria Cecilia Souto
Vidigal. São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2015. Disponível aqui. Acesso em: 01 out. 2017.

[78] PEREIRA, F. O. A audição do feto. ABC do Bebê, 22 out. 2016. Disponível aqui. Acesso em: 01 out. 2017.

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